Grêmio vai propor reunião de clubes para discutir mata-mata sem CBF
Luciano Borges
No início da semana que vem, o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Jr, vai enviar um e-mail para os presidentes dos clubes que vão jogar a Série A do Campeonato Brasileiro deste ano. Nele, o dirigente vai propor um encontro para discutir temas como fórmula de disputa, direitos de transmissão de tevê, fairplay financeiro e outros temas. O motivo desta articulação é a inércia da CBF de colocar em pé a comissão de clubes criada há cerca de 12 dias para discutir estes pontos.
“Esta comissão não saiu do papel. Não sabemos como ela vai funcionar. Está sem coordenação, sem uma pauta de trabalho. Clubes e CBF deveriam se organizar, mas vou mandar um e-mail e propor que os clubes se reúnam sem a Confederação”, disse Bolzan.
Assim que assumiu a presidência do Grêmio, o dirigente lançou a proposta da volta do sistema mata-mata no Campeonato Brasileiro. “É mais justo e pode dar mais retorno financeiro aos clubes”, defendeu. O tema é controverso. O São Paulo se manifestou contra a ideia desde a primeira hora. Um levantamento feito pela Folha de S.Paulo constatou que 11 dos 20 times da Série A são favoráveis à proposta gremista. Quatro agremiações não tomaram posição e seis querem manter o sistema de pontos corridos.
Este é um dos pontos polêmicos que a comissão de clubes anunciada pela CBF, no último Conselho Arbitral (no dia 02 de março), terá que tratar. Ficou definido que oito clubes formariam a coordenação, mas não foram escolhidos até agora.
Um dos motivos desta lentidão pode estar no segundo item mais polêmico da pauta: a venda dos direitos de transmissão para a televisão. Hoje, a TV Globo negocia com os clubes separadamente e paga de acordo com o retorno de audiência de cada um. Isto faz com que Flamengo e Corinthians ganhem acima de R$ 100 milhões, bem mais do que outras equipes como Grêmio, Palmeiras e Santos, por exemplo. “Precisamos reduzir este desequilíbrio. A Globo já se mostrou disposta a debater o assunto”, disse o presidente gremista.
Quanto ao fairplay financeiro, Bolzan aguarda pelo desfecho da votação do Projeto de Lei 2501-2013, elaborado pela bancada da bola, que trata a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte e propõe o refinanciamento das dívidas dos clubes para a Receita e governo. “Este projeto como qualquer outro tem que ter um acordo entre o Congresso e o Governo. Se não tivermos um texto que esteja de acordo com as duas partes, os clubes terão prejuízo”, disse ao Blog do Boleiro.