Blog do Boleiro

Paulo Silas quer trabalhar na Argentina: “Caminho mais rápido para Europa”

Luciano Borges

Silas com Gallego Gonzalez (esq), Ruggeri e Manusovich Foto: Arquivo Pessoal

Silas com Gallego Gonzalez (esq), Ruggeri e Manusovich Foto: Arquivo Pessoal

Paulo Silas, 49, quer trabalhar na Argentina. Enquanto aguarda proposta de clubes do Brasil, o ex-jogador e atual treinador de futebol pretende fazer estágios em clubes argentinos. Motivo: ''Ali é um caminho mais rápido para a Europa'', disse ao Blog do Boleiro. A ideia é entender como os treinadores argentinos trabalham hoje em dia. ''Quero entender como os clubes são organizados fora e dentro de campo. Taticamente, quero ver o que os técnicos fazem, se trabalham visando a Europa'', explicou.

Essa projeto começou quando o vice-presidente do San Lorenzo, Marcelo Tinelli, conversou com Silas no último final de semana em Buenos Aires. ''Você faz parte do passado e do presente do clube. Agora falta fazer parte do futuro'', disse o dirigente que é forte candidato a presidente da AFA (Associação de Futebol da Argentina).  Uma passagem de aprendizado no clube é a primeira opção. Silas é ídolo do time do Papa Francisco, o argentino Jorge Bergoglio. Jogou no San Lorenzo de 1994 a 1998. Foi campeão argentino em 1995.

No último final de semana, ele participou de um jogo-festa para comemorar a conquista de 1995. No estádio Nuevo Gasômetro, Silas jogou ao lado de veteranos daquela campanha como Oscar Ruggeri, Gallego Gonzales e Damian Manusovich. Os campeões de dez anos atrás encararam uma seleção de ex-jogadores no primeiro tempo. No segundo, o San Lorenzo colocou garotos do Sub-15. Foi quando Silas pediu para sair. ''Eu já tinha feito um gol e nós ganhamos por 4 a 3. Chegou no segundo tempo eu perguntei para um menino: 'Quantos anos você tem?''. Ele respondeu: '15 anos''. Ah, eu pedi para sair'',contou.

Silas em 1995 com Diego Maradona

Silas em 1995 com Diego Maradona

Silas é ídolo do San Lorenzo. Fala espanhol com fluência. Quer aprender com os treinadores da Argentina. ''Quero ir a um clube como, por exemplo, o Argentino Juniors e acompanhar por uns 10 dias a rotina de trabalho deles'', falou. O treinador já fez algo semelhante no Real Madrid, na época em que Kaká jogava por lá. ''O Manuel Pellegrini foi muito bacana comigo. Pude acompanhar o trabalho dele de perto. Não fui fazer foto não'', contou em tom brincalhão.

Nesta temporada, Paulo Silas dirigiu o Ceará. Foi campeão da Copa do Nordeste. Na Série B do Brasileiro, o time – que perdeu oito titulares – anda mal das pernas. Por isso, depois da partida contra o oeste, ele foi demitido. Passou duas semanas em Campinas, cuidando do casamento do filho mais velho Nathan, 25, volante do time do Al Jeish, do Catar.

Aliás, entre 2011 e 2012, Silas foi treinador de duas equipes daquele país, Al Arabi e Al Gharafa. Quando dirigia este último, orientou o time num amistoso contra o Al Jeish e se viu torcendo para que o filho fizesse um gol contra a equipe dele. ''Esse negócio de pai enfrentar o filho é fogo. Teve um momento em que o Natahan apareceu livre na área e perdeu o gol. Eu me peguei torcendo para que ele fizesse o gol. A gente estava vencendo por 3 a 1 mesmo.'', disse. Nathan já pode conseguir o passaporte catariano e pensa em disputar uma Copa do Mundo pela seleção do país organizador da Copa do Mundo de 2022.

Silas tem outro filho, Calebe, de 18 anos, que é meia do Bragantino. Ele é um dos motivos para que o técnico queira trabalhar na Argentina ou continuar no Brasil. Aqui, ele foi sondado pelo Mogi Mirim e Bragantino. Não aceitou. Quer esperar por um trabalho numa equipe da Série A. Enquanto isso, tem um empresário amigo que está fazendo contatos na Argentina.

Fotos: Blog do Boleiro

Fotos: Blog do Boleiro