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Arquivo : março 2015

Grêmio vai propor reunião de clubes para discutir mata-mata sem CBF
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Luciano Borges

No início da semana que vem, o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Jr, vai enviar um e-mail para os presidentes dos clubes que vão jogar a Série A do Campeonato Brasileiro deste ano. Nele, o dirigente vai propor um encontro para discutir temas como fórmula de disputa, direitos de transmissão de tevê, fairplay financeiro e outros temas. O motivo desta articulação é a inércia da CBF de colocar em pé a comissão de clubes criada há cerca de 12 dias para discutir estes pontos.

“Esta comissão não saiu do papel. Não sabemos como ela vai funcionar. Está sem coordenação, sem uma pauta de trabalho. Clubes e CBF deveriam se organizar, mas vou mandar um e-mail e propor que os clubes se reúnam sem a Confederação”, disse Bolzan. 

Assim que assumiu a presidência do Grêmio, o dirigente lançou a proposta da volta do sistema mata-mata no Campeonato Brasileiro. “É mais justo e pode dar mais retorno financeiro aos clubes”, defendeu. O tema é controverso. O São Paulo se manifestou contra a ideia desde a primeira hora. Um levantamento feito pela Folha de S.Paulo constatou que 11 dos 20 times da Série A são favoráveis à proposta gremista. Quatro agremiações não tomaram posição e seis querem manter o sistema de pontos corridos.

Este é um dos pontos polêmicos que a comissão de clubes anunciada pela CBF, no último Conselho Arbitral (no dia 02 de março), terá que tratar. Ficou definido que oito clubes formariam a coordenação, mas  não foram escolhidos até agora.

Um dos motivos desta lentidão pode estar no segundo item mais polêmico da pauta: a venda dos direitos de transmissão para a televisão. Hoje, a TV Globo negocia com os clubes separadamente e paga de acordo com o retorno de audiência de cada um. Isto faz com que Flamengo e Corinthians ganhem acima de R$ 100 milhões, bem mais do que outras equipes como Grêmio, Palmeiras e Santos, por exemplo. “Precisamos reduzir este desequilíbrio. A Globo já se mostrou disposta a debater o assunto”, disse o presidente gremista.

Quanto ao fairplay financeiro, Bolzan aguarda pelo desfecho da votação do Projeto de Lei 2501-2013, elaborado pela bancada da bola, que trata a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte e propõe o refinanciamento das dívidas dos clubes para a Receita e governo. “Este projeto como qualquer outro tem que ter um acordo entre o Congresso e o Governo. Se não tivermos um texto que esteja de acordo com as duas partes, os clubes terão prejuízo”, disse ao Blog do Boleiro.


“Brilho de Neymar não pode inibir jogadores da seleção”, diz Jairzinho
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Luciano Borges

Jairzinho, 70, está pronto para realizar a missão que recebeu da CBF quando foi escolhido como “auxiliar pontual” do técnico Dunga. No próximo dia 21, ele embarca para Paris junto com os atletas convocados para os amistosos contra a França (dia 26) e Chile (29, em Londres). “O que vou dizer aos jogadores é que eles não podem se sentir cerceados pela presença de Neymar. A seleção do Brasil não pode ter a dependência de uma estrela só. É importante que o espírito coletivo estimule outros jogadores a brilharem”, disse ao Blog do Boleiro.

Único jogador a marcar gols em todas as partidas de uma Copa do Mundo, Jair Ventura Filho  tem experiência para mostrar aos atletas como uma equipe pode atuar coletivamente e ter mais do que um protagonista em campo. Em 1970, no Mundial do México, o time do Brasil tinha Pelé. Mas, segundo Jairzinho, foi a postura coletiva que permitiu outros grandes jogadores aparecerem individualmente.

“Nós não deixamos só o Pelé jogar. Eu protegia o Rivellino, Tostão, Gérson e o próprio Pelé. O Riva fazia o mesmo comigo e com outros. Assim, todo mundo pode brilhar porque o espírito de equipe ajudou. Mas é preciso também querer brilhar e não deixar que apenas um jogador resolva tudo”, afirmou.

No grupo atual da seleção brasileira, Jair aponta o meia Willian com potencial para se tornar uma destas estrelas. “Ele tem muita técnica, é habilidoso”, atesta. “Mas há outros: Tardelli e Oscar também têm potencial para se tornarem grandes nomes do futebol”, completou.

Desde que assumiu a coordenação da seleção na CBF, o ex-goleiro Gilmar Rinaldi veio com a ideia de aproximar jogadores com experiência e títulos conquistados pela seleção para passarem experiência e mensagens ao grupo, considerado jovem. Além disso, vários atletas passaram pelo trauma das derrotas para a Alemanha e Holanda, na Copa do Mundo do anos passado no Brasil.

O tetra campeão Mauro Silva foi o primeiro. Ele teve a missão de – em duas viagens e quatro amistosos – mostrar a importância de vestir a amarelinha, de como o time de 1994, nos Estados Unidos, ganhou porque ficou focado durante a preparação e a disputa da Copa do Mundo. Depois, o ponta-esquerda Edu, campeão mundial de 70 e jogador mais jovem a disputar o torneio pela seleção brasileira, levou outra mensagem: o valor da ousadia, da aposta no drible e no talento individual a serviço da equipe. O zagueiro Oscar, líder da seleção que disputou os mundiais da Argentina e Espanha, falou muito sobre responsabilidade.

Jairzinho vai contar ao grupo que nem ele esperava se sair tão bem no México em 1970. “Nunca imaginei que marcaria sete gols deixando minha marca em todas as partidas. Acho que eu estava em uma grande forma física e técnica. Como jogamos coletivamente, com liberdade, eu acabei beneficiado. Também joguei ao lado de craques como Tostão, Gérson e Rivellino”.

Craque do Botafogo carioca nos anos 60, o ex-jogador vai lembrar também que esta geração terá que recuperar a imagem e auto-estima da seleção brasileira. “Neymar é craque, mas não pode haver a dependência”, reforçou.

Hoje, Jairzinho dá aulas em uma escolinha de futebol em Manguinhos, no Rio de Janeiro, além de manter o projeto Fábrica de Talentos Furacão de 70. Ele se orgulha de dizer que descobriu Ronaldo, o Fenômeno, e também o zagueiro Válçber. “Os dois eram craques”, lembra.


Convocação do Chile é armadilha na relação entre Valdívia e Palmeiras
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Luciano Borges

Valdívia soube que está lista dos jogadores convocados pela seleção Chile nesta terça-feira. O técnico Jorge Sampaoli quer ver o meia nos amistosos com o Irá (dia 26) e Brasil (dia 29). Por isso, enviou à Federação Nacional de Futebol do Chile a lista dos atletas que atuam fora do país. O Palmeiras já foi informado. Maurício Precivalle Galiotte, vice-presidente palmeirense, disse antes do clássico contra o Santos, na Vila Belmiro, que o clube encarou como “uma coisa normal” o chamado da “Roja”: “Ele é importante para a seleção chilena”, falou.

A partir desta quinta-feira começa um novo episódio da novela “Valdívia x Palmeiras”. Afinal, o meia vai se apresentar ao time chileno no dia 23, antes do embarque para a Áustria?

A convocação é uma armadilha. O Blog do Boleiro já contou que existe no clube gente que apostava na volta do Mago somente com a equipe nacional do Chile. Clinicamente, ele está curado e liberado pelo Departamento Médico palmeirense. O trabalho dele agora é físico e já começa a tratar a bola. Se Valdívia aceitar a convocação e se colocar à disposição de Sampaoli, seria melhor que ele jogasse pelo menos contra o São Bernardo, no dia 22. Para a partida contra o XV de Piracicaba, no próximo domingo, o retorno aos gramados é pouco provável.

Valdívia não sente mais dores na coxa esquerda que estava lesionada desde dezembro de 2014. No dia sete daquele mês, ele agravou o problema ao jogar no sacrifício contra o Atlético Paranaense. Na Academia de Futebol, os olhos e as lentes dos jornalistas estão voltados para ele. Valdívia ajeita a bermuda sob a calça? No dia seguinte, o gesto é interpretado como dor na coxa. Para amigos, ele se mostrou incomodado pelo fato de não poder fazer gestos sem que eles sejam motivo de debate sobre sua condição física.

Se viajar com o selecionado do Chile sem ter atuado pelo Palmeiras, Valdívia vai dar munição a quem o critica dentro do Departamento de Futebol. Corre o risco também de se indispor com a torcida que o tem como principal ídolo, mas está vendo o time vencer sem que ele esteja jogando.

O atleta tem sentido cansaço com o trabalho forte de corridas, piques e movimentação que vem fazendo. E anda mais cansado – ou quem sabe, irritado – com os últimos episódios em que se envolveu. Nesta semana, ele trocou farpas via internet com o diretor de futebol Alexandre Matos. 

As arestas estão aparadas porque Matos e Valdívia acabaram se entendendo.

O pai do jogador já se reuniu com o executivo alviverde e as partes abriram o diálogo para tentarem a renovação de contrato. O chileno garante que quer ficar no Palmeiras, que não vai jogar por outro clube brasileiro e que nem sequer ouviu uma proposta de Mattos. O contrato de produtividade não entrou na mesa de negociações. Ainda. Mas o presidente Paulo Nobre lembra que até agora nunca deixou de renovar ou assinar um contrato por causa da “produtividade”. “Não renovei porque o jogador queria ganhar 600 mil e eu só podia pagar 200. Mas nunca por causa desta política”, falou.

Na história entre Valdívia e Palmeiras, o ruído de comunicação tem rendido bons capítulos. O jogador deixou o Departamento Médico e passou para as mãos dos preparadores físicos. Em nenhum momento, o clube informou prazo e tipo de trabalho que está sendo feito para colocar o meia em campo. Matos e Valdívia falaram sem terem conversado uma vez sequer sobre o tema em discussão: renovação de contrato.

Sem falar que até jogadores do elenco acham que Valdívia vai embora mesmo em agosto, quando o contrato acaba. Valdívia não deu nenhuma declaração a respeito, mas ajuda quando coloca nas redes sociais uma foto de uma caneca com o nome do Rio de Janeiro escrito nela.

Os próximos desdobramentos começam nesta quinta-feira.


Empresário diz que Corinthians está mais perto de Bernard
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Luciano Borges

Adriano Spadotto, empresário do Bernard, disse nesta terça feira que o Corinthians leva vantagem na corrida pela contratação do atacante que quer mesmo deixar o Shakhtar, time da Ucrânia.

O Atlético Mineiro está interessado em repatriar o jogador que foi revelado pelo clube mineiro. Spadotto, no entanto, aponta uma dificuldade para o Galo: quando os ucranianos contrataram Bernard, o então presidente Alexandre Kalil fincou pé no preço e não baixou um centavo dos 25 milhões de euros.

O Shakhtar não esqueceu desta postura.

Os dois clubes brasileiros, Corinthians e Atlético Mineiro têm interesse em trazer Bernard por empréstimo. Mas não podem pagar o salário mensal de Bernard, cerca de 1 milhão de reais. O Shakhtar precisaria arcar com a maior parte desta quantia.

Bernard entrou em rota de colisão com o técnico Mircea Lucescu desde a pré-temporada e não anda jogando como titular. Quer voltar ao Brasil. Foi sondado por Luiz Felipe Scolari, do Grêmio. Tite, do Corinthians, quer um atacante com o jeito dele, rápido, que cai pelos dois lados do campo.

Giuliano Bertolucci, agente que trabalha com Spadotto, é quem fala com o Shakhtar em nome do Corinthians. Adriano conversa com o Galo. A definição de algum empréstimo ainda deve demorar.

 


Diretor de futebol diz que Palmeiras não pode ser refém de Valdívia
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Luciano Borges

O torcedor e os jornalistas estão mais ansiosos em saber se Valdívia vai renovar contrato com o Palmeiras do que o próprio Palmeiras.Esta é a opinião de Alexandre Mattos, diretor de futebol, que deixa claro: “O Palmeiras não pode virar refém de uma pessoa”.

O contrato do jogador chileno vence em agosto. Ele pode assinar pré-contrato com outra equipe, mas disse antes e repetiu hoje para alguns amigos que pretende assinar novo compromisso e que no Brasil só jogaria pelo Palmeiras.

Mattos pareceu incomodado com as frequentes perguntas se ele já renovou ou não com o atleta. “Ele pertence ao clube até agosto e vai jogar. Se um dia acertarmos a renovação, ele vai permanecer”, reforçou. Mas admite que é procurado sempre para falar do assunto. “Se a gente ganhar de 5 a 0 do Internacional de Porto Alegre, as pessoas perguntam em seguida se o Valdívia vai renovar com o Palmeiras”.

Alexandre deixou no ar também que o caso Valdívia não é de vida ou morte. “Nossa missão é montar um time competitivo. Repito que ninguém é maior do que a instituição Palmeiras. Se acertarmos financeiramente e entrarmos em acordo com o Valkdívia, então vamos renovar”, falou.

Nesta segunda-feira, o pai do meia palmeirense – Luis Valdivia – deixou um recado na secretaria eletrônica do celular de Mattos avisando que está em São Paulo e gostaria de falar com ele. “Eu vi a mensagem. Vamos conversar”, falou. Mas a julgar pelas declarações do executivo, não se trata de uma situação urgente. “Nossa preocupação agora é que ele retorne logo à ativa”, falou.

 


Elefantes, coreografia e treino no exército: a vida de Diogo na Tailândia
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Luciano Borges

Diogo já conheceu elefantes e seus espirros Foto: arquivo pessoal

Diogo já conheceu elefantes e seus espirros Foto: arquivo pessoal

Dançar para a torcida na apresentação. Jantar com um elefante espirrando logo atrás na janela. Treinar com o exército em batalhas de “paintball”. Para o atacante Diogo, jogar na Tailândia está se tornando uma experiência e tanto. Contratado pelo Buriram United, time do interior do país, o ex-palmeirense encontrou futebol e cultura diferentes das que já conhecia. Aos 28 anos, Diogo forma dupla de ataque da equipe tailandesa com outro brasileiro, Macena, e está mostrando serviço. Em seis partidas, marcou três gols e deu duas assistências. “Jogo mais solto na frente”, disse ao Blog do Boleiro em entrevista nesta segunda-feira.

Diogo está na Tailândia há dois meses. Mora numa casa em um condomínio onde o filho Enzo, de quatro anos, é convidado para jogar futebol na rua. “Outro dia, tivemos um probleminha com o chuveiro e usamos a mangueira no gramado. Isso me lembrou a minha infância na zona sul”, disse o atleta que é paulistano. A mulher dele, Natália, é quem cuida da casa e da comida. A adaptação está sendo rápida, segundo o jogador. “Ele têm arroz, carne, frango. Nesta semana, comi carne de panela. E estava muito gostosa”, afirmou.

Em campo, Diogo é dirigido pelo treinador brasileiro Alexandre Gama. O time conquistou a Supercopa da Tailândia, no mês passado, depois de vencer o Bangkok Glass por um a zero, gol do brasileiro. Na Liga da Tailândia, o time ocupa a décima colocação com dois empates e uma vitória em três jogos. Já na Copa da Ásia, o Buriram, clube do político e ex-ministro Newin Chidchob desde 2009, lidera o grupo F com seis pontos, depois de derrotar o Seongnam (Coreia do Sul) por 2 a 1 e o Guangzhou R&F (China) por 2 a 1.

Na carreira, Diogo acumula a experiência de ter jogado no Olympiacos da Grécia. A melhor fase da carreira iniciada na Portuguesa de Desportos foi nos campos gregos. Ele disputou 80 partidas e anotou 23 gols. O contrato com o Buriram dura duas temporadas e o brasileiro nem pensa ainda no próximo passo. Está feliz na Tailândia, um país que tem lá suas surpresas.

Blog do Boleiro – Quais as diferenças que você notou chegando aí na Tailândia?
Diogo – Bom, logo que eu cheguei e me apresentei, isso era na véspera do ano novo, o treinador disse para mim: “Vai lá no centro de treinamento do clube, toma um banho e participá do ensaios das danças”. Eu disse: “O quê?”. O Akexandre explicou: “É, você vai ter que dançar para a torcida na apresentação doo time”. Beleza, cheguei lá e tinha até um coreógrafo que ensaiou os passos de duas danças. Uma era tradicional tailandesa e outra era para aquela música  coreana, “Gangnam Style”. E o time teve que dançar.

Para quem?
Para a torcida. Na hora eu estranhei, mas depois foi legal. Tinha muita gente, muita gente mesmo (a estimativa é de 80 mil torcedores). Eu comecei a dar risada. Eu e o Macena, outro brasileiro que joga comigo. Se ficasse parado ia ser pior. Então dançamos.

E teve mais?
Ah teve. Ganhamos um dia de folga na pré-temporada e na volta o Alexandre avisou que íamos fazer um trabalho de integração porque o elenco mudou muito, tinha vários novos atletas. O treinamento era legal. A gente foi a um local do exército tailandês e fizemos várias atividades deles, quase como uma gincana. Fomos divididos em três equipes e competíamos uma contra as outras. No primeiro dia teve uma prova com canoa no rio onde cada um tinha uma função, um empurrava, outro remava e assim foi. Eu gostei do último dia quando tivemos uma batalha de “paintball”. O nome desta integração é Ice Breaker (Quebrador de Gelo).

E você já experimentou a comida tailandesa?
Então, teve uma noite que a Natália ainda não estava aqui e fui jantar com o Macena. Até nosso treinador estava no restaurante. O Macena tem um espirro esquisito e eu brinco com ele. Aí, de repente, escuto um espirro alto atrás de mim e ainda mexi com o Macena. Só que era um elefante filhinho que estava na janela. Acredita? Troquei o Macena por um elefante. Algumas pessoas levam este elefantes para tirar fotos com turistas e ganhar um dinheiro. Mas o barulho do espirrou dele é igual ao do Macena.

Já a comida…
Eu nunca tinha experimentado antes de vir para cá. Muita gente não gosta porque ela é muito apimentada. Eu gostei. Também porque tem o arroz, o frango, tudo com pimenta. Mas como lá em casa quem cozinha é a Natália, a gente come mais comida brasileira.

Diogo com cara pintada em batalha de paintball Foto: Buriram United

Diogo com cara pintada em batalha de paintball Foto: Buriram United

O Macena já é seu parceiro?
Ele chegou depois de mim. É um amigo que estou fazendo. A gente está se ajudando.

Como você se comunica com os colegas de time?
Eu falo um pouco de inglês e estou prendendo as besteiras em tailandês. Você sabe que a primeira coisa que a gente aprende em outro país é a falar as besteiras. Mas o time tem um zagueiro venezuelano, o Andrés Tuñez,  e outro espanhol (David Rochela). Dá para entender.

Você vem fazendo gols e dando assistências. No Palmeiras, você marcou apenas uma vez em 34 jogos. O que mudou?
No Palmeiras, eu me sacrificava bastante na marcação e era mais difícil chegar perto do gol. Aqui, o time atua com três zagueiros, dois alas, dois volantes, um armador e dois atacantes, eu e o Macena. A gente reveza na hora de sair para o lado ou quando eu, por exemplo, venho buscar a bola. Os gols estão saindo.

Então está fácil jogar na Tailândia.
Está difícil. Quando vim para cá imaginei que a qualidade do futebol aqui seria muito inferior ao que eu estava acostumado. A verdade é que não tem o mesmo nível do Campeonato Brasileiro, mas é muito competitivo. Na Liga dos Campeões da Ásia, encaramos times fortes como o Seongnam e o Guangzhou. Tem ainda o Gamba Ozaka, do Japão. Nas três primeiras rodadas aqui pegamos clássicos como, por exemplo, contra um time de Bangkok que é forte. E estamos jogando como no Brasil, todo sábado e quarta-feira. Viajamos muito. Na pré-temporada, tivemos treinos em dois períodos todos os dias. É bem puxado.

A família passeia enquanto isso?
Quando estou em casa, a gente sai para jantar, para brincar com o Enzo no parque. É tranquilo. Outro dia, a Natália e o Enzo fora até Bangkok e conheceram um lugar onde se faz passeios com elefantes e tem também um passeio dos tigres, onde dá para dar mamadeira para filhotes. Isso é coisa que eu já não teria coragem de fazer, mas a Natália e o Enzo fizeram.

Neste pouco tempo, você já é parado parado nas ruas?
Os torcedores conhecem. Em geral, eles chegam e fazem um cumprimento com as mãos juntas, como se estivessem rezando. Ele pedem autógrafos, às vezes uma foto. Uma coisa: eu nunca vi um tailandês de cara amarrada. Eles são muito sorridentes.

Buriran United venceu o Bangkok na final da Supercopa da Tailândia Foto: Buriran United

Buriran United venceu o Bangkok na final da Supercopa da Tailândia Foto: Buriran United


Maicon saiu do São Paulo porque vaias da torcida viraram “coisa pessoal”
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Luciano Borges

Maicon, 29, deve assinar contrato com  o Grêmio neste sábado à tarde. O meia foi emprestado pelo São Paulo até o final do ano. O jogador pediu para sair. Motivo: ele se sentiu perseguido pela torcida que o vaiava quando jogava e mesmo quando ficava de fora. “Virou uma coisa pessoal”, disse o atleta em entrevista ao Blog do Boleiro.

Há duas semanas, ele pediu ao técnico Muricy Ramalho que o liberasse para jogar em outra equipe. Já sabia do interesse gremista. Tem consciência de que vai jogar num clube que iniciou a temporada com maus resultados no Campeonato Gaúcho e ocupa a nona colocação. Promete muito trabalho e vai respirar o que chama de “novos ares”.

Nesta semana, Maicon vai procurar um lugar para morar e deverá vir a São Paulo fazer a mudança e levar a família. Nos dois últimos dias, ele não treinou no CT da Barra Funda por contar de uma infecção na garganta. Nesta sexta-feira à noite, correu na esteira. “Vou fazer mais um trabalho físico amanhã (sábado) de manhã e viajo em seguida. Se o Grêmio quiser, posso jogar rápido. Estou em forma”, garantiu.

A seguir, a conversa por telefone. Leia:

Blog do Boleiro – Por que você decidiu deixar o São Paulo?
Maicon – Um mês atrás, meu empresário (Eduardo Uram) tinha me falado que o Grêmio tinha procurado para me contratar. Fiquei animado. É um grande clube que está passando por um momento difícil, mas que é grande e vai superar esta fase. Quero agradecer ao Muricy Ramalho que entendeu quando expliquei minha situação.

O seu problema era o comportamento da torcida do São Paulo?
Sou jogador profissional. Acho que cobranças, críticas e elogios vão sempre acontecer. O que não pode acontecer é perseguição. Eu fiquei chateado com o que aconteceu na partida contra o Capivariano. Eu estava jogando bem e parte da torcida me vaiava cada vez que tocava na bola. Senti um pouco de perseguição. No jogo contra o Audax, eu estava na reserva. Fui para o aquecimento e os caras ficavam me xingando. Quando vira coisa pessoal, é complicado. Os caras vaiam quando você está jogando e xingam quando você não está. Mas pedi para sair muito mais pela proposta que recebi.

Mas deixar este ambiente ruim ajuda.
Eu preciso respirar novos ares, viver um novo ambiente.

Mas, como você mesmo disse, o Grêmio anda em dificuldades neste início de temporada.
No futebol tudo muda muito rapidamente. O time tem bons jogadores, vai contratar mais reforços, o treinador (Luiz Felipe Scolari) é muito bom. Você vai ver. O Grêmio vai melhorar e vou fazer o meu melhor lá. Estou feliz com esta oportunidade.

Para o seu estilo de jogo, o futebol gaúcho não assusta pela pegada?
Eu tenho que me adaptar ao estilo de jogo do Grêmio. Agora, todos me conhecem, sabem como jogo. Meu estilo é mais técnico. Mas vou me adaptar rapidamente. Até porque não são todos os jogadores do futebol gaúcho que são de força. O Grêmio mesmo tem caras habilidosos como o Douglas e o Giuliano. Não é só raça. Tem que ter toque de bola, gente de criação. Eu vou correr atrás do meu espaço, com muito respeito, sem sacanagem. Eu sempre procuro fazer o que é correto.

Você hoje se despediu dos jogadores, mas o empréstimo dura até o final do ano. 
Depende de como vou me sair. Quem sabe o Grêmio decide me contratar. É muito complicado sair depois de três anos e dois meses. Fiz amizades muito fortes no grupo. Mesmo com os novos jogadores eu estava começando a criar laços. Eu me despedi deles, almocei com o Michel Bastos e com o Antonio Carlos. E de tarde fui ao CT da Barra Funda. Fiz questão de cumprimentar os porteiros, os seguranças, as tias da cozinha, os caras que cuidam do gramado, enfim, todo mundo. Estou feliz por ter jogado no São Paulo. Não tenho mágoas. Torço para que o São Paulo tenha muito sucesso. Eu vou atrás dos meus objetivos.

 

 


Centurión fala sobre dificuldades no São Paulo: “Ainda não falo português”
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Luciano Borges

Centúrion responde com um gesto se está se sentindo feliz Foto: Blog do Boleiro

Centúrion responde com um gesto se está se sentindo feliz Foto: Blog do Boleiro

A foto acima foi tirada depois do treino do time do São Paulo nesta sexta-feira, no estádio do Morumbi. Adrian Ricardo Centurión parou a pedido do Blog do Boleiro e fez o gesto positivo quando foi perguntado se anda feliz no São Paulo. Minutos antes, numa entrevista coletiva, o técnico Muricy Ramalho tinha dito que o atacante argentino de 22 anos ainda tem problemas para se entrosar com os os outros jogadores e que estava pensando até em “ajuda psicológica”.

Só que não, de acordo com o próprio Centurión.

“Eu não sou tímido. É que ainda tenho dificuldade para falar e entender o português”. Foi assim que, em castelhano, Centurión respondeu à outra pergunta feita pelo Blog do Boleiro no momento em que Muricy Ramalho ainda falava aos repórteres na sala de imprensa do estádio do Morumbi. 

“Eu estou bem”, garantiu Centurión que jogou com os titulares durante boa parte do treino. Há pouco mais de um mês, ele foi apresentado pelo São Paulo como reforço do ataque. Na chegada, ele disse que, sim, é um jogador que gosta de ir para cima do adversário tentando o drible e o confronto. “Sou provocador mesmo”, disse.

A questão, por enquanto, não é contra adversários. Os próprios jogadores do São Paulo estão tentando, mas admitem que até agora não conseguiram fazer com que Centurión se integre nas brincadeiras.  

Na noite de ontem, quando o time iniciou a concentração para o clássico deste domingo contra o Corinthians, Centurión jogou video game contra Alexandre Pato. “Vamos disputar partidas de futebol”, contou o atacante que sequer vai ficar na reserva durante o clássico, porque ainda pertence ao Corinthians. “Eu jogo bem. Meu time preferido é o Napoli”, disse Centurión.

Centurión é um cara animado.

Quando está com amigos argentinos, ele participa de churrascos. “Aliás, foi num deles que teve um problema digestivo”, lembrou Muricy Ramalho.

Numa visita ao perfil do jogador no Instagram, é possível vê-lo dublando uma rumba (“Pa Pa Pa”) junto com o amigo Jony Acosta que está de visita em São Paulo. Em outra publicação, o colega argentino, Waly prepara sanduíches de carne (hambúrguer e “choripan”) , para fazer o lanche da noite com os parceiros de Avellaneda, município da grande Buenos Aires.

Reprodução do vídeo onde Centurión e um amigo dublam uma ruma

Reprodução do vídeo onde Centurión e um amigo dublam uma rumba

O atacante não pediu ainda a ajuda de um intérprete ou professor de português. “Não chegou nenhum sinal de que o jogador esteja precisando”, disse o gerente de futebol Gustavo Vieira.

Centurión acha que esta medida não é necessária, pelo menos por enquanto. “Só se precisar no futuro”, disse ao Blog do Boleiro. Ele ainda sorriu quando ouviu a provocação: “Mas e se for uma professora bem bonita?”. E respondeu: “Tanto faz. Eu estou noivo”, disse referindo-se à argentina Melody Pasini.

Melody, chamado por Centurión de “Mel” colocou no perfil do Facebook que está em um relacionamento sério. Nas últimas férias, o casal passou alguns dias em Playa Del Carmen, no México. Sites argentinos publicaram “selfies” da dupla aproveitando o bom momento de Centurión. Ele tinha acabado de ser campeão argentino com o Racing, fazendo o gol da vitória sobre o

Muricy Ramalho falou o suficiente para preocupar os parceiros de clube do argentino. “Chegamos a pensar em nem colocá-lo no banco de reservas domingo”, disse. O técnico, em conversa informal depois da coletiva, amenizou as declarações e deu a entender que deve mesmo escalar a dupla de ataque com Luis Fabiano e Centurión.

 

Foto de Centruión e a noiva Melody Fonte: Instagram

Foto de Centruión e a noiva Melody Fonte: Instagram

 

 

 

 


Espanhol com L. Fabiano e videogame com Pato. Como entrosar Centurión no SP
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Luciano Borges

Luis Fabiano fala em espanhol com Centurión: "Está difícil" Foto: Blog do Boleiro

Luis Fabiano fala em espanhol com Centurión: “Está difícil” Foto: Blog do Boleiro

Os jogadores do São Paulo admitem que têm dificuldade para entrosar o atacante Centurión com o elenco. No entanto, eles não desistiram de tentar ambientar o jovem reforço argentino. Um dos motivos é deixar o novo companheiro sem pressão para entrar no clássico contra o corinthians neste domingo no Morumbi.

Nesta sexta-feira à noite, no alojamento do Centro de Treinamento do São Paulo, Centurión vai jogar video game contra Alexandre Pato. “Vamos disputar partidas de futebol”, contou o atacante que sequer vai ficar na reserva durante o clássico, porque ainda pertence ao Corinthians. “Eu jogo bem. Meu time preferido é o Napoli”, disse Centurión.

A disputa é uma das formas de aproximação que Pato está fazendo com Centurión. Ele sabe que ter amigos próximos no elenco ajuda a jogar melhor. No ano passado, o convívio com Kaká – parceiro dos tempos de Milan e da seleção brasileira – o ajudaram a melhorar o desempenho no segundo semestre.

O volante Denílson prometeu pagar um churrasco para o argentino se ele fizer três gols no jogo de domingo. “Tem mais, acho até que o churrasco já está pago. Ele joga muito”, falou.

Luis Fabiano, parceiro de ataque de Centurión, tem usado o espanhol que aprendeu quando jogou pelo Sevilha de 2005 a 2011.”Eu falo com ele, mas confesso que está difícil”, completou o Fabuloso. “Mesmo quando fazemos brincadeiras, ele sempre escapa e vai para um canto”, contou.

“Eu tento puxar conversa, mas ele é duro na queda”, afirmou o goleiro Rogério Ceni, quando perguntado sobre o comportamento de Centurión.

Durante a entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, no estádio do Morumbi, o técnico Muricy Ramalho revelou aos repórteres que o argentino de 22 anos “tem dificuldade de adaptação”, ainda não entende bem português e ainda estaria com problemas para viver numa cidade como São Paulo. “Ele é muito jovem. O estranho é que jogador argentino costuma se adaptar logo”, completou.

O treinador disse ainda que pensou em deixar Centurión fora até do banco de reservas no clássico deste domingo diante do Corinthians. Se ouvir os jogadores do São Paulo, Muricy pode ganhar um pouco mais de confiança no atacante que veio do Racing de Avellaneda.

Os atletas do São Paulo estão tentando integrar Centurión mais rapidamente. Mas admitem que até agora não conseguiram fazer com quer ele se entre nas brincadeiras. “Ele não deixa a gente ajudar. É bem fechado”, completou Michel Bastos. 

Reinaldo concorda com os colegas de equipe que “fora de campo o Centurión fica mais na dele”, mas garante que com a bola rolando, esta dificuldade diminui. “Acho que estamos nos entendendo dentro de campo”, completou o lateral esquerdo que vai começar na formação titular tricolor neste domingo, diante do Corinthians.

Paulo Henrique Ganso acha que o retraimento do colega argentino “é normal” e aposta também no entendimento durante os jogos. “A gente vai se entrosando”, afirmou.

Ganso diz que timidez de Centurión é "coisa normal no futebol" Foto: Blog do Boleiro

Ganso diz que timidez de Centurión é “coisa normal no futebol” Foto: Blog do Boleiro

Muricy Ramalho falou o suficiente para preocupar os parceiros de clube do argentino. O técnico, em conversa informal depois da coletiva, amenizou as declarações e deu a entender que deve mesmo escalar a dupla de ataque com Luis Fabiano e Centurión.

Para Alan Kardec, interessado direto na luta por uma vaga no ataque, deixou a competição de lado e mostrou disposição para continuar tentando atrair Centurión para o grupo. “Você já viu brasileiro, jogador de futebol, não entrosar alguém no grupo? Nós vamos conseguir”, disse Kardec.


Problemas na volta do Palmeiras atrapalham festa de 26 anos de Cristaldo
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Luciano Borges

Cristaldo viu o bolo de aniversário no dia seguinte do aniversário

Cristaldo viu o bolo de aniversário no dia seguinte do aniversário

A volta complicada do Palmeiras na noite desta quinta-feira acabou atrapalhando a festa de aniversário de Cristaldo. O atacante argentino passou o dia de aniversários, 26, tentando retornar a São Paulo com o resto do time. O vôo de Vitória da Conquista não chegou até o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos. O mau tempo fez com que o avião aterrizasse em Ribeirão Preto, a 319 quilômetros de São Paulo. Como as condições climáticas não melhoraram, o jeito foi fazer o resto da viagem de ônibus, num trajeto que levou cerca de quatro horas. A delegação palmeirins chegou ao CT na Barra Funda pouco mais da meia noite.

A esposa de Cristaldo, Morelita, tinha preparado a festa de aniversário no prédio onde o casal mora. Os colegas argentinos do time estavam convidados assim como amigos que vieram da Argentina e estiveram na Academia de Futebol nesta semana. O bolo foi feito sob encomenda. Mas o festejo foi adiado, os convidados avisados e a comemoração ficou restrita a duas pessoas: o atacante palmeirense e “mi amor”, como Cristaldo chama Morelita.

Nesta sexta-feira, a dupla publicou fotos nas redes sociais. Primeiro, Morelita postou foto dela e uma amiga usando óculos verdes e escreveu “esperando…”. Depois, outro clique com o bolo perguntando “o que fazemos com a torta (bolo)?”. Mais tarde, por volta das 14 horas de hoje, Cristaldo publicou foto no perfil dele com o bola e a mulher. O texto era este: “Gostaria de agradecer a todos pelas mensagens e o carinho que recebi de vcs ontem pelo meu aniversário. Quero agradecer em especial meu amor, e meus amigos por esse momento tão especial para mim”.

A turma foi convidada para uma nova celebração neste sábado à noite, depois da partida entre Palmeiras e Bragantino, no Allianz Parque.

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