Dirigente faz projeção a favor do Corinthians. E mais uma vez do mata-mata
Luciano Borges
Se, pelo terceiro ano consecutivo, um time disparar no Campeonato Brasileiro e ''esfriar'' a competição com algumas rodadas de antecedência, a discussão sobre a volta do sistema mata-mata deve ganhar força. A opinião é do presidente da Federação Baiana de Futebol, Ednaldo Rodrigues, que apresentou no final de 2014 uma proposta à CBF e à TV Globo. ''Pode anotar: um time vai disparar e o interesse dos torcedores vai cair outra vez. A ideia do mata mata vai ganhar força'', previu o dirigente.
Ele argumenta que está cada vez mais difícil haver um equilíbrio entre as equipes na Série A do Brasileiro por um motivo: dinheiro. ''Posso dizer para você qual o time que vai disparar. Será aquele que mais arrecada com direitos de televisão, patrocinadores e arena. Quem tem maior poderio econômico, dispara'', disse.
Ednaldo Rodrigues vai mais longe e aposta na equipe que vai ter este desempenho: ''Pelo que estou vendo no momento, o clube com receita grande de televisão, de patrocínio e da arrecadação do estádio, é o Corinthians''.
A discussão sobre a volta do sistema ''mata-mata'' ao Campeonato Brasileiro parou. Os clubes estão mais preocupados com as contrapartidas exigidas na Medida Provisória do Refinanciamento das Dívidas, elaborada pelo governo federal. Nesta semana, CBF e presidentes das agremiações optaram em não aderir à MP 671. Eles alegam ser impossível aceitar as regras do jogo impostas no texto enviado ao Congresso. Querem mudanças.
Mesmo assim, Rodrigues acha que é possível tomar sua proposta como base para o debate sobre o ''mata-mata''. ''Eu lancei a ideia para que ela seja discutida, mexida para melhor. A CBF está estudando no Departamento de Competições. O Marcelo Campos Pinto, da TV Globo, enviou e-mail dizendo que tinha lido e que achava a discussão importante. Ele não rechaçou minha proposta, também não aprovou. Foi muito simpático'', afirmou o dirigente baiano.
Pela sugestão da FBF, o Campeonato Brasileiro de 2018 terá 24 participantes, quatro a mais do que a versão atual. Para se chegar a este número, será preciso que, em 2016 e 2017, caiam dois times da Série A e subam quatro da Série B. Por esta fórmula, todos jogariam 23 rodadas em turno único. Os oito melhores pontuados seriam divididos em dois grupos de quatro. Os semifinalistas disputariam o mata-mata buscando o título, vagas na Libertadores e na Sul-Americana. Do 9º ao 16º , a disputa seria por duas vagas na Sul-Americana. Os oito últimos da classificação brigariam para não cair. ''Acho que teríamos disputas acirradas em todas as rodadas'', disse Rodrigues.
Mas o próprio dirigente acha que há tempo para discussão. Ele mesmo ainda não teve oportunidade de discutir a mudança com outros dirigentes de federações e clubes. Ele falou com Eurico Miranda, do Vasco da Gama, que disse ser favorável à volta do ''mata-mata''. Romildo Bolzan Junior, do Grêmio, também quer a mudança. Mas os dois não revelaram ainda que fórmula gostariam de ter.