Casamento e boa forma. Alex Silva quer jogar em time grande no Brasileiro
Luciano Borges
Alex Silva vai casar. Nesta sexta-feira, ele e Suellen Silva vão se unir em matrimônio em Amparo (SP), diante de amigos e parentes. Este será o segundo casamento do zagueiro. Do primeiro, ele tem um filho, Miguel, de seis anos, que mora em Porto Alegre.
Alex está na correria: “Estou correndo atrás das coisas do meu casamento”, disse ao Blog do Boleiro.
O jogador de 31 anos trabalha dobrado na cidade onde nasceu e pretende viver (“É a minha terra, um lugar que amo, e estou perto dos meus pais e meus irmãos”). Está treinando com um preparador físico em dois períodos. De manhã, cuida do preparo físico. De tarde, faz atividades com bola.
Alex garante: está em forma, pesando 85 quilos para um metro e 92 centímetros de altura. “Estou melhor fisicamente. Afinal, naquela época não me cuidava. E agora estou na versão atleta e homem que não vai mais às baladas e quer seriamente voltar a jogar em um time grande”, afirmou.
Casamento, trabalho dobrado e vontade de voltar a atuar em time grande.
Alex mudou mesmo. A vida do Pirulito, apelido que ganhou dos boleiros, virou do avesso. Em 2014, depois de ser detido por policiais rodoviários por dirigir alcoolizado, ele decidiu mudar de vida.
Reduziu o consumo de bebida alcoólica a “um copo de vinho, de vez em quando”. Trocou as noites em claro com muito samba de raiz por células de oração e música gospel em Amparo. Foi lá onde conheceu Suellen. A descrição do amor entre o jogador e sua futura esposa não poderia ser mais “gospel”.
“Nós nos conhecemos na igreja. Foi uma bênção de Deus. Ambos estávamos orando para que Deus enviasse um homem de Deus para ela e uma mulher com o coração de Deus para mim. Ele nos abençoou colocando um na vida do outro. E debaixo de oração. vamos nos casar e fazer a vontade de Deus”.
Nesta temporada, Alex Silva foi capitão do Rio Claro no Campeonato Paulista. O time andou mal, foi rebaixado, fez a pior campanha do torneio. A defesa sofreu 26 gols. Mesmo assim, o zagueiro considerou esta experiência como um cartão de visitas.
“Estou triste por não ter conseguido o objetivo, que era não cair. Mas fiquei feliz pela sequência que pude ter e por ter provado para todos que estou em perfeitas condições de atuar. Muito se falava do joelho, de como o Alex estava e deu pra mostrar que estou bem”, falou.
Uma partida em particular deixou Alex satisfeito. Mesmo com a derrota para o São Paulo (0 a 1), no Pacaembu, ele recebeu elogios pela atuação. “Atuar bem contra uma equipe grande, com grande jogadores, ajuda a convencer. E deu para eu ver que posso disputar um Brasileirão em alto nível, contra clubes como o São Paulo”, falou.
Contra e a favor. Afinal, Pirulito não esconde que gosta do São Paulo. “Seria uma honra jogar lá”, disse. No ano passado, ele bem que tentou. Procurou os dirigentes, deixou recados. Foi ignorado.
Depois de passar por Vitória, Rennes, São Paulo, Hamburgo, Flamengo e Cruzeiro, Alex Silva entrou em um processo de decadência. Em 2013, disputou a Série B com o Boa Esporte. No ano seguinte, atuou no São Bernardo. Em 2015, no primeiro semestre, disputou o estadual no Brasiliense.
No São Paulo, ele foi bicampeão brasileiro (2006 e 2007) e chegou à seleção que ganhou a Copa América de 2007. Foi negociado com o Hamburgo, vendido por 13 milhões de euros. Voltou em 2010, emprestado. Andou trombando com o então presidente Juvenal Juvêncio. Deixou o clube para jogar no Flamengo.
Agora, ele tem uma empresa para tentar coloca-lo em uma equipe que vai disputar a Série A do Brasileiro. É o que ele quer. Se não der, pode atuar na segunda divisão.
Alex quer jogar. E vende o peixe: “Quem contratar o Alex vai ter o jogador que foi no Rio Claro FC. Um líder, uma pessoa que vai ajudar dentro de campo e fora dele também. Uma pessoa madura que está procurando agregar o grupo com coisas positivas, passando experiência para os mais jovem com a experiência de minha vida. Sei dizer o que é certo ou errado”.
Baseado na experiência de vida, Pirulito mostra que o Alex repaginado ainda pode mostrar serviço: “É a versão do atleta e do homem que aceitou Cristo há dois anos. E que abriu mão das coisas do mundo. Quando me refiro ao mundo, estou colocando as baladas, a bebida e a vida que eu levava. Hoje sou outro homem”, garantiu.