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Destaque do Palmeiras, Dudu troca ovos por gols para os filhos na Páscoa
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Luciano Borges

Dudu deixa o estádio com um ovo de Páscoa pequeno Foto: Blog do Boleiro

Dudu deixa o estádio com um ovo de Páscoa pequeno Foto: Blog do Boleiro

Dudu deixou o vestiário do Palmeiras carregando um ovo de páscoa. Pequeno, embrulhado em papel verde. O clube distribuiu entre os jogadores depois da vitória sobre o Mogi Mirim (3 a 1). O atacante esqueceu de pedir mais um exemplar. Ele tem dois filhos. “Vai ser uma briga. Espero que minha mulher tenha comprado ovos para eles”, disse o jogador de 23 anos. Em seguida, ele emendou: “Mas eu fiz dois gols, um para cada um. Acho que eles vão gostar. Eles ficam felizes quando faço gol”.

Neste domingo, Dudu embarcou cedo para Goiânia, onde a família está há quatro dias. “Lá é minha casa. A Malu levou os meninos. Estou morrendo de saudade dos três”, afirmou. Cauê, de quatro anos, e Pedro Henrique, de dois anos, são apegados ao pai. Para quem costuma vê-los nos jogos do Palmeiras no Allianz Parque pode até dizer que são grudados. Pedro está sempre agarrado em uma das pernas de Dudu enquanto o jogador dá entrevista na zona mista.

O time do Palmeiras conhece os meninos. Depois das partidas, eles ficam batendo bola ou correndo na área de aquecimento do vestiário. “São dois ‘azougues’, sempre correndo”, brinca um dos seguranças. Cauê é mais quieto, parecido com a mãe, mas mesmo assim está sempre provocando o caçula. “O Pedro parece mais comigo. É mais agitado e também gosta de jogar futebol”, conta o pai.

Cauê entrou para a família quando Dudu tinha apenas 18 anos. “Fiquei feliz quando soube que seria pai. Tenho uma grande esposa e isso valeu muito”, disse. Cauê chegou dois anos depois. “A gente nem esperava. Mas foi outra alegria”, contou. O pai atacante diz que adora brincar com os filhos e tem disposição para isso.

“Lá em Goiânia, agora, vamos brincar no quintal da casa da minha sogra. Lá no quintal da avó tem terra, galinhas e a gente se mistura lá na maior farra”, falou ao Blog do Boleiro.

Dudu tem um lado moleque fora e dentro de campo. Até agora, ele ri quando lembra do lance contra o São Paulo em que ele disputou uma bola com o zagueiro tricolor Édson Silva e, no embalo, saiu de campo montado nas costas do colega de profissão. “Ele ficou bravo depois, mas se você ver a imagem percebe que até segurou as minhas pernas antes”, disse.

Para quem gosta de festa, Dudu se deu bem diante do Mogi Mirim. Fez dois gols, deu assistência para Robinho marcar o terceiro e ainda desperdiçou uma chance de fechar a trinca de gols. Foi embora dividindo as atenções com Valdívia, que voltou a jogar depois de quatro meses. “Ele joga muito. Viu como tabelamos?”, comentou Dudu com um segurança antes de pegar o carrinho de golfe e seguir para o estacionamento do estádio.

Dudu passa o domingo em Goiânia e volta para São Paulo com a família nesta segunda-feira. O treino está marcado para às 15h30. Até la, ele pretende aproveitar a companhia dos filhos. “Eu quero ser um grande pai, que vai dar educação para que estes meninos sejam homens de responsabilidade quando crescerem”, falou.

Dudu dá entrevista, Pedro agarra sua perna e Cauâ abraça o irmão Foto: Blog do Boleiro 15-3-2015

Dudu dá entrevista, Pedro agarra sua perna e Cauâ abraça o irmão Foto: Blog do Boleiro 15-3-2015


“Passei do limite”, diz jovem que imitou porco e provocou palmeirenses
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Luciano Borges

Anderson recebia R$ 40 por jogo para vestir o Tigre foto: São Bernardo

Anderson recebia R$ 40 por jogo para vestir o Tigre foto: São Bernardo

A vaga de mascote do São Bernardo está aberta. Desde este domingo, quando o time perdeu para o Palmeiras por 1 a 0, no estádio Primeiro de Maio, o clube do ABC avisou que não conta mais com os serviços do rapaz autônomo que vestia a fantasia do Tigre para animar a torcida. Tudo porque, num momento de empolgação, ele chegou perto da torcida palmeirense e imitou o porco. Imediatamente, foi retirado de campo pelos fiscais e pelo delegado da Federação Paulista de Futebol.

Anderson Carvalho, 22 anos, está desempregado. Era ele o “rapaz autônomo” que foi expulso e vetado para trabalhar nesta função temporária que vinha exercendo há três jogos, faturando R$ 40 reais por vez. Informado pelo Blog do Boleiro que estava “demitido”, ele comentou: “Não vão mesmo deixar eu trabalhar de novo. Se pudesse voltar no tempo, não faria aquilo de novo. Foi errado”, disse.

Ameaçado de rebaixamento, o São Bernardo é o lanterna do Grupo 1 – que tem o São Paulo –  com oito pontos ganhos. Naderrota para o Palmeiras, o clube teve prejuízo: o borderô mostra um balanço negativo de R$ 24.477,87. O público foi pequeno, 6.149 ingressos vendidos. E a turma não andava muito animada. E este foi um dos motivos que motivaram Anderson a imitar o porco: “A torcida estava calada, quis fazer uma graça”.

Ou quase uma desgraça, de acordo com o diretor de marketing Matheus Ferreira, 22 anos. Ele avisou que o clube já está atrás de outra pessoa para encarnar o mascote: “O que ele fez foi totalmente desprovido de noção. É coisa que não se faz. Imagine se a torcida do Palmeiras resolve invadir o gramado”, afirmou.

Por causa da provocação de Anderson, os dirigentes temem que a FPF dê uma punição, provavelmente uma multa. O árbitro Vinicius Furlan não relatou o fato na súmula, o que pode livrar o Tigre de problemas no tribunal.

Anderson concorda com Matheus, mas argumenta que não fez nada com a intenção de provocar os adversários. “Foi no calor do jogo. Achei que seria uma brincadeira saudável e acabei passando do limite”, admitiu. “Imaginei que era uma coisa para brincar. Afinal, os próprios torcedores do Palmeiras gritam ‘Poorco’ durante o jogo. Em momento algum quis provocar. Meus irmãos torcem para o Palmeiras”, falou.

O ex-mascote é torcedor do São Bernardo. “Frequento o estádio. É o time da minha cidade”, reforça. Ele é casado, tem uma filha de cinco anos de idade que se chama Nathaly. Está no terceiro ano do ensino médio. “Tiver que parar quando minha filha nasceu para tentar arrumar dinheiro trabalhando”, disse.

Anderson e Matheus concordam em uma coisa: “Ele não é funcionário do São Bernardo”, afirmou o diretor. “Eu não sou funcionário”, concordou o “rapaz autônomo”.

Por isso, Anderson está disposto a ir ao Tribunal de Justiça Desportiva da FPF se o São Bernardo for denunciado. “O culpado de tudo isso fui eu. Eu tenho que ser julgado, não o clube”.


Palmeiras: Gabriel Jesus segue Messi e diz que “até” gosta de apanhar
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Luciano Borges

Há dez anos, Gabriel Jesus já apanhava dos adversários. A grande promessa de craque do Palmeiras garante que está se acostumando com as entradas violentas quando parte para o drible ou se livra dos marcadores. “Eu tinha sete anos e jogava na rua com os marmanjos mais velhos e eles já batiam duro”, disse o atacante revelado na base palmeirense e que está entrando aos poucos no time titular.

Nesta temporada, o técnico Oswaldo de Oliveira colocou Gabriel durante as partidas contra Bragantino, Santos e XV de Piracicaba. No primeiro, ele entrou aos 26 minutos do segundo tempo, deu um chute perigoso e um passe que deixou Victor Luis em condições de fazer o gol.

Na Vila Belmiro, o jovem jogador entrou no segundo tempo, quando o time  santista vencia por 2 a 1. Logo na primeira jogada, ele se livrou de dois adversários e já levou o tranco do experiente Elano.

No Allianz Parque, no último domingo, Jesus escapou com habilidade e velocidade do lateral Edinei e foi derrubado pelo zagueiro Leonardo. Minutos depois, o armador Toni acertou uma entrada por baixo em Gabriel Jesus. O jogador do S+XV foi expulso. Não gostou, deixou o campo olhando para câmera de televisão dizendo “vergonha, vergonha, vergonha”. “O menino caiu. Eu fui na bola. Mas o cara tem a torcida toda a favor e juiz marca. Se ele deu o cartão naquele lance, deveria dar para todo mundo”, reclamou.

O saldo de Gabriel Jesus nos 37 minutos em que ficou em campo foi: dois chutes a gol, um de fora da área e outro perto da pequena área. “Ali, se eu estivesse na base, eu tentava driblar o zagueiro antes de chutar. Mas como estou começando no time principal eu chutei”, admitiu.

O atacante também correu pelos dois lados do campo, como gosta de fazer. Nas duas partidas em que jogou, ele se apresentou para receber bolas, fazendo gestos com a mão. “Eu gosto de jogar. Eu procuro o jogo. Sempre foi assim. No Sub-17, se fizemos 50 jogos, eu participei de 45”, falou.

Na conta, Gabriel sofreu duas faltas em jogadas individuais. Ele está preparado para encarar marcadores duros e sabe que será um alvo. Afinal, quando entra em campo, é saudado pela torcida como um ídolo pronto. “Eles estão me apoiando. Mas sei que jogador de futebol tem altos e baixos. Por enquanto estou por cima, mas preciso continuar jogando bem”, afirmou ao Blog do Boleiro.

Oswaldo de Oliveira tem elogiado Gabriel pela personalidade do menino. Ela se revela até na hora de escolher o “nome artístico”. “Queriam que eu fosse Gabriel Fernandes, mas eu queria o Jesus”, explicou o atleta que acatou uma sugestão da assessoria de imprensa do Palmeiras e escolheu o número 33 (“a idade de Cristo”) para a camisa.

Perguntado se prevê mais trancos e pontapés pela frente, Gabriel Jesus respondeu que sim. E contou um segredo. “Eu me inspiro no Lionel Messi. Vejo ele jogando na tevê e fico impressionado como ele apanha e levanta indo para o jogo. Eu também quero fazer assim. Estou até gostando de apanhar”, disse em tom de brincadeira.

 


Convocação do Chile é armadilha na relação entre Valdívia e Palmeiras
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Luciano Borges

Valdívia soube que está lista dos jogadores convocados pela seleção Chile nesta terça-feira. O técnico Jorge Sampaoli quer ver o meia nos amistosos com o Irá (dia 26) e Brasil (dia 29). Por isso, enviou à Federação Nacional de Futebol do Chile a lista dos atletas que atuam fora do país. O Palmeiras já foi informado. Maurício Precivalle Galiotte, vice-presidente palmeirense, disse antes do clássico contra o Santos, na Vila Belmiro, que o clube encarou como “uma coisa normal” o chamado da “Roja”: “Ele é importante para a seleção chilena”, falou.

A partir desta quinta-feira começa um novo episódio da novela “Valdívia x Palmeiras”. Afinal, o meia vai se apresentar ao time chileno no dia 23, antes do embarque para a Áustria?

A convocação é uma armadilha. O Blog do Boleiro já contou que existe no clube gente que apostava na volta do Mago somente com a equipe nacional do Chile. Clinicamente, ele está curado e liberado pelo Departamento Médico palmeirense. O trabalho dele agora é físico e já começa a tratar a bola. Se Valdívia aceitar a convocação e se colocar à disposição de Sampaoli, seria melhor que ele jogasse pelo menos contra o São Bernardo, no dia 22. Para a partida contra o XV de Piracicaba, no próximo domingo, o retorno aos gramados é pouco provável.

Valdívia não sente mais dores na coxa esquerda que estava lesionada desde dezembro de 2014. No dia sete daquele mês, ele agravou o problema ao jogar no sacrifício contra o Atlético Paranaense. Na Academia de Futebol, os olhos e as lentes dos jornalistas estão voltados para ele. Valdívia ajeita a bermuda sob a calça? No dia seguinte, o gesto é interpretado como dor na coxa. Para amigos, ele se mostrou incomodado pelo fato de não poder fazer gestos sem que eles sejam motivo de debate sobre sua condição física.

Se viajar com o selecionado do Chile sem ter atuado pelo Palmeiras, Valdívia vai dar munição a quem o critica dentro do Departamento de Futebol. Corre o risco também de se indispor com a torcida que o tem como principal ídolo, mas está vendo o time vencer sem que ele esteja jogando.

O atleta tem sentido cansaço com o trabalho forte de corridas, piques e movimentação que vem fazendo. E anda mais cansado – ou quem sabe, irritado – com os últimos episódios em que se envolveu. Nesta semana, ele trocou farpas via internet com o diretor de futebol Alexandre Matos. 

As arestas estão aparadas porque Matos e Valdívia acabaram se entendendo.

O pai do jogador já se reuniu com o executivo alviverde e as partes abriram o diálogo para tentarem a renovação de contrato. O chileno garante que quer ficar no Palmeiras, que não vai jogar por outro clube brasileiro e que nem sequer ouviu uma proposta de Mattos. O contrato de produtividade não entrou na mesa de negociações. Ainda. Mas o presidente Paulo Nobre lembra que até agora nunca deixou de renovar ou assinar um contrato por causa da “produtividade”. “Não renovei porque o jogador queria ganhar 600 mil e eu só podia pagar 200. Mas nunca por causa desta política”, falou.

Na história entre Valdívia e Palmeiras, o ruído de comunicação tem rendido bons capítulos. O jogador deixou o Departamento Médico e passou para as mãos dos preparadores físicos. Em nenhum momento, o clube informou prazo e tipo de trabalho que está sendo feito para colocar o meia em campo. Matos e Valdívia falaram sem terem conversado uma vez sequer sobre o tema em discussão: renovação de contrato.

Sem falar que até jogadores do elenco acham que Valdívia vai embora mesmo em agosto, quando o contrato acaba. Valdívia não deu nenhuma declaração a respeito, mas ajuda quando coloca nas redes sociais uma foto de uma caneca com o nome do Rio de Janeiro escrito nela.

Os próximos desdobramentos começam nesta quinta-feira.


Diretor de futebol diz que Palmeiras não pode ser refém de Valdívia
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Luciano Borges

O torcedor e os jornalistas estão mais ansiosos em saber se Valdívia vai renovar contrato com o Palmeiras do que o próprio Palmeiras.Esta é a opinião de Alexandre Mattos, diretor de futebol, que deixa claro: “O Palmeiras não pode virar refém de uma pessoa”.

O contrato do jogador chileno vence em agosto. Ele pode assinar pré-contrato com outra equipe, mas disse antes e repetiu hoje para alguns amigos que pretende assinar novo compromisso e que no Brasil só jogaria pelo Palmeiras.

Mattos pareceu incomodado com as frequentes perguntas se ele já renovou ou não com o atleta. “Ele pertence ao clube até agosto e vai jogar. Se um dia acertarmos a renovação, ele vai permanecer”, reforçou. Mas admite que é procurado sempre para falar do assunto. “Se a gente ganhar de 5 a 0 do Internacional de Porto Alegre, as pessoas perguntam em seguida se o Valdívia vai renovar com o Palmeiras”.

Alexandre deixou no ar também que o caso Valdívia não é de vida ou morte. “Nossa missão é montar um time competitivo. Repito que ninguém é maior do que a instituição Palmeiras. Se acertarmos financeiramente e entrarmos em acordo com o Valkdívia, então vamos renovar”, falou.

Nesta segunda-feira, o pai do meia palmeirense – Luis Valdivia – deixou um recado na secretaria eletrônica do celular de Mattos avisando que está em São Paulo e gostaria de falar com ele. “Eu vi a mensagem. Vamos conversar”, falou. Mas a julgar pelas declarações do executivo, não se trata de uma situação urgente. “Nossa preocupação agora é que ele retorne logo à ativa”, falou.

 


Elefantes, coreografia e treino no exército: a vida de Diogo na Tailândia
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Luciano Borges

Diogo já conheceu elefantes e seus espirros Foto: arquivo pessoal

Diogo já conheceu elefantes e seus espirros Foto: arquivo pessoal

Dançar para a torcida na apresentação. Jantar com um elefante espirrando logo atrás na janela. Treinar com o exército em batalhas de “paintball”. Para o atacante Diogo, jogar na Tailândia está se tornando uma experiência e tanto. Contratado pelo Buriram United, time do interior do país, o ex-palmeirense encontrou futebol e cultura diferentes das que já conhecia. Aos 28 anos, Diogo forma dupla de ataque da equipe tailandesa com outro brasileiro, Macena, e está mostrando serviço. Em seis partidas, marcou três gols e deu duas assistências. “Jogo mais solto na frente”, disse ao Blog do Boleiro em entrevista nesta segunda-feira.

Diogo está na Tailândia há dois meses. Mora numa casa em um condomínio onde o filho Enzo, de quatro anos, é convidado para jogar futebol na rua. “Outro dia, tivemos um probleminha com o chuveiro e usamos a mangueira no gramado. Isso me lembrou a minha infância na zona sul”, disse o atleta que é paulistano. A mulher dele, Natália, é quem cuida da casa e da comida. A adaptação está sendo rápida, segundo o jogador. “Ele têm arroz, carne, frango. Nesta semana, comi carne de panela. E estava muito gostosa”, afirmou.

Em campo, Diogo é dirigido pelo treinador brasileiro Alexandre Gama. O time conquistou a Supercopa da Tailândia, no mês passado, depois de vencer o Bangkok Glass por um a zero, gol do brasileiro. Na Liga da Tailândia, o time ocupa a décima colocação com dois empates e uma vitória em três jogos. Já na Copa da Ásia, o Buriram, clube do político e ex-ministro Newin Chidchob desde 2009, lidera o grupo F com seis pontos, depois de derrotar o Seongnam (Coreia do Sul) por 2 a 1 e o Guangzhou R&F (China) por 2 a 1.

Na carreira, Diogo acumula a experiência de ter jogado no Olympiacos da Grécia. A melhor fase da carreira iniciada na Portuguesa de Desportos foi nos campos gregos. Ele disputou 80 partidas e anotou 23 gols. O contrato com o Buriram dura duas temporadas e o brasileiro nem pensa ainda no próximo passo. Está feliz na Tailândia, um país que tem lá suas surpresas.

Blog do Boleiro – Quais as diferenças que você notou chegando aí na Tailândia?
Diogo – Bom, logo que eu cheguei e me apresentei, isso era na véspera do ano novo, o treinador disse para mim: “Vai lá no centro de treinamento do clube, toma um banho e participá do ensaios das danças”. Eu disse: “O quê?”. O Akexandre explicou: “É, você vai ter que dançar para a torcida na apresentação doo time”. Beleza, cheguei lá e tinha até um coreógrafo que ensaiou os passos de duas danças. Uma era tradicional tailandesa e outra era para aquela música  coreana, “Gangnam Style”. E o time teve que dançar.

Para quem?
Para a torcida. Na hora eu estranhei, mas depois foi legal. Tinha muita gente, muita gente mesmo (a estimativa é de 80 mil torcedores). Eu comecei a dar risada. Eu e o Macena, outro brasileiro que joga comigo. Se ficasse parado ia ser pior. Então dançamos.

E teve mais?
Ah teve. Ganhamos um dia de folga na pré-temporada e na volta o Alexandre avisou que íamos fazer um trabalho de integração porque o elenco mudou muito, tinha vários novos atletas. O treinamento era legal. A gente foi a um local do exército tailandês e fizemos várias atividades deles, quase como uma gincana. Fomos divididos em três equipes e competíamos uma contra as outras. No primeiro dia teve uma prova com canoa no rio onde cada um tinha uma função, um empurrava, outro remava e assim foi. Eu gostei do último dia quando tivemos uma batalha de “paintball”. O nome desta integração é Ice Breaker (Quebrador de Gelo).

E você já experimentou a comida tailandesa?
Então, teve uma noite que a Natália ainda não estava aqui e fui jantar com o Macena. Até nosso treinador estava no restaurante. O Macena tem um espirro esquisito e eu brinco com ele. Aí, de repente, escuto um espirro alto atrás de mim e ainda mexi com o Macena. Só que era um elefante filhinho que estava na janela. Acredita? Troquei o Macena por um elefante. Algumas pessoas levam este elefantes para tirar fotos com turistas e ganhar um dinheiro. Mas o barulho do espirrou dele é igual ao do Macena.

Já a comida…
Eu nunca tinha experimentado antes de vir para cá. Muita gente não gosta porque ela é muito apimentada. Eu gostei. Também porque tem o arroz, o frango, tudo com pimenta. Mas como lá em casa quem cozinha é a Natália, a gente come mais comida brasileira.

Diogo com cara pintada em batalha de paintball Foto: Buriram United

Diogo com cara pintada em batalha de paintball Foto: Buriram United

O Macena já é seu parceiro?
Ele chegou depois de mim. É um amigo que estou fazendo. A gente está se ajudando.

Como você se comunica com os colegas de time?
Eu falo um pouco de inglês e estou prendendo as besteiras em tailandês. Você sabe que a primeira coisa que a gente aprende em outro país é a falar as besteiras. Mas o time tem um zagueiro venezuelano, o Andrés Tuñez,  e outro espanhol (David Rochela). Dá para entender.

Você vem fazendo gols e dando assistências. No Palmeiras, você marcou apenas uma vez em 34 jogos. O que mudou?
No Palmeiras, eu me sacrificava bastante na marcação e era mais difícil chegar perto do gol. Aqui, o time atua com três zagueiros, dois alas, dois volantes, um armador e dois atacantes, eu e o Macena. A gente reveza na hora de sair para o lado ou quando eu, por exemplo, venho buscar a bola. Os gols estão saindo.

Então está fácil jogar na Tailândia.
Está difícil. Quando vim para cá imaginei que a qualidade do futebol aqui seria muito inferior ao que eu estava acostumado. A verdade é que não tem o mesmo nível do Campeonato Brasileiro, mas é muito competitivo. Na Liga dos Campeões da Ásia, encaramos times fortes como o Seongnam e o Guangzhou. Tem ainda o Gamba Ozaka, do Japão. Nas três primeiras rodadas aqui pegamos clássicos como, por exemplo, contra um time de Bangkok que é forte. E estamos jogando como no Brasil, todo sábado e quarta-feira. Viajamos muito. Na pré-temporada, tivemos treinos em dois períodos todos os dias. É bem puxado.

A família passeia enquanto isso?
Quando estou em casa, a gente sai para jantar, para brincar com o Enzo no parque. É tranquilo. Outro dia, a Natália e o Enzo fora até Bangkok e conheceram um lugar onde se faz passeios com elefantes e tem também um passeio dos tigres, onde dá para dar mamadeira para filhotes. Isso é coisa que eu já não teria coragem de fazer, mas a Natália e o Enzo fizeram.

Neste pouco tempo, você já é parado parado nas ruas?
Os torcedores conhecem. Em geral, eles chegam e fazem um cumprimento com as mãos juntas, como se estivessem rezando. Ele pedem autógrafos, às vezes uma foto. Uma coisa: eu nunca vi um tailandês de cara amarrada. Eles são muito sorridentes.

Buriran United venceu o Bangkok na final da Supercopa da Tailândia Foto: Buriran United

Buriran United venceu o Bangkok na final da Supercopa da Tailândia Foto: Buriran United


Problemas na volta do Palmeiras atrapalham festa de 26 anos de Cristaldo
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Luciano Borges

Cristaldo viu o bolo de aniversário no dia seguinte do aniversário

Cristaldo viu o bolo de aniversário no dia seguinte do aniversário

A volta complicada do Palmeiras na noite desta quinta-feira acabou atrapalhando a festa de aniversário de Cristaldo. O atacante argentino passou o dia de aniversários, 26, tentando retornar a São Paulo com o resto do time. O vôo de Vitória da Conquista não chegou até o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos. O mau tempo fez com que o avião aterrizasse em Ribeirão Preto, a 319 quilômetros de São Paulo. Como as condições climáticas não melhoraram, o jeito foi fazer o resto da viagem de ônibus, num trajeto que levou cerca de quatro horas. A delegação palmeirins chegou ao CT na Barra Funda pouco mais da meia noite.

A esposa de Cristaldo, Morelita, tinha preparado a festa de aniversário no prédio onde o casal mora. Os colegas argentinos do time estavam convidados assim como amigos que vieram da Argentina e estiveram na Academia de Futebol nesta semana. O bolo foi feito sob encomenda. Mas o festejo foi adiado, os convidados avisados e a comemoração ficou restrita a duas pessoas: o atacante palmeirense e “mi amor”, como Cristaldo chama Morelita.

Nesta sexta-feira, a dupla publicou fotos nas redes sociais. Primeiro, Morelita postou foto dela e uma amiga usando óculos verdes e escreveu “esperando…”. Depois, outro clique com o bolo perguntando “o que fazemos com a torta (bolo)?”. Mais tarde, por volta das 14 horas de hoje, Cristaldo publicou foto no perfil dele com o bola e a mulher. O texto era este: “Gostaria de agradecer a todos pelas mensagens e o carinho que recebi de vcs ontem pelo meu aniversário. Quero agradecer em especial meu amor, e meus amigos por esse momento tão especial para mim”.

A turma foi convidada para uma nova celebração neste sábado à noite, depois da partida entre Palmeiras e Bragantino, no Allianz Parque.

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Governo de SP estuda criação de Juizado do Torcedor “turbinado”
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Luciano Borges

Paulo Castilho, 47, foi jogador profissional e combate a violência há nove anos Crédito - Blog do Boleiro

Paulo Castilho, 47, foi jogador profissional e combate a violência há nove anos
Crédito – Blog do Boleiro

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre Moraes, tem em mãos uma proposta para formalizar a criação do Juizado do Torcedor que tenha representantes do Judiciário, do Ministério Público e das polícias Militar e Civil.

Na última quinta-feira, em reunião na Secretaria, Moraes ouviu dos promotores públicos Paulo Castilho (JECrim), Roberto Senise (Consumidor) e do juiz Ulisses Augusto Pascolati que somente uma  estrutura articulada com o comando institucional do Estado poderá combater com eficácia a violência das torcidas de futebol.

“Este assunto se tornou uma questão de Estado”, disse Castilho ao Blog do Boleiro. “Este Juizado terá como apurar, afastar, punir e prender os torcedores que provocam conflitos dentro e fora dos estádios. Eles serão tratados criminalmente. E será possível ter o controle do acessos nos estádios e também, o que é importante, o controle da venda dos ingressos”, completou.

Este último item tem um motivo: embora digam que não ajudam as uniformizadas, os dirigentes dos clubes grandes destinam boa parte dos ingressos vendidos – em jogos como visitantes – para estas torcidas.

Na verdade, a criação do Juizado do Torcedor já é prevista em lei. Mas ele nunca funcionou de maneira eficiente porque não centraliza os diversos casos de brigas, conflitos e mortes. “Hoje, estes casos são distribuídos em 31 varas que tem 62 juízes e 124 promotores. Se não concentrarmos em um lugar só, acaba se perdendo eficiência na punição”, justificou Castilho.

O promotor Paulo Castilho cuida da violência no futebol há nove anos. Ele faz parte do Juizado Especial Criminal e já elaborou propostas para se diminuir os conflitos nas arenas e fora delas. É um dos pais da proibição da venda de bebidas alcoólicas e do cadastro de torcedores que hoje é feito pela Federação Paulista de Futebol. Mas ele mesmo admite: estas medidas estão longe de atacar o problema que é, para ele, uma “questão de Estado”.

Blog do Boleiro – Por que este Juizado do Torcedor,  com polícias, juízes e promotores integrados, pode funcionar melhor do que já temos?
Paulo Castilho – Com um juizado especializado, teremos um juiz que sabe, por exemplo, que uma briga de torcida é orquestrada dias antes, não é um fato isolado. Ele vai relacionar a morte em uma rodovia à briga que começou no estádio. E a polícia precisa realizar um serviço de inteligência, com escutas telefônicas, para descobrir quem está levando drogas e armas aos estádios, quem está tramando explodir uma bomba, como se articulam as torcidas violentas.

“AS ORGANIZADAS DEVEM SER TRATADAS COMO ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS”

As torcidas organizadas estão aí há muito tempo. Como elas devem ser tratadas?
Na Alemanha, elas são tratadas como organizações criminosas. E é assim que devemos tratar estas torcidas. Lá como aqui, as uniformizadas se tornam organizadas e se desvirtuaram. Virou uma relação perniciosa porque elas têm integrantes que não são gente boa, nem honestos. A torcida organizada depreda, mata, agride e lincha. O Estado tem que entrar com uma estrutura para proibir e trabalhar em cima destas torcidas como organizações criminosas.

Isso vale para todas?

Vale para quem quiser receber este tratamento. Hoje, algumas uniformizadas não dão o menor trabalho. É o caso da Dragões da Real (São Paulo), da TUP (Palmeiras) e da Sangue Jovem (Santos). Estes torcedores organizados precisam repensar o que querem. Se uma pessoa vai ao jogo e, no caminho para o estádio, agride um torcedor adversário, quebra orelhões na rua, o que a PM vai fazer com ela? Prender e autuar. Aí pergunto: por que não se faz o mesmo com 500 torcedores organizados?

No primeiro jogo entre Corinthians e São Paulo, pela Libertadores, na semana passada, a PM escoltou a torcida do São Paulo.
É isso. A Polícia Militar não pode gastar dinheiro do povo para escoltar torcida. Não é possível se fazer uma operação de guerra para que uma uniformizada não sofra emboscada e nem agrida ninguém. O cavalo está em cima do jóquei.

“NO ALLIANZ PARQUE NÃO DÁ PARA TER TORCIDA VISITANTE”

O senhor e o promotor Roberto Senise tentaram fazer do clássico entre Palmeiras e Corinthinas num jogo de uma só torcida, a do mandante. No final, entraram 1.800 corintianos. Vocês perderam a quebra de braço?
De maneira alguma. Nós temíamos, pelo histórico recente de conflitos entre corintianos e palmeirenses, que houvesse novo episódio de violência. No final, a Polícia Militar entrou em conflito com torcedores do Palmeiras na porta do estádio. Durante o jogo, organizadas do Corinthians brigaram entre elas numa disputa de espaço. E ainda quebraram cadeiras do setor onde ficaram. No Allianz Parque não dá para ter torcida visitante.

Por que?
A arena não tem uma entrada independente para torcida organizada adversária. A entrada prevista para os ônibus dos times fica na Rua Turiassu onde estão uma sede de uniformizada e vários bares lotados de torcedores do Palmeiras. Além disso, não há uma proteção de acrílico de, digamos, um metro de altura, para servir como barreira.

Mas no jogo entre Corinthians e São Paulo, no Itaquerão, tivemos poucas ocorrências.
De uma maneira geral sim. Sabe por quê? A ameaça de clássicos como uma torcida só pesa. Eles estão pensando duas vezes. Mesmo assim, 30 torcedores da Estopim da Fiel de Campinas foram detidos e autuados por porte de armas dentro do ônibus.

No conflito com a PM, os palmeirenses atiraram garrafas de cerveja nos policiais. Ou seja, não se pode consumir bebidas alcoólicas dentro do estádio, mas fora…
É verdade que no entorno dos estádios o torcedor encontra pinga, conhaque e até drogas para consumir. O ideal seria combater este comércio fora do estádios. É possível a venda de cerveja dentro das arenas, antes, no intervalo e depois dos jogos. Hoje, a despesa de uma partida está com os clubes e a receita fica com os bares e os ambulantes. Os clubes poderiam faturar mais. Mas é preciso coibir a venda fora.

Voltando à reunião com o secretário Alexandre Moraes, ele gostou da ideia proposta por vocês?
Ele se mostrou animado e ficou de levar a ideia adiante. O doutor Alexandre é um dos maiores constitucionalistas do país. Ele está chegando agora na secretaria e mostrou vontade de nos ajudar.

Há um prazo determinado para que este Juizado seja criado?
Não há, mas o tempo corre contra a gente. Do jeito que é hoje, estamos enxugando gelo. O Juizado do Torcedor tem que ser posto em prática ontem. Estou nesta luta há nove anos. Eu vou vencer esta batalha. Mas se não der, eu desisto. Estou cansado.

 
 

 

 

 

 

 

 


Pablo Mouche manda vídeos para mostrar tratamento no joelho na Argentina
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Luciano Borges

Uma vez por semana, o Departamento Médico do Palmeiras recebe por e-mail fotos e vídeos mandados pelo atacante Pablo Mouche. O material registra o que o jogador argentino está fazendo na recuperação da cirurgia no joelho direito (ruptura do ligamento cruzado anterior)  realizada no mês passado.

Mouche combinou com os médicos do Palmeiras e com o cirurgião Gilberto Camanho que seguiria o protocolo de recuperação estabelecido por eles. Em Buenos Aires, onde alugou uma casa, o jogador faz três sessões diárias de fisioterapia, na clínica de Leonardo Garcia,  profissional que já trabalhou com a seleção argentina.

A volta de Pablo Mouche ao futebol deve demorar ainda seis meses. O atacante tem dito que está melhorando mais rápido do que esperava. Na próxima semana, ele retorna ao Brasil e vai trabalhar na Academia de Futebol. O combinado é de que o atleta irá alternar períodos no Brasil e Argentina.

Os vídeos e as fotos criaram um clima de segurança entre os médicos palmeirenses. “Ele é um cara sério”, disse um deles ao Blog do Boleiro.

Afinal, desde dezembro do ano passado, o meia Valdívia – estrela da companhia – ainda se recupera de uma lesão na coxa. Os exames mais recentes indicaram que o edema praticamente sumiu. O atleta ainda se queixa de dores. Neste Carnaval, o chileno foi até Salvador ver a festa de perto, devidamente autorizado pelo executivo de futebol Alexandre Matos.

Mesmo assim, a previsão de que Valdívia estaria em campo no final do mês, provavelmente na partida contra o Capivariano (dia 28) já não vale mais. O caso ainda vai se arrastar. Há quem diga no Palmeiras que Valdívia parece mais interessado em chegar inteiro na seleção chilena quando ela disputar a Copa América no Chile.

 


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