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“Passei do limite”, diz jovem que imitou porco e provocou palmeirenses
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Luciano Borges

Anderson recebia R$ 40 por jogo para vestir o Tigre foto: São Bernardo

Anderson recebia R$ 40 por jogo para vestir o Tigre foto: São Bernardo

A vaga de mascote do São Bernardo está aberta. Desde este domingo, quando o time perdeu para o Palmeiras por 1 a 0, no estádio Primeiro de Maio, o clube do ABC avisou que não conta mais com os serviços do rapaz autônomo que vestia a fantasia do Tigre para animar a torcida. Tudo porque, num momento de empolgação, ele chegou perto da torcida palmeirense e imitou o porco. Imediatamente, foi retirado de campo pelos fiscais e pelo delegado da Federação Paulista de Futebol.

Anderson Carvalho, 22 anos, está desempregado. Era ele o “rapaz autônomo” que foi expulso e vetado para trabalhar nesta função temporária que vinha exercendo há três jogos, faturando R$ 40 reais por vez. Informado pelo Blog do Boleiro que estava “demitido”, ele comentou: “Não vão mesmo deixar eu trabalhar de novo. Se pudesse voltar no tempo, não faria aquilo de novo. Foi errado”, disse.

Ameaçado de rebaixamento, o São Bernardo é o lanterna do Grupo 1 – que tem o São Paulo –  com oito pontos ganhos. Naderrota para o Palmeiras, o clube teve prejuízo: o borderô mostra um balanço negativo de R$ 24.477,87. O público foi pequeno, 6.149 ingressos vendidos. E a turma não andava muito animada. E este foi um dos motivos que motivaram Anderson a imitar o porco: “A torcida estava calada, quis fazer uma graça”.

Ou quase uma desgraça, de acordo com o diretor de marketing Matheus Ferreira, 22 anos. Ele avisou que o clube já está atrás de outra pessoa para encarnar o mascote: “O que ele fez foi totalmente desprovido de noção. É coisa que não se faz. Imagine se a torcida do Palmeiras resolve invadir o gramado”, afirmou.

Por causa da provocação de Anderson, os dirigentes temem que a FPF dê uma punição, provavelmente uma multa. O árbitro Vinicius Furlan não relatou o fato na súmula, o que pode livrar o Tigre de problemas no tribunal.

Anderson concorda com Matheus, mas argumenta que não fez nada com a intenção de provocar os adversários. “Foi no calor do jogo. Achei que seria uma brincadeira saudável e acabei passando do limite”, admitiu. “Imaginei que era uma coisa para brincar. Afinal, os próprios torcedores do Palmeiras gritam ‘Poorco’ durante o jogo. Em momento algum quis provocar. Meus irmãos torcem para o Palmeiras”, falou.

O ex-mascote é torcedor do São Bernardo. “Frequento o estádio. É o time da minha cidade”, reforça. Ele é casado, tem uma filha de cinco anos de idade que se chama Nathaly. Está no terceiro ano do ensino médio. “Tiver que parar quando minha filha nasceu para tentar arrumar dinheiro trabalhando”, disse.

Anderson e Matheus concordam em uma coisa: “Ele não é funcionário do São Bernardo”, afirmou o diretor. “Eu não sou funcionário”, concordou o “rapaz autônomo”.

Por isso, Anderson está disposto a ir ao Tribunal de Justiça Desportiva da FPF se o São Bernardo for denunciado. “O culpado de tudo isso fui eu. Eu tenho que ser julgado, não o clube”.


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