Como Lugano e Luganinho jantaram, conversaram e tiveram “a noite perfeita”
Luciano Borges
Diego Lugano e Diego Lugano Almeida estavam conversando no restaurante do hotel onde o novo capitão do São Paulo se hospedou na noite desta terça-feira, depois de ter sido recepecionado por cerca de mil torcedores no desembarque no Aeroporto Internacional de São Paulo. O assessor de imprensa do São Paulo, Felipe Espindola, provocou a brincadeira e perguntou ao jogador: ''Como você se chama?''. A resposta: ''Diego Lugano''. Depois ele repetiu a pergunta para o menino de três anos que estava no colo do atleta. Resposta: ''Diego Lugano, mas me chamam de Luganinho''.
Esta foi uma das cenas do encontro entre o zagueiro uruguaio Diego Lugano e o garoto que foi batizado com seu nome por insistência do pai, o fanático tricolor William de Almeida, um caminhoneiro de 32 anos. ''Foi inesquecível. A família do Lugano é espetacular. Humildade 100 por cento. Foi tudo perfeito'', disse. E ele revelou: ''Este encontro não partiu do fã. O Lugano se esforçou para nos conhecer. Desta vez, o ídolo quis conhecer o fã e não o contrário'', comemorou.
A história do encontro dos dois Luganos começou na segunda-feira, quando William escreveu uma mensagem no perfil de Diego Lugano no Facebook. A esposa do jogador, Karina Roncio, mostrou o texto de um fã ardoroso que batiou o filho com o nome Diego Lugano. ''Ela me contou que ele quis me conhecer'', falou William. Aí, Karina acionou a rede de fãs nas mídias sociais em busca de William e Luganinho. Vários internautas se envolveram e eles eram de diferentes lugares do Brasil. ''Um rapaz de Mossoró (CE) foi quem colocou a gente em contato'', contou o pai.
Estabelecida a conversa, Karina disse que Diego Lugano queria conhecer o garoto pessoalmente. Propôs que William enviasse o número do telefone celular dele para que pudessem marcar o encontro. ''Em São Paulo vou estar sem internet'', ela escreveu. William não resistiu. Decidiu ir até o aeroporto em Guarulhos. Levou Luganinho no caminhão junto com a mulher Érica Ferreira e um amigo sãopaulino. ''Chegando lá, fiquei com o Lugano perto da van. Quando ele desembarcou, lá pelas 20h30, foi uma loucura total. Me mantive na parte da frente da van, protegendo meu filho'', contou William.
Assim que Diego, Karina e o filho Nicolas entraram no veículo, William bateu no vidro da frente para chamar a atenção da esposa de Lugano. Entre gestos e linguagem labial, Karina entendeu quem estava do lado de fora e insistiu muito com os policiais militares para que deixassem pai e filho entrarem na van. ''O policial militar pegou a gente e nós entramos. Foi inesquecível'', disse o pai.
Houve troca de abraços e o casal Lugano fez o convite: ''Venha com a gente. Vamos jantar juntos no hotel''. Do aeroporto, a van seguiu para o bairro das Perdizes, na zona oeste de São Paulo. No restaurante, William teve uma surpresa. ''O Nicolas já tinha sido muito legal com a gente, especialmente com o meu filho. Mas no restaurante, ele contou que lembrava de mim. E lembrava mesmo'', afirmou William.
O filho mais velho do zagueiro do São Paulo conheceu William durante a Copa do Mundo de 2014. William foi ao hotel onde a seleção do Uruguai estava concentrada para o confronto diante da Inglaterra. ''Eu fui lá para ver se conhecia pessoalmente o Diego Lugano. Mas não foi possível. Fiquei das oito da manhã até o meio dia'', lembra. Na vigília, ele conheceu Nicolas e conversou com ele. Agora, no retorno de Lugano, Nico disse que lembrava de William.
O jantar, a conversa e as brincadeiras com Luganinho se estenderam até cerca de 23h30. Ficou a promessa de novo encontro. William já garante que neste sábado, ele vai com Luganinho ao CT da Barra Funda. ''Pode ser que a gente não consiga entrar, mas se der vamos fazer mais umas fotos. Meu filho já perguntou quando vamos ver de novo ''meu amigo''. Ele já chamava o Lugano assim. Agora então, não para mais'', falou.
É bom não duvidar. Afinal, William precisou passar em dois cartórios e gastou uma semana tentando convencer os oficiais e aceitarem o nome Diego Lugano Almeida. ''Só na segunda tentativa que o escrivão aceitou. E isso porque ele era santista. Ele disse que se fosse corintiano não ia topar'', contou o são paulino que já acompanhou o time pelo sul e sudeste do Brasil.
E, depois da aventura com os Luganos, a dupla de pai e filho pegou um táxi de volta para Guarulhos. Afinal, a mão de Luganinho – Érica – ficou lá no aeroporto esperando a volta da dupla. ''Peguei meu caminhão e voltamos para casa'', disse William.