Blog do Boleiro

Menos faltas. Mais jogo. Cartão para reclamação. O que muda no Brasileiro
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Luciano Borges

Nas primeiras quatro rodadas do Campeonato Brasileiro, que começa neste sábado, os times vão receber – ainda no vestiário, antes das partidas – uma cópia da circular que resume toda a orientação da arbitragem para a edição de 2015: jogo duro com reclamões, menos faltas e mais bola correndo.

A distribuição deste ''caderno'' serve para suprir a falta de interesse dos clubes. Até esta sexta-feira, véspera do início do torneio, nenhum clube pediu a presença de monitores da Comissão de Arbitragem para explicar as regras do jogo aos atletas. ''Em 2014, só o Internacional pediu a presença de um isntrutor para tirar dúvidas'', disse Sérgio Corrêa, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF.

Entre outras novidades, o documento  avisa que os juízes têm ordem para advertir e até expulsar de campo o atleta que reclamar ostensivamente ou mesmo sair pedindo cartão para o adversário. Está proibida também a rodinha de jogadores pressionando o homem do apito.

Os próprios juízes serão pressionados a colocar em prática esta atitude mais dura. Caso contrário, a Comissão de Arbitragem da CBF vai punir quem não for firme com afastamento ou ''geladeira''.

Para Sérgio Corrêa, presidente da CA, trata-se de uma medida educativa. ''O futebol é reflexo da sociedade e hoje em, dia o respeito anda em falta também em outras áreas. O professor hoje em dia já não é respeitado pelos alunos nas escolas. Então, os árbitros de futebol têm que dar um exemplo. Há cerca de um mês, a UEFA soltou uma orientação no mesmo sentido. Não dá mais para ver cada lance ser polêm,ica, com cinco jogadores cercando o árbitro. Até o goleiro vai lá'', disse.

O ítem da circular número 8 diz o seguinte:

RECLAMAÇÕES CONTRA DECISÕES DA ARBITRAGEM.

Todos os árbitros designados para as competições coordenadas pela CBF que não tolerem desrespeito e atos de indisciplina de qualquer natureza às regras do futebol e aos próprios árbitros.

As recorrentes e acintosas reclamações, individuais ou em grupo, contra as decisões do árbitro e de qualquer oficial da arbitragem, tanto durante como após o encerramento das partidas, exigem adoção de medida disciplinar adequada, pois as regras do jogo o permitem e exigem.

A proximidade dos lances, critérios iguais para lances semelhantes, postura firme e destemida, o correto uso do apito e palavras firmes, mas respeitosas – nunca desafiando – são os meios mais eficazes para evitar atos dessa natureza.

Sendo assim, os árbitros que não atuem de acordo com as regras e que permitam, sem adoção das medidas disciplinares comportáveis, transgressões dessa natureza será solicitado à CA-CBF que sejam sumariamente afastados das programações, pois o futebol não pode ser vítima nem de árbitros fracos, nem de jogadores ou dirigentes indisciplinados, que atentam contra a boa conduta esportiva.

Tal fenômeno, que não é privilégio do futebol brasileiro, precisa ser freado imediatamente e com firmeza, tanto que a UEFA adotou, recentemente, punição semelhante a esta.

 

Além disso, abordar o árbitro depois do primeiro tempo ou no final da partida também deverá ser tratado com muito rigor.

Qualquer pessoa que, durante ou ao final da partida, se dirigir à equipe de arbitragem para aplaudir (de forma irônica), reclamar de qualquer marcação ou ofender a equipe de arbitragem deverá ser EXPULSA (se for jogador ou substituto) e EXCLUIDO (se oficial de equipe), devendo o fato ser registrado fielmente e em linguagem clara e objetiva no relatório da partida.

Os fatos dessa natureza ocorridos fora do campo, inclusive na saída do estádio também devem ser registrados no relatórios, inclusive entrevistas, acaso ouvidas pessoalmente, por qualquer dos integrantes da equipe de arbitragem.

Por outro lado, a Comissão da Arbitragem quer mais jogo, com bola rolando,  e menos faltas em campo. ''è uma questão de respeito ao torcedor que paga para ver um espetáculo e fica sujeito a ver estas cenas de reclamações'', justificou o homem forte do apito nacional.

CA vem adotando critérios para equilibrar o estilo de arbitragem no Brasileiro. Nos últimos anos, a preocupação é de, a cada rodada, ter cinco árbitros mais modernos, que gostam de ver o jogo correr.  Os outros cinco têm estilo mais conservador, que seguram mais a partida. ''Mas mesmo eles são orientados para deixar a bola rolar mais. Futebol é jogo de contato. Atleta que não entende isso e cai toda hora, parando a partida, que vá jogar tênis ou vôlei, com uma rede no meio'', afirmou.

Segundo levantamento da CA, o número de faltas por partida vem caindo no Campeonato Brasileiro. De 1988 a 2014, o índice foi de 53 para 32,68 infrações por jogo. O número do ano passado está um pouco acima da Copa do Mundo disputada aqui no Brasil: 30,1. ''Queremos diminuir ainda mais. O jogo tem que fluir'', decretou Corrêa.

Outras medidas tomadas na temporada passada serão mantidas: trios de arbitragem de um mesmo estado, a presença de um observador com estas equipes antes dos jogos e a ajuda de psicólogos para determinar perfis compatíveis nas arbitragens.

COMEMORAÇÕES PROIBIDAS

Comemorar gol com a torcida nas novas arenas, que não têm alambrado, também será motivo de advertência. A medida, adotada a partir do segundo semestre do ano passado, ganhou apoio da Fifa. ''Consultamos da Federação Internacional porque a regra fala em alambrado. O jogador não pode subir aquela escadinha para abraçar os torcedores. A Fifa nos respondeu dizendo que esta interpretação é a correta'', afirmou Corrêa. 

A curiosidade é que o jogador poderá ser advertido mesmo se o gol for anulado.

A orientação sobre as comemorações é esta:

COMEMORAÇÃO DE GOLS

As advertências com CA em razão de comemoração de gols devem ser mantidas mesmo quando os gols sejam anulados, pois a punição decorre da conduta antidesportiva adotada, que não se desfaz em razão da anulação do gol.

Além das recomendações da FIFA, que são reforçadas pela CA/CBF, os árbitros devem observar se a comemoração tem objetivo de zombar do adversário ou, especialmente, da torcida contrária. Em caso positivo, o infrator deve ser punido, no mínimo, com cartão amarelo. Todos os integrantes da equipe de arbitragem devem ficar atentos.

Novas arenas – Nos novos estádios, os alambrados foram substituídos por equipamentos modernos e em que há escadas móveis para facilitar o acesso do público ao campo em situações emergenciais, a subida dos atletas em tais escadas corresponde à subida nos alambrados, sem desconsiderar que a proximidade dos jogadores com o público tornou-se ainda maior, fazendo crescer o nível de risco. A aplicação, portanto, do Cartão Amarelo ao jogador que primeiro subir em tais escadas continua sendo exigida.

 

Mais uma vez, a orientação sobre bola na mão ou mão na bola está publicada na circular. É a mesma desde setembro do ano passado.

 

BOLA NA MÃO E MÃO BOLA

A marcação de falta em toque involuntário é tão errada como a não marcação quando há intenção. Os árbitros devem analisar todos os elementos para definir tais lances:

  •  o movimento da mão em direção à bola (e não da bola em direção a mão);
  •   a distancia entre o adversário e a bola (bola que chega de maneira inesperada), a posição da mãonão pressupõe necessariamente uma infração;
  • tocar a bola com um objeto segurado com a mão (roupa, caneleira etc.) constitui uma infração;
  • atingir a bola com um objeto arremessado (chuteira, caneleira, etc.) constitui uma infração.
  • Também deve ser observado: O movimento do braço ou da mão: natural ou antinatural; e,principalmente, se o jogador, se podia, tentou evitar o toque.

Luxemburgo reclama: “Querem me aposentar. Dizem que estou ultrapassado”
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Luciano Borges

Luxemburgo, barba por fazer e sem terno Foto: Blog do Boleiro

Luxemburgo, barba por fazer e sem terno Foto: Blog do Boleiro

Vanderlei Luxemburgo anda com visual diferente. Depois dos dias em que treinou o Flamengo em um hotel na cidade de Atibaia (SP), o técnico deixou a barba crescer e só veste o agasalho oficial do clube. Aliás, ele tem deixado de lado os ternos de corte que vestiu durante anos, mesmo com o calor inclemente de regiões quentes do Brasil. Ele diz que queria marcar visualmente uma nova postura da profissão. E que hoje isso não é mais necessário.

Já em 1990, depois de ser campeão paulista comandando o Bragantino, Luxemburgo conseguiu um acordo com uma marca de roupas masculinas e vestiu o elenco de terno e gravata para viajar no Campeonato Brasileiro. ''Meu time tem que mostrar uma postura profissional, elegante'', disse na época.

Hoje, depois de ganhar cinco edições da Série A do Campeonato Brasileiro e conquistar mais de 40 torneios, o técnico carioca que vai completar 63 anos de idade lida com uma siutação que o incomoda: ser tratado como um treinador que está ultrapassado e não ganha mais campeonatos.

Nesta sexta-feira, durante um programa na TV Bandeirantes, ele fez uma análise de como o Bayern de Munique está jogando quando enfrenta o Barcelona. Ao final da explicação, ele não aguentou e disse: ''E dizem que estou ultrapassado''. Perguntado pelo apresentador Neto sobre quem diz, ele respondeu: ''Parte da imprensa''.

Depois do programa, a caminho do carro que o levou de volta a Atibaia, ele falou mais e mostrou que não aceita o rótulo de ''ultrapassado''.

Blog do Boleiro – Você vai deixar a barba crescer?
Vanderlei Luxemburgo – Nada. É que estou trabalhando, preparando o time para o Brasileiro e nem tive tempo. Chegando no Rio de Janeiro, eu faço a barba. Mas se as meninas disserem que ficou bom, é capaz de eu deixar. As meninas, entenda-se, minha filha.

Isso vale também para o agasalho do clube?
Estou treinando a equipe, este é meu uniforme. Mas não tenho mais dirigido o time em campo com o terno. Passou o tempo.

Por quê?
Eu usai o terno lá atrás, no início dos anos 90, como uma forma de valorizar a profissão de técnico. Acho que foi importante para a imagem. Mas agora, nem tanto. É preciso saber que um treinador é bom pelo trabalho dele, o que apresenta em campo.

Hoje, no programa Donos da Bola, na TV Bandeirantes, você disse que querem a sua aposentadoria. Isso incomoda?
Incomoda sim. A imprensa é uma merda. Ela resolve dizer que você está velho e quer determinar quando ele tem que deixar de ser técnico. Querem me aposentar. Dizem que estou ultrapassado. Eu estou muito bem. Continuo o mesmo. Minha história conta uma carreira de vitórias e conquistas. Você está velho?

Não considero assim.
Então, nem eu.

Você tem estudado o futebol atual?
Está vendo? Você voltou a estudar jornalismo?

Não.
Porque preciso voltar a estudar futebol? Isso é criado pela imprensa. Tudo o que está acontecendo agora eu já fazia em 92/93. Então querem que eu estude o que eu fiz lá atrás? Agora há pouco fiz uma leitura de como o Pepe Guardiola enfrentou o Barcelona. Ele está colocando o Bayern numa postura aguda, dentro do Barcelona, mostrando que vai jogar em cima e não ficar esperando no seu campo. O Barcelona também mudou um pouco da forma de jogar. Os dois times marcam lá em cima, dificultam as ações. E ficam mais perto do gol adversário. Como você vê, eu acompanho. Mas estudar futebol?

Quais times você aponta como favoritos neste Brasileiro?
Acho que tem oito: Grêmio, Internacional, São Paulo, Corinthians, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Flamengo e Palmeiras, que virá muito bem. Nosso primeiro objetivo é disputar ali na zona da Libertadores.

 

 


Fabio Santos diz que Corinthians “deu uma abalada” com resultados ruins
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Luciano Borges

Resultados ruins, confiança abalada. Para o lateral-esquerdo Fábio Santos, o time do Corinthians precisa da vitória sobre o Guaraní (Paraguai) na próxima quarta-feira para, além da classificação às quartas de final da Copa Libertadores da América, recuperar o moral dos jogadores. ''Será bom para recuperar a confiança'', disse ao Blog do Boleiro.

Eliminação do Campeonato Paulista na disputa com o Palmeiras, derrota para o São Paulo na última rodada da fase de grupos da Libertadores e o mau resultado diante do Guaraní, são momentos que ajudam a tirar a estabilidade emocional da equipe dirigida por Tite.

Nesta quinta-feira, depois do retorno de Assunção e da derrota por 2 a 0 para o time paraguaio, os jogadores corintianos voltaram ao Centro de Treinamento para fazer o que a comissão técnica chama de recuperação: musculação, esteira e hidromassagem. É durante estas atividades que os atletas conversam e avaliam o que fizeram de errado e o que farão certo diante do Guaraní.

Fábio, 29 anos, é um dos líderes do grupo. Tem experiencia de dois títulos mundiais de clubes, um pelo próprio Corinthians e outro pelo São Paulo, além das mais de 200 partidas pelo alvinegro. Numa conversa por telefone, ele disse o que pensa: ''O time tem que voltar a usar seus pontos fortes''.

Blog do Boleiro – Durante a recuperação, os jogadores conversaram sobre a derrota e o que devem fazer para vencer o Guaraní e passar de fase?
Fábio Santos – Sim. Mas não é só depois desta partida no Paraguai. Em geral, um ou dois dias depois dos jogos, a gente fala com os jogadores com quem temos uma proximidade melhor. Aí discutimos o que podemos ajustar, o que deu errado.

Você fez isso nesta quinta-feira à tarde?
Fiz.

E qual a conclusão?
Eu acho que não se trata tanto do Guaraní, mas sim do nosso time. Precisamos voltar a mostrar o que era nosso forte: intensidade, marcação pressão, um jogador próximo do outro. Acho que precisam buscar estas coisas outra vez. Não sei porque deixamos de fazer, mas precisamos retornar.

A sensação que o time passou foi de falta de espaço para jogar.
Aí sim o mérito foi do Guarani que soube jogar usando o campo deles. A gente teve que trabalhar com dois, três toques na bola por causa do gramado. Isso facilitou a pressão deles na marcação. Por isso, jogamos mais cautelosos. Depois que tomamos o primeiro gol. arriscamos mais e deixamos um atacante contra dois zagueiros. Foi assim que saiu o segundo gol.

Jogar a volta na Arena Corinthians faz mesmo a diferença quando se precisa de um resultado extraordinário?
Ah faz sim. Sem dúvida nenhuma. Temos exemplos recentes do Atlético Mineiro mostrando isso lá no Independência. O Corinthians tem uma história de recuperação. E o torcedor é muito importante. Ele empurra a gente, ajuda o time a buscar este resultado e reverter a situação. Era assim dentro do Pacaembu e tem sido assim na Arena.

Vocês estão com a confiança abalada?
É claro que, quando você vem de resultados adversos, dá uma abalada. A eliminação no Campeonato Paulista, a derrota para o São Paulo na Libertadores e este resultado no Paraguai geram desconfiança. O jogador sente isso. Mas vamos trabalhar juntos para recuperar esta confiança. Se jogarmos bem com uma vitória na próxima quarta-feira, vai ser uma boa hora para dar confiança ao time.

 


Palmeiras vai usar estratégia do Corinthians para tirar Dudu de pena pesada
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Luciano Borges

Os advogados do Palmeiras vão utilizar no julgamento de Dudu, a mesma estratégia adotada pelo Corinthians – com sucesso – para livrar o volante Petros de pena de 180 dias de suspensão e reduzi-la para apenas três partidas.

Eles vão alegar que o atacante não agrediu o árbitro Guilherme Ceretta de Lima, depois de ser expulso no final do primeiro tempo da partida entre Santos e Palmeiras, final do Campeonato Paulista. ''Ele não agrediu, mas cometeu ato hostil'', disse o advogado André Sica.

Por isso, ele vai tentar tirar Dudu do artigo 254-A e pedir para que o atleta seja enquadrado no artigo 258.

Exatamente como o Corinthians fez com Petros.

Lembrando: no dia 10 de agosto do ano passado, durante o clássico entre Santos e Corinthians na Vila Belmiro, Petros acertou o árbitro Raphael Klaus pelas costas. No primeiro julgamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, ele foi suspenso por 180 dias, enquadrado no artigo 254-A, por agressão física.

O Corinthians recorreu e conseguiu enquadrar o volante em outra qualificação no artigo 258, que trata de conduta contrária à disciplina, no item que fala de desrespeito ao árbitro. Petros pegou apenas três partidas de suspensão, que cumpriu no próprio Campeonato Brasileiro.

Agora, os advogados do Palmeiras enfrentam situação semelhante. Expulso pelo juiz Guilherme Ceretta de Lima, diante a decisão da Campeonato Paulista na Vila Belmiro, entre Santos e Palmeiras, o atacante também deu um encontrão no árbitro e foi denunciado na súmula, além de ter dito vários palavrões.

A denúncia apresentada ao Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol enquadra Dudu em três artigos: 254-A (por praticar agressão física contra o árbitro, pena mínima de 180 dias), 243-F (ofensa ao árbitro, que prevê suspensão de 15 a 90 dias ou um a seis jogos) e 250 (ato hostil, pena de 15 a 60 dias ou uma a três partidas).

Há um porém.

''Não dá para comparar o caso do Dudu com o do Petros por um motivo: com o Dudu, o jogo estava parado''. Este é o argumento dado pelo advogado João Zanforlin, do Corinthians, que apresentou a ideia da mudança de agressão para ato hostil.

Zanforlin acha que este caminho tem um problema e tanto. ''O Petros deu aquele encontrão no Klaus no meio de uma jogada, com bola rolando. O Dudu já estava expulso e a bola parada'', disse. Desta forma fica difícil provar que o palmeirense não teve intenção ou que acertou Ceretta no calor de uma jogada. ''Não era um caso de agressão do Petros, porque ele deu um empurrão''.

André Sica discorda desta dúvida. ''Para efeito de aplicação legislativa não existe esta diferença de bola parada ou rolando. Nem foi este o argumento do Corinthians que convenceu o STJD'', disse.

O julgamento está marcado para a próxima segunda-feira, na sede da Federação Paulista de Futebol, às 16h00. Dudu vai estar lá para tentar convencer os auditores do TJD-SP que não teve a intenção de agredir Ceretta de Lima. Nesta quarta-feira, ele pediu desculpas ''a todos''.

Abaixo, o texto do artigo 254-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que prevê punição de até 180 dias por agressão:

Art. 254-A. Praticar agressão física durante a partida, prova ou equivalente.

PENA: suspensão de quatro a doze partidas, provas ou equivalen- tes, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de trinta a cento e oitenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este Código.

I — desferir dolosamente soco, cotovelada, cabeçada ou golpes similares em outrem, de forma contundente ou assumindo o risco de causar dano ou lesão ao atingido;

II — desferir chutes ou pontapés, desvinculados da disputa de jogo, de forma contundente ou assumindo o risco de causar dano ou lesão ao atingido.

§ 2o Se da agressão resultar lesão corporal grave, atestada por lau- do médico, a pena será de suspensão de oito a vinte e quatro partidas.

§ 3o Se a ação for praticada contra árbitros, assistentes ou demais membros de equipe de arbitragem, a pena mínima será de suspensão por cento e oitenta dias.

 

O artigo 258 do CBJD é mais ameno. Leia:

Art. 258. Assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código.

PENA: suspensão de uma a seis partidas, provas ou equivalentes, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou mem- bro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de quinze a cento e oitenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este Código.

§ 1o É facultado ao órgão judicante substituir a pena de suspensão pela de advertência se a infração for de pequena gravidade.

§ 2o Constituem exemplos de atitudes contrárias à disciplina ou à ética desportiva, para os fins deste artigo, sem prejuízo de outros:

I — desistir de disputar partida, depois de iniciada, por abandono, simulação de contusão, ou tentar impedir, por qualquer meio, o seu prosseguimento;

II — desrespeitar os membros da equipe de arbitragem, ou reclamar desrespeitosamente contra suas decisões.


Advogada dá um mês para Santos propor solução e pagar dívida com Robinho
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Luciano Borges

A advogada Marisa Alija Ramos, representante do atacante Robinho, disse nesta quarta-feira que o jogador espera definir sua situação com o Santos até o final do mês. Entenda-se: o clube precisa acertar como vai pagar os direitos de imagens que está devendo. ''O contrato do Robinho termina em 30 de junho. Vamos esperar este  mês para ver o que acontece, como o Santos vai agir com a gente'', disse ao Blog do Boleiro.

Sem resolver este problema, Robinho não vai conversar sobre um novo contrato, que duraria pelo menos até o final do ano. Na verdade, dirigentes santistas têm conversado com marisa para estudar um jeito de quitar o débito. ''A gente tem conversado. Vamos esperar para ver se nos próximos dias ou no máximo até o início do próximo mês'', afirmou.

Neste mês de maio, Robinho estará jogando pelo Santos, podendo conversar com o presidente do Santos, Modesto Roma Junior, que ainda mantém a ideia de viajar à Itália para conseguir novo empréstimo do jogador. Mas o próprio atleta, na festa de encerramento do Campeonato Paulista, disse que antes mesmo de falar em novo compromisso com o Santos, ele quer resolver a dívida atual.

''Robinho é um jogador profissional. Ele está identificado com o Santos e gosta de jogar lá. Mas o que ele deseja precisa estar junto com a realidade. Por isso, é preciso que o Santos encaminhe uma proposta de solução'', falou a doutora Marisa.

Em junho, Robinho vai servir à seleção brasileira que disputa a Copa América do Chile. A estreia será no dia 14 de junho contra o Peru.

 


Miranda dormiu na hora da convocação. “Não tenho idade para ficar ansioso”
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Luciano Borges

Quando o técnico Dunga anunciou o nome do zagueiro Miranda entre os 23 jogadores convocados para a Copa América no Chile, o zagueiro do Atlético de Madri estava dormindo. Ele tinha acabado de terminar o almoço em casa e tirou uma sesta. Acordado pelo Blog do Boleiro, o jogador pediu mais umas horas para falar ''com voz melhor''. Aos 30 anos, ele garante que não fica mais nervoso com antecipação. ''Eu espero acontecer'', disse por telefone duas horas mais tarde.

Depois da soneca, Miranda e a esposa dele, Jaqueline, levaram os filhos João Vítor (9) e Lucas (5) para a escolinha de futebol da Fundação Atlético de Madrid. ''Eles gostam bastante. O futebol para eles é o esporte que praticam. Sempre que posso, trago os meninos aqui. Eles são muito jovens ainda, mas levam jeito. O Atlético tem mais de 200 alunos'', explicou.

Depois de ficar fora da Copa do Mundo de 2014, Miranda voltou a ter chance na seleção com a volta de Dunga ao comando do time. Foi convocado para os oito amistosos do Brasil sob  nova administração. Acha que correspondeu toda vez em que entrou em campo. Por isso, almeja ser titular da zaga que tem ainda David Luiz, Marquinhos e Thiago Silva, todos do Paris Saint-German.

Blog do Boleiro – Em dia de convocação, você consegue dormir?
Miranda – Consigo. Não tenho mais idade de ficar emocionado, ansioso. Eu espero acontecer. E depois agir com muita calma e satisfação.

Gostou de estar na lista da Copa América?
Gostei. Fiquei feliz. Todo grande profissional quer atuar na seleção brasileira. É onde estão os melhores e onde você joga por seu país.

Houve um tempo em que você esperava ser chamado. Agora já pensa em ser titular?
Espero que seu seja. As oportunidades que tive, eu aproveitei. Se bem que em seleção não existe exatamente titular. Cada jogar que é chamado tem que mostrar que merece estar lá. E por isso tem condição de jogar. Eu amadureci bastante. Tenho a confiança do treinador, o que me ajuda bastante. Resta retribuir e fazer o melhor.

Sua mulher, Jaqueline, ficou de olho na convocação?
Sabe que não? Ela já está calejada. Nós ficamos felizes com a convocação. Acho que venho mantendo este nível de jogo há um bom tempo. Procuro sempre evoluir a cada dia, a cada jogo.

Em qual aspecto você acha que evoluiu nos últimos anos?
Estou sem´pre evoluindo taticamente. Hoje estou bem melhor neste aspecto do que estava, por exemplo, no São Paulo.

Dos amistosos que você jogou, qual o adversário mais forte, o jogo mais duro?
O mais forte foi a França. Foi uma partida aberta, muito boa. E perigosa. Acho também que Chile e Argentina foram adversários muito difíceis.

E eles estarão na Copa América.
A Copa América vai ser muito disputada. São grandes seleções sul-americanas. Não vai ter jogo fácil. Todos querem competir e derrotar o Brasil. Queremos o título. Sempre é bom para a seleção mostrar que é forte, que está bem.

 

 


Cruzeiro vai esperar Lucas Lima. E quer Robinho para os próximos dias
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Luciano Borges

O Cruzeiro adiou para o final do ano o desejo de contratar o meia Lucas Lima, do Santos, mas ainda não abandonou o interesse mais imediato por Robinho. ''O Cruzeiro tinha e tem vontade de contratar Robinho, mas nós vamos esperar primeiro uma definição do Santos com o Milan. Se  o jogador ficar disponível no mercado, vamos atrás'', disse o gerente de futebol Valdir Barbosa.

Nesta quinta-feira, Barbosa pretende voltar a conversar com Modesto Roma Junior sobre o atacante. O dirigente santista disse nesta segunda-feira que pretende manter o elenco atual campeão paulista e ainda trazer reforços. Por isso, descartou qualquer possibilidade de negociar Lucas Lima até o final do ano.

E voltou a falar em viajar para a Itália a fim de conversar com os dirigentes do Milan que emprestaram Robinho. O presidente e seus aliados, como o empresário Marcelo Teixeira, apostam muito na vontade de Robinho em permanecer no Santos. ''Ele gosta de lá. É respeitado, tem um grande ambiente que pode ajudá-lo a voltar à seleção brasileira'', disse Teixeira à Rádio Bandeirantes.

Tanto Santos quanto Cruzeiro querem ter Robinho por empréstimo.

Os cruzeirenses têm se informado com a advogada Marisa Alija Ramos, que cuida dos interesses do jogador. Ela tem se mostrado cética quanto às negociações entre Santos e Milan. E já afirmou ao Blog do Boleiro que, antes mesmo de propor novo contrato com Robinho, os dirigentes santistas terão que acertar o que devem ao atleta. ''Primeiro você fecha um ciclo. Depois começa outro'', disse.

Segundo Barbosa, o Cruzeiro precisa fortalecer o time para as duas competições que o esperam nesta temporada. Vai disputar as oitavas de final da Copa Libertadores da América contra o São Paulo. E estreia no Campeonato Brasileiro no domingo, diante do Corinthians, no Mineirão. ''Seremos o time mais visado deste ano, porque somos bicampeões. Mas o torneio será o mais equilibrado dos últimos tempos. Corinthians, Palmeiras, São paulo, Flamengo e Internacional estão muito fortes'', disse ao Blog do Boleiro.

Daí a necessidade de trazer reforços. Alguns nomes estão descartados, como Valdívia do Palmeiras e Ronaldinho Gaúcho.

Mas Lucas Lima e Robinho ainda não saíram do horizonte do Cruzeiro.

 

 

 


Ceretta avisa: no Brasileiro, jogo duro para quem reclama e pede cartão
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Luciano Borges

O árbitro Guilherme Ceretta de Lima, que apitou a final do Campeonato Paulista entre Santos e Palmeiras, manda avisar: ''A maneira como os árbitros vão tratar as reclamações vai mudar no Campeonato Brasileiro''. E será mais dura. ''Não vamos tolerar nenhuma reclamação acintosa'', disse o juiz que expulsou Dudu e Geuvânio porque eles se agarraram na área, perto dele.

A nova postura foi determinada pela CBF para acabar com uma mania brasileira: jogador que sofre falta e cai acaba levantando o braço com a mão balançando um cartão amarelo ou vermelho imaginário. ''Quem gesticular, reclamar, jogar a torcida contra o árbitro não será tolerado'', disse Ceretta.

Na decisão deste domingo, Ceretta mostrou três cartões vermelhos (Dudu, Geuvânio e Victor Ramos) e sete cartões amarelos, cinco deles por entradas mais duras e dois por atitude inconveniente (Valdívia e Dudu). Os dois reclamaram de marcações do árbitro.

A ordem da Comissão Nacional de Arbitragem foi dada já a partir da Copa do Brasil. A ideia é acabar com um costume que tornou os jogadores brasileiros famosos entre os juízes internacionais: cai-cai e reclamação pedindo cartões.

''Na última Copa do Mundo, ficou visível que os jogadores brasileiros pegavam árbitros europeus pela frente e acabam tendo mais dificuldade. Os juízes não acreditam no jogador brasileiro'', disse Ceretta.

 


Expulsos e sem tevê no doping. Geuvânio e Dudu sofrem durante a final
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Luciano Borges

Geuvânio prepara finalização pelo Santos na decisão de domingo Foto: Danilo Verta / FolhaPress

Geuvânio prepara finalização pelo Santos na decisão de domingo Foto: Danilo Verta / FolhaPress

''Deu desespero''. Foi assim que o atacante Geuvânio, do Santos, se sentiu durante cerca de 50 minutos, na Vila Belmiro. Tudo porque ele e Dudu, do Palmeiras, foram expulsos de campo no final do primeiro tempo e descobriram que não podiam ir até o vestiário para acompanhar o segundo tempo da final do Campeonato Paulista pela televisão. ''O rapaz do doping me pegou e disse que eu tinha que ficar na sala da coleta até que o sorteio fosse feito'', contou.

Assim, sem banho nem TV, a dupla expulsa passou os 15 minutos do intervalo e 35 minutos de partida na segunda etapa tentando adivinhar o que estava acontecendo no gramado.

''Era assim, quando o barulho era grande, eu sabia que a jogada foi do Santos. Se o barulho fosse menor, o Dudu sabia que era a do Palmeiras'', contou o santista. Até a hora de serem liberados – os dois atletas não foram sorteados para o antidoping – apenas o Palmeiras marcou. O lateral-direito Lucas fez o primeiro gol do alviverde quando a aprtida ainda estava 2 a 0 para os santistas.

Os dois jovens atletas conversaram pouco no vestiário. ''A gente estava tenso com a expectativa do que acontecia no campo. Então, quase não falamos'', revelou Geuvânio.

Eles estavam de acordo sobre o cartão vermelho que receberam do árbitro Guilherme Ceretta de Lima: ''Foi injusto. A gente só se agarrou ali na entrada da área. Não era nem para a gente levar amarelo. Eu não fiz nada e ele se esquivou. Quando muito, o juiz poderia ter dado o amarelo. Mas era só'', afirmou Geuvânio.

Com a expulsão, o santista ficou fora da decisão por pênaltis. ''Nos treinos, cobrei várias vezes e converti todas. Eu estava preparado'', disse. Liberados, os jogadores foram cada um para seu vestiário. Geuvânio ficou lá, vendo os últimos minutos da decisão. quando a partida acabou, ele subiu e fez a corrente com os reservas, já no gramado.

Depois da conquista do título estadual, o jovem atleta do Santos comemorou com os amigos. ''Eu estava até perfumado porque, embora não tivesse tomado banho, suei pouco'', brincou.

A sensação de ser campeão?

''É muito boa. Quero mais. Minha história aqui no Santos começou a ser escrita ontem, graças a Deus'', afirmou o atleta que tem contrato até 2017.

Na tarde desta segunda-feira, ele voltou a treinar. Afinal, no meio desta semana, o time vai encarar o Maringá, pela Copa do Brasil. Depois, na abertura da Série A do Campeonato Brasileiro, o campeão paulista de 2015 vai visitar o Avaí, em Florianópolis. '' Vamos atrás destes dois torneios. Não podemos parar e ficar contentes com o Paulistão. Queremos mais'', disse.


Bahia faz festa com churrasco. Técnico começa montagem para Série B
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Luciano Borges

A festa da conquista do título baiano foi numa churrascaria da cidade, num jantar barulhento com jogadores e familiares, além da comissão técnica e de dirigentes do Bahia. O técnico Sérgio Soares saiu antes, no início da madrugada desta segunda-feira. Tinha vôo marcado para São Paulo, onde vai ficar até terça-feira com a família. Depois retorna a Salvador para realizar a próxima tarefa: ''Temos que reforçar o time para disputar a Série B'', disse ao Blog do Boleiro.

Ele acha que o grupo atual precisa de gente com experiência para equilibrar com os 20 jogadores vindos da base do clube. ''Não foi fácil. Tivemos que fazer nova estrutura da equipe nestes quatro meses de temporada'', falou o treinador.

A julgar pelo número de pagantes ( 21,141) na partida final contra o Vitória da Conquista, na Arena Fonte Nova, o torcedor do tricolor baiano tinha pouca fé na virada que aconteceu.

Afinal, a semana passada não foi das melhores. O Bahia perdeu o jogo de ida contra o Conquista por 3 a 0. Depois, na quarta-feira, veio a derrota para o Ceará na decisão a Copa do Nordeste. Neste domingo, o time precisava vencer por mais de três gols. Fez seis no total.

Blog do Boleiro – O Bahia exagerou. Poderia ser campeão com quatro gols.
Sérgio Soares – A gente tinha que dobrar, se tomamos três na ida, tínhamos que fazer seis na volta.

O que você falou para os jogadores depois da perda do título da Copa do Nordeste para o Ceará, na última quarta-feira?
Eu tive muita conversa com eles. Lembrei que a oportunidade de conquistar este título estadual, neste início de trabalho, era real. Perdemos por três gols em 90 minutos e dava para reverter.

Os primeiros 23 minutos foram uma aula de sufoco.
Não foi? Jogamos no campo deles, marcamos duro. Mas nós jogamos deste jeito em 80 por cento dos jogos deste ano. Voltamos a fazer. Marcação alta, pressionando. Era necessário fazer e o time jogou o que vinha fazendo. E olhe que o Vit´poria já tinha nos vencido em duas partidas, uma no início do torneio por 2 a 0 e este jogo de ida em Vitória da Conquista.

E agora?
Primeiro comemoramos o título. O presidente do clube chamou todo mundo para uma churrascaria. Vou estar em São Paulo já nesta segunda-feira. Mas a partir de amanhã temos que pensar na programação até o final do ano.

Este time tem boa perspectiva para a Série B?
A Série B deste ano está muito forte, especialmente porque o Bahia está lá. Nosso time é forte candidato. Vamos ter que reforçar mais o grupo, aumentando a competitividade dentro do elenco. Em quatro meses, estruturamos e remontamos a equipe. No elenco profissional, temos 20 garotos vindos da base. É preciso dar um pouco de experiência ao grupo.

Já tem nomes de reforços?
Temos e a diretoria do Bahia está vendo esta parte. Na verdade, trouxemos três reforços: o lateral-esquerdo Marlos, o meia Eduardo (ex-Ceará) e o zagueiro Jaílton (ex-Avaí).

Deste jovens jogadores, que se destacou no Campeonato Baiano deste ano?
O goleiro Jean. Ele tem 19 anos, é de seleção brasileira Sub-20 e seleção olímpica. É a maior revelação desta safra.