Em casa, Malcom festeja vitória sobre o Galo com pastel e videogame
Luciano Borges
Pastéis de carne e desafio de vídeo game com o irmão Samuel. Foi assim que Malcom terminou a madrugada desta segunda-feira, depois de retornar de Belo Horizonte com a delegação do Corinthians. O atacante de 18 anos só pegou no sono às quatro da manhã.
Como sempre, cumpriu o ritual de chegar no apartamento no Tatuapé (ZL) que comprou para a mãe, Flávia de Oliveira, comer e conversar com a família. “Ele falou do jogo contra o Atlético Mineiro. Disse que o estádio estava cheio e que nem ouviu o barulho dos fogos na madrugada”, disse Flávia.
Os rojões disparados durante a noite perto do hotel onde o Corinthians se concentrou deixaram a mãe de Malcom brava. Nas redes sociais, ela desabafou depois da vitória por 3 a 0: “Agora solta fogos aí torcida do #%¥€^*#…Aqui é o Corinthians….”, escreveu. Ao Blog do Boleiro, Flávia explicou: “Antes de ser mãe do Malcom eu já era corintiana. Tem hora que eu exagero”.
Flávia e mais 15 parentes se reuniram já na manhã deste domingo para ver o jogo entre Atlético Mineiro e Corinthians. O local marcado foi a casa dos avós de Malcom, Édson e Sônia. A família comprou a carne para o churrasco e se preparou para apoiar o atacante corintiano. Choveu no Vila Santa Isabel, na zona leste de São Paulo. Por isso, a festa mudou de endereço. “Trouxemos tudo para cá, no apartamento”, disse Flávia.
Quando o filho mais velho de dona Flávia abriu a vitória corintiana, foi uma comemoração que incluiu até o mais novo integrante da casa. “O Davi Lucca tem só seis meses, mas já faz festa quando o irmão marca um gol”, contou a mãe.
Malcom mora junto com o padrasto Roberto, a mãe, e os irmãos Samuel Henrique, 16 anos, e Davi. O jovem talento mosqueteiro se dá bem com Roberto. “Eles são muito unidos. O Malcom conta coisas para ele que eu nem sei”, falou Flávia.
Durante a partida, já com o Corinthians em vantagem, Flávia conversou por telefone com a amiga Cintia Arana, mão do lateral Guilherme. As duas se conheceram há oito anos, quando os meninos ingressaram na base do Corinthians. Malcom e Guilherme são amigos. “São amigos de verdade. Eles vivem juntos”, contou Flávia.
O que as duas mães conversaram? “A gente estava assim, meio emocionadas, comentando que eles serão campeões brasileiros com 18 anos. Eles são prata da casa do Corinthians. Nós ficamos muito felizes”, disse.
Para dona Flávia, o gol marcado por Malcom serviu também para “tirar um peso” que ela vinha sentindo. “Sei da capacidade dele. Por isso, chateia demais ler os que escreveram dele quando ele passou umas rodadas jogando não tão bem. Ele só tem 18 anos. Se ele não tivesse talento, eu não teria alimentado com ele este sonho de ser jogador”, afirmou a mãe.
Afinal, Malcom jogador do Corinthians e da seleção brasileira, é um investimento de toda a família. Quando o menino decidiu tentar a sorte na base corintiana, a mãe tinha se separado do primeiro marido, pais de Malcom. “Se eu tivesse que trabalhar, não ia dar para levá-lo aos treinos e acompanhar nos lugares”, contou.
Foi quando o avô Édson e os tios Carlos Eduardo, Rodrigo e Selma decidiram ajudar a irmã Flávia a investir na carreira do menino canhoto. “Eles ajudaram como puderam, dando chuteira, comprando as passagens de ônibus, deram o maior suporte”, lembra a mão de Malcom.
Daí a festa em casa no domingo. O avô Édson anda de olho no pequeno Davi Lucca. Ele é canhoto, como o neto mais famoso dos Oliveira.