Caso Valdívia: Justiça acata ação de investidor contra o Palmeiras
Luciano Borges
O Palmeiras deverá receber nos próximos dias uma citação da Justiça Comum de São Paulo. Numa ação que corre em segredo, o clube foi processado pelo empresário Osório Furlan Junior. O juiz do caso acatou a ação e anunciou nesta quarta-feira que vai notificar o clube. Furlan quer ser ressarcido pelo prejuízo que sofreu com a passagem de Valdívia pelo clube.
Em 2010, Furlan investiu cerca de R$ 5 milhões na compra de 36% dos direitos econômicos do jogador chileno que, hoje, atuar no Al Wahda, dos Emirados Árabes. No meio desta temporada, Valdívia não renovou contrato. Deixou o Palmeiras dizendo que os dirigentes alviverdes mostraram pouca vontade de mantê-lo. Acontece que Osório tentou convencer o presidente Paulo Nobre a permitir que ele mantivesse o meia por mais tempo. ''Eu cheguei a oferecer a pagar um complemento de salário ou mesmo comprar os 54% do Palmeiras'', contou ao Blog do Boleiro.
Na ação que move contra o clube, Osório Furlan alega não ter sido consultado ou chamado para ajudar nas negociações. Ao final do contrato, Valdívia se tornou dono dos direitos econômicos. De graça. Como investidor, o empresário ficou a ver navios. ''Tem o contrato. Nele está escrito que eu teria o direito de participar. Não fui chamado. Não quiseram aceitar minhas ofertas para que ele renovasse o contrato. Aliás, no dia 8 de junho, quando o Valdívia já tinha assinado o pré contrato com o Al Wahda, o Palmeiras me enviou um comunicado dizendo que eu estava livre para fazer o quisesse com o Valdívia. Mas já era tarde'', falou.
O curioso é que Furlan insistiu em ser investidor para ajudar a gestão do então presidente Luiz Gonzaga Belluzzo a viabilizar o repatriamento de Valdívia, ídolo da torcida. ''Eu o aconselhei a não fazer isso'', disse o economista Belluzzo. ''Mas ele insistiu'', completou.
''É verdade. Na época, eu quis ajudar. O coração falou mais alto do que a razão'', admitiu Furlan. Depois do prejuízo da saída o Valdívia, ele tentou um acordo com o Palmeiras. Não teve retorno. Entrou então na Justiça. Ele não fala sobre os valores da ação.
Um vez citado, o Palmeiras pode tentar um acordo ou seguir o caso na Justiça.
Para Furlan, restou a sensação de ver frustrada a única tentativa da vida de entrar nos negócios do futebol: ''Foi a primeira e última vez. A primeira com ''p'' minúsculo e a última com ''U'' maiúsculo. Esse negócio é para bandido. É mais sujo do que a política'', disse o empresário da área de importação de vinhos.