Blog do Boleiro

Arquivo : março 2016

De volta aos estádios, Gaviões protesta na Assembleia Legislativa de SP
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Luciano Borges

 

Nesta quinta-feira, por volta das 13h00, cerca de 300 torcedores do Corinthians, integrantes da uniformizada Gaviões da Fiel, se colocaram na porta da Assembleia Legislativa de São paulo para protestar. E o alvo é político. A faixa pedia “CPI da Merenda”.

Os cantos tinham letras que passam longe dos gramados:

“Laranja, laranja, suco de laranja”. 

“Uni duni duni te, criança na escola não tem o que comer/ Alô alô Capez pode pagar pra ver/ Os Gaviões chegou para derrubar você”

A organizada continua a campanha contra o presidente da AL, o deputado Fernando Capez, que teve o nome citado nas investigações da Operação Alba Branca, que detectou pagamento de propina em contratos superfaturados de merenda escolar com o governo do Estado e ao menos 22 prefeituras.

O esquema seria comandado pela Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) e Capez (procurador de Justiça que atuou contra a violência das torcidas uniformizadas) seria um dos destinatários da propina. Ele nega qualquer envolvimento.

Há pouco mais de dois meses, a torcida corintiana foi suspensa por 60 dias pela Federação Paulista de Futebol porque, na final da Copa São Paulo de Juniores, os integrantes usaram sinalizadores no estádio do Pacaembu. A Gaviões viu influência de Capez nesta medida.

Os integrantes da organizada protestaram na frente do prédio da Federação, além de levarem faixas contra Capez e FPF nos jogos do Corinthians, o que causou atritos com a Polícia Militar.

A suspensão terminou nesta semana. Na quinta-feira à noite, a Gaviões da Fiel voltou a se postar atrás de um dos gols da Arena em Itaquera com bandeiras e as faixas de protesto.

Segundo a assessoria de imprensa da torcida, a campanha contra Capez não vai parar e, já neste domingo no clássico entre Palmeiras e Corinthians, elas vão estar no setor destinado aos corintianos.

 


Corinthians oferece contrato de quatro anos para Lucca, revela empresário
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Luciano Borges

Segundo Fernando Garcia, empresário do atacante Lucca, o Corinthians ofereceu um contrato com quatro anos de duração para o jogador. A negociação ainda está em andamento. “Estamos conversando. Acho que vai acabar dando certo”, disse o representante do atleta. Por sua vez, Lucca afirmou ao Blog do Boleiro que “devemos acertar tudo nesta semana”.

Acertar a compra de Lucca foi um trabalho de engenharia. Foi preciso costurar um acordo com o Criciúma (SC) e com o Cruzeiro. Do clube catarinense, os dirigentes corintianos acertaram a compra de 50 por cento do valor dos direitos (R$ 4 milhões). “Nós teremos direito também a 15% do valor de qualquer venda lá na frente”, explicou o presidente do Criciúma, Jaime Dal Farra.

Já o Cruzeiro jogou mais duro e cedeu apenas 10% da fatia de 35% que o clube mineiro detém. A “pizza” do Lucca, jogador de 26 anos, ficou dividida nas seguintes fatias: 15% para o Criciúma, 25% para o Cruzeiro e 60% para o Corinthians.

“Eu represento o que o Lucca quer. Acho que a negociação está caminhando bem”, disse Fernando Garcia. Dal Farra torce para que Lucca e Corinthians acertem um  acordo. “É um bom negócio, mas não está cem por cento certo. Primeiro tem que sair a renovação de contrato do Lucca”, disse o dirigente de Santa Catarina.

 


O Palmeiras quer Leandro Donizete? “Ninguém me procurou”, diz empresário
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Luciano Borges

“Não há nada oficial. Ninguém me procurou”. Esta foi a resposta do empresário Edson Khodor, que administra a carreira do volante Leandro Donizete do Atlético Mineiro, jogador que – segundo notícias desta terça-feira – estaria na mira do Palmeiras. “Se estivesse acontecendo alguma coisa, eu falaria primeiro com o Daniel (Nepomuceno, presidente) e com o (Eduardo) Maluf (executivo de futebol) do Atlético Mineiro”, completou.

O que chegou ao conhecimento de Khodor é mais especulação. Um amigo teria ouvido nos bastidores do Palmeiras que o técnico Cuca estaria interessado em contar com Leandro no time.

O representante do meio campista atleticano lembra que  Cuca trabalhou dois anos com o atleta e juntos foram campeões da Libertadores. “Mas mesmo antes, com o Marcelo Oliveira, houve um início de conversa que acabou não andando”, contou.

O Palmeiras está treinando em um hotel na cidade de Atibaia. A assessoria do clube afirmou que a diretoria “não comenta sobre especulações”. O time anda mal das pernas. É o último colocado de seu grupo no Campeonato Paulista.

Leandro Donizete, 33 anos, é reserva no Atlético Mineiro. No clássico contra o Cruzeiro, ele ficou no banco. Junior Urso foi o volante titular.


Técnico do Água Santa diz que sentiu dó de Cuca e viu Palmeiras “abatido”
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Luciano Borges

Márcio Bittencourt, 51 anos, teve a estreia dos sonhos de um treinador. Logo no primeiro jogo como técnico do Água Santa, ele viu sua equipe golear o Palmeiras: 4 a 1. Com o resultado, a equipe de Diadema (SP) soma agora 15 pontos no Grupo D, mas precisa vencer os próximos três jogos (Ituano, Ponte Preta e São Bernardo) para fugir do rebaixamento e ainda tentar uma vaga na próxima fase. “Tem muito trabalho pela frente”, disse ao Blog do Boleiro.

Perguntado sobre o estrago que ele e seu time causaram no Palmeiras, Márcio admitiu: “Fiquei com muita dó do Cuca. Só quem já passou por isso sabe como é difícil. É um companheiro de profissão, que está sofrendo”.

Márcio disse que este sentimento de solidariedade não estava com ele durante os 90 minutos de partida em Presidente Prudente. “Eu vi ele li no campo. Mas naquela adrenalina, nem pensei em nada. Estava preocupado com meu time”, falou.

Bittencourt contou que montou o time com uma marcação diagonal,fechando os espaços do Palmeiras. “Eles têm uma transição muito rápida, por isso, precisamos fechar num 4-1-4-1 sem a posse de bola. Com ela, o esquema mudava para o 4-3-3. Mas é aquele negócio: o Palmeiras teve chances de gol até sofrer o primeiro gol da gente. Eles empataram em seguida, mas o nosso segundo gol desarrumou o time deles”, falou.

Aí, o descontrole nervoso dos jogadores palmeirenses ficou visível. “É aquela fase. O time é bom. Foi campeão da Copa do Brasil. Mas a gente vê que os jogadores estão fazendo força para conseguirem as coisas. E elas não estão dando certo”, falou.

O técnico do Água Santa notou outro sintoma de que as coisas estão pesadas no Palmeiras. “Quando depois do jogo alguns atletas me cumprimentaram, eu vi como eles estavam abatidos. Nem sorriram”, contou Márcio Bittencourt que aposta no trabalho do colega Cuca: “Ele vai acertar o time. É um grande treinador”, afirmou. 

 


Corinthians está em alta, mas tem jogadores sob pressão: André e Guilherme
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Luciano Borges

O Corinthians é o time com a melhor campanha do Campeonato Paulista. Tem 29 pontos, seis a mais do que São Bento e Santos. É líder do Grupo 8 da Copa Libertadores da América. Não perdeu em casa nesta temporada. Acumula oito vitórias e 14 gols marcados. Uma equipe com desempenho tão bom permite que alguns jogadores ainda possam ser cobrados?

No Corinthians a resposta é sim. Alguns atletas são lembrados de que podem mostrar mais em campo.

O atacante André é um deles. O atacante está atrás de gols. Fez apenas dois em 10 partidas. Contra o Ituano, neste sábado à noite, teve apenas uma boa chance. No início do segundo tempo, ele cabeceou a bola que passou perto do gol adversário. Não entrou. Lamentou com gestos. O companheiro de ataque, Lucca, até comentou: “Eu falei para ele ter calma porque uma hora a bola vai entrar”.

Enquanto isso não acontece, André tem que lidar com a ansiedade e com as perguntas dos repórteres na saída do vestiário. “Pressão por não estar fazendo gol? Essa coisa é mais da imprensa. Mas sou experiente o suficiente para saber que isso acontece quando um atacante não está fazendo gols”, disse ao Blog do Boleiro.

Enquanto os gols não saem, o que fazer então?

André acha que ser titular já é um grande avanço. “Vou me entrosando. Isso vai dar frutos mais na frente, entrando em sintonia. Isso vai dar frutos”, falou o atacante de 25 anos. As vitórias corintianas ajudam. André ganhou aplausos no final da partida contra o Ituano, disputada na Arena em Itaquera.

O meia Guilherme também recebeu aplausos quando foi substituído por Alan Mineiro no segundo tempo.

Ele está pegando a manha do Corinthians. No novo clube, tem a obrigação de ajudar na marcação com a linha de quatro armadores adotada pelo técnico Tite. Já disputou nove partidas, fez dois gols também. Mas garante que está dedicado a aprender a nova missão tática: “Estou me dedicando a executar bem esta marcação na recomposição. Sou um dos três armadores com esta missão. Nos treinos, tenho me dedicado a fazer isso bem. E quero me sentir mais confortável nesta função”, afirmou Guilherme.

Isso depois de ouvir perguntas de um repórter de rádio sobre o fato dele ainda “estar devendo” uma grande atuação.

“Fiquei surpreso. Estou satisfeito com o que venho fazendo em campo. Acho que estou jogando no nível do time. Não entendi o motivo das perguntas”, comentou depois da entrevista.

Jogar no Corinthians de Tite e sua comissão técnica ajuda a quem é cobrado. Os próprios adversários admitem que hoje é mais fácil entrar numa equipe que está entrosada do que em outra. O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Junior, comentou com o Blog do Boleiro: “Veja o Lucas. Se ele fosse contratado por nós ou mesmo pelo São Paulo, não teria o tempo que teve para entrar e jogar o que está jogando”, falou.

O lateral-direito Fágner, elogiado na zona mista, deixou claro que o preço dos bons desempenhos é a eterna vigilância. “A pressão é muito forte dentro do elenco. Há uma competição interna onde os reservas estão trabalhando em alto nível e os titulares não podem descuidar”, disse.


Novo diretor do São Paulo mostra a cara: “Não convivo com coisas pendentes”
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Luciano Borges

O industrial Luiz Cunha está mostrando seu estilo de trabalhar. Na primeira semana de trabalho como diretor de futebol do São paulo, no lugar do ex-vice Taíde Gil Guerreiro, o ex-dirigente da base tricolor entrou em ação. Na tarde desta quinta-feira, ele demitiu Milton Cruz, integrante da comissão técnica que, por 22 anos, exerceu forte influência nas contratações de reforços além de trazer jovens de Cotia.

Depois que o atual presidente Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, assumiu o cargo, ficou claro que Milton teria o espaço diminuído. Ele foi transferido para uma área que ainda não está funcionando a todo vapor. Cunha chegou e “liberou” Cruz.

Nesta sexta-feira, ele foi visto em conversa cheia de gestos com o jogador Michel Bastos que, em tempos recentes, entrou em rota de colisão com a torcida e – ele desmente – com jogadores como Diego Lugano.

Michel saiu da conversa dizendo: “Ele chegou num momento em que estamos sendo cobrados, e quando há mudança, as mudanças são feitas para que mude. Ele chegou, vem pra nos ajudar, e com certeza vai fazer. Se ele acha que tem de dar uma chacoalhada, vamos chacoalhar. Se é o que está faltando, vamos embora”.

Luiz Cunha diz que seu estilo é “firme amistoso”. E, em conversa com o Blog do Boleiro, garante que não gosta de deixar assuntos pendentes no caminho.

Blog do Boleiro – O que o senhor conversou com o Michel Bastos?
Luiz Cunha –
Foi uma conversa entre amigos. Passei o que acho que seria importante para trabalharmos juntos. E ele disse o que achava. Um dizendo ao outro o que acha melhor. Foi uma conversa firme e amistosa. Essa é a ideia: entrar no coração das pessoas.

De longe, parecia uma conversa dura.
Não foi não. Foi um papo de respeito e profícuo. E eu achei que estava longe, do outro lado do campo e ninguém estava vendo.

Nos últimos dois dias, o senhor atuou em coisas que andavam pendentes, no ar, no São Paulo. O senhor está “limpando a área”?
Não consigo conviver com coisas pendentes, com assuntos mal resolvidos. Aprendi com a experiência de outra passagem por aqui e na base, que os jogadores querem assim. Você resolve a situação e todo mundo fica mais leve e solto. É melhor.

Este foi o caso do Milton Cruz? Ele tinha sido designado para uma área de análise de desempenho que ainda está sendo montada. Era outra situação meio “no ar”?
Exato. O que o Milton queria fazer não poderia mais fazer aqui no São Paulo. Então o liberamos e ele pode fazer isso em outro lugar. Foi uma solução.

Vocês convidaram o técnico Pintado para trabalhar na comissão técnica?
Acho que estão pintando uma coisa que não existe. A não ser que o Gustavo (Vieira, executivo de futebol) tenha feito algum contato e ainda não me contou.

E a negociação com o Ganso? O empresário dele, Giuseppe Dioguardi diz que o jogador não recusou proposta do São Paulo de renovação porque vocês ainda estão conversando. É isso?
Exato. O Pepinho foi jogador aqui no São Paulo. O pai dele, Giuseppe, é meu cardiologista. Somos amigos. Temos uma boa relação institucional. Chegaremos a bom termo. Somos pessoas de boa vontade.

O que o senhor espera do time a partir do clássico contra o Santos neste domingo?
Espero duas coisas: que o time jogue bem e traga o resultado. Está nos faltando isso.
 


Copa Verde: ônibus do Gama (DF) é atacado na estrada com garrafa em chamas
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Luciano Borges

Fotos: site oficial do Gama

Fotos: site oficial do Gama

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“Um atentado”. Foi assim que o técnico Arthur Bernardes definiu o susto que ele e o time do Gama levaram na noite desta quinta-feira, quando retornavam para a cidade do Distrito Federal, depois do empate sem gols com o Vila Nova, no estádio Serra Dourada.

O ônibus da delegação do Gama foi atacado por um torcedor que atirou uma garrafa em chamas e acertou o vidro da parte superior do veículo, já na saída de Goiânia. Os estilhaços atingiram o diretor de futebol, Vílson de Sá, que sofreu cortes com os cacos de vidro.

“Ele feriu o rosto. Alguns cacos bateram no meu rosto também, mas não me cortaram”, falou o treinador de 62, que está voltando ao mercado brasileiro. “A gente já estava na estrada quando um homem, na vala que divide as pistas, atirou a garrafa pegando fogo no alto do ônibus”, contou ao Blog do Boleiro.

O carro ainda balançou porque o motorista levou um susto. Atrás, outro ônibus com torcedores foi atacado por um grupo de jovens que atiraram pedras e chegaram a disparar dois tiros. Ninguém foi atingido. Os agressores fugiram em um carro vermelho.

Os dois ônibus pararam no posto da Polícia Rodoviária, onde os dirigentes do Gama lavraram o Boletim de Ocorrência por “tentativa de homicídio”.

Em campo, o empate sem gols  ocorreu sem incidentes. “Jogamos mais fechados e o Vila Nova, time que vem bem desde o ano passado, é arrumado. Foi um bom resultado”, disse Bernardes.

Este foi o “batismo de fogo” do técnico que retornou da Coreia do Sul, onde dirigiu o Gangwon FC e passou parte dos últimos seis meses com problema de saúde na família. Ele agora retorna tentando se estabelecer no mercado da bola. “Vou mostrando trabalho degrau por degrau”, disse.

Mas neste retorno, Arthur Bernardes notou que os ânimos andam exaltados no Brasil. “A sociedade está carente de justiça e o momento político é atípico. Isso reflete no comportamento da população”, disse.

Diante disso, Arthur Bernardes teme até uma retaliação da torcida do Gama contra os aficionados do Vila Nova. “Se eu fosse o Vila Nova, não traria o torcedor para cá não”, afirmou.

No dia 7 de abril, Gama e Vila Nova se enfrentam no Bezerrão e decidem uma vaga na semifinal da Copa Verde.

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Marinho Peres: como Cruyff explicou a “linha de impedimento” da Holanda 74
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Luciano Borges


1974, dois meses depois do encerramento da Copa do Mundo na Alemanha. O zagueiro Marinho Peres já estava treinando no Barcelona, time onde jogou por uma temporada. E conversava com Johan Cruyff sobre a seleção da Holanda, vice campeã do torneio.

O brasileiro, titular da defesa da seleção brasileira, formando dupla com Luis Pereira, enfrentou a equipe holandesa na semifinal. E ficou amigo do Cruyff, quando os dois jogaram juntos na equipe catalã. “Ele era muito legal. Nos tornamos bons amigos logo. Era um cara apaixonado pelo futebol brasileiro”, contou Marinho, 69 anos.

Tão apaixonado que contou a Marinho Peres porque a Laranja Mecânica (apelido dado ao time holandês de 1974) usou e abusou do recurso da linha de impedimento.

“Ele me explicou que o motivo era simples: os holandeses achavam que seria muito difícil marcar brasileiros e sul-americanos do modo tradicional. Eles achavam que a gente era muito mais habilidosa do que eles. Então bolaram a linha de impedimento para diminuir o espaço e permitir com que pudessem dobrar a marcação nos adversários em um campo de, digamos 30 metros”, disse ao Blog do Boleiro.

Marinho contou que Cruyff foi um dos idealizadores desta forma de marcar. “Hoje, a gente chama esta linha de impedimento de ‘linha burra’, mas naquela época não existiam os recursos de vídeo e a gente demorava para saber como atuavam as equipes de países da Europa. Hoje a gente sabe como sair desta tática, mas naquela época foi uma surpresa”,afirmou.

O ex-zagueiro contou também que em 1979, Cruyff – que estava de passagem pelo Brasil e a caminho da Argentina – apareceu no Palmeiras para cumprimentar o velho amigo. “Você acredita? Ele me pegou du surpresa. O engraçado foi que ele ficou conversando no vestiário e fumando. Eu até disse para ele que não era permitido. Aí foi ele quem ficou surpreso”, falou. 


Romário sobre Cruyff: “Foi o melhor treinador que tive”
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Luciano Borges

O senador Romário, ex-jogador de Cruyff no Barcelona, escreveu no perfil que mantém no Facebook que o holandês – morto nesta quinta-feira aos 68 anos – foi “o melhor treinador” que teve na carreira, além de amigo, ele entendia o fato do artilheiro do futebol brasileiro estar longe de casa e lhe dava folgas a mais.

Leia abaixo:

“Acordamos com a triste notícia da morte do meu amigo holandês Johan Cruyff. Tive o privilégio de tê-lo como treinador quando joguei pelo Barcelona.
Ele foi, sem dúvida, o melhor treinador que tive, seus ensinamentos serão eternos na minha vida.

Costumo dizer que ele me desafiava muito como jogador e eu buscava ganhar sempre! Até porquê, seu objetivo era colher bons resultados para a equipe.

Ele sabia como poucos valorizar e explorar o que cada membro da sua equipe tinha de melhor e ele sabia que minha habilidade era fazer gols.

Ele também era uma pessoa justa. Lembro que eu sofria um pouco pela distância de casa. Naquela época, eu era o único jogador do Barcelona de fora da Europa. Ele, então, me concedia alguns dias a mais de folga para que eu pudesse descansar em casa.

Ele se foi precocemente, mas seu legado para o esporte fica. Hoje o futebol perde um de seus maiores ícones e eu perco um amigo.

Descanse em paz, mestre Cruyff.
Que Papai do Céu conforte a família.”


Para Leão, Cruyff foi um dos “quatro melhores” jogadores que enfrentou
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Luciano Borges

Emerson Leão, 66 anos, se mostrou surpreso ao saber da morte do holandês Johan Cruyff nesta quinta-feira. “Foi um dos quatro maiores jogadores que vi jogar ou enfrentei na carreira. Ele estava no nível de Pelé, Pedro Rocha e Ademir da Guia, que jogaram em alta regularidade”, disse o ex-goleiro e treinador de futebol.

Ele perguntou ao Blog do Boleiro qual a idade de Cruyff. Ao saber que o mentor intelectual do “carrossel holandês”” na Copa de 1974  faleceu aos 68 anos, vítima de um câncer de pulmão, ele comentou: “Era mais velho do que eu, achei que era o contrário. Ele jogou sempre em alto nível”.

Sobra a seleção holandesa que foi vice-campeã do mundo em 1974, na Copa da Alemanha, Leão é mais crítico: “Não era aquele time todo. Tinha um grande ataque, mas a defesa era fraca. Tanto que adotaram aquela linha de impedimento para tentar evitar problemas. E isso foi dito pelos próprios holandeses”, afirmou.

Ele lembrou do confronto entre Brasil e Holanda na semifinal da Copa de 74, quando – entre carrinhos e pontapés, a seleção brasileira chegou a perder duas chances claras de gol no primeiro tempo e foi derrotada no final: 2 a 0. “Eles estavam morrendo de medo da gante. Eu sentia lá no campo. A seleção holandesa foi um time que marcou como se tivesse feito uma revolução no futebol. Mas não foi campeã”, afirmou lembrando que a Alemanha ficou com o título mundial.