Vice do São Paulo: liberar Luis Fabiano de graça deixaria torcida irritada
Luciano Borges
O vice-presidente de futebol do São Paulo, Ataíde Gil Guerreiro, disse nesta sexta-feira que ''não gostaria de atrapalhar a vida de Luis Fabiano'', mas que não poderia liberar o jogador para o Cruz Azul por dois motivos: o clube mexicano não entrou em contato com ele e deixar que o atacante saia de graça pode causar mais problemas com a torcida. O Cruz Azul anunciou a desistência do negócio.
No final da tarde, o ex-jogador e treinador Pintado, intermediário das conversas do Cruz Azul com Luis Fabiano disse à Fox Sports que está tudo certo entre o atleta e o clube mexicano. O Fabuloso estaria disposto a perdoar dívidas do São Paulo para ser liberado. ''Seria também um bom negócio para o São Paulo se ele calcular quanto deixará de pagar de salários até o final do ano'', argumentou.
Em conversa por telefone com o Blog do Boleiro, Ataíde deu a versão do São Paulo para este caso.
Blog do Boleiro – O Luis Fabiano contou para o senhor sobre o interesse do Cruz Azul?
Ataíde Gil Guerreiro – O Luis Fabiano chegou para mim e disse que tinha uma proposta muito boa lá do México. Ele não falou o nome do clube e disse que gostaria de ser liberado pelo São Paulo.
E o que o senhor disse?
Eu disse para ele: 'Luis Fabiano, você é ídolo da torcida. Já estou sofrendo com a torcida do São Paulo porque não quis trazer o Diego Lugano. Depois não deixei que os torcedores entrassem no CT da Barra Funda para conversar com o presidente porque lá não haveria espaço. Por isso, mudamos para o Morumbi. Agora estão falando que estamos fazendo um desmanche no time. Como eu poderia liberar um ídolo como ele de graça? E disse que pensaria com todo carinho uma fórmula para ajudá-lo. Não posso soltar ele totalmente de graça.
O que o jogador disse?
Ele disse que entendia e me colocou em contato com o empresário dele, José Fuentes, lá na Espanha. O Fuentes confirmou a história, disse que o contrato oferecido ao Luis Fabiano era muito bom, mas também não disse que time estava interessado. No dia seguinte, leio nos jornais que o time é o Cruz Azul. Liguei de novo para o Fuentes e até comentei que ele poderia ter me dado o nome. Ele alegou que não sabia como a informação vazou e que o Cruz Azul tinha pedido sigilo. Então disse para ele mandar o Cruz Azul me procurar.
E o Cruz Azul entrou em contato?
Até agora não. Nada. E nem mesmo o Pintado, que se auto-intitula intermediário do Cruz Azul, também não veio falar comigo.
O Pintado disse que o São Paulo deixaria de gastar com o salário de Luis Fabiano até dezembro e que o São Paulo já deixou claro que não pretende ficar com ele.
Não. Eu não disse isso. Aliás tenho dito que, se o Luis Fabiano chegar no final do ano jogando a bola que ele vinha jogando recentemente, eu pretendo renovar o contrato dele.
O presidente Carlos Miguel Aidar já disse que se o Luis quisesse sair por uma outra proposta, ele não iria impedir.
Veja, a palavra final é sempre do presidente. Mas não discutimos sobre isso. Conversamos a respeito deste episódio agora, depois de três dias de boatos. Disse ao Aidar que ninguém entrou em contato comigo.
Existe possibilidade deste negócio ainda sair?
Veja, não gostaria de atrapalhar a vida do Luis Fabiano. Ele é um ídolo aqui no São Paulo. É um puta jogador dentro da área. Mas não posso pegar um jogador como ele, que é titular e entregar de graça. Eu disse para o Fuentes que se poderia pensar num valor simbólico para a gente liberar o atleta.
De quanto seria esta compensação que o São Paulo quer para não liberar o Luis Fabiano de graça?
Uns dois milhões de dólares. Não é um valor exagerado para um atleta de 34 anos.