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Corinthians está em alta, mas tem jogadores sob pressão: André e Guilherme
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Luciano Borges

O Corinthians é o time com a melhor campanha do Campeonato Paulista. Tem 29 pontos, seis a mais do que São Bento e Santos. É líder do Grupo 8 da Copa Libertadores da América. Não perdeu em casa nesta temporada. Acumula oito vitórias e 14 gols marcados. Uma equipe com desempenho tão bom permite que alguns jogadores ainda possam ser cobrados?

No Corinthians a resposta é sim. Alguns atletas são lembrados de que podem mostrar mais em campo.

O atacante André é um deles. O atacante está atrás de gols. Fez apenas dois em 10 partidas. Contra o Ituano, neste sábado à noite, teve apenas uma boa chance. No início do segundo tempo, ele cabeceou a bola que passou perto do gol adversário. Não entrou. Lamentou com gestos. O companheiro de ataque, Lucca, até comentou: “Eu falei para ele ter calma porque uma hora a bola vai entrar”.

Enquanto isso não acontece, André tem que lidar com a ansiedade e com as perguntas dos repórteres na saída do vestiário. “Pressão por não estar fazendo gol? Essa coisa é mais da imprensa. Mas sou experiente o suficiente para saber que isso acontece quando um atacante não está fazendo gols”, disse ao Blog do Boleiro.

Enquanto os gols não saem, o que fazer então?

André acha que ser titular já é um grande avanço. “Vou me entrosando. Isso vai dar frutos mais na frente, entrando em sintonia. Isso vai dar frutos”, falou o atacante de 25 anos. As vitórias corintianas ajudam. André ganhou aplausos no final da partida contra o Ituano, disputada na Arena em Itaquera.

O meia Guilherme também recebeu aplausos quando foi substituído por Alan Mineiro no segundo tempo.

Ele está pegando a manha do Corinthians. No novo clube, tem a obrigação de ajudar na marcação com a linha de quatro armadores adotada pelo técnico Tite. Já disputou nove partidas, fez dois gols também. Mas garante que está dedicado a aprender a nova missão tática: “Estou me dedicando a executar bem esta marcação na recomposição. Sou um dos três armadores com esta missão. Nos treinos, tenho me dedicado a fazer isso bem. E quero me sentir mais confortável nesta função”, afirmou Guilherme.

Isso depois de ouvir perguntas de um repórter de rádio sobre o fato dele ainda “estar devendo” uma grande atuação.

“Fiquei surpreso. Estou satisfeito com o que venho fazendo em campo. Acho que estou jogando no nível do time. Não entendi o motivo das perguntas”, comentou depois da entrevista.

Jogar no Corinthians de Tite e sua comissão técnica ajuda a quem é cobrado. Os próprios adversários admitem que hoje é mais fácil entrar numa equipe que está entrosada do que em outra. O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Junior, comentou com o Blog do Boleiro: “Veja o Lucas. Se ele fosse contratado por nós ou mesmo pelo São Paulo, não teria o tempo que teve para entrar e jogar o que está jogando”, falou.

O lateral-direito Fágner, elogiado na zona mista, deixou claro que o preço dos bons desempenhos é a eterna vigilância. “A pressão é muito forte dentro do elenco. Há uma competição interna onde os reservas estão trabalhando em alto nível e os titulares não podem descuidar”, disse.


Novo diretor do São Paulo mostra a cara: “Não convivo com coisas pendentes”
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Luciano Borges

O industrial Luiz Cunha está mostrando seu estilo de trabalhar. Na primeira semana de trabalho como diretor de futebol do São paulo, no lugar do ex-vice Taíde Gil Guerreiro, o ex-dirigente da base tricolor entrou em ação. Na tarde desta quinta-feira, ele demitiu Milton Cruz, integrante da comissão técnica que, por 22 anos, exerceu forte influência nas contratações de reforços além de trazer jovens de Cotia.

Depois que o atual presidente Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, assumiu o cargo, ficou claro que Milton teria o espaço diminuído. Ele foi transferido para uma área que ainda não está funcionando a todo vapor. Cunha chegou e ''liberou'' Cruz.

Nesta sexta-feira, ele foi visto em conversa cheia de gestos com o jogador Michel Bastos que, em tempos recentes, entrou em rota de colisão com a torcida e – ele desmente – com jogadores como Diego Lugano.

Michel saiu da conversa dizendo: ''Ele chegou num momento em que estamos sendo cobrados, e quando há mudança, as mudanças são feitas para que mude. Ele chegou, vem pra nos ajudar, e com certeza vai fazer. Se ele acha que tem de dar uma chacoalhada, vamos chacoalhar. Se é o que está faltando, vamos embora''.

Luiz Cunha diz que seu estilo é ''firme amistoso''. E, em conversa com o Blog do Boleiro, garante que não gosta de deixar assuntos pendentes no caminho.

Blog do Boleiro – O que o senhor conversou com o Michel Bastos?
Luiz Cunha –
Foi uma conversa entre amigos. Passei o que acho que seria importante para trabalharmos juntos. E ele disse o que achava. Um dizendo ao outro o que acha melhor. Foi uma conversa firme e amistosa. Essa é a ideia: entrar no coração das pessoas.

De longe, parecia uma conversa dura.
Não foi não. Foi um papo de respeito e profícuo. E eu achei que estava longe, do outro lado do campo e ninguém estava vendo.

Nos últimos dois dias, o senhor atuou em coisas que andavam pendentes, no ar, no São Paulo. O senhor está “limpando a área”?
Não consigo conviver com coisas pendentes, com assuntos mal resolvidos. Aprendi com a experiência de outra passagem por aqui e na base, que os jogadores querem assim. Você resolve a situação e todo mundo fica mais leve e solto. É melhor.

Este foi o caso do Milton Cruz? Ele tinha sido designado para uma área de análise de desempenho que ainda está sendo montada. Era outra situação meio “no ar”?
Exato. O que o Milton queria fazer não poderia mais fazer aqui no São Paulo. Então o liberamos e ele pode fazer isso em outro lugar. Foi uma solução.

Vocês convidaram o técnico Pintado para trabalhar na comissão técnica?
Acho que estão pintando uma coisa que não existe. A não ser que o Gustavo (Vieira, executivo de futebol) tenha feito algum contato e ainda não me contou.

E a negociação com o Ganso? O empresário dele, Giuseppe Dioguardi diz que o jogador não recusou proposta do São Paulo de renovação porque vocês ainda estão conversando. É isso?
Exato. O Pepinho foi jogador aqui no São Paulo. O pai dele, Giuseppe, é meu cardiologista. Somos amigos. Temos uma boa relação institucional. Chegaremos a bom termo. Somos pessoas de boa vontade.

O que o senhor espera do time a partir do clássico contra o Santos neste domingo?
Espero duas coisas: que o time jogue bem e traga o resultado. Está nos faltando isso.
 


Copa Verde: ônibus do Gama (DF) é atacado na estrada com garrafa em chamas
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Luciano Borges

Fotos: site oficial do Gama

Fotos: site oficial do Gama

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“Um atentado”. Foi assim que o técnico Arthur Bernardes definiu o susto que ele e o time do Gama levaram na noite desta quinta-feira, quando retornavam para a cidade do Distrito Federal, depois do empate sem gols com o Vila Nova, no estádio Serra Dourada.

O ônibus da delegação do Gama foi atacado por um torcedor que atirou uma garrafa em chamas e acertou o vidro da parte superior do veículo, já na saída de Goiânia. Os estilhaços atingiram o diretor de futebol, Vílson de Sá, que sofreu cortes com os cacos de vidro.

“Ele feriu o rosto. Alguns cacos bateram no meu rosto também, mas não me cortaram”, falou o treinador de 62, que está voltando ao mercado brasileiro. “A gente já estava na estrada quando um homem, na vala que divide as pistas, atirou a garrafa pegando fogo no alto do ônibus”, contou ao Blog do Boleiro.

O carro ainda balançou porque o motorista levou um susto. Atrás, outro ônibus com torcedores foi atacado por um grupo de jovens que atiraram pedras e chegaram a disparar dois tiros. Ninguém foi atingido. Os agressores fugiram em um carro vermelho.

Os dois ônibus pararam no posto da Polícia Rodoviária, onde os dirigentes do Gama lavraram o Boletim de Ocorrência por ''tentativa de homicídio''.

Em campo, o empate sem gols  ocorreu sem incidentes. “Jogamos mais fechados e o Vila Nova, time que vem bem desde o ano passado, é arrumado. Foi um bom resultado”, disse Bernardes.

Este foi o “batismo de fogo” do técnico que retornou da Coreia do Sul, onde dirigiu o Gangwon FC e passou parte dos últimos seis meses com problema de saúde na família. Ele agora retorna tentando se estabelecer no mercado da bola. “Vou mostrando trabalho degrau por degrau”, disse.

Mas neste retorno, Arthur Bernardes notou que os ânimos andam exaltados no Brasil. “A sociedade está carente de justiça e o momento político é atípico. Isso reflete no comportamento da população”, disse.

Diante disso, Arthur Bernardes teme até uma retaliação da torcida do Gama contra os aficionados do Vila Nova. “Se eu fosse o Vila Nova, não traria o torcedor para cá não”, afirmou.

No dia 7 de abril, Gama e Vila Nova se enfrentam no Bezerrão e decidem uma vaga na semifinal da Copa Verde.

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Marinho Peres: como Cruyff explicou a “linha de impedimento” da Holanda 74
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Luciano Borges


1974, dois meses depois do encerramento da Copa do Mundo na Alemanha. O zagueiro Marinho Peres já estava treinando no Barcelona, time onde jogou por uma temporada. E conversava com Johan Cruyff sobre a seleção da Holanda, vice campeã do torneio.

O brasileiro, titular da defesa da seleção brasileira, formando dupla com Luis Pereira, enfrentou a equipe holandesa na semifinal. E ficou amigo do Cruyff, quando os dois jogaram juntos na equipe catalã. ''Ele era muito legal. Nos tornamos bons amigos logo. Era um cara apaixonado pelo futebol brasileiro'', contou Marinho, 69 anos.

Tão apaixonado que contou a Marinho Peres porque a Laranja Mecânica (apelido dado ao time holandês de 1974) usou e abusou do recurso da linha de impedimento.

''Ele me explicou que o motivo era simples: os holandeses achavam que seria muito difícil marcar brasileiros e sul-americanos do modo tradicional. Eles achavam que a gente era muito mais habilidosa do que eles. Então bolaram a linha de impedimento para diminuir o espaço e permitir com que pudessem dobrar a marcação nos adversários em um campo de, digamos 30 metros'', disse ao Blog do Boleiro.

Marinho contou que Cruyff foi um dos idealizadores desta forma de marcar. ''Hoje, a gente chama esta linha de impedimento de 'linha burra', mas naquela época não existiam os recursos de vídeo e a gente demorava para saber como atuavam as equipes de países da Europa. Hoje a gente sabe como sair desta tática, mas naquela época foi uma surpresa'',afirmou.

O ex-zagueiro contou também que em 1979, Cruyff – que estava de passagem pelo Brasil e a caminho da Argentina – apareceu no Palmeiras para cumprimentar o velho amigo. ''Você acredita? Ele me pegou du surpresa. O engraçado foi que ele ficou conversando no vestiário e fumando. Eu até disse para ele que não era permitido. Aí foi ele quem ficou surpreso'', falou. 


Romário sobre Cruyff: “Foi o melhor treinador que tive”
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Luciano Borges

O senador Romário, ex-jogador de Cruyff no Barcelona, escreveu no perfil que mantém no Facebook que o holandês – morto nesta quinta-feira aos 68 anos – foi ''o melhor treinador'' que teve na carreira, além de amigo, ele entendia o fato do artilheiro do futebol brasileiro estar longe de casa e lhe dava folgas a mais.

Leia abaixo:

''Acordamos com a triste notícia da morte do meu amigo holandês Johan Cruyff. Tive o privilégio de tê-lo como treinador quando joguei pelo Barcelona.
Ele foi, sem dúvida, o melhor treinador que tive, seus ensinamentos serão eternos na minha vida.

Costumo dizer que ele me desafiava muito como jogador e eu buscava ganhar sempre! Até porquê, seu objetivo era colher bons resultados para a equipe.

Ele sabia como poucos valorizar e explorar o que cada membro da sua equipe tinha de melhor e ele sabia que minha habilidade era fazer gols.

Ele também era uma pessoa justa. Lembro que eu sofria um pouco pela distância de casa. Naquela época, eu era o único jogador do Barcelona de fora da Europa. Ele, então, me concedia alguns dias a mais de folga para que eu pudesse descansar em casa.

Ele se foi precocemente, mas seu legado para o esporte fica. Hoje o futebol perde um de seus maiores ícones e eu perco um amigo.

Descanse em paz, mestre Cruyff.
Que Papai do Céu conforte a família.''


Para Leão, Cruyff foi um dos “quatro melhores” jogadores que enfrentou
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Luciano Borges

Emerson Leão, 66 anos, se mostrou surpreso ao saber da morte do holandês Johan Cruyff nesta quinta-feira. ''Foi um dos quatro maiores jogadores que vi jogar ou enfrentei na carreira. Ele estava no nível de Pelé, Pedro Rocha e Ademir da Guia, que jogaram em alta regularidade'', disse o ex-goleiro e treinador de futebol.

Ele perguntou ao Blog do Boleiro qual a idade de Cruyff. Ao saber que o mentor intelectual do ''carrossel holandês'''' na Copa de 1974  faleceu aos 68 anos, vítima de um câncer de pulmão, ele comentou: ''Era mais velho do que eu, achei que era o contrário. Ele jogou sempre em alto nível''.

Sobra a seleção holandesa que foi vice-campeã do mundo em 1974, na Copa da Alemanha, Leão é mais crítico: ''Não era aquele time todo. Tinha um grande ataque, mas a defesa era fraca. Tanto que adotaram aquela linha de impedimento para tentar evitar problemas. E isso foi dito pelos próprios holandeses'', afirmou.

Ele lembrou do confronto entre Brasil e Holanda na semifinal da Copa de 74, quando – entre carrinhos e pontapés, a seleção brasileira chegou a perder duas chances claras de gol no primeiro tempo e foi derrotada no final: 2 a 0. ''Eles estavam morrendo de medo da gante. Eu sentia lá no campo. A seleção holandesa foi um time que marcou como se tivesse feito uma revolução no futebol. Mas não foi campeã'', afirmou lembrando que a Alemanha ficou com o título mundial.

 

 


Para Zé Roberto, quem pichou muros não é torcedor de verdade do Palmeiras
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Luciano Borges

''Queremos elenco campeão''. ''Cadê o futebol?''. ''Acabou a paz, pilantras''. Estas são algumas da frases pichadas na entrada do Palmeiras, na sede social e onde fica a Allianz Arena. Os pichadores escreveram em branco sobre o muro verde que o apoio incodicional dado ao time nos dois últimos anos acabou. Para o lateral/volante Zé Roberto, este tipo de protesto é inédito na carreira.

E o jogador disse ao Blog do Boleiro: ''Quando se chega a este ponto de pichar muros, de agredir, já não considero a pessoa que faz isso como torcedor do clube''.

Para ele, o apaixonado mantém o apoio nos bons e maus momentos. O Palmeiras está numa situação delicada na Copa Libertadores da América. É o terceiro colocado do grupo 2, com quatro pontos, e está atrás do Nacional de Montevidéu (8) e Rosario Central (7 pontos). Precisa vencer o time argentino jogando em Rosario, um verdadeiro caldeirão. E necessita derrotar, em casa, o River Plate uruguaio.

No final do ano passado, logo depois da conquista do título da Copa do Brasil, Zé Roberto chegou a deixar no ar que iria se aposentar. Mudou de ideia e decidiu jogar mais um ano pelo Palmeiras. Queria disputar e ganhar a Libertadores. Agora, mesmo diante da situação difícil do time, ele garantiu que não está arrependido daquela decisão: ''ainda vamos ter conquistas neste ano. Poderia sair sem emoção, mas pelo jeito vai ser com emoção''.

 

Blog do Boleiro – Você viu as pichações e o protesto da torcida?
Zé Roberto –
Fiquei sabendo meio por cima. A gente nem comentou a respeito. Na verdade, nunca joguei em um clube onde uma coisa como essa tenha acontecido. Esta é a primeira vez. Mas acho que quando se chega a este ponto de pichar muros, de agredir, já não considero a pessoa que faz isso como torcedor do clube.

Como assim?
Eu vejo assim: não acho que esta conduta é de um torcedor apaixonado pelo clube. O torcedor que ama o clube está com ele nos tempos bons e nos momentos difíceis. Eles vão estar junto sempre.

Mas o que está acontecendo com a equipe que não consegue atuar bem?
Num momento difícil como esse é difícil pensar e ver o que está errado. É duro achar justificativas. O clube dispensou um treinador porque achou que não estava dando. Veio outro, o Cuca, que nem teve tempo de trabalhar. Ele ainda vai colocar a forma de trabalhar dele. Mas não sei porque as coisas não estão acontecendo. Se a gente for olhar o plantel do Palmeiras vai ver que ele tem muitos jogadores de qualidade.  O Cuca está fazendo trocas, experimentando.  A perspectiva de melhora é grande.

Dá tempo para melhorar antes de encarar o Rosario Central?
Temos a expectativa de engrenar. Serão quatro jogos antes das duas decisões na Libertadores. Vamos ter que treinar, jogar e engrenar até lá.

Na primeira partida de Cuca, contra o Nacional, ele colocou você no meio, mais como armador.
A ideia era para enfrentar o Nacional lá. O Cuca colocou três volantes, armou o time no 4-3-3. A ideia era fortalecer a marcação e quando a gente tivesse a chance de atacar, a gente sairia comigo na no lado esquerdo e o Arouca no direito. Mas no primeiro tempo, pela maneira como o Nacional Jogou, foi muito difícil. No intervalo, o Cuca decidiu mudar a forma de jogar.

Nesta terça-feira, você não participou do treino coletivo. O Egídio jogou de lateral esquerdo.
Como eu disse. O Cuca está testando. Estou aí para colaborar. Mas trabalhei fisicamente, num trabalho individualizado.

Qual a importância de vencer estes quatro jogos? Dá mesmo confiança?
Lógico. Traz a confiança de volta. Sempre é bom ganhar. Sem falar que vai nos ajudar na pontuação geral do Campeonato Paulista e pode nos dar uma vantagem no mata mata. Hoje estamos muito próximos dos clubes de cima e também dos de baixo. Por isso vencer será muito importante.

Dá para vencer o Rosario no campo dele?
Vai ser muito difícil, mas dá. Teremos que mostrar técnica, qualidade. Vamos nos preparar para jogar uma final. Mas teremos tempo para isso. E temos que jogar como jogamos no primeiro tempo da partida de ida: sem dar espaço, marcando bem e ocupando os espaços lá na frente.

No final do ano passado, você chegou a pensar em parar de jogar. Decidiu continuar para ganhar a Libertadores. Você se arrependeu?
Não, o que é isso? Se arrependimento matasse, eu teria morrido por outras decisões que tomei na vida. Esta não. Decidir continuar pela possibilidade que apareceu de brigar por mais um título, depois da conquista da Copa do Brasil. O clube conseguiu manter quase todo o elenco e trouxe peças pontuais. Acredito muito que ainda vamos ter conquistas neste ano. Poderia sair sem emoção, mas pelo jeito vai ser com emoção (risos).

Encerra a carreira quando?
No final do ano, mas antes quero ser campeão pelo Palmeiras pelo menos mais uma vez.


Jogador passa fome, tenta agredir presidente que não paga em dia e é punido
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Luciano Borges

O volante Roberto, do Rio Branco de Americana será punido. O jogador terá uma multa não estipulada no salário, que aliás ele não recebeu no último mês. Não só Roberto, mas também todo o time que é lanterna da Série A2 do Campeonato Paulista com 11 pontos.

No último sábado, depois da derrota em casa para o Sorocaba (1 a 2), Roberto soube por familiares que o presidente do clube, Valdir Ribeiro da Silva, tinha criticado a equipe durante a partida.

Irritado, o jogador decidiu tomar satisfações com o dirigente na tribuna de honra. Foi contido por seguranças.

O episódio começou, na verdade, na sexta-feira quando faltou comida para os atletas na concentração. Eles reclamaram que sequer tiveram pão para comer.

Nesta terça-feira, o presidente do Rio Branco emitiu uma nota onde admite o atraso de pagamento, a falta de comida e até as críticas que fez durante o jogo. Só não aceitou ter sido quase agredido.

Leia:

“Devido à repercussão do infeliz episódio que aconteceu após a disputa entre o nosso Tigre e o Atlético de Sorocaba, acredito ser necessária uma explicação aos torcedores do Rio Branco Esporte Clube.

Não é novidade que o Rio Branco passa por uma grave crise financeira. Grande parte dos nossos recursos está congelada em ações na Justiça e, se alguém do Tigre está sem receber o que merece, é porque simplesmente não há dinheiro. A atual gestão do Rio Branco tem mantido um constante diálogo sobre isso com toda a equipe do clube. Acreditamos ser importante manter as finanças do Tigre o mais transparentes possível, mas isso não muda o fato de que a situação está pior do que imaginávamos em janeiro.

Mesmo com a falta de dinheiro, temos conseguido manter a alimentação constante dos nossos atletas. Isso até o jantar da última sexta-feira e o café da manhã do dia seguinte. A falha na entrega dos alimentos aconteceu, não por falta de dinheiro, mas sim por culpa de um dos diretores, que ficou encarregado de entregar a comida e não o fez. Até então, o time do Rio Branco estava formado há 71 dias e, durante todo esse período, os jogadores receberam as três refeições diárias completas. É claro que isso não diminui a gravidade da falta de alimentos, que aconteceu um dia antes de um jogo muito importante. Eu, como presidente e torcedor, compartilho da revolta de todos sobre esse ocorrido, mas é preciso esclarecer que esse fato aconteceu apenas uma vez.

Além do respectivo diretor não ter entregue a comida, também houve uma falha de comunicação e não fui avisado sobre a falta de alimentos até o final da disputa de sábado. Portanto, assisti à partida como o torcedor que sempre fui. Cobrei mais empenho de alguns jogadores – sem utilizar palavras ofensivas, pois apenas gritei “joguem para frente, não para o lado” – e isso foi mal visto por alguns atletas.

Na hora, não entendi o episódio, mas depois tudo foi devidamente explicado. Os atletas tinham sim o direito de se manifestar, pois ficaram sem alimentos no dia anterior ao jogo, mas como tenho mantido um diálogo aberto com todos, não aceito que nenhum jogador se exalte e busque resolver os problemas com agressões.

As derrotas também têm contribuído para deixar o clima tenso entre a equipe, mas precisamos dedicar toda a nossa energia aos últimos jogos do Campeonato Paulista Série A2, que ainda a chance de escapar e que termina no próximo mês.

Valdir Ribeiro da Silva

Presidente Rio Branco”


Presidente de Tribunal da Conmebol diz que Nacional não deve perder pontos
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Luciano Borges

Gabriel Jesus foi alvo de manifestações racistas no Uruguai (Crédito: Reprodução)

Gabriel Jesus foi alvo de manifestações racistas no Uruguai (Crédito: Reprodução)

Jogar com estádio vazio, pagar uma multa ou perder mandos de jogo. Segundo o presidente do Tribunal de Disciplina da Conmebol, o brasileiro Caio César Vieira Rocha, estas são as prováveis punições que deverão ser impostas ao Nacional de Montevidéu por causa do gesto racista de um torcedor durante o jogo contra o Palmeiras (1 a 0), na última quinta-feira no estádio Gran Parque Central, na capital do Uruguai. ''A tendência da penalidade é multa ou algum tipo de sanção relacionada à torcida, como portões fechados etc'', disse ao Blog do Boleiro.

A Confederação Sul-americana de Futebol ainda não puniu um clube cujo torcedor cometeu uma ação racista com a perda de pontos.

Até a noite desta sexta-feira, a entidade ainda não tinha recebido o material enviado pelo Palmeiras. Trata-se de um vídeo mostrando um torcedor do Nacional imitando um macaco na frente do jovem atacante palmeirense Gabriel Jesus. O fato aconteceu no segundo tempo da partida vencida pelo Nacional por 1 a 0.

O clube brasileiro informou que pediu que as imagens fossem enviadas à Conmebol pelo delegado da partida. Caio César não tinha sido informado deste material nem da denúncia dos dirigentes do Palmeiras.

A assessoria de imprensa do Palmeiras emitiu a seguinte nota: ''A Sociedade Esportiva Palmeiras vem a público para repudiar os atos racistas cometidos contra o atleta Gabriel Jesus na noite da última quinta, em Montevidéu. O clube reitera que condena quaisquer práticas que discriminem seres humanos por sua raça, cor, etnia, religião, gênero ou procedência nacional. Informamos que, por meio do delegado da partida, encaminhamos as imagens para a Confederação Sul-Americana de Futebol a fim de que se tome as providências cabíveis''.

O caso vai parar no Tribunal de disciplina. Em tese, Caio César diz que é possível se punir um clube com perda de pontos em casos como o de racismo. ''Mas nunca houve aplicação de perda de pontos em caso semelhantes'', completou o Caio, que é também presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva. A Conmebol, em seu novo estatuto, acenou com a ideia de penas mais duras contra atos racistas.

Mas não é o que casos anteriores mostram.

Em 2005, o zagueiro argentino Desábato, do Quilmes, foi preso por ofender o atacante Grafite com palavras de teor racista durante um jogo da Copa Libertadores. O clube não perdeu pontos. O mesmo aconteceu com o Real Garcilaso, do Peru, cujos torcedores xingaram incessantemente o meia Tinga, do Cruzeiro. Até a CBF entrou no caso e fez a denúncia, mas o Tribunal da Conmebol limitou a pena a uma multa de, na época, cerca de R$ 50 mil.

Depois de ser ofendido com os gestos do torcedor do Nacional, Gabriel Jesus reclamou com o árbitro da partida Carlos Vera. Se o juiz colocar esta queixa na súmula, a abertura de processo será automática.

O presidente do Tribunal de Disciplina não poderá participar do caso. ''Sou brasileiro e este fato envolve um clube brasileiro, no caso o Palmeiras'', disse Caio César. O órgão tem cinco participantes. O vice presidente Adrián Leiza Zunino é uruguaio e também está impedido de analisar esta denúncia do Palmeiras. Restam três nomes:  Alberto Lozada Añez(Bolívia), Carlos Tapia Aravena (Chile) e Orlando Morales Leal (Colômbia). Serão eles os julgadores.

 

 


Tricampeão da Libertadores, De Leon prevê Palmeiras perigoso com Cuca
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Luciano Borges

Uma equipe motivada com a chegada de novo treinador. Para Hugo de Leon, este é o motivo que faz do Palmeiras um adversário perigoso para o Nacional,  na noite desta quinta-feira em Montevidéu. O ex-zagueiro do time Uruguaio e da seleção nacional  acha que a equipe palmeirense será diferente daquela que foi derrotada em casa na semana passada.

''O Palmeiras estava em crise e perdeu para o Nacional. Não tinha começado bem o ano e vai mostrar mudança com o Cuca'', disse ao Blog do Boleiro.

De Leon, 58 anos, é tricampeão da Copa Libertadores da América. Em duas ocasiões, ganhou o torneio como capitão do Nacional. A terceira conquista saiu pelo Grêmio. Hoje, o ex-zagueiro é secretario de contratações do time Uruguaio. ''É cargo de confiança. Ajudo a achar e ajudar na contratação de atletas'', contou.

Do elenco atual, De Leon participou da aquisição do brasileiro Léo Gamalho, Vitorino, Kevin Ramires e outros. ''O time do Nacional foi montado há oito meses pelo Gustavo Munúa, o treinador. O grupo vem pensando jogo a jogo. Dentro ou fora de casa, cada partida mesmo nesta fase, é uma decisão'', afirmou.,

Por isso, ele considera o confronto com o Palmeiras uma partida ''muito difícil''. ''O Nacional tem que jogar concentrado nos 90 minutos. Não pode deixar de fazer o planejamento do treinador'', falou.

Hoje, De Leon divide moradia entre Punta Del Este, Monetvidéu e Porto Alegre. ''Tenho grandes amigos em Porto Alegre, frequento a Arena do Grêmio e passo quase oito meses por ano lá'', contou. Mesmo com esta ligação, ele é torcedor do Nacional. ''Temos boas chances de passarmos para  próxima fase. Mas é isso, somar pontos jogo a jogo'', afirmou.

Palmeiras e Nacional estão no Grupo 2 da Libertadores e brigam pela liderança da chave.