Após vencer Del Nero, vice de SC diz estar apto até para governar o Brasil
Luciano Borges
Delfim Pádua Peixoto Filho, presidente da Federação Catarinense de Futebol, continua sendo o primeiro nome da sucessão a Marco Polo Del Nero, na presidência da CBF. Para isso, ele fez um trabalho político que derrubou a intenção do atual mandatário da Confederação em mudar a regra de sucessão. Foi uma vitória de articulação nos bastidores.
“Esse tema sequer foi colocado em votação. O Marco Polo soube ontem à noite que eu tinha 17 federações a meu favor e ele iria perder”, disse Delfim, 74 anos, que comanda a FCF desde 1985.
Enquanto José Maria Marin, ex-presidente da Confederação, estiver preso na Suíça e afastado da CBF, o dirigente catarinense é o primeiro na linha de sucessão da entidade. O estatuto diz que, em caso de renúncia do presidente, quem assume o cargo é o vice mais velho.
Del Nero queria mudar esta regra. Mas nem tentou colocar o tema em votação. “Ele achou que eu não iria conseguir o apoio dos companheiros”, disse o advogado aposentado. “Eu sempre briguei pelo direito. Essa é a razão da minha vida. Por isso quero a manutenção do artigo que está em vigor. Num próximo mandato, podemos rever, mas não se pode mudar a regra com o jogo andando”, disse Delfim.
Ele repetiu a declaração que deu ao UOL logo depois da prisão de Marin e seis outros dirigentes da Fifa, acusados pelo FBI norte-americano de corrupção.
Delfim Peixoto garante estar preparado para suceder Marco Polo Del Nero, se for preciso. “Não anseio isso. Minha vontade é continuar meu mandato na FCF. Mas estou preparado. Fui político por 20 anos, tenho uma carreira acadêmica. Logicamente que estou preparado. Estou preparado para ser Presidente da República. Se o Lula foi, porque não posso ser?”, disse.
Na reunião desta quinta-feira na CBF, Marco Polo Del Nero voltou a discursar para os presidentes de federações, garantindo que nada tem a ver com as acusações feitas contra Marin. O dirigente da FCF, diz que acredita até que se prove em contrário. “Ele sabe se é inocente. Eu não”, disse. “José Maria Marin também é inocente até que se apresente provas”, completou.