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Assis: R10 tem proposta de clube da Argentina e decide futuro nesta semana
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Luciano Borges

Um clube da Argentina está interessado em contratar Ronaldinho Gaúcho. Esta é uma das revelações que o irmão e empresário do jogador fez em entrevista ao Blog do Boleiro. Assis Moreira, ex-meia canhoto e talentoso, disse ainda que R10 deve definir onde vai jogar ainda nesta semana.

Os irmãos estão no Brasil. Na última sexta-feira participaram de uma audiência na Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro. Ronaldinho move ação contra o Flamengo pedindo direito de imagem e verbas rescisórias do período entre 2011 e 2012. O caso segue em sigilo de justiça, mas sabe-se que as testemunhas do clube carioca – Vanderlei Luxemburgo e Zinho – não apareceram o que motivou o adiamento para setembro.

Antes disso, Ronaldinho deve estar treinando e jogando num novo clube. O Vasco da Gama, cujo presidente Eurico Miranda anunciou que estava 90% acertado com o jogador, saiu da jogada. Assis não confirma este negociação tão avançada.

No entanto, ele diz que o irmão tem proposta do Antalyaspor da Turquia, mas acrescentou equipes do Catar, Arábia Saudita, China, Brasil e até Argentina.

Aos 44 anos, ele se tornou um negociador que arranca críticas de quem acha que já acertou com ele e viu Ronaldinho ir para outra equipe.

Blog do Boleiro – Sua fama de negociador está ficando lendária. É difícil ser empresário do Ronaldinho Gaúcho?
Assis – Cara, vou te dizer. Eu tenho um atleta que é referência mundial. Isso facilita bastante, mas traz muita responsabilidade também.

Você se preparou para este trabalho?
Tenho 44 anos de idade. Desde os 11 estou dentro do mundo do futebol. Desde os 16 como atleta profissional. Isso me deu experiência para avaliar as circunstâncias diferentes de bastidores e o que acontece nesse ambiente. Eu cuido do Ronaldo desde pequeno. Eu era jogador e já olhava a carreira dele. Foi assim até sair de campo quando passei a cuidar dele em tempo integral. A decisão de parar de jogar foi a mais difícil.

Você tinha 32 anos.
Isso. Eu jogava no Montpellier, da França. Um clube maravilhoso numa cidade bacana. Fiz muito amigos lá e sei que gostam muito de mim. Acontece que naquela época coincidiu com o primeiro ano do Ronaldo no Paris Saint Germain e passei a cuidar da carreira dele mais de perto.

Neste tempo todo, doze anos, você cuidou da carreira de outros atletas?
Por conta do Ronaldo, nunca pude ter muitos outros atletas. A demanda dele é muito grande. Tenho que estar sempre consciente do que acontece com ela. Não daria para dar a mesma atenção a outros jogadores. Mas tem sido legal.

Na semana passada vocês foram ao Rio de Janeiro para uma adurência trabalhista na ação contra o Flamengo. Como foi?
A audiência foi legal. Nós estivemos lá, presentes, firmes e fortes. Foi bom (a audiência foi adiada porque as duas testemunhas do Flamengo, Vanderlei Luxemburgo e Zinho, não compareceram).

O Flamengo foi uma aventura que não deu certo?
Eu era contra a ida do Ronaldo para o Flamengo. Sempre fui. Na época (janeiro de 2011), o Adriano Galliani (vice de futebol do Milan, na época) tinha nos garantido que iria liberar o Ronaldo parar jogar em outro clube. No dia daquela conferência de imprensa no Copacabana Palace, ele mudou o discurso. A gente vinha conversando com o Grêmio, Palmeiras e Flamengo. O Galliani soube que havia também o interesse da Internazionale de Milão. Por isso, deu uma declaração dizendo que o clube dele para o Ronaldo no Brasil era o Flamengo, rubro negro como o Milan. E disse isso faltando uns cinco minutos para a gente entrar na coletiva. O Flamengo também foi muito hábil e a porta do hotel estava lotada de torcedores, uns 1.500 com bandeiras gritando o nome do Ronaldo.

Mas você já tinha acertado com o Grêmio?
A gente tinha conversado. Mas não assinamos nada. Não estava nada acertado.Foi uma confusão danada. Agora, aquela coisa das caixas de som (o Grêmio preparou uma recepção no Estádio Olímpico) foi ridícula. Acabamos acertando com o Flamengo. Lembre-se que eu converso com todos interessados, mas quem decide é quem joga.

E a história do projeto com o Vasco. Ele existiu?
Você conhece os meandros do futebol. O Eurico Miranda, de quem gosto bastante, lançou um caso e tirou o foco do problema dele, que era o desempenho do Vasco no Brasileiro. Isso ajudou até estruturar o time outra vez, trocar de técnico e ver a equipe ganhar de novo. Ele fez o que fez porque achou certo para o time dele. Isso faz parte do futebol. Nem tudo que ele fez eu concordo.

Ou seja, ele lançou a história de trazer o Ronaldinho para criar um fato que tirasse o foco da crise do Vasco?
É. Ele é apaixonado pelo clube dele. Eu entendo. Temos uma relação cordial, de amigo.

E o recado do Ronaldinho via Twitter dizendo para o empresário Umit Akbulut que estaria em breve na Turquia?
O Umit é um amigo que recebe as estrelas do mundo na Turquia. Foi uma maldade que fizeram. Pegaram o cumprimento do Ronaldo para vender jornal, fabricaram uma notícia. Não sei porque tem tanta maldade. Ele sempre nos recebeu muito bem na Turquia e nada a ver com contratação. Fiquei triste pelo que aconteceu.

Mas ele recebeu ou não recebeu uma proposta do Antalyaspor?
Tive um compromisso no Japão e, coincidentemente, tinha uma escala em Istambul. Lá encontrei o presidente do Anatalyaspor. Ele me passou as ambições, o projeto deles e coimo o Ronaldo se encaixaria. O Ronaldinho vai descansar o tempo necessário e vai analisar esta proposta.

É a única proposta que ele recebeu?
Não. O Ronaldo tem mercado em muitos lugares: Catar, Arábia Saudita, China, Brasil e Argentina.

Argentina? Qual time?
Não posso dizer, mas é um projeto sério. Porque hoje é preciso saber qual o objetivo do clube interessado em ter o Ronaldo.  E nós precisamos saber porque vamos para lá ou para cá. Não é só grana. Porque o Ronaldo traz resultados.

Traz?
Veja o Querétaro. Pela primeira vez na história, o o time chegou à final do Campeonato Mexicano e não foi campeão por pouco. O Flamengo passou um tempo grande invicto. Foi campeão carioca invicto. No Atlético Mineiro, Ronaldinho foi campeão da Libertadores. Ele tem o poder de agregar o time, fazer um vestiário leve. Ele é um cara que consegue isso. Esse é o poder do Ronaldo. O Querétaro tem um grande elenco? Não tem, mas entrou para a história.

Quando o Ronaldinho vai decidir onde jogar?
Vamos conversar nesta semana. Deve ser por aí. 

O Palmeiras, maior comprador nesta temporada de 2015, não procurou você?
Não. Mas no ano passado – pouca gente sabe – conversamos. Tenho ótimo relacionamento com o presidente Paulo Nobre. O Palmeiras quis fazer negócio, mas não nos convinha. Agora tenho o maior respeito pelo Nobre. Eu digo que, no futebol, negócio que se fala antes, nunca sai. E o Palmeiras foi muito discreto. Agradeço a postura deles.

No final da história, você não se incomoda com a fama de homem mau? O cara que negocia, fala com clubes diferentes, deixa alguns esperançosos e acaba acertando com outro clube.
Se quiser conversar comigo, show de bola. Eu converso, escuto o projeto e as intenções do clube. Mas não se pode esquecer que tenho que discutis com quem vai a campo e jogar. Eu dou minha opinião, mas é o Ronaldo quem decide dentro de ''n'' propostas. Nunca assinei nada por ele. Ele precisa se sentir bem à vontade.

 

 

 


Os ‘causos’ de Bruno Peres no Torino: chinelos errados, sal no bolo e fama
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Luciano Borges

Fotos: Blog do Boleiro

Fotos: Blog do Boleiro

Bruno Peres, 25 anos, é titular do Torino, time que terminou a última temporada do Campeonato Italiano em nono lugar. Está no clube desde o ano passado, quando foi contratado por seis milhões de reais. Anda em alta. Passa as férias no Brasil. Ele nasceu em São Paulo e tem casa em Santos. Afinal, jogou no Peixe de 2012 até seguir para a Itália.

Casado com  Camila e pai de Enzo, que nasceu há cerca de duas semanas, Bruno é um jogador brasileiro que precisou de pouco tempo para se adaptar em outro país. Teve que mudar o jeito de se vestir, aprender o idioma para não trocar ingredientes na cozinha, mudar um hábito de comer que vem desde criança. Na maior parte dos casos, ele teve que ceder.

Em outros momentos, o fato dele ser titular ajudou a impor a vontade. Acostumado com o clima descontraído no vestiário do Santos, sempre com música e risos antes da roda de oração e a entrada em campo, Bruno levou bronca quando usou fone de ouvidos e dançou no vestiário. Também foi admoestado porque batucava numa mesa do ônibus onde sempre viaja ao lado do atacante Amauri (brasileiro naturalizado italiano), o avante venezuelano Martinez e o meia marroquino El Kaddouri.

''Mas isso eu não mudei. Mostro que eu não preciso ficar sério, de cara fechada e em silêncio para ir focando no jogo. Eles acham que ouvir rap, pagode, é falta de respeito. Eu mostrei  que não é assim. Eu vou focando no jogo deste jeito, com alegria. Como eu ganhei moral no time, continuo fazendo a batucada, mesmo no jogo depois de uma derrota'', disse.

Bruno Peres se considera um embaixador do futebol brasileiro que, aliás, anda em baixa na opinião dos colegas de Torino. ''Eles comentam que o Brasil não está bem. Não é mais o futebol que eles temiam. Ainda acham que o brasileiro é muito bom de bola, mas já não põe medo'', contou.

A seguir, ''causos'', tropeços e fama de Bruno Peres na Itália.

CHINELO NO VENTILADOR

Logo nos primeiros dias no Torino, Bruno foi treinar vestido de acordo com o clima.

''Estava um calor de 35 graus. Como a gente faz no Santos, fui treinar vestindo uma camiseta regata, uma bermuda colorida e um par de chinelos de dedo. Eu percebi que os jogadores me olharam estranho, mas não achei que fosse por causa da roupa. Eu estava acostumado assim. Quando voltei do treino, a bermuda, a camiseta e os chinelos estavam pendurados nas pás de um ventilador que fica no teto. Ele ficava girando com a minha roupa. Aí os caras disseram: 'Você não pode vir aqui assim. Aqui você aparece de tênis ou sapato. Camiseta regata nem pensar. Quando muito uma camiseta fechada. Regata é falta de respeito''.

A partir daí, Bruno passou a caprichar no visual. Neste mês de junho, quando voltou ao Brasil para passar as férias, ele mostrou o novo ''look'' para os colegas do Santos. ''Eu vesti uma calça saco, bota com estilo, enfim, bem vestido. Os caras começaram a cornetar. Alugaram minha roupa. O Lucas Lima foi quem provocou mais. Mas o Alison deu moral''.

Sobre os chinelos de dedo: ''Ah não pode aparecer com eles  lá no Torino. Eles avisaram que na próxima vez iriam cortar os chinelos com a tesoura'', disse.

 

SAL NO LUGAR DO FERMENTO

''Fui com minha mulher, Camila,  ao supermercado. A gente queria comprar fermento para fazer um bolo. Como a gente não sabia a palavra em italiano, coloquei no dicionário do celular. Lá, bolo se chama torta. Aí mostrei a palavra para fermento e uma moça do mercado indicou que ele estava numa fila de prateleiras. A gente foi lá e achou. Era um pacote pequeno, parecia mesmo com fermento. Levamos para casa e ainda minha mulher comentou: 'Fácil né?''. Depois fizemos o bolo e ela colocou o fermento. Nada do bolo crescer. Ainda perguntei se ela tinha certeza que tinha colocado o fermento e ela garantiu que foram duas colheres. O bolo ficou achatado. Eu tive que experimentar porque minha mulher estava grávida do Enzo. O bolo estava salgado pra caramba! A gente tinha comprado sal''.

 

TRÊS PRATOS NUM SÓ

Bruno Peres levou um tempo para se acostumar com o costume dos italianos em fazer refeições com etapas separadas. ''Lá, o primeiro prato é o da salada. O segundo vem com a massa e o terceiro tem a carne. E eles comem assim, na sequência, sem misturar. No primeiro dia no CT do Torino, eu cheguei na mesa de comida e fui enchendo o prato: salada, massa, carne, tudo junto. Os caras arregalavam os olhos. Aí o Amauri deu o toque: 'Não pode comer tudo junto assim. Aqui é falta de respeito'. Eu disfarcei, peguei dois pratos vazios e passei o macarrão para um e a carne para outro''.

Mas este cuidado durou só até o lateral brasileiro ganhar moral no time. ''Hoje não quero nem saber. Encho o prato mesmo''.

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O GOSTO PELO MOLHO NA MASSA

''Uma coisa que aconteceu no começo foi minha dificuldade em comer macarrão com molho. Eu não comia nada com molho. Isso vem desde criança. Eu era muito mimado. Lembro que depois do primeiro treino no Torino, tinha espaguete com molho vermelho. Eu nem ia comer, mas pensei que se não colocasse energia, ia acabar desmaiando de tarde. Então, cada vez que eu dava uma garfada e ia pôr na boca, eu tapava o nariz com uma mão, meio no migué. Imagina a cara dos outros jogadores me vendo fazendo isso. Mas era para não ter vontade de vomitar. Hoje como tudo com molho. Mudei. Mas sempre levo um pacotinho de bolacha comigo''.

PREGO É DE NADA

''Eu fui ao restaurante com o Bernardo (ex-jogador e empresário) e ele tinha me ensinado a agradecer sempre. Então, cada vez que o garçom trazia alguma coisa eu fala 'Grazie', que significa muito obrigado. O problema é que para cada 'grazie' que eu falava, os caras respondiam 'prego'. Eu fui ficando invocado porque prego para mim é aquele cara meio bobão, que no surfe não consegue nem pegar onda. Aí ficou aquilo:'grazie' e 'prego'. Eu pensando: 'O cara está me tirando. Já me chamou de prego três vezes'. Comentei com o Bernardoi que deu risada e explicou que 'prego' é 'de nada' em italiano. Eu já ia dar uma gravata no garçom''.

RESTAURANTE BRASILEIRO COM STRIPPERS

''Então, eu levei a Camila para jantar num restaurante brasileiro em Turim. A gente foi naquela expectativa de comer uma comezinha daqui do Brasil. Estava indo bem. De repente, começou um show de strippers. Você acredita? Eu levo a mulher para jantar e aparecem umas brasileiras tirando a roupa. Aí a Camila só disse: 'Pede a conta'. Eu ainda quis maneirar: 'Amor, eu nem estou olhando'. Aí ela falou: 'Qual parte do vamos embora você não entendeu?'. Aí pedi a conta''.
TREINOS E TÁTICA: ''É DIFERENTE''

Bruno Peres é titular do Torino. Tem o apoio do técnico Giampiero Ventura. Na temporada 2014-2015 disputou 34 partidas e marcou três gols.

''Lá, assim que começa a semana de um jogo, você já recebe um vídeo e uma análise de como joga o time adversário e, no meu caso, como atua o lateral ou o ala esquerdo. Como ele sai para o jogo, para que lado dribla, se chuta, todos estes detalhes. E todo dia tem conversa sobre estas coisas. Tem também opções do que posso fazer em campo para surpreender o adversário. A gente pode perder um jogo porque o time adversário é mais forte, mas não porque a gente não sabia como ele joga''.

No Brasil, Bruno lembra que este tipo de informação era passado pára os jogadores, mas mais perto dos jogos. ''No Santos, o Muricy Ramalho fazia isso na sexta e no sábado'', falou.

A diferença é a intensidade de trabalho. ''Tática é muito trabalhada. Existe uma preocupação muito grande de como fazer a diagonal na defesa, como voltar rápido e recompor as linhas de quatro. Eles nos fazem aprender a ler o jogo para saber fazer cobertura, entender as ações dos adversários'', explicou.
UM GOLAÇO E A FAMA

No dia 30 de novembro do ano passado, o Torino foi derrotado pela Juventus por 2 a 1, no clássico de Turim. Nesta partida, Bruno Peres marcou um golaço aos 23 minutos. Roubou a bola no campo de defesa, disparou até a área adversária e acertou um chute indefensável. Foi o suficiente para deixar o jogador brasileiro com novo status no clube e na cidade.

''Ficou difícil andar na cidade. No dia seguinte, eu e a Camila fomos passear num shopping center, como a gente faz no Brasil. Eu fiquei 20 minutos atendendo os torcedores, tirando fotos, dando autógrafos. E lá não é como aqui. O brasileiro ainda deixa você comer antes de abordar você. Lá, o cara não está nem aí. Tivemos que voltar para casa''.

 

Bruno não reclama da fama. Pelo contrário. Ele descobriu que ela tem suas vantagens.

''Este gol abriu meu horizonte, Faltavam quatro rodadas para o final do primeiro turno. Eu vinha bem, mas este gol deu uma pancada. Até descobri que presente em italiano é regalo (na verdade, tem o sentido de agrado). Vou jantar e, na hora de pedir a conta, o dono vem e diz que é 'regalo'. A gente foi comprar roupa para bebê, pouco antes do Enzo nascer, e os vendedores nos deram três peças de 'regalo'. Está ficando bom''.

 

 

 

 


Convertido, Jô vai aos Emirados “com a cabeça no lugar”, diz pai
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Luciano Borges

Um novo Jô, mais focado, é o jogador que o time do Al Shabab, dos Emirados Árabes contratou. Segundo o pai do  atacante formado na base do Corinthians, a religião ajudou a ''colocar a cabeça no lugar''. Dario de Assis, 60, disse ao Blog do Boleiro que a ajuda de dois colegas do Atlético Mineiro mudaram a vida do filho: ''O Pierre e o Leonardo Silva levaram meu filho a uma igreja em Belo Horizonte. Ele se converteu e se tornou evangélico. Até o linguajar dele mudou. Ele está mais claro com as coisas''.

Depois da Copa do Mundo do ano passado, o jogador de 28 anos enfrentou problemas de ordem pessoal. Faltou em treino do Atlético Mineiro. Chegou a ser afastado do time pelo então presidente Alexandre Kalil. Em outubro, Dario chegou a dizer que temia que a carreira do filho terminasse como a do centroavante Adriano Imperador, que colecionou problemas disciplinares. ''Ele teve um probleminha na vida que já foi superado. Errar é humano e este episódio já está superado'', afirmou.

A mudança de comportamento de Jô, por causa da postura religiosa, garantiu a ele o retorno aos treinos e, aos  poucos, ao time. Jô foi autor do gol do título estadual do Galo e vinha tentando ganhar espaço entre os titulares. Depois de 127 jogos e 38 gols, o atacante reserva da seleção brasileira de 2014 foi negociado pelo clube mineiro com o Al Shabab, dos Emirados Árabes. Ele foi indicado pelo técnico Caio Junior, que comanda a equipe de Dubai.

A contratação só será oficializada depois dos exames médicos, mas o pai do jogador está otimista. ''Ele está muito bem. As coisas vão se acertar de vez'', disse. Ex-taxista, Dario lembra que acompanhou e morou com o filho quando ele deixou o Corinthians com 18 anos de idade e se transferiu para o CSKA, de Moscou. ''Ele foi muito bem lá'', contou 10 anos depois.

Desta vez, Jô não vai morar com os pais Dario e Tania. Casado com Cláudia, que conheceu na Rússia, ele viajará com a mulher e o filho. Deverá ter também a ajuda de um secretário particular que trabalha com ele no Brasil.

 

 

 

 

 


Chamado pela CBF, Leão elogia nome do conselho e duvida de técnicos de fora
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Luciano Borges

Conselho de Desenvolvimento Estratégico do futebol brasileiro.

O nome da reunião de treinadores organizada pela CBF para a próxima segunda-feira impressionou Emerson Leão. “É um nome bonito. O Gilmar (Rinaldi, coordenador de seleções da CBF) me ligou ontem e explicou o que ele quer discutir”, disse o treinador do selecionado do Brasil no ano de 2000.

Gilmar ficou de enviar um e-mail com o conteúdo e objetivo da reunião. De cara, Leão, 65, tende a não participar do encontro. Tem um compromisso no litoral de São Paulo na segunda-feira de manhã. Mas diz que vai ler o e-mail para ver como pode contribuir.

Só tem um senão: a disposição de Gilmar em ouvir também treinadores do fora do país.

“Eu li depois da conversa que ele quer escutar técnicos estrangeiros. Não precisa fazer alarde. O que eles vão dizer? Que não entendem nada do que acontece aqui e que o futebol brasileiro sempre foi o melhor e hoje não é mais? Isso a gente sabe”, disse o treinador que dirigiu sua última equipe em 2012 (São Caetano).

O que então Emerson Leão tem para dizer?

“É simples. Quer acabar com esta crise? Põe gente que saiba futebol, que viveu o futebol e conhece como ele funciona aqui. Estão escolhendo sabidos que não são sabidos para comandar o futebol brasileiro e os clubes. Não são sabidos que nasceram no futebol. São muito bons em computadores, tecnologia, mídias sociais. Futebol é outra coisa”, afirmou Leão que já defendeu a contratação de ex-atletas para cargos de executivos de clubes.

Se não comparecer na segunda-feira, Leão vai se colocar à disposição da CBF. “Eu conheço o Marco Polo Del Nero (presidente da Confederação). Vi ele crescer lá no palmeiras. Se quiser falar comigo pessoalmente, é só chamar. Eu falo com ele”, falou.


Advogado de Pato: “Vai haver aumento geral de ações contra clubes”
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Luciano Borges

João Chiminazzo, advogado de direito esportivo que representa Alexandre Pato Foto: Arquivo Pessoal

João Chiminazzo, advogado de direito esportivo que representa Alexandre Pato Foto: Arquivo Pessoal

Nesta terça-feira, Alexandre Pato entrou oficialmente com pedido na Justiça do Trabalho de desistência da ação que moveu contra Corinthians e São Paulo. Segundo o advogado, João Chiminazzo, o atacante conseguiu o que queria: recebeu R$ 4,3 milhões de salários atrasados. O casop deve ser arquivado na próxima semana.

“Está claro que, se não for pressionado, o clube não sai da zona de conforto dele e não paga o que deve”, disse o representante legal de Pato.

Em conversa com o Blog do Boleiro, o advogado revelou que tem sido sondado por outros atletas sobre a possibilidade de repetirem o que Pato fez. “Vai haver um aumento geral de ações contra clubes. Este caso do Pato abriu um precedente violento”, afirmou Chiminazzo que é especializado em direito esportivo do escritório Pereira Neto e Chiminazzo, de Campinas.

Blog do Boleiro – Por que vocês desistiram do pedido de rescisão do contrato? A decisão contra do primeiro juiz foi a razão?
João Chiminazzo – Porque ele conseguiu o maior objetivo que era receber dos clubes. Veja bem, muita gente disse que o Pato queria deixar o Corinthians e isso não é verdade. Quando o Pato me procurou ele disse que não aguentava mais. Ele disse: ‘Estou sem receber há 10 meses. Estou de saco cheio’. Eu examinei todo o cenário e disse que o caminho era esse: entrar na Justiça pedindo a rescisão do contrato. Tinha que pressionar o Corinthians. Se não for pressionado, o clube não sai da zona de conforto.

O dinheiro apareceu rápido.
Nós entramos com a ação no dia nove de junho. No dia 10, o Corinthians depositou os quatro milhões. No dia 12, o São Paulo pagou os 300 mil que devia. Hoje eu dou risada. O que ninguém conseguiu em 10 meses, consegui em três dias. Considero isso uma vitória e o Pato recebeu. Por isso entramos com o pedido de desistência. A intenção dele era receber.

O senhor tem sido sondado por outros atletas depois deste caso do Alexandre Pato?
Oficialmente não. Tenho recebido mensagens de jogadores do Corinthians e do São Paulo brincando com frases do tipo ‘estou vendo que para receber aqui, tenho que te contratar’. Acho que são mais sondagens. Mas hoje eu tenho mais de 300 processos contra clubes envolvendo desde roupeiros, até jogadores, treinadores. Os clubes têm esta política de prometer e não cumprir.

Você tem outras ações contra o Corinthians?
Hoje tenho uma ação do zagueiro Chicão, que trata de direito de arena e já vencemos em primeira instância. O Corinthians recorreu. O volante Jucilei pediu verbas contratuais como 13º salário, férias e outros direitos. O Corinthians alegou que não ganhou nada na transferência dele para o Anzhi e provamos que isso não era verdade. Também ganhamos em primeira instância e o Corinthians recorreu. O volante Marcelo Matos (que está saindo do Botafogo) já ganhou até a última instância uma ação que gira em torno de R$ 1,5 milhão. O goleiro Júlio César também entrou com ação por não ter recebido parte das luvas e do direito de arena. Contra o São Paulo, tenho ações dos zagueiros Xandão e Rodrigo (que está no Vasco da Gama).

É assim comum ‘levar chapéu’ dos clubes?
É. Veja o caso do Muricy Ramalho. Ele tentou receber do Santos. Conversou com os dirigentes, fez acordos e nenhum foi cumprido. Aí conseguimos bloquear o dinheiro na Federação que iria para o Santos. Eles apareceram rápido e ofereceram um acordo para pagar em dez vezes. A própria Federação Paulista começou retendo só uma parte do dinheiro num dia, e corrigindo no dia seguinte. Mas foi preciso a determinação do juiz.

O caso do Pato abriu as portas para mais ações?
Vai haver um aumento geral de ações contra clubes. O caso do Pato abriu um precedente violento. Colegas meus que trabalham em clubes dizem informalmente que ‘vocês ferrou a gente’. O temor dos clubes é que todo mundo siga a moda. Até porque ficou provado que as desculpas às vezes não são verdadeiras. O Corinthians dizia que estava quebrado, mas arrumou 4 milhões em 24 horas.

Mesmo assim, o Pato não conseguiu a rescisão do contrato.
É verdade. O juiz não deu a liberação. Mas ele está muito contente no São Paulo.

Afinal, o São Paulo sabia da intenção do Pato e, de alguma forma, apoiou a decisão de entrar com a ação?
Sei que teve gente que disse que o Pato e o São Paulo teriam feito em comum acordo porque a saída do jogador do Corinthians tornaria mais fácil para o São Paulo contratar. Posso garantir que o São Paulo só soube quando foi informado pela Justiça.

Ele não ficou sem ambiente num time em que joga e contra quem moveu uma ação?
Eu estive no CT da Barra Funda nesta terça-feira. Conversei com o Alexandre. E pude ver que o clima com ele está muito bom. Até porque ele é um cara muito bacana. Todo mundo gosta dele.

 

 


Novo reforço do Cruzeiro avisa: “Não quero ser celebridade por vídeo”
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Luciano Borges

Marinho, durante a entrevista que o deixou famoso

Marinho, durante a entrevista que o deixou famoso

Nesta sexta-feira, o meia Marinho será apresentado como o novo reforço do Cruzeiro. Ele foi transferido do Ceará, time da Série B, onde era titular. E o jogador canhoto, nascido em Penedo (AL) vai chegar e avisar: “Não quero ser celebridade por vídeo”.

Explica-se.

Há dez dias, depois do empate do Ceará com o Santa Cruz (3 a 3), Marinho deixou o gramado e foi cercado por repórteres graças ao gol salvador que evitou a derrota. Cansado, ele abriu a conversa com um palavrão (“p.q.p”) e, ao saber que tinha recebido cartão amarelo e estaria suspenso do jogo seguinte, soltou a pérola: “Que merda…”.

O vídeo caiu na rede, virou sucesso na internet. Alguns usuários criaram um samba só com a montagem das respostas dele nesta entrevista. Marinho não gostou do modo como seu nome ficou exposto. “Não gostei não. Eu estava cansado. Falei aquilo, mas não sou assim”, disse.

O ex-treinador do time de Fortaleza, Paulo Silas, disse ao Blog do Boleiro que Marinho sentiu a fama pelo jeito errado. “Ele é um cara sensacional, muito bom de trabalhar. É um jogador canhoto com muito potencial. Pelo jeito dele jogar, lembra o Robben”, disse ao Blog do Boleiro referindo-se ao holandês do Bayern de Munique.

Aos 25 anos, Mário Sérgio (nome de batismo) está na melhor fase da carreira que começou na base do Fluminense. Depois de jogar por várias equipes (Internacional, Paraná, Goiás, Ituano e Náutico), ele achou o espaço em campo no Ceará.

Nesta temporada, em menos de seis meses, ele jogou 27 partidas pelo time cearense e marcou nove gols. Nos últimos seis jogos, mandou a bola para as redes em cinco ocasiões. Com o técnico Silas, ele passou a jogar caindo pelo lado direito e puxando as jogadas para o meio em direção à área adversária.

Orientado pela assessoria de imprensa cruzeirense para não dar entrevistas até a apresentação oficial, Marinho deixou escapar a vontade de ficar conhecido em campo, jogando e fazendo gols. Frases como aquela do vídeo viral, nem pensar: “Isso vai mudar”, garantiu.


Rodrigo Caio está perfeito, garante médico do São Paulo
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Luciano Borges

“Do ponto de vista médico, o Rodrigo Caio está perfeitíssimo”. A garantia é do médico do São Paulo, doutor José Sanchez, que estranhou a informação de que um dos motivos da frustrada transferência do volante são paulino para o Valência da Espanha seria por problemas físicos. “Essas avaliações médicas são peculiares e individuais. Mas ele está perfeito, não tem nada”, garantiu.

Rodrigo Caio passou por duas cirurgias no joelho direito. “A primeira foi há muito tempo, coisa de sete anos. Esta mais recente no cruzado anterior, está ótima. Eu aprovaria”, afirmou ao Blog do Boleiro.

Esta segunda-feira, o próprio São Paulo confirmou que a negociação entre Rodrigo Caio e Valência foi frustrada por problemas financeirosa.

O jogador teria descoberto que o salário e luvas prometidos pelo empresário não correspondiam o que lhe ofereceram ao chegar na Espanha. O volante está em Madri, conversando com o Atlético.

O doutro Sanchez garante que, se a saída de Rodrigo Caio não se concretizar, ele volta e joga. “Ele vai fazer o que estava fazendo. Vai treinar e jogar pelo São Paulo e pela seleção brasileira”, falou o médico.

Já a diretoria torce para que o jogador acerte com um clube espanhol. O negócio com o Valência renderia mais de R$ 40 milhões ao clube brasileira que anda atrasando os direitos de imagem dos jogadores.

 


Último dia de contrato. Robinho vai ao Santos e pode definir o futuro
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Luciano Borges

Robinho vai aparecer no CT do Rei Pelé nesta terça-feira. É o último dia de contrato com o Santos. E o presidente santista, Modesto Roma Jr. espera por uma boa notícia. ''Nós já falamos tudo o que havia para se falar. Agora falta a resposta dele. Espero que seja boa'', disse ao Blog do Boleiro. Há a possibilidade de uma reunião entre o atacante e seus representantes com a diretoria santista.

A  advogada Marisa Alija Ramos, representante do atleta, confirmou o interesse de Santos, Cruzeiro e Querétaro que formalizaram propostas. Quando à informação de times dos Estados Unidos e do mundo árabe, ela se limitou a dizer: ''Preciso saber quais os times, porque nenhum me procurou''. No entanto, no próprio Santos, fala-se em uma oferta tentadora do futebol chinês. ''Só posso dizer que a procura tem sido grande'', disse Marisa que já se queixou do assédio de empresários e intermediários querendo participar de negócios para venda de Robinho.

O jogador quer decidir este próximo contrato com muita calma, porque pode ser -para ele – a última grande oportunidade de faturar bem e garantir o futuro.

 

 


Feliz no Flu, Antonio Carlos quer saber porque foi demitido pelo São Paulo
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Luciano Borges

Antônio Carlos em 'selfie' para o Blog do Boleiro: "Estou feliz"

Antônio Carlos em 'selfie' para o Blog do Boleiro: ''Estou feliz''

Antonio Carlos está feliz no Fluminense. Diz que voltou para casa. Ele foi formado na base tricolor. Já no profissional, fez o gol do título do estadual de 2005. Saiu neste ano para jogar no Ajaccio, da França, Retornou ao Brasil. Foi capitão do Atlético Paranaense. Se firmou no Botafogo. Despertou o interesse do São Paulo onde jogou 63 partidas e anotou 12 gols.

E, em fevereiro deste ano, foi dispensado sem maiores explicações.

“Tinham que ter um pouco de consideração comigo pelo pouco que fiz lá. Não ganhei títulos, mas ajudei o time as sair do risco de rebaixamento em 2013, e foi um esforço grande”, disse ao Blog do Boleiro.

Na semana passada, o zagueiro Antonio Carlos completou 32 anos. Desde abril, ele é titular do Fluminense. Forma dupla de zaga com Gum. O tricolor carioca anda bem no Campeonato Brasileiro. É o terceiro colocado com 17 pontos, ao lado do São Paulo.

O ex-clube anda vendendo atletas como Rodrigo Caio, Denilson e Paulo Miranda, enquanto trabalha para segurar zagueiros.

E Antonio Carlos ainda não tem a resposta: por que foi dispensado pelo São Paulo?

“Até hoje, os torcedores me param para perguntar. Eu sei a resposta. Sei faltaram com um pouco de respeito comigo”, disse em entrevista nesta segunda-feira.

Blog do Boleiro – Rapaz, parece que você se deu bem no Fluminense.
Antonio Carlos –
Ah, estou feliz aqui. Comecei aqui no Flu. Tenho amigos que trabalham na comissão técnica. Eu precisava jogar para estar feliz. Precisava de uma oportunidade num time grande. No primeiro jogo (derrota para o Atlético Mineiro por 4 a 1) não fui muito bem. Mas hoje estou mais solto e entrosado.

O Fluminense também melhorou. Já está no G-4.
A gente começou mais ou menos e agora estamos entrando no eixo. As vitórias ajudam a dar tranquilidade. O grupo está entrosado. Está ficando muito bom jogar aqui.

A chegada do Enderson Moreira ajudou?
Muito. Ele é bom treinador. Eu não conhecia o trabalho dele. É um cara correto com todo mundo. Fala nossa língua.

Retornar ao Fluminense traz qual sensação?
A sensação de que voltei para casa. Agora estou perto da minha família, de todos os amigos, de Madureira onde cresci. Em São Paulo eu ficava muito distante disso. Via muito menos minha filha Júlia, de 14 anos, que mora aqui no Rio de Janeiro com a mãe. Mesmo a Pietra, que estava com a gente em São Paulo e tem sete anos, já se adaptou à escola no Rio. Ela está no segundo ano do ensino fundamental. Estou perto de casa e isso é ótimo. Mas antes de me mudar para o Fluminense, eu já vinha para cá nos finais de semana. Não dava para ficar em São Paulo sem jogar ou treinar.

Você já absorveu sua saída do São Paulo?
Ainda não. Até hoje procuro entender porque me dispensaram. Houve um pouco de falta de respeito. Fui pego de surpresa. Afinal, se eles decidiram que eu não estava mais nos planos, poderiam ter me avisado no início do ano. Mas não. Eles esperaram até fevereiro para me dizerem isso. Ficou difícil encontrar outro clube. Foram dois meses treinando sem saber para onde iria.

Você ficou chateado?
Fiquei. Faltou respeito pelo que fiz para o clube. Foi pouco tempo, mas me dediquei ao máximo. Durante um ano e meio, entre 2013 e 2014, joguei como titular, marquei gols. Tive a lesão na panturrilha depois da parada para a Copa do Mundo e, quando voltei, senti outra vez. Mas eu voltei bem, fazendo gol na época.

Por que você foi dispensado?
É o que eu quero saber. Eu ficaria mais tranquilo se soubesse o motivo, onde errei. Quando você faz uma coisa errada, mais ou menos já espera uma punição. Mas cumpri meu dever. Até hoje, quando encontro torcedores do São Paulo na rua, aí ou aqui no Rio, eles me perguntam o que eu fiz, se eu chegava atrasado nos treinos, se eu estava na noite, se xinguei alguém. A verdade é que não fiz nada disso.

O que o São Paulo alegou?
Um dia me chamaram na sala da comissão técnica. O Muricy Ramalho e o Milton Cruz falaram comigo. Disseram que não era uma coisa deles, mas da direção e que eu estava livre para negociar com outro clube. Eu fiquei preocupado se teria que treinar separado do grupo, mas eles me mantiveram trabalhando com o resto dos jogadores. Foram dois meses muito chatos. Eu treinava até sexta-feira e viajava para o Rio, para ficar perto da família e não sentir a angústia de ver o time jogar e não poder participar.

O São Paulo deve algo para você?
Tem alguma coisinha ainda para acertar. Mas acho que deve sair o acerto. O São Paulo sempre foi muito correto neste assunto. Quem joga lá não pode reclamar de que que eles não correm atrás.

No Fluminense está tudo certo.
Está tranquilo.

Até onde este time pode chegar?
Nosso planejamento é ir jogo a jogo, sem almejar título ou vaga na Libertadores da América. O importante é continuar dentro ou perto do G4. No Brasileiro, as dez últimas rodadas são as decisivas. É quando os clubes estão mais fortes, estruturados. Aí é que se define tudo. Nosso time é mineirinho, vai comendo pelas beiradas.

Você ainda não marcou um gol desde que voltou.
Já cabeceei umas boas bolas. Está faltando fazer o primeiro gol. O primeiro é sempre mais difícil, mas vai sair.


Descobridor de talentos do São Paulo lamenta ter deixado Firmino escapar
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Luciano Borges

Em 2008, Bilu, na época volante do Coritiba, veio tratar de uma lesão no Reffis do São Paulo, no CT da Barra Funda. Amigo de Milton Cruz, auxiliar técnico do Tricolor, ele contou que tinha conhecido um atacante de 17 anos que jogava muito e pediu uma chance para o menino treinar na base.

Cruz perguntou se o garoto tinha onde dormir em São Paulo. Com a resposta negativa, ele conversou com o então presidente Juvenal Juvêncio e conseguiu uma semana de alojamento no Centro de Treinamento de Cotia.

O adolescente alagoano, que estava na base do CRB de Alagoas, se chamava Roberto.

 Depois da peneira, ele foi dispensado pelos homens da base do São Paulo. Bilu chegou a perguntar para Milton se não dava para esticar a “peneira”, mas ouviu que a decisão não era dele. “Então acho que vou levá-lo para o Figueirense, onde tenho amigos”, disse o volante que tinha sido titular do time catarinense entre 2003 e 2005.

Dois anos depois, Milton foi ao Estádio Orlando Scarpelli para acompanhar a partida entre Figueirense e Ponte Preta. Gostou muito de um atacante veloz e habilidoso que atuava pela direita. “Gostei dele. Era perigoso. Fiquei interessado”, conta o atual assistente de Juan Carlos Osorio, no São Paulo.

Depois da partida, no vestiário do Figueirense, Cruz conversou com o atacante Reinaldo (ex-São Paulo) e com o velho amigo Bilu. “Perguntei daquele atacante e o Bilu me disse: ‘aquele era o Roberto que eu indiquei e vocês não quiseram ficar’. Eu então perguntei se não dava para levá-lo para o São Paulo e ele me explicou que o jogador já tinha um empresário”, afirmou ao Blog do Boleiro.

O atacante Roberto é o Firmino, titular da seleção brasileira, contratado nesta semana pelo Liverpool pela bagatela de cerca de 140 milhões de reais (40 milhões de euros). Ele se tornou um dos jogadores brasileiros mais valiosos da história.

Milton Cruz procurou o empresário de Roberto Firmino. Era o alemão Roger Wittman, dono da Rogon Sport Management, que decidiu abrir um braço da empresa da Alemanha em Florianópolis. Afinal, ele gostou das praias da capital catarinense. A consulta do são paulino acabou sendo com Christian Rapp, diretor da empresa, que frustrou qualquer conversa: “Ele já está negociado com o Hoffenheim”.

O resto é história recente e bem sucedida do jogador nascido em Maceió que o São Paulo não quis e  que se transferiu para o time alemão quando tinha 19 anos. Firmino estourou na Bundesliga quando, na temporada de 2013/2014, marcou 16 gols e deu 12 assistências na temporada ajudando o Hoffnheim a ficar em nono lugar.

Ele foi chamado pelo técnico Dunga para a seleção brasileira e não negou fogo. Já marcou quatro gols e está se fixando no time titular. Para alguns amigos, Firmino já disse que acha que foi mal avaliado pelos olheiros tricolores. O tempo se encarregou de provar que ele está certo.

Mas dificilmente o atacante do Liverpool vai reclamar em público. Aliás, ele é econômico nas palavras e nas declarações polêmicas. Firmino é daqueles atletas que pagam assessor de imprensa para evitar entrevistas.

Trata-se de um jovem de 23 anos, casado com Larissa Pereira e pai de Valentina, que gosta de passar o tempo livre em casa com a família. Ele gosta de mimar a irmã Roberta. Adora massas e churrasco. Quando o Brasil jogou contra o México, na folga depois da partida, ele jantou num rodízio da zona oeste de São Paulo. Se foi reconhecido, contou com a discrição dos clientes.

O Liverpool é o primeiro time de massa, em escala mundial, da carreira de Firmino. A exposição e fama vão aumentar. Se pudesse  pular esta parte, ele agradece, mas quem foi fã de carteirinha de Ronaldinho Gaúcho vai precisar acostumar com o assédio. Não vai dar para sair correndo das entrevistas coletivas, como fez nesta semana no Chile.

Na trilha de Ronaldinho, Firmino fez estágio por três semanas no Paris Saint German. Isso aconteceu em 2009.

Milton Cruz acha que, se o jovem Roberto tivesse passado mais cedo pelo crivo dele, teria jogado pelo São Paulo. Orgulhoso de ter levado Kaká, Júlio Batista, Lucas e outros talentos da base para o profissional, o auxiliar técnico lamenta ter enviado o alagoano para Cotia, sem poder olhar mais de perto o potencial do atacante. “Cada um tem seu olhar”, disse.