Sem modéstia, Milton Cruz diz: “Só pego o time quando está para baixo”
Luciano Borges
O coordenador técnico do São Paulo, Milton Cruz, mandou a modéstia às favas na manhã desta segunda-feira.
Em entrevista ao programa Primeiro Tempo, do canal Bandsports, ele desabafou: ''Só pego o time quando ele está para baixo. E mais: sou eu e Deus, sem auxiliar técnico, sem nada. Quando vem um novo treinador, eles têm a mim para conversar e trazem um assistente também. Eu não. E só quando o time está em declínio, pra baixo''.
Também auxiliar técnico e treinador interino – quando o São Paulo demite o comandante da equipe- Milton até brinca com sua situação: ''No São Paulo é assim: apertou, chama o Milton. E comigo, missão dada é missão cumprida''.
A referência é à conquista da vaga na Copa Libertadores da América do ano que vem. Em 2003, formando dupla com o então preparador de goleiros Roberto Rojas, Cruz comandou o São Paulo e o levou ao torneio sul-americano. Nas últimas rodadas desse ano, ele substituiu Doriva, que ficou pouco tempo após a saída do colombiano Juan Carlos Osorio, que pediu demissão. Conseguiu a vaga na Libertadores, mas vai levar a marca da goleada sofrida para o Corinthians (1 a 6). ''Tem explicação: o time jogou muito cansado da partida anterior, no meio da semana'', disse.
Agora, Milton Cruz aguarda pelo novo treinador que a gestão do presidente Leco vai trazer. Ele não reclama, mas nega que não tenha vontade de ser efetivado. Apenas lembra que nunca foi procurado com uma proposta objetiva.
Ele já ouviu mais de uma vez, através de dirigentes de outros clubes, que seria muito útil se deixasse o São Paulo e topasse trabalhar em outro clube. ''Já escutei: 'meu time precisa de um cara como você. Você é ainda honesto'. Ser honesto é obrigação de qualquer cidadão. Mas uma coisa eu sei: no futebol, tem poucos como eu''.