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Wellington está voltando depois de desventuras em série: “Quero estar 100%”

Luciano Borges

As marcas nos joelhos de Wellington Foto: Blog do Boleiro

As marcas nos joelhos de Wellington Foto: Blog do Boleiro

Olhar os joelhos de Wellington impressiona. Ele tem 10 marcas no esquerdo e cinco no direito. São cicatrizes e “janelas”, expressão usada para as marcas das artroscopias. Aos 25 anos, o volante do São Paulo está completando mais um capítulo de uma série de desventuras que o impediram de jogar normalmente desde 2010.

Nesta semana, Wellington começou os trabalhos físicos. Vai aos poucos ser incorporado ao elenco tricolor. A estimativa de volta: mais um mês.

As cicatrizes foram causadas por cirurgias para corrigir lesões graves nos cruzados dos joelhos. A primeira vez foi em 2010 e atingiu o esquerdo. Wellington estava treinando pela seleção brasileira Sub-20.  Ficou seis meses sem jogar.

Em 2012, quando era titular do São Paulo, sofreu um entorse no joelho e ficou sete meses de recuperação.

A terceira foi mais recente. Wellington sofre a lesão durante um treinamento no São Paulo, em abril deste ano. Ele está se recuperando da segunda operação, agora no joelho direito.

E no meio de tudo, no dia 9 de novembro do ano passado, Wellington e Nilton, companheiro no Internacional de Porto Alegre, foram suspensos por testes positivos de doping. Os dois jogadores foram suspensos por cinco meses por uso de hidroclorotiazida e clorotiazida, substâncias diuréticas que são usadas para disfarçar traços de esteróides.

“Não tive culpa. Foi injustiça. Foi pesado”, disse.

Neste período, ele não ganhou o apoio do Internacional, onde estava jogando emprestado. Depois de suspenso, ele não pode também treinar no São Paulo. Contratou um preparador físico. Treinou em praças. Correu no Parque Villa Lobos, na zona oeste de São Paulo, fez musculação em academias. Fez o que pode até  voltar.

Voltou e se lesionou outra vez.

Tantas adversidades poderiam quebrar o ânimo do jogador que era frequente em convocações de seleções brasileiras de base.

Mas não.

“Aprendi que isso passa. Vou degrau por degrau. É um peso gigante para qualquer atleta. Quero ficar bem,  me recuperar para arrebentar quando tiver a oportunidade”, disse.

Wellington acha que a cabeça dele mudou nos últimos quatro anos de vicissitudes: “Tudo tem seu tempo. Agora que ficar 100 por cento. Depois vou voltar. Sei que hoje, o São Paulo tem quatro a cinco volantes na minha frente, mas quero brigar de igual para igual”.

Casado, pai do Lucas Gabriel de apenas dois anos, o volante conta que, às vezes, tem vontade de exagerar nas brincadeiras com o filho, mas precisa se conter. “Não posso me machucar”, falou.

Ele sente saudade de disputar um jogo competitivo. “Eu me entrego muito. Às vezes, sonho acordado que estou jogando”.

Agora, sob o comando de Ricardo Gomes, ele volta pensando em ser titular. Em 2009 não chegou a atuar como titular quando Gomes passou pelo São Paulo. Mas treinou com ele e já conversou sobre o retorno.

“Posso voltar melhor do que antes”, disse.

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