Kalil diz que assembleia da CBF é ‘ilegal’; CEO da Liga conversa com tevês
Luciano Borges
Alexandre Kalil, CEO da Liga Rio-Sul-Minas (Primeira Liga), vai acelerar as negociações com emissoras de televisão, operadoras de internet, provedores e patrocinadores em potencial que estejam interessados em investir no torneio marcado para começar no dia 27 de janeiro de 2016. ''Agora a bola está com ele'', disse Delfim Peixoto Filho, presidente da Federação Catarinense, um dos dirigentes que apoia a iniciativa dos clubes envolvidos na nova competição do futebol brasileiro.
Nesta terça-feira, a CBF avalizou a realização do evento, depois de uma Assembleia Geral que contou apenas com as federações estaduais. Este aval, que Kalil diz ser inútil, dá o caráter oficial da Liga. O presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares afirmou ao Blog do Boleiro que agora Kalil pode ir ao mercado captar recursos com um evento oficial. ''Vamos atrás dos patrocinadores'', disse o dirigente cruzeirense.
Kalil revelou que vai se reunir com uma emissora de televisão interessada ainda na noite desta quarta-feira. Disse também que duas empresas estão engatilhadas para patrocinar as placas (publicidade estática) nos estádios onde serão disputados os jogos da Primeira Liga.
Em entrevista ao Blog do Boleiro, Kalil falou sobre as próximas ações e criticou a CBF por organizar uma assembleia taxada por ele de ''irregular e ilegal''.
Blog do Boleiro – Hoje, os dirigentes dos clubes da Primeira Liga disseram que 'agora é com o Kalil'.
Alexandre Kalil – Exatamente. Já estamos agendando reuniões até o final desta semana com parceiros em potencial. Estamos trabalhando para atrair recursos.
Como estão as conversas com as emissoras de televisão?
Hoje à noite vou jantar com uma delas para conversar. Desde que divulgamos a tabela dos jogos e o regulamento, agora podemos falar com mais detalhes, inclusive financeiros.
Quais emissoras mostraram interesse?
A Globo, a ESPN. o Esporte Interativo e a Record.
A Globo fez proposta?
Quando formalizamos a criação da Primeira Liga, o Marcelo (Campos Pinto, da Globo Esportes) telefonou para me cumprimentar e disse que a Globo sempre está interessa num evento esportivo. Nada mais do que isso. Não falamos nada comercialmente.
Quais plataformas vocês estão vendendo?
Estamos conversando e marcando reuniões para várias possibilidades: internet, internet internacional, publicidade nas placas nos estádios, tevê aberta e tevê fechada. Estamos trabalhando. Não vamos enriquecer. Estamos vendendo o torneio no ´primeiro ano com apenas cinco datas. Queremos fazer um ótimo evento em 2016 e um muito melhor em 2017.
As condições impostas ontem na Assembleia Geral da CBF, com a presença das federações estaduais, atrapalha ou não atrapalha a realização da Primeira Liga? Afinal, a CBF deu o aval ao torneio.
Aquilo não foi um aval, foi um ''desaval''. A CBF foi ao contrário do que queremos. Se atendermos as condições, a Liga vai para o chão. Agora, esta assembleia é irregular e ilegal. Ela tem o crivo da ilegalidade. Só participaram as federações, quando os 40 clubes das Séries A e B tinham que ter sido chamados. Esta reunião foi juridicamente irregular. Fere a lei, o Profut que acabou de ser aprovado pela presidente Dilma Rousseff. Quem está ancorada na lei é a Liga. O que fazemos é legal, moral e construtivo.
Mas vamos falar destas condições. A exigência do intervalo de 60 horas entre uma partida e outra é uma delas.
É possível jogar num prazo menor. Ou a CBF vai dar este prazo para os jogadores do Corinthians que estão na seleção brasileira? Dá para jogar numa diferença menor, desde que o jogador seja consultado.
E a exigência de só iniciar a Liga a partir de 1 de fevereiro?
Não existe isso. A pré-temporada pertence ao clube. O Corinthians e o Fluminense estão acertando amistosos nos Estados Unidos, não estão? e É em janeiro. Por que não jogar pela Liga?
Resta ainda o problema entre a Federação Carioca e a dupla Fla-Flu que avisou que vai jogar o Estadual com times de jovens.
A Liga está abraçada e apoia Flamengo e Fluminense. Não há nada que os obrigue a não colocar time com jovens no torneio. Não é obrigatório jogar com o time principal. Eles vão disputar o Carioca, portanto não há problema.