Blog do Boleiro

Arquivo : abril 2015

Valdívia, “poko lindo”, diz que joga muito: “Eu tenho muita qualidade”
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Luciano Borges

Valdívia comemora gol diante do The Strongest foto: AFP Photo - Vinicius Costa

Valdívia comemora gol diante do The Strongest foto: AFP Photo – Vinicius Costa

Valdívia, 20 anos, é “poko lindo”. Assim mesmo, com a letra “k” tomando conta de tudo o que ele escreve nas mídias sociais. O jovem atacante do Internacional de Porto Alegre ainda luta para ser titular do time dirigido pelo técnico Diego Aguirre. Vem fazendo a parte dele em campo. Contra o The Strongest, na noite desta quarta-feira, ele entrou aos 22 minutos do primeiro tempo no lugar de Jorge Henrique. Marcou o gol da vitória dos colorados (1 a )). O resultado classificou o time gaúcho para a fase de mata-mata da Copa Libertadores da América. Valdívia foi eleito o melhor em campo.

Valdívia é “poko humilde”. Ele faz o tipo confiante. “Tenho muita qualidade”, disse em entrevista ao Blog do Boleiro. Em 2012, na Taça São Paulo de Juniores, ele marcou oito gols jogando só na primeira fase. O Internacional foi atrás dele no Rondonópolis, encontrou um investidor gaúcho. “Hoje ele vale muito mais”, disse o conselheiro Roberto Melo, diretor de futebol da época.

Jair Peixoto, o investidor, anda satisfeito. “Ele tem muito mais para mostrar. Ele vai dar muitas alegrias para a torcida do Internacional. É um jovem sério e muito caseiro”, disse o empresário gaúcho. Ele contou que o meia só precisa de um video game na frente. “Pode esquecer dele. Ele fica lá jogando”.

Valdívia é Wanderson, mas nem a mãe dele o chama assim. Ganhou o apelido por causa do Valdívia do Palmeiras. E diz que, na época, o original “estava jogando bem”. O meia mato-grossense de Jaciara tem aproveitado a presença em instrumentos como o Instagram e o Facebook para espalhar um “cult following” (movimento de seguidores fiéis) na rede. Em campo, ele foi importante na semifinal do Campeonato Gaúcho. Contra o Brasil, fez um gol e deu uma assistência levando o time à final diante do Grêmio.

Agora ganha o status do Valdívia “que funciona”.

Assim, tipo “poko moral”.

Blog do Boleiro – Este tipo “poko lindo” das mídias sociais é seu verdadeiro eu?

Valdívia – É claro. Poko charme, poko lindo, poko gato. Eu sou assim para minhas fãs, as pomo piquetes.

Poko piketes?
É. As fãs do Valdívia. Eu sou pomo pika, mando bem. Não tem as Neymarzetes? As Damienetes (do Leandro Damião)? Então, graças a Deus, tenho muitas fãs nas mídias sociais e está crescendo.

E você se acha bonito?
Eu acho. Eu sou “poko” lindo.

Essa coisa do “poko”, de onde vem?
Vem do futebol, mas eu inventei.

Você tem namorada?
Tenho. Ela se chama Sasha e é de Porto Alegre.

Sasha como o Sasha que fez a assistência para seu gol contra o The Strongest?
É. Engraçado né. Eles tem o mesmo nome. Eu conheci a Sasha pelas redes sociais. A gente trocou mensagens, eu marquei um encontro. Fiquei. E fomos ficando.

A bola ajudou?
Não. Foi o charme mesmo.

Você é bom de conversa?
Sou mais ou menos. Dá para mandar uns áudios. Mas não sou Don Juan.

valdivia piada

E esse aparelho nos dentes foi colocado para corrigir qual problema?
Há três anos que tenho este aparelho. Estou para tirar, mas não tenho tido muito tempo para ir à dentista. É para corrigir embaixo, uns dentes meio tortos. Todos colocam aparelho. Eu quis colocar também. Eu ainda vou usar um vermelho e um preto. Este de agora é roxo, mas ficou cinza porque faz um mês que não vou à dentista. Ele está brava comigo.

Como nasceu o apelido Valdívia?
Foi no Rondonópolis. Foi por causa do meu cabelo, que é parecido com o do Valdívia, do Palmeiras. Naquela época, em 2012, ele estava bem, jogando todos os jogos. Era para ser Puyol (referência ao ex-zagueiro do Barcelona), mas ficou mesmo o Valdívia.

Se alguém chamar você de Wanderson (lê-se “uanderson”), você responde?
Difícil. Nem minha mãe me chama pelo nome mais. É só Valdívia.

Pela segunda partida consecutiva, você ajuda o Internacional a vencer com um gol contra o Brasil e agora diante do The Strongest. Merece ser titular?
Acho que mereço. Venho fazendo um grande trabalho. Tenho tido oportunidade de jogar e estou aproveitando cada oportunidade. Está dando certo. Estou mostrando meu futebol.

Onde você quer chegar no futebol? Dá para realizar grandes coisas?
Dá. Eu tenho muita qualidade e hoje faço uma coisa que não fazia antes: estou voltando para ajudar na marcação, participando mais do jogo. E tenho feito gols porque estou podendo entrar mais na área adversária.

Para o Grenal decisivo, você está pronto?
Estou preparadíssimo.,

valdivia selfie

 

 


Milton Cruz vai conversar com Centurión sobre declarações na Argentina
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Luciano Borges

Milton Cruz vai conversar com Centurión.  O técnico interino do São Paulo vai perguntar ao atacante argentino o que ele disse exatamente numa entrevista à Fox Sports da Argentina. “Antes de julgar, preciso falar com ele hoje para saber exatamente o que ele falou”, disse ao Blog do Boleiro.

Ao falar com a emissora argentina, Centurión admitiu ainda ter dificuldade para se adaptar e entender a forma de jogar dos colegas de time. “Faço a parede e não me entendem”, afirmou. Além disso, ele confirmou o que o técnico Muricy Ramalho já tinha dito:  ele enfrenta dificuldade para se adaptar. “Viver aqui é complicado. Vivo em uma bolha, vou de casa para o treino todo dia”, falou o argentino.

Cruz estranhou essas declarações. Desde a saída de Muricy, ele tem se aproximado de Centurión. “Tenho conversado bastante com ele. Joguei no Uruguai e no México, falo espanhol. Ele está mais solto”, afirmou.

Por isso, o treinador estranhou as queixas. “Todo mundo gosta muito dele lá no clube. Nunca ouvi uma reclamação dele”, afirmou Cruz que pretende colocar Centurión no time titular que enfrenta o Corinthians nesta quarta-feira, no estádio do Morumbi.

O São Paulo precisa vencer o Corinthians para não depender de tropeço do San Lorenzo diante do Danubio do Uruguai.

Além de Centurión, Milton Cruz quer colocar Luis Fabiano no time titular. “Ele está pegando ritmo de jogo. Nós o levamos para o jogo contra o Danubio, no Uruguai, ele jogou um pouco. Jogou mais contra o Santos. Se ele estiver bem, e vamos ver no treino desta terça-feira à tarde se ele pode começar contra o Corinthians”, falou.  

Os dois homens de frente podem ser a novidade de um time que foi eliminado do Campeonato Paulista pelo Santos e, segundo o técnico, “precisa recuperar o moral e levantar a cabeça”.

O argumento que Milton vai usar para animar os jogadores é este: “O grande objetivo deste semestre para os torcedores, para os dirigentes e para os jogadores é a Libertadores. A derrota para o Santos não muda isso”, afirmou.


Presidente do Santos garante R. Oliveira e fala em trazer mais 5 reforços
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Luciano Borges

*atualizada às 17h30 de 20 de abril de 2015

Ricardo Oliveira permanece no  Santos para a disputa do Campeonato Brasileiro. O clube quer contratar mais cinco reforços. A meta é colocar a equipe na Copa Libertadores da América de 2016.

Estas são algumas das revelações do presidente do Santos, Modesto Roma Junior, em entrevista ao Blog do Boleiro, quando se dirigia para São Paulo. O dirigente subiu a Serra do Mar pensando em levar o jogo final do Campeonato Paulista para a Vila Belmiro. “É o mais provável”, disse antes da reunião na Federação Paulista de Futebol. No encontro ficou definido que a porimeira partida será disputada no Allianz Parque e a segunda no campo santista.

No caminho, ele contou o que pretende fazer para reforçar o Santos. E garantiu: Ricardo Oliveira vai reformar contrato e ganhar um reserva à altura.

Blog do Boleiro – Para um time que estava quebrado no início da temporada, até que o Santos está indo longe.
Modesto Roma Junior –
É, mas nós sabíamos que este time chegaria às finais. Eu falei algumas vezes, até em entrevistas, que muitos estavam dizendo que o Santos iria disputar o Paulistão para não cair. Eu disse que iríamos chegar à decisão. Não era historinha. Era real.

Por que esta confiança?
Primeiro porque a gente já apostava nessa mescla de jogadores vindos da base com atletas de experiência, mas identificados com o clube. Acertamos nas contratações pontuais. E tem uma coisa que ajudou muito: a unidade do grupo. Ela tem se mostrado importante para dar confiança em campo. Trouxemos sete jogadores: Vanderlei, Werley, Chiquinho, Elano, Valença, Marquinhos Gabriel e Ricardo Oliveira. Acertamos em todas.

Falando em Ricardo Oliveira, quando vocês vão conversar?
Já conversamos. O Ricardo Oliveira fica para o Campeonato Brasileiro. Eu não tenho dúvida nenhuma. Você viu a entrevista dele ontem, depois do jogo? Então, ele só quer esperar o final do Paulistão para fechar. Não adianta forçar a barra.

Vocês contrataram Rafael Longuine, do Audax. Como está a formação do grupo para o Campeonato Brasileiro?
Precisamos nos reforçar. Para começar, precisamos de um centroavante para ajudar o Ricardo Oliveira. Ele não é jogador que possa atuar em cem por cento das partidas do Brasileiro. Ele não aguenta. Então precisamos de alguém com o nível dele.

Quais as posições que vocês pretendem reforçar?
Quero um meia e um volante. Um zagueiro será bem-vindo e um goleiro também. Não precisamos de titulares. Precisamos de jogadores em condições de disputar posição no time. Acho que com estas cinco contratações estaremos prontos para disputar o Campeonato Brasileiro.

E o time vai lutar para não cair?
(risos) É, vai falando isso. É até melhor que achem isso outra vez. Mas a gente tem que lutar para, no mínimo, garantir vaga na Libertadores da América de 2016. Com um pouco de sorte, vamos também brigar pelo título.

E a fórmula com dois treinadores (Marcelo Fernandes e Serginho Chulapa) vai continuar?
Vai. Está dando certo. Eles estão muito bem.

O fato dos jogadores mais experientes ajudarem a dupla de técnicos ajuda?
Ajuda. Vou contar. Contra o São Paulo, o Serginho foi expulso por um bandeirinha que deveria bandeirar avião no aeroporto. Sabe aquele cara que fica com as bandeiras dizendo onde o avião tem que parar? Então. Um destes. Aí o Serginho saiu de campo e foi para meu camarote, perto do banco de reservas. Mas antes, ele falou para o Elano ajudar o Marcelo. O Elano virou auxiliar técnico. Precisa ver como ele colaborou.

Qual seu palpite para Santos e Palmeiras?
Não vai ser fácil ganhar. Nunca é. Mesmo contra o São Paulo, o jogo foi bonito, agradável, divertido, mas não foi fácil. Ainda mais com o adversário jogando com dois bandeirinhas bem abertos pelas laterais e o juiz pelo meio. Temos de lutar contra tudo e todos. É como diziam na terra do meu pai: “Da dire al Fare, va mezzo male”. Entre falar e fazer, nem tudo sai como deve.


“Não adianta nada se não for campeão”, diz dirigente do Palmeiras
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Luciano Borges

O executivo de futebol do Palmeiras, Alexandre Matos, achou “muito bom” ver o time eliminar o Corinthians, neste domingo no Itaquerão. Mas o dirigente adverte: “Vamos colocar nosso foco na final. Não adianta nada ter vencido o Corinthians se não for campeão”, disse ao Blog do Boleiro. O Palmeiras brigará pelo título contra o Santos. 

A conquista da vaga na final do Campeonato Paulista chegou antes mesmo do previsto. O time do Palmeiras vem sendo montado há pouco mais de três meses. Oficialmente, Matos jura que a decisão estava nos planos. “A gente sempre acha que pode e vai buscando as coisas”, afirmou.

O Palmeiras terá uma semana para se preparar para o primeiro jogo diante do Santos. A preocupação é recuperar o lateral Zé Roberto. Ele está tratando de uma lesão no músculo posterior da coxa. Neste domingo, Zé acompanhou o time da concentração ao estádio do Corinthians. Viu o jogo num telão no vestiário. “Fiquei lá fazendo tratamento e torcendo”, disse o jogador que, na estreia do estadual, fez um discurso inflamado para animar o time e o vídeo desta “preleção” correu as redes sociais.

Desta vez, quem falou aos jogadores na roda de oração antes do clássico diante do Corinthians foi o presidente Paulo Nobre. Ele repetiu o discurso que, para o dirigente é quase um mantra: o Palmeiras é grande e tem história. “Ele lembrou as conquistas do clube e como este grupo precisa resgatar este passado glorioso”, contou um integrante da comissão técnica.


Juiz do Derby: “Vou tremer um pouco até o primeiro apito. Depois, jogo”
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Luciano Borges

O árbitro Thiago Duarte Peixoto, de Corinthians x Palmeiras (Crédito: Rubens Cavallari/Folhapress)

Thiago Duarte Peixoto será o árbitro do clássico entre Corinthians e Palmeiras, no domingo na nova arena corintiana. Ele foi sorteado na Federação paulista de Futebol, nesta quinta-feira. Mal viu o nome dele no site da FPF e já virou notícia por dois outros fatos: ele só apitou um clássico do Campeonato Paulista e apareceu na internet uma foto dele com o pai oferecendo uma camisa do Corinthians para a Santa Casa de Barretos.

O retrato foi tirado em 2011, depois que a mãe do árbitro, dona Neide, tinha morrido de câncer.  A camisa foi para um leilão do hospital. “Ele fez uma boa ação. A Santa Casa conseguiu um bom valor com aquela camisa autografada. Fico me sentindo mal ao ver que estão usando isso para duvidar do caráter dele. O Thiago é exemplar”, disse Ivo Duarte, responsável pela captação de recursos do hospital barretense.

O barulho da foto não fez com que o coronel Marcos Marinho mudasse de ideia. “Não há a menor possibilidade do Thiago não apitar o jogo”, disse o diretor da comissão de arbitragem ao Blog do Boleiro.

Melhor para Thiago, um personal trainer pós-graduado que decidiu se tornar árbitro de futebol em 1999, quando ainda cursava o segundo ano da faculdade de educação física. “Precisava de uma grana para pagar a faculdade”, disse o juiz. Aos 36 anos, filho do ex-jogador Carlos, zagueiro da Ferroviária, Thiago é uma das novidades do apito paulista.

Este é o quinto ano de Thiago Duarte Peixoto como árbitro da primeira divisão do futebol paulista. É elogiado por Marinho (“Foi a revelação deste ano”). No ano passado, já no quadro da CBF, ele apitou oito jogos da Série A do Campeonato Brasileiro.

Em conversa por telefone, ele lamentou a história da foto (“Não posso ser crucificado por uma coisa que não fiz”), garantiu que não torce para nenhum dos times envolvidos e promete um trabalho disciplinador, mas que deixa o jogo rolar.

Blog do Boleiro – Em qual circunstância foi feita a foto?
Thiago Duarte Peixoto –
  Rapaz, a gente quer fazer coisas nobres e não vê a maldade das pessoas. Minha mãe faleceu de câncer em fevereiro de 2011. Ela foi muito bem tratada pela Santa Casa de Barretos, onde mora minha família. Um dia eu conversei com o Ivo Duarte, que capta recursos para o hospital, e perguntei como poderia retribuir. Ele falou em um leilão que eles fazem. Aí o goleiro Rafael (ex-Portuguesa),  que é de Barretos e nosso amigo, nos conseguiu uma camisa do Corinthians autografada por jogadores. A gente doou. Foi muito legal na época. Eu nem fui atrás da camisa. Tenho várias que ganho, às vezes até no vestiário antes do jogos. Tenho do Palmeiras, Botafogo de Riberão e outros times.

Quando você soube que iria para o sorteio das semifinais?
Foi na segunda-feira, através do site da FPF.

Como você se sentiu?
Eu me senti muito, muito, muito feliz. É muita felicidade saber que o trabalho está sendo reconhecido. Eu fiz uma fase de classificação boa. Profissionalmente, é uma conquista a ser lembrada. E olha que era só por entrar no sorteio.

Pois é, e quando você soube que vai apitar Corinthians x Palmeiras?
De novo eu vi no site. Dei saltos, quase bati a cabeça no teto. Foi uma euforia, uma felicidade, uma emoção. Só não chorei porque árbitro não pode ser emotivo. Quis abraçar meu pai, minha mulher, minha irmão, todo mundo.

Foto tirada em 2011 quando o pai de Thiago, o ex-jogador Carlos, entregou a camisa para leilão da Santa Casa de Barretos

Foto tirada em 2011 quando o pai de Thiago, o ex-jogador Carlos, entregou a camisa para leilão da Santa Casa de Barretos

E depois?
Depois a ficha caiu. Tentei ficar comigo mesmo para refletir o que significa o jogo de domingo, o que esta missão significa para minha carreira. É um sonho realizado, mas é também uma grande responsabilidade. Se me deram esta tarefa é porque mostrei talento e o dom para ser árbitro. Quero apitar bem e que o jogo tenha um resultado justo.

Como você está se preparando?
Venho me alimentando bem, dormindo bem, ficando focado e, ao mesmo tempo, pensando que este é mais um jogo, um jogo importante. Mentalizo tudo o que me foi orientado na pré-temporada e na preparação. Amanhã (sábado) me concentro às 15h00 e vamos ter preleções, vídeos, como se fossemos jogadores.

Como é seu jeito de apitar?
Gosto de jogo bem jogado, jogo leal. As pessoas falam (e eu leio e escuto tudo) que sou árbitro que deixa jogar dentro do que se pode. Mas tenho autoridade para que a partida não descambe para a violência. Isso não é benéfico para ninguém. Gosto de disciplina.

O fato de você ter apitado apenas um clássico no Paulistão (Santos x Palmeiras) mostra algum tipo de risco?
Isso não é problema. No ano passado, apitei oito jogos na Série A do Campeonato Brasileiro. Não ouvi uma reclamação. Fui escalado até a 38ª rodada, o que mostra que fui bem. Só fiz um clássico estadual nesta temporada. Mas no ano passado apitei Flamengo e Internacional, no Maracanã, e Grêmio e Vitória, na Arena. Estes jogos me deram bagagem. Trabalhei em novos estádios, novas torcidas. E fui bem.

Você vai tremer?
Acho que até soar o apito, vou tremer um pouco. Mas depois do apito, jogo.

Seus parentes vão à Arena Corinthians para ver você trabalhar?
Não. Ir ao estádio não é prudente. Podem reconhecer alguém, meu pai, e pode ser perigoso. Eu tenho que me preocupar só com o jogo.

Você tem alguma superstição?
Tenho. Uma vez fui agredido num jogo de várzea em Barretos. Minha mãe queria que eu parasse de apitar. Mas não parei. Ela então me ensinou uma proteção que faço até hoje. Eu visualizo o anjo Gabriel e rezo assim: “Anjinho Gabriel me proteja. Me proteja na minha frente, proteja nas minhas costas, proteja no lado direito, proteja no lado esquerdo e por todos os lados”.

E funciona?
Nunca mais apanhei (risos). Pensei até em fazer uma tatuagem do anjo, mas acho que é uma violência com o corpo e não fiz.


Chutão e falta tática. Campeão mundial aponta erros de Dante e David Luiz
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Luciano Borges

O técnico Roque Junior, zagueiro titular da seleção brasileira campeã do mundo em 2002, viu pela televisão os jogos da Liga dos Campeões da Europa desta quarta-feira. Acompanhou todo o confronto de Porto 3 x 1 Bayern de Munique, além de checar os melhores momentos de PSG 1 x 3 Barcelona. Conclusão: os defensores brasileiros Dante e David Luiz cometeram erros básicos que prejudicaram suas equipes. “O segundo lance do David Luiz e do Suarez foi o pior”, afirmou ao Blog do Boleiro.

Roque, 38 anos, acha que no lance do terceiro gol do Barcelona, David Luiz tinha só um jeito de evitar o gol do atacante uruguaio. “Ali era para estourar a bola ou acertar o Luis Suarez. Não tinha outra alternativa. Mas o David chegou na bola querendo tirar com uma postura mais leve. Deu no que deu”, disse referindo-se à segunda bola entra as pernas que o zagueiro do PSG e da seleção brasileira levou. “É o que chamamos de falta tática”, completou.

Na opinião do técnico que estreou na nova carreira dirigindo o XV de Piracicaba esse ano no Paulista, David Luiz levou a primeira “caneta” de Suarez por talento do adversário e um pequeno erro do brasileiro. “Acho que ele diminuiu muito rápido o espaço dele e do Suarez. Talvez tivesse sido o caso de esperar um pouco, fazer uma contenção. Mas ele foi para tirar o espaço e o Luis mostrou que é craque com aquela bola entre as pernas”, avaliou.

Roque Junior assistiu também ao confronto entre Porto e Bayern de Munique. Viu Dante perder a bola para Quaresma na intermediária e o português fez o segundo gol da vitória por 3 a 1. Ali faltou humildade. “Você vê que o Dante não dominou a bola direito e ele deveria ter dado um chutão com o pé esquerdo para aliviar a situação. Ele preferiu tentar o passe e perdeu a bola. Ali era para tirar a bola de qualquer jeito”, falou.

O dia seguinte de David Luiz e Dante, zagueiros titulares do Brasil na goleada por 7 a 1 sofrida diante da Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo do ano passado, não foi dos mais agradáveis. Além de gozações nas redes sociais, os dois brasileiros foram criticado por jornais alemães e franceses.

“Todo zagueiro, todo jogador tem que saber que o futebol é assim: não pode crescer quando recebe elogios nem pode afundar quando as críticas chegam. Eles têm que aceitar e tirar lições destas partidas”, afirmou Roque Junior que guarda elogios: “Eles são bons. Estão jogando em grandes clubes da Europa e disputando grandes torneios. Eles têm condições”, disse roque Junior que atuou em equipes da Europa como o Milan.


Muricy Ramalho: “Tenho que viver com a diverticulite e com a dor”
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Luciano Borges

Muricy Ramalho está aprendendo a viver com a dor. O treinador tem dois problemas de saúde: uma pedra na vesícula e uma diverticulite. O primeiro deve se resolver com uma cirurgia ainda essa semana. O segundo, de acordo com o ex-técnico do São Paulo, só melhora com alimentação regrada e vida sem stress. “Tenho que viver com a diverticulite e com a dor”, disse ao Blog do Boleiro nesta terça-feira.

Em conversa por telefone, Muricy contou que está se preparando para a intervenção cirúrgica, mas que não deixou de acompanhar jogos de futebol, incluindo a vitória do São Paulo sobre o Red Bull (3 a 0), no último sábado, pelas quartas de final do Paulista. Ele até brinca que acompanhou o confronto entre Oeste e Guaratinguetá, pela Série A2 do Estadual. E sofreu com a má qualidade do jogo.

O treinador falou também sobre o São Paulo, clube que deixou no último dia 6, e as chances de vitória sobre o Danúbio, no Uruguai.

Blog do Boleiro – Muricy, como você está?
Muricy Ramalho –
Estou fazendo uma alimentação controlada, vou fazer alguns exames antes da cirurgia para ver como estou. Tenho uma pedra na vesícula faz anos e que pode se deslocar e atingir o pâncreas. Aí posso ter pancreatite. Então vou operar.

Onde você tem ficado em São Paulo?
Tenho ficado um pouco no sítio em Ibiúna e pouco em São Paulo. Preciso descansar porque essa coisa da diverticulite piora com stress. Ficar calmo ajuda. Eu não posso operar da diverticulite porque ela tomou conta do intestino. Tenho que viver com a diverticulite e com a dor. O jeito é controlar a comida.

No jogo contra o Palmeiras, houve um momento em que você apareceu com uma expressão no rosto de desânimo. Foi isso?
Não. Foi um pouco de dor. A diverticulite me complica.

E você tem assistido futebol?
Tenho, claro. Ontem mesmo eu vi Oeste e Guaratinguetá (1 a 0 para o Oeste, na Série A2). Foi duro, mas eu vi.

Vai acompanhar o jogo do São Paulo contra o Danúbio nesta quarta-feira?
Eu vou. Vou estar em casa ainda. Vou me internar na quinta-feira para fazer exames. Vai dar para eu ver o jogo.

O que você acha deste confronto?
Vai ser um jogo complicado. O campo lá é apertado, não é bom. Time por time, o São Paulo é bem melhor, mais técnico. Vai precisar manter a posse de bola e se adaptar ao campo. Aí pode dominar o jogo.

O que você achou do posicionamento do Paulo Henrique Ganso no jogo do São Paulo contra o Red Bull?
Ele já vinha atuando assim, quando a gente colocava dois caras de lado. Ele jogava livre. Mas era preciso que ele entrasse na área. Desta vez, ele entrou.

Muricy, você viu a torcida gritando seu nome?
Vi sim. Foi muito legal. Muito mesmo. Eu estou legal agora. Estou bem, mas pedi para sair porque preciso cuidar da saúde. Os dirigentes pediram para eu descansar e voltar. Mas não dava.

Como você vê as partidas semifinais do Campeonato Paulista?
Pode dar de tudo. É um jogo só, não tem nenhum time grande favorito. Todos os quatro podem ganhar. Vale quem tem mais sangue frio. Com certeza, vou torcer para o São Paulo.


Definidos juízes do sorteio das semifinais; FPF arma concentração com vídeo
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Luciano Borges

* atualizado às 12:19

Luis Flávio Oliveira (Fifa), Rafael Klauss (Fifa), Vinicius Furlan e Thiago Duarte Peixoto. Estes são os quatro árbitros que vão entrar no sorteio dos trios da semifinal do Campeonato Paulista. Segundo o coronel Marcos Marinho, chefe da comissão de arbitragem da Federação Paulista de Futebol, misturou gente experiente e um novo nome, Peixoto, que vem sendo bem avaliado. “Ele merece uma oportunidade”, disse.

Os sorteados vão se concentrar. Eles se apresentarão em um hotel no centro de São paulo, 24 horas antes das partidas. Serão orientados pelo Departamento de Árbitros, com vídeos mostrando como jogam os times, quais atletas reclamam mais, a forma de marcação que pode provocar impedimentos e faltas e outros detalhes do jogo.

O coronel, que se recupera de dengue,  teve que engolir uma ação do marketing da FPF que trouxe o patrocínio da mesma empresa que apoia o Palmeiras. A marca da Crefisa também foi estampada na camisa dos árbitros. O negócio deixava qualquer decisão errada em campo sob suspeita de favorecimento. “Virou plêmica. Paciência. Mas os árbitros não iriam se influenciar por isso. Tem que saber trabalhar com este fato. Mas para eles, é só mais jogo”, disse antes da própria FPF anunciar o cancelamento deste patrocínio.

Marinho pretende utilizar os dois juízes não sorteados na final do torneio. Pode, no entanto, chamar também Guilherme Ceretta de Lima que, segundo o homem forte do apito paulista, “Foi muito bem na partida entre Santos e XV de Piracicaba”.

Não é o que os jogadores do XV acham. Eles reclamaram das duas penalidades máximas, marcadas a favor do Santos. No primeiro, Fabiano derrubou Lucas Lima. No segundo, Leonardo Luiz cortou um chute na área e a bola bateu no braço dele. “Ele acertou nos dois lances, sem dúvida. No lance do braço, o jogador do XV não estava se defendendo. Ele atacou o lance com braço aberto. Foi pênalti”, disse.

Já a reclamação dos atletas do Botafogo de Ribeirão Preto, que não gostaram do gol anulado de Bruno Costa. Ele subiu para cabecear e dividiu a bola com o goleiro Fernando Prass.  O juiz Marcelo Rogério marcou falta do botafoguense. “O lance foi muito claro. Houve falta no goleiro. O Prass já estava com a bola”, afirmou Marinho.

Quanto aos lances de pênalti, reclamados pelo Palmeiras, o coronel admite: Dudu foi mesmo empurrado dentro da área. “Eu daria, mas depende do ângulo do árbitro”, disse.

Marinho acha também que Marcelo Rogério falhou em não expulsar um atleta do Botafogo, que tinha dado “uma entrada criminosa” em Valdívia. “Foi agressão. Mas aí conversei com o Marcelo e ele disse que, naquele momento, ele estava conversando com outro atleta e não viu o lance. O quarto árbitro informou que ele deveria dar o amarelo”, falou.

Marinho também avalia que o Corinthians foi beneficiado com o gol anulado da Ponte Preta, no sábado. Renato Cajá não estava impedido quando recebeu a assistência e mandou a bola para o gol. Seria 1 a 0 no primeiro tempo. “Ali, o Vicente (Romano Neto, bandeira) fez a fotografia do primeiro chute e, na hora do passe, ele não fotografou o Cajá atrás da linha da bola. Paciência”, disse.

 


Dirigente faz projeção a favor do Corinthians. E mais uma vez do mata-mata
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Luciano Borges

Se, pelo terceiro ano consecutivo, um time disparar no Campeonato Brasileiro e “esfriar” a competição com algumas rodadas de antecedência, a discussão sobre a volta do sistema mata-mata deve ganhar força. A opinião é do presidente da Federação Baiana de Futebol, Ednaldo Rodrigues, que apresentou no final de 2014 uma proposta à CBF e à TV Globo. “Pode anotar: um time vai disparar e o interesse dos torcedores vai cair outra vez. A ideia do mata mata vai ganhar força”, previu o dirigente.

Ele argumenta que está cada vez mais difícil haver um equilíbrio entre as equipes na Série A do Brasileiro por um motivo: dinheiro. “Posso dizer para você qual o time que vai disparar. Será aquele que mais arrecada com direitos de televisão, patrocinadores e arena. Quem tem maior poderio econômico, dispara”, disse.

Ednaldo Rodrigues vai mais longe e aposta na equipe que vai ter este desempenho: “Pelo que estou vendo no momento, o clube com receita grande de televisão, de patrocínio e da arrecadação do estádio, é o Corinthians”.

A discussão sobre a volta do sistema “mata-mata” ao Campeonato Brasileiro parou. Os clubes estão mais preocupados com as contrapartidas exigidas na Medida Provisória do Refinanciamento das Dívidas, elaborada pelo governo federal. Nesta semana, CBF e presidentes das agremiações optaram em não aderir à MP 671. Eles alegam ser impossível aceitar as regras do jogo impostas no texto enviado ao Congresso. Querem mudanças.

Mesmo assim, Rodrigues acha que é possível tomar sua proposta como base para o debate sobre o “mata-mata”. “Eu lancei a ideia para que ela seja discutida, mexida para melhor. A CBF está estudando no Departamento de Competições. O Marcelo Campos Pinto, da TV Globo, enviou e-mail dizendo que tinha lido e que achava a discussão importante. Ele não rechaçou minha proposta, também não aprovou. Foi muito simpático”, afirmou o dirigente baiano.

Pela sugestão da FBF, o Campeonato Brasileiro de 2018 terá 24 participantes, quatro a mais do que a versão atual. Para se chegar a este número, será preciso que, em 2016 e 2017, caiam dois times da Série A e subam quatro da Série B. Por esta fórmula, todos jogariam 23 rodadas em turno único. Os oito melhores pontuados seriam divididos em dois grupos de quatro. Os semifinalistas disputariam o mata-mata buscando o título, vagas na Libertadores e na Sul-Americana. Do 9º ao 16º , a disputa seria por duas vagas na Sul-Americana. Os oito últimos da classificação brigariam para não cair. “Acho que teríamos disputas acirradas em todas as rodadas”, disse Rodrigues.

Mas o próprio dirigente acha que há tempo para discussão. Ele mesmo ainda não teve oportunidade de discutir a mudança com outros dirigentes de federações e clubes. Ele falou com Eurico Miranda, do Vasco da Gama, que disse ser favorável à volta do “mata-mata”. Romildo Bolzan Junior, do Grêmio, também quer a mudança. Mas os dois não revelaram ainda que fórmula gostariam de ter.

 


Destaque do Palmeiras, Dudu troca ovos por gols para os filhos na Páscoa
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Luciano Borges

Dudu deixa o estádio com um ovo de Páscoa pequeno Foto: Blog do Boleiro

Dudu deixa o estádio com um ovo de Páscoa pequeno Foto: Blog do Boleiro

Dudu deixou o vestiário do Palmeiras carregando um ovo de páscoa. Pequeno, embrulhado em papel verde. O clube distribuiu entre os jogadores depois da vitória sobre o Mogi Mirim (3 a 1). O atacante esqueceu de pedir mais um exemplar. Ele tem dois filhos. “Vai ser uma briga. Espero que minha mulher tenha comprado ovos para eles”, disse o jogador de 23 anos. Em seguida, ele emendou: “Mas eu fiz dois gols, um para cada um. Acho que eles vão gostar. Eles ficam felizes quando faço gol”.

Neste domingo, Dudu embarcou cedo para Goiânia, onde a família está há quatro dias. “Lá é minha casa. A Malu levou os meninos. Estou morrendo de saudade dos três”, afirmou. Cauê, de quatro anos, e Pedro Henrique, de dois anos, são apegados ao pai. Para quem costuma vê-los nos jogos do Palmeiras no Allianz Parque pode até dizer que são grudados. Pedro está sempre agarrado em uma das pernas de Dudu enquanto o jogador dá entrevista na zona mista.

O time do Palmeiras conhece os meninos. Depois das partidas, eles ficam batendo bola ou correndo na área de aquecimento do vestiário. “São dois ‘azougues’, sempre correndo”, brinca um dos seguranças. Cauê é mais quieto, parecido com a mãe, mas mesmo assim está sempre provocando o caçula. “O Pedro parece mais comigo. É mais agitado e também gosta de jogar futebol”, conta o pai.

Cauê entrou para a família quando Dudu tinha apenas 18 anos. “Fiquei feliz quando soube que seria pai. Tenho uma grande esposa e isso valeu muito”, disse. Cauê chegou dois anos depois. “A gente nem esperava. Mas foi outra alegria”, contou. O pai atacante diz que adora brincar com os filhos e tem disposição para isso.

“Lá em Goiânia, agora, vamos brincar no quintal da casa da minha sogra. Lá no quintal da avó tem terra, galinhas e a gente se mistura lá na maior farra”, falou ao Blog do Boleiro.

Dudu tem um lado moleque fora e dentro de campo. Até agora, ele ri quando lembra do lance contra o São Paulo em que ele disputou uma bola com o zagueiro tricolor Édson Silva e, no embalo, saiu de campo montado nas costas do colega de profissão. “Ele ficou bravo depois, mas se você ver a imagem percebe que até segurou as minhas pernas antes”, disse.

Para quem gosta de festa, Dudu se deu bem diante do Mogi Mirim. Fez dois gols, deu assistência para Robinho marcar o terceiro e ainda desperdiçou uma chance de fechar a trinca de gols. Foi embora dividindo as atenções com Valdívia, que voltou a jogar depois de quatro meses. “Ele joga muito. Viu como tabelamos?”, comentou Dudu com um segurança antes de pegar o carrinho de golfe e seguir para o estacionamento do estádio.

Dudu passa o domingo em Goiânia e volta para São Paulo com a família nesta segunda-feira. O treino está marcado para às 15h30. Até la, ele pretende aproveitar a companhia dos filhos. “Eu quero ser um grande pai, que vai dar educação para que estes meninos sejam homens de responsabilidade quando crescerem”, falou.

Dudu dá entrevista, Pedro agarra sua perna e Cauâ abraça o irmão Foto: Blog do Boleiro 15-3-2015

Dudu dá entrevista, Pedro agarra sua perna e Cauâ abraça o irmão Foto: Blog do Boleiro 15-3-2015