MP apura denúncia: Mancha estaria forçando rua a mudar cores das casas
Luciano Borges
O Ministério Público de São Paulo está apurando uma denúncia anônima contra a Mancha Alviverde, recebida pela Ouvidoria. Nela, a uniformizada do Palmeiras estaria pressionando os moradores do quarteirão da Rua Caraíbas, onde fica a sede da entidade na zona oeste de São Paulo, a pintarem a fachada das casas de verde ou vermelho. São duas das três cores da bandeira da Itália. Os advogados da organizada foram avisados pelo MP da acusação.
O presidente da Mancha, Nando Nigro, confirmou que há o projeto de pintar as fachadas das casas do quarteirão que fica entre a rua Palestra Itália (na frente ao Allianz Parque) até a rua Venâncio Aires. Mas nega que os moradores tenham sido pressionados ou ameaçados a ''colaborarem''.
''Nós ganhamos vários litros de tinta, através de nosso trabalho social. Aí pensamos em transformar o quarteirão em um reduto com as cores da Itália, as mesmas do Palmeiras: verde, branco e vermelho. Nós pedimos autorização para os moradores, explicando que eles não precisam pagar nada. Será nossa tinta com nossa mão de obra'', falou.
Segundo o líder da torcida, ela recebeu 40 galões de 18 litros de tinta cada. A ideia é pintar as fachadas, alternando as cores da bandeira da Itália, país de origem dos primeiros fundadores, dirigentes e torcedores do Palmeiras.
Os trabalhos deveriam ter começado nesta semana, mas as chuvas atrapalharam. ''Vamos começar a pintar na semana que vem'', disse Nigro. A denúncia no MP fez com que os integrantes da Mancha voltem a falar com os vizinhos para pedir que assinem um documento onde dizem concordar com as novas cores nas casas.
Nigro argumenta que as novas cores darão um atrativo a mais na vizinhança do estádio, do mesmo jeito que ocorre no bairro La Boca, em Buenos Aires, onde as lojas e casa puxam a pintura para o azul e amarelo nas ruas perto do estádio La Bombonera, do Boca Juniors.
''Além disso, você pode ver como a frente das casas aqui estão pichadas, feias'', disse o presidente da organizada. ''Essa mudança pode trazer um ar mais familiar'', falou.
Apesar das declaradas boas intenções, o Ministério Público está encaminhando a denúncia para que a polícia civil apure o caso.