Presidente da Conaf: Ganso e Luis Fabiano “querem jogar com a língua”
Luciano Borges
O árbitro André de Freitas Castro não vai trabalhar na 15ª rodada do Campeonato Brasileiro. Mas não se trata de punição da Comissão Nacional de Arbitragem. “Ele não vai porque não apita em todas as rodadas. Mas ele não está sendo punido”, disse o presidente da Conaf, Sérgio Corrêa.
Ao contrário. O homem que comanda o apito na CBF diz que o juiz da partida entre Sport e São Paulo, domingo em Recife, só errou em um lance, não interferiu no resultado e foi correto ao expulsar Paulo Henrique Ganso, Luis Fabiano e o técnico Juan Carlos Osorio, todos da equipe paulista.
“Parece que os jogadores não entendem que não adianta reclamar porque vai ser advertido. Futebol joga-se com os pés. Eles querem jogar com a língua”, disse Corrêa.
Na súmula, André colocou os motivos porque deu o segundo cartão amarelo para os dois jogadores tricolores.
''Aos 39 minutos do segundo tempo, expulsei, pela segunda advertência, o sr. Luis Fabiano Clemente, nº 9 da equipe do São Paulo, por haver aplicado um carrinho por trás, de maneira temerária, na disputa de bola, atingindo a perna de ser adversário […]. Após receber o cartão vermeho, o atleta expulso se dirigiu ao árbitro, gesticulando acintosamente, de maneira ostensiva, dizendo: 'Vai tomar no c… Vai se f… Vocês estão acabando com o futebol brasileiro. Desse jeito o futebol aqui no Brasil vai acabar'. O atleta expulso deixou o campo de jogo gesticulando com os braços'', relatou Castro.
Sobre Paulo Henrique Ganso, o juiz alega ter dado o segundo amarelo porque o atleta teria dito que o árbitro estava cometendo uma ''sacanagem'' com o São Paulo.
O presidente da Conaf também apontou como correta a decisão do juiz de expulxar o treinador tricolor. “Ele tem que entender que falar com o árbitro pode. O que não pode é reclamar e nem fazer gestos irônicos”, afirmou.
Nesta temporada, Sérgio Corrêa adotou uma política dura contra as reclamações ostensivas que os jogadores faziam aos homens do apito. Avisou treinador e atletas que não seria mais tolerada a atitude agressiva de cercar ou xingar o juiz quando se sentirem lesados em campo.
Nas nove primeiras rodadas, a Conaf distribuiu para as equipes dois informes orientando sobre este tema. “Não dá para dizer que os jogadores não sabem ou não entendem esta mudança. Ela visa deixar o jogo mais corrido e interessante, além de tentar recuperar o respeito devido ao árbitro”, disse Corrêa.
Na avaliação do chefe da arbitragem da CBF, André Freitas Castro errou mesmo ao mudar de ideia e não anotar um pênalti em favor do Sport, ainda no primeiro tempo. “Ele tinha marcado o pênalti do Hudson sobre o André e depois mudou de ideia. Ali ele errou. Mas também não interferiu no resultado do jogo”, disse referindo-se à vitória do Sport por 2 a 0.