Inimigo de Del Nero, presidente da FCF diz: “Ele está dando golpe na CBF”
Luciano Borges
O presidente da Federação Catarinense de futebol, Delfim Peixoto, aguarda pela decisão da comissão de ética da Fifa para dar o próximo passo na luta pelo poder da CBF. Ele não desistiu da briga para voltar a ser o segundo na sucessão de Marco Polo Del Nero, presidente da entidade que está licenciado e é investigado pelo FBI por irregularidades (corrupção, suborno e propinas) nas vendas de direitos de transmissão de jogos de torneios da Conmebol. E acusa: ''Del Nero pediu licença de 180 dias e pode pedir mais uma. Está na cara que ele quer dar golpe sobre golpe na CBF. Está na cara que ele é quem fica por trás, dandos as ordens''.
Também vice-presidente da Confederação, Delfim, de 74 anos de idade, tem uma ação contra a eleição de Antonio Carlos Nunes para a vaga de vice deixada em aberto com a renúncia de José Maria Marin (em prisão domiciliar no EUA). O pleito foi realizado no dia 16 de dezembro e o Coronel Nunes (como é conhecido no Pará) foi eleito com 44 de 67 votos possíveis de clubes das Séries A e B e federações estaduais.
O Coronel Nunes, 77 anos, é mais velho do que Peixoto e foi escolhido por Marco Polo Del Nero para ocupar a vaga deixada por Marin e ser de seu grupo de apoio. Assim, como determina o estatuto da CBF, o presidente da Federação Paraense passará a ser o presidente da CBF se Del Nero tiver que renunciar.
''Nós entramos com uma ação mostrando que o processo era irregular. Ganhamos uma liminar e ela foi cassada. A CBF fez a eleição. Mas o julgamento do mérito ainda está para acontecer'', disse Peixoto que está se locomovendo de cadeira de rodas.
Ele sofreu um acidente antes do Natal, ao tropeçar no deck de uma pousada em Garopaba (SC), onde tinha ido acompanhar o encerram,ento de um torneio de futebol amador. Sofreu fratura na fíbula da perna esquerda.
Nesta segunda-feira, o dirigente tenta autorização médica para viajar para Belo Horizonte. Na terça, na capital mineira, ele pretende participar da reunião da Primeira Liga, que reúne times de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e4 Santa Catarina. ''Vamos acertar os detalhes da Liga Rio-Sul-Minas como fiscalização de arrecadação, arbitragem e outros procedimentos'', explicou o presidente da FCF.
A Federação Catarinense apoiou a criação da Liga desde os primeiro passos. Já é uma atitude de Delfim Peixoto contrária a atual gestão da CBF que, sob o comando de Marco Polo Del Nero, não via com bons olhos esta competição. Ela começa no finald e janeiro, terá apenas cinco datas, mas é o embrião de uma Liga independente.