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Para Lugano, não basta pegada: “Temos que jogar bem na técnica e na tática”

Luciano Borges

Lugano, a esposa Karina e os filhos no Pacaembu Fotos: Blog do Boleiro

Lugano, a esposa Karina e os filhos no Pacaembu Fotos: Blog do Boleiro

O clássico tinha terminado no Pacaembu. Diego Lugano, só com um segurança ao lado, desceu as escadas da numerada e caminhou na direção dos vestiários do estádio. O São Paulo tinha acabado de ser derrotado pelo Palmeiras por 2 a 0. O zagueiro, tratado pelos tricolores como El Dios, estava de cara fechada. Mas, deixou com que um torcedor andasse ao lado dele, criticando o time e a falta de garra dos jogadores. ''Eles precisam ter pegada contra o Trujilo. Fala isso. Você é o único que se salva'', ouviu Lugano.

Acontece que, cerca de 50 minutos antes, ainda no intervalo do jogo, quando ainda estava zero a zero no placar, o próprio Lugano disse ao Blog do Boleiro: ''Pegada só não adianta. É preciso jogar bem tática e tecnicamente. Pegada é só um elemento''.

O ídolo uruguaio acha que o São Paulo está evoluindo. Gostou do que a equipe mostrou contra o River Plate. ''Está evoluindo. Marcou bem, tocou a bola e foi consistente'', avaliou. E olhe que Lugano considera o River Plate mais forte do que o Trujilanos, adversário do São Paulo nesta quarta-feira, 19h30, na Venezuela. ''O River é melhor e é o campeão da Libertadores'', afirmou.

Mesmo assim, Lugano respeita o Trujilanos, time da cidade de Valera (Venezuela), que fica no estado de Trujilo.

''Eu vi o jogo deles contra o River Plate. O placar (4 a 0 para os argentinos) engana. O Trujilano jogou muito bem no primeiro tempo. O goleiro andou falhando e aí ficou mais fácil. Mas é uma equipe bem montada'', analisou.

Diego Lugano logo depois do segundo gol do Palmeiras Foto: Blog do Boleiro

Diego Lugano logo depois do segundo gol do Palmeiras Foto: Blog do Boleiro

O São Paulo é o terceiro colocado do Grupo 1 da Libertadores, com apenas um ponto ganho contra seis do The Strongest e quatro do River Plate. Nos próximos quatro jogos, a equipe brasileira precisa de vitórias. Todas. ''Temos que fazer uma Libertadores perfeita daqui para frente. Não temos margem de erro. Precisamos ganhar estes quatro jogos'', falou Lugano.

Ele continua atuando como capitão sem tarja do São Paulo. Neste domingo, ele foi ao estádio. Ficou no vestiário antes do jogo. Voltou para lá no intervalo, sempre com a garrafa térmica prateada e a cuia com o mate. Na numerada, ele se encontrou com a mulher  Karina Roncio  e os filhos mais novos Thiago e Bianca. O quarteto sentou ao lado de um segurança. Mas havia uma cadeira vazia entre o zagueiro e o guarda-costas do São Paulo.

Resultado: foram 21 ''selfies'' com os são paulinos só ali no setor das cadeiras. No total, Lugano concordou em posar com os fãs até na hora de ir embora, na porta do carro que levou a família e ainda deu carona para o auxiliar técnico Milton Cruz.

Depois da derrota, Lugano não foi ao vestiário. A cara estava fechada. Ele sentiu o mau resultado. Nesta segunda-feira, o São Paulo vai à Venezuela. Serão dois vôos até Valera. Diego Lugano ouviu mais de uma vez os torcedores pedirem para ele comandar o time neste jogo contra o Trujilanos. E escutou um funcionário do Pacaembu perguntar: ''Por que não jogou hoje?''. Ele respondeu: ''Quarta-feira, quarta-feira''.