Douglas Schwartzman prepara defesa no CD do São Paulo e alega inocência
Luciano Borges
O empresário Douglas Schwartzman está preparando uma carta que pretende apresentar no Conselho Deliberativo do São Paulo ainda nesta semana. No documento, o ex-vice presidente de marketing do clube vai garantir que ''não houve um negócio com uma empresa sequer'' onde ele tenha levado dinheiro por intermediação ou mesmo propina.
Junto com a carta, o ex-dirigente tricolor vai anexar uma carta que ele recebeu do ex-presidente Carlos Miguel Aidar onde ele desmente ''tudo o que o Ataíde falou que ele disse''.
Douglas ficou indignado com as acusações que estão sendo feitas contra ele.
Desde que o vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro afirmou, em um e-mail, que o ex-presidente Carlos Miguel Aidar teria dito – em gravação – que Douglas tinha participação em negócios escusos e que estaria pedindo comissões nas operações com patrocinadores.
Ele pretende acionar judicialmente quem afirmou ou insinuou sua participações em negócios ilícitos com contratos feitos entre o São Paulo e patrocinadores.
O nome do homem forte do marketing na gestão de Aidar está no e-mail escrito por Ataíde Gil Guerreiro e enviado a Carlos Miguel Aidar, com conhecimento do presidente do Conselho Deliberativo, o hoje mandatário do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva.
Ataíde conta que, numa gravação que ele fez escondido, Aidar negou participação ilícita no contrato com a atual fornecedora de uniforme do São Paulo. E envolveu Douglas na história, como afirma Ataíde: ''3- Quando abordei a Far East, você negou que participa mas denunciou como cabeça de uma operação fraudulenta o Douglas''. Em seguida Ataíde afirma ter gravado Aidar entregando outros ''negócios'' de Douglas: ''4- Você menciona em detalhes que o Douglas perdeu a noção do perigo e pede comissão em todas as operações''.
Schwartzman tem dito a amigos que estas citações o colocaram numa situação terrível perante a família e amigos. Ele garante que os negócios particulares na área de vestuário não foram afetados. Mas a ira contra Ataíde é grande. E a atitude diante do que Carlos Miguel, um velho amigo e aliado, ainda é de prudência. Especialmente, depois da carta escrita pelo ex-presidente desmentindo Ataíde.
Mas existe a fita gravada e ela está em poder do CD do São Paulo.
Assim que estes fatos vieram à tona através das denúncias de Ataíde Gil Guerreiro, Schwartzman optou pelo silêncio. Saiu do Brasil. Passou dez dias com a esposa numa ilha no Mar do Caribe. Retornou ao Brasil na última sexta-feira e foi a Mato Grosso do Sul onde cria gado nelore para engorda e abate. Este ramo de negócios era tocado com um irmão que morreu em setembro de 2014.
Nestes dias, Douglas cobrou Ataíde em uma conversa onde ele questionou porque o homem forte do futebol não levou o problema para ele ou para o Conselho Deliberativo antes de espalhar a denúncia publicamente.
Na carta que está preparando, Douglas Schwartzman vai dizer que não levou um tostão dos contratos que o Departamento de Marketing fez com os parceiros atuais do clube. Ele tem dito que executivos de empresas como a Copa Airlines já se colocaram à disposição para depor confirmando a ética dos negócios feitos. O ex-vide tricolor nega que tenha feito negócios com a LG, Sport Food e outras empresas citadas em denúncias posteriores às de Ataíde.