Dorival Jr nega contato com Santos e mostra mágoa com dirigentes do futebol
Luciano Borges
Dorival Junior atendeu o telefone em Jurerê Internacional, praia de Florianópolis onde mora com a família. No início da conversa convidou o Blog do Boleiro para um café nesta quinta-feira, na capital catarinense. Ao ser perguntado se não estaria em São Paulo para acertar contrato com o Santos, ele respondeu que ''não há nada''. E emendou: ''Se tivesse, eu iria convidar para um café aqui em Floripa?''.
O treinador, que dirigiu o Palmeiras no final do ano passado, dá sinal de ainda estar magoado com a maneira como foi tratado pelos dirigentes palestrinos. Ele foi contratado com a missão de evitar o rebaixamento e com a garantia de que continuaria no cargo em 2015. Cumpriu a parte dele a duras penas, escapando da Série B na última rodada. Depois, foi demitido. De casa, ele viu o presidente Paulo Nobre abrir os cofres e contratar 24 jogadores.
Talvez por isso, nem quis comentar sobre a possibilidade de retornar ao Santos, clube onde foi campeão da Copa do Brasil e do Paulista de 2010. Aos 53 anos, ele acha que o futebol, como o Brasil, anda escasso de gente com caráter. E garantiu: ''Não há nada com o Santos''.
Blog do Boleiro – Como estão as conversas com o Santos?
Dorival Junior – Eu te garanto que não há nada com o Santos. Neste momento, não tem nada real. Só especulação. Até estranhei hoje quando meu filho me falou que estava tudo acertado comigo. Só se for com outra pessoa. Até agora, duas horas da tarde, não tem nada.
O que você acha de voltar para o Santos?
Não dá para projetar nada no futebol. Hoje, o futebol é imprevisível. Você pensa: 'Agora encontrei o caminho'. Aí o time sofre dois revezes e você já está balançando. Você se cerca de garantias, mas a verdade é que não há garantia nenhuma. O Santos é um grande clube. Não há dúvida. Mas eu te garanto: não há nada.
Este pensamento é reflexo do que você passou no Palmeiras? Afinal, você foi para lá com a missão de tirar o time do rebaixamento. Conseguiu. E na hora de montar novo time, com dinheiro, a direção trocou de treinador.
Eu fui para o Palmeiras por causa da garantia de que ficava até completar o ano de contrato. Daria para montar a equipe em 2015, treinar o time, coisa que não consegui fazer no tempo em que fiquei no ano passado, pela situação do time e pela tabela de jogos. Não deu para treinar. Mas hoje, no Brasil, está muito difícil. Não é só a bola. Falta caráter para todo mundo.
Você está desanimado?
De maneira alguma. Estamos na batalha, acreditando em fazer bom trabalho.