Em nova função, Coronel Marinho planeja ação contra violência
Luciano Borges
Destituído do comando da arbitragem do futebol paulista, o coronel da reserva Marcos Marinho já está trabalhando como diretor de Prevenção e Segurança da Federação Paulista de Futebol. Ele pretende criar um plano de ação que será aplicado nos estádios no Campeonato Paulista. Trata-se de estabelecer procedimentos padrão para partidas consideradas de baixo, médio ou alto risco.
No último sábado, a FPF anunciou o desligamento de Marinho do setor de arbitragem. Ele admite que a escalação do árbitro Flávio Rodrigues Guerra no jogo entre Figueirense e São Paulo foi o episódio que acelerou ou facilitou sua saída. O juiz está suspenso desde 27 de novembro por ter expulsado erradamente o jogador David Braz na partida entre Corinthians e Santos, pelo Campeonato Brasileiro.
Blog do Boleiro – O que é este Plano de Ação?
Cel. Marinho – Vamos estudar as características de cada estádio em termos de segurança. Vamos conversar com a Polícia Militar da cidade, falar com a Prefeitura, para planejar ações de acordo com os jogos. Podemos criar um planejamento que estabeleça procdedimentos de segurança para partidas de baixo risco, médio e alto.
Onde ele será aplicado?
No início, vamos começar principalmente com o interior de São Paulo. Na capital, o esquema de segurança nos estádios dão conta bem da segurança.
Esse investimento na segurança no Interior de São Paulo tem a ver com o que aconteceu entre torcedores do São Paulo e policiais em Mogi das Cruzes?
Também. Este episódio mostra a necessidade de um plano de ação. Sabemos que nessas partidas de ingresso grátis, muitos torcedores aproveitam para ir ao estádio e é complicado. Alguns com problemas de violência anteriores. É possível classificar uma partida como aquela do São Paulo como alto risco.
A cobrança de ingressos no jogo entre São Paulo e Flamengo inibe episódio como o de Mogi?
Inibe sim. Evita que estes torcedores, que vão ao jogo porque é de graça, possam entrar no estádio.
No início do ano, o senhor tinha deixado esta área de segurança e estava só com a arbitragem. Voltar é punição?
De maneira alguma. Estou trabalhando numa área que eu gosto.
Sua saída foi uma punição?
Eu já estava para sair da Comissão Estadual de Arbitragem . O episódio da escalação do Flávio Rodrigues Guerra criou o momento de aproveitar a chance.
Você foi afastado?
Foi mais uma conversa com o presidente (Reinaldo Carneiros Bastos). Meu ciclo já tinha esgotado. Agora é hora de outras cabeças darem uma melhorada boa na arbitragem. É hora de colocar pessoas que já estiveram no campo, que sentiram como são as coisas por lá.