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Corinthians: Tite usa método dos “três discursos” para criar padrão de jogo
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Luciano Borges

Na noite desta terça-feira, o zagueiro Valdomiro, da Portuguesa de Desportos, deixou o campo do Itaquerão dizendo que não perdeu para os reservas do Corinthians. “Que reserva? O Corinthians tem esquema de jogo e joga igual com qualquer formação”, falou. Um time compactado, com forte marcação a partir do meio de campo, jogadas ensaiadas em faltas e escanteios, movimentação do ataque com opções de jogadas pelas laterais e pelo meio. O repertório corintiano não é pequeno e tem funcionado logo no início da temporada.

O técnico Tite anda surpreso com o desempenho da equipe. Acha que o acerto é precoce e avisa que o  time ainda vai oscilar neste primeiro semestre. “Não peguem um jogo que foi extraordinário e entendam que aquele ali é o futebol do Corinthians. Não peguem o pior e vejam como a realidade. Peguem a média, botem no liquidificador e aí vão saber. A média disso é o nosso time. O pico de performance foi contra o São Paulo (pela Libertadores), mas não serão todos assim”, completou.

De volta ao clube depois de um ano sabático, Tite retornou ao trabalho no Corinthians e foi impondo algumas novidades táticas que aprendeu no período em que esteve fora.

Para que o jogadores assimilassem as novas orientações, ele usou o método dos “três discursos”. Quando ele quer alguma coisa diferente de um atleta, o treinador primeiro fala. Depois, nos treinos, ele aplica e cobra correção em campo. E, por fim, prepara vídeos para reforçar a mensagem. “Das três, uma fixa na cabeça”, garante o técnico.

Isto vale individualmente e também na formação coletiva. O posicionamento que Tite quer do Corinthians é sempre repetido com estas três mensagens: pessoal, prática e reforço de imagem.

Para isso, é preciso também que os treinamentos tenham a intensidade observada por Tite no Real Madrid. Depois de dois jantares e uma conversa com o técnico Carlo Ancelotti, ele foi convidado para acompanhar dentro do campo como o time madrileno trabalha. “Eles brincam antes, no aquecimento, mas aí é pau dentro”, disse o brasileiro.

Nos primeiros dois meses de jogos, o Corinthians tem mostrado foco em campo. Hoje, ele já está classificado para a fase de mata-mata do Campeonato Paulista. Lidera também o Grupo 2 da Copa Libertadores da América com três vitórias e aproveitamento 100%.

Nesta semana, os alvinegros enfrentam uma maratona de jogos e já venceram dois confrontos em três dias. Nesta quinta-feira, o adversário será o Penapolense, com time considerado titular.

 

 

 


Empresário quer reunião definitiva para decidir futuro de Guerrero no Timão
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Luciano Borges

O empresário Bruno Paiva retornou da Europa nesta terça-feira. Depois de duas semanas em férias e a negócios no Velho Continente, o representante de Paolo Guerrero vai marcar reunião com o presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, para definir a renovação de contrato do atacante peruano. Detalhe: se depender do estafe do jogador, esta conversa será uma só e definitiva. A ideia é evitar desgaste da imagem de Guerrero, que está em alta e se tornou o maior artilheiro estrangeiro a passar pelo time do Parque São Jorge.

A questão é financeira.

Paolo quer luvas e salários considerados proibitivos pelos dirigentes corintianos. Roberto de Andrade tem dito que, na verdade, os valores discutidos na gestão anterior de Mário Gobbi não valem mais. “Vamos partir da estaca zero”, disse. O problema previsto pelo próprio Paiva é o momento financeiro do clube considerado “difícil”. Há uma garantia: ninguém da OTB Sports sondou clubes de fora recentemente. 

O lado de Guerrero conta com o interesse anterior de clubes da Alemanha e Itália. O atacante já descartou sondagens e uma proposta de um time dos Emirados Árabes e outro da China. O momento de mercado é favorável. A demanda pelos gols do peruano anda em alta. E não vale dizer que a cada gol marcado, como o primeiro de Paolo na vitória sobre o Danubio (2 a 1), no Uruguai, na noite desta terça. A avaliação de Paiva é de que ele já é parte da história corintiana, especialmente pelos tentos decisivos no Mundial de Clubes de 2012.

Mas a cada boa apresentação do artilheiro da equipe do técnico Tite, a pressão sobre a diretoria aumenta. O Corinthians é líder do Grupo 2 da Copa Libertadores da América com 100% de aproveitamentoÇ três jogos e três vitórias. O grupo está jogando bem. Perder Guerrero mais à frente, nas fases decisivas do torneio, será uma situação difícil.

O que pode ajudar na negociação é o bom relacionamento de Roberto de Andrade e de Andrés Sanchez, superintendente do Departamento de Futebol, com Bruno Paiva. E também o desejo de Paolo Guerrero em continuar jogando pelo Corinthians.

Com Gobbi no poder, as relações com a OTB Sports – empresa de Bruno Paiva, Fernando Paiva, Marcelo Goldfarb e Marcelo Robalinho – entraram em rota de colisão. Depois de estar tudo acertado entre o gerente de futebol Edu Gaspar e Paiva para a contratação do atacante Dudu, o então presidente vetou o negócio. Os empresários emitiram uma nota garantindo que não falariam mais com a gestão de Mário Gobbi. O jogador foi parar no Palmeiras.

Agora chegou a hora de negociar com Roberto de Andrade. Este encontro será na semana que vem. 


Bombeiros liberam Itaquerão para funcionar por mais quatro meses
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Luciano Borges

O Corpo de Bombeiros de São Paulo emitiu nesta quarta-feira um novo AVCB (Auto de Vistoria) que permite o funcionamento do Itaquerão por um prazo de mais quatro meses. Como a arena corintiana ainda está em obras, foram vistoriados os lugares que têm circulação de público nos dias de jogo. Ficou constatado que as normas de segurança estão sendo cumpridas, com os equipamentos exigidos pelos bombeiros.

Este laudo é emitido provisoriamente porque o Itaquerão ainda está em obras. A permissão é para os locais que são considerados seguros.

A capacidade do estádio continua para 45 mil lugares. O clube está reformando áreas de camarotes que foram desenhados para atender às necessidades e exigências da Fifa durante a Copa do Mundo do ano passado. “Estamos fazendo mudanças para atender nosso projeto de marketing. Assim que as operas terminarem, vamos comercializar os espaços”, disse o presidente do Corinthians, Roberto de Andrade.

Assim que o Mundial terminou, o Corinthians desarmou as arquibancadas provisórias que ficavam atrás dos gols. Além disso, as novas modificações vão atender ao projeto de vendas de tribunas e camarotes de diferentes tamanhos.


São Paulo não quer parcelar multa para ter Pato contra Corinthians
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Luciano Borges

Roberto de Andrade, presidente do Corinthians, disse na noite desta segunda-feira, na Rádio Bandeirantes, que topava parcelar os R$ 5 milhões referentes à multa prevista em contrato para que o São Paulo possa colocar o atacante Alexandre Pato nos jogos entre os dois times. “Se o São Paulo precisar, fazemos em duas ou três vezes”, falou o dirigente corintiano.

O São Paulo não quer e nem precisa. “Nós não queremos gastar dinheiro para o Pato jogar, Nem que o Corinthians faça em mais vezes”, disse Ataíde Gil Guerreiro, vice presidente de futebol tricolor.

Alexandre Pato, artilheiro do time na temporada 2015, joga no São Paulo por empréstimo até o final do ano. Se quiser, o Corinthians pode negociar o atleta com clubes do exterior na janela da metade da temporada. “Vejo com bons olhos. Se aparecer uma boa proposta para o Corinthians e o jogador concordar, podemos fazer negócio”, afirmou Roberto de Andrade.

Por contrato, o São Paulo nada pode fazer para impedir uma possível venda de Pato. Mas torce para que ela não aconteça, porque ainda quer contratar o jogador em definitivo no final de 2015. “Vamos procurar meios para conseguir fazer a contratação”, disse Guerreiro.

 

 

 

 


Jadson ficou porque acha que será campeão da Libertadores
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Luciano Borges

Jadson decidiu ficar e anunciou sua decisão no final da tarde desta terça-feira para Marcelo Robalinho, um dos empresários que cuidam da carreira do jogador. O meia quis ficar no Corinthians, mesmo sem ter ouvido dos dirigentes algum tipo de apelo para que permanecesse. Pesaram a opinião da família, assustada com a possibilidade de morar na China, e, mais importante, a certeza de Jadson de que vai ser campeão este ano jogando como titular da camisa alvinegra.

O jogador foi na contramão da história recente de brasileiros que não resistiram ao apelo do dinheiro oferecido por clubes do futebol da China e do mundo árabe.

Jadson iria ganhar mais do que o dobro do que recebe no Corinthians. Teria participação no valor da transação. O Jiangsu Sainty se mostrou disposto a investir cerca de R$ 16 milhões, pagando a multa rescisória prevista no contrato entre Jadson e Corinthians. 

O clube chinês tinha pressa. A janela de transferência do futebol da China termina na próxima sexta-feira.

O negócio não foi definido antes porque Jadson relutou em dar a decisão final. Eles adiou este momento por três dias. Nesse meio tempo, pesou muito a boa fase que vive no time dirigido pelo técnico Tite. Jadson é titular, vem jogando bem, foi importante na vitória do Corinthians sobre o São Paulo (2 a 0) marcando um gol e dando uma assistência.

Ele ficou porque acha que vai ser campeão da Libertadores.

Na noite da segunda-feira, Jadson viu pela televisão, o volante Elias dizer que ele iria fazer muita falta ao time. Mesmo sem ter sido procurado pelo clube com algum aceno para que ficasse, o armador sentiu: “Agora que o grupo está encaixado, jogando bem, se eu saio e o time perde vão dizer que foi por minha causa”, teria dito mais ou menos assim para as pessoas próximas. Ele não quis prejudicar uma equipe que está vencendo.

Sobrou para os empresários comunicarem ao Jiangsu que Jadson decidiu ficar. Já na tarde de ontem, os dirigentes chineses foram alertados de que o “gato tinha subido no telhado”. Por volta do meio-dia desta quarta-feira na China (meia noite de terça no Brasil), eles receberam a resposta negativa do jogador brasileiro. Ficaram irritados.

Jadson optou pela felicidade. Ele se sente bem no Corinthians. Acha que está jogando em alto nível e que faz parte de um time que pode ser campeão da Libertadores. Para ele o dinheiro não pesou.

Os empresários garantem que não pressionaram Jadson a aceitar a oferta chinesa, mesmo deixando de ganhar uma comissão. O Corinthians anda pensando no dinheiro que deixou de faturar (cerca de R$ 5 milhões), que ajudaria até na renovação do contrato de Paolo Guerrero.

Jadson ficou livre e sozinho para definir o futuro imediato. Ele escolheu o Corinthians, mesmo sem saber se o clube o considera essencial.


Governo de SP estuda criação de Juizado do Torcedor “turbinado”
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Luciano Borges

Paulo Castilho, 47, foi jogador profissional e combate a violência há nove anos Crédito - Blog do Boleiro

Paulo Castilho, 47, foi jogador profissional e combate a violência há nove anos
Crédito – Blog do Boleiro

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre Moraes, tem em mãos uma proposta para formalizar a criação do Juizado do Torcedor que tenha representantes do Judiciário, do Ministério Público e das polícias Militar e Civil.

Na última quinta-feira, em reunião na Secretaria, Moraes ouviu dos promotores públicos Paulo Castilho (JECrim), Roberto Senise (Consumidor) e do juiz Ulisses Augusto Pascolati que somente uma  estrutura articulada com o comando institucional do Estado poderá combater com eficácia a violência das torcidas de futebol.

“Este assunto se tornou uma questão de Estado”, disse Castilho ao Blog do Boleiro. “Este Juizado terá como apurar, afastar, punir e prender os torcedores que provocam conflitos dentro e fora dos estádios. Eles serão tratados criminalmente. E será possível ter o controle do acessos nos estádios e também, o que é importante, o controle da venda dos ingressos”, completou.

Este último item tem um motivo: embora digam que não ajudam as uniformizadas, os dirigentes dos clubes grandes destinam boa parte dos ingressos vendidos – em jogos como visitantes – para estas torcidas.

Na verdade, a criação do Juizado do Torcedor já é prevista em lei. Mas ele nunca funcionou de maneira eficiente porque não centraliza os diversos casos de brigas, conflitos e mortes. “Hoje, estes casos são distribuídos em 31 varas que tem 62 juízes e 124 promotores. Se não concentrarmos em um lugar só, acaba se perdendo eficiência na punição”, justificou Castilho.

O promotor Paulo Castilho cuida da violência no futebol há nove anos. Ele faz parte do Juizado Especial Criminal e já elaborou propostas para se diminuir os conflitos nas arenas e fora delas. É um dos pais da proibição da venda de bebidas alcoólicas e do cadastro de torcedores que hoje é feito pela Federação Paulista de Futebol. Mas ele mesmo admite: estas medidas estão longe de atacar o problema que é, para ele, uma “questão de Estado”.

Blog do Boleiro – Por que este Juizado do Torcedor,  com polícias, juízes e promotores integrados, pode funcionar melhor do que já temos?
Paulo Castilho – Com um juizado especializado, teremos um juiz que sabe, por exemplo, que uma briga de torcida é orquestrada dias antes, não é um fato isolado. Ele vai relacionar a morte em uma rodovia à briga que começou no estádio. E a polícia precisa realizar um serviço de inteligência, com escutas telefônicas, para descobrir quem está levando drogas e armas aos estádios, quem está tramando explodir uma bomba, como se articulam as torcidas violentas.

“AS ORGANIZADAS DEVEM SER TRATADAS COMO ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS”

As torcidas organizadas estão aí há muito tempo. Como elas devem ser tratadas?
Na Alemanha, elas são tratadas como organizações criminosas. E é assim que devemos tratar estas torcidas. Lá como aqui, as uniformizadas se tornam organizadas e se desvirtuaram. Virou uma relação perniciosa porque elas têm integrantes que não são gente boa, nem honestos. A torcida organizada depreda, mata, agride e lincha. O Estado tem que entrar com uma estrutura para proibir e trabalhar em cima destas torcidas como organizações criminosas.

Isso vale para todas?

Vale para quem quiser receber este tratamento. Hoje, algumas uniformizadas não dão o menor trabalho. É o caso da Dragões da Real (São Paulo), da TUP (Palmeiras) e da Sangue Jovem (Santos). Estes torcedores organizados precisam repensar o que querem. Se uma pessoa vai ao jogo e, no caminho para o estádio, agride um torcedor adversário, quebra orelhões na rua, o que a PM vai fazer com ela? Prender e autuar. Aí pergunto: por que não se faz o mesmo com 500 torcedores organizados?

No primeiro jogo entre Corinthians e São Paulo, pela Libertadores, na semana passada, a PM escoltou a torcida do São Paulo.
É isso. A Polícia Militar não pode gastar dinheiro do povo para escoltar torcida. Não é possível se fazer uma operação de guerra para que uma uniformizada não sofra emboscada e nem agrida ninguém. O cavalo está em cima do jóquei.

“NO ALLIANZ PARQUE NÃO DÁ PARA TER TORCIDA VISITANTE”

O senhor e o promotor Roberto Senise tentaram fazer do clássico entre Palmeiras e Corinthinas num jogo de uma só torcida, a do mandante. No final, entraram 1.800 corintianos. Vocês perderam a quebra de braço?
De maneira alguma. Nós temíamos, pelo histórico recente de conflitos entre corintianos e palmeirenses, que houvesse novo episódio de violência. No final, a Polícia Militar entrou em conflito com torcedores do Palmeiras na porta do estádio. Durante o jogo, organizadas do Corinthians brigaram entre elas numa disputa de espaço. E ainda quebraram cadeiras do setor onde ficaram. No Allianz Parque não dá para ter torcida visitante.

Por que?
A arena não tem uma entrada independente para torcida organizada adversária. A entrada prevista para os ônibus dos times fica na Rua Turiassu onde estão uma sede de uniformizada e vários bares lotados de torcedores do Palmeiras. Além disso, não há uma proteção de acrílico de, digamos, um metro de altura, para servir como barreira.

Mas no jogo entre Corinthians e São Paulo, no Itaquerão, tivemos poucas ocorrências.
De uma maneira geral sim. Sabe por quê? A ameaça de clássicos como uma torcida só pesa. Eles estão pensando duas vezes. Mesmo assim, 30 torcedores da Estopim da Fiel de Campinas foram detidos e autuados por porte de armas dentro do ônibus.

No conflito com a PM, os palmeirenses atiraram garrafas de cerveja nos policiais. Ou seja, não se pode consumir bebidas alcoólicas dentro do estádio, mas fora…
É verdade que no entorno dos estádios o torcedor encontra pinga, conhaque e até drogas para consumir. O ideal seria combater este comércio fora do estádios. É possível a venda de cerveja dentro das arenas, antes, no intervalo e depois dos jogos. Hoje, a despesa de uma partida está com os clubes e a receita fica com os bares e os ambulantes. Os clubes poderiam faturar mais. Mas é preciso coibir a venda fora.

Voltando à reunião com o secretário Alexandre Moraes, ele gostou da ideia proposta por vocês?
Ele se mostrou animado e ficou de levar a ideia adiante. O doutor Alexandre é um dos maiores constitucionalistas do país. Ele está chegando agora na secretaria e mostrou vontade de nos ajudar.

Há um prazo determinado para que este Juizado seja criado?
Não há, mas o tempo corre contra a gente. Do jeito que é hoje, estamos enxugando gelo. O Juizado do Torcedor tem que ser posto em prática ontem. Estou nesta luta há nove anos. Eu vou vencer esta batalha. Mas se não der, eu desisto. Estou cansado.

 
 

 

 

 

 

 

 


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