Chefe do apito da CBF: trio de SP em jogo do Corinthians “quebra paradigma”
Luciano Borges
Sérgio Corrêa, presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, avisa: a CBF vai continuar colocando quartetos de arbitragem locais nos sorteios das próximas rodadas do Brasileiro. Nesta quarta-feira, no Itaquerão, o Corinthians vai enfrentar o Sport e a equipe do apito é toda da Federação Paulista de Futebol: o juiz Luiz Flávio de Oliveira e os assistentes Alex Ang Ribeiro e Miguel Ribeiro da Costa.
A escolha irritou a diretoria do Sport. O que os dirigentes do clube pernambucano chamam de ''loucura, imprudência e aberração'', o homem forte da arbitragem nacional define como ''quebra de paradigmas''.
A medida não é nova. ''Este será o 11º jogo com o trio local apitando na casa do mandante'', disse ao Blog do Boleiro. Corrêa lembra que, para o confronto entre Corinthians e Sport, havia outro quarteto de árbitros no sorteio. ''Era o grupo do Marcelo de Lima Henrique, pernambucano. O sorteio definiu o quarteto paulista'', disse.
Em conversa com o Blog do Boleiro, o vice presidente jurídico e de futebol do Sport, Arnaldo Barros, não vê graça nenhuma nesta tentativa de quebrar o tabu de que um juiz de um estado não pode apitar o jogo de um time da mesma localidade.
''Me diga aí. Se o Flamengo fosse jogar contra o Corinthians, no Maracanã, e o trio de arbitragem fosse formado só por cariocas, o Corinthians iria deixar assim?'', falou o dirigente pernambucano que redigiu uma nota de protesto para a Federação Pernambucana com cópia para a Conaf, o ouvidor da CBF e para o corregedor da Confederação.
''São dois times que disputam vaga no G4. Aí a CBF vem com esta medida estarrecedora para cima do nosso time. O Luiz Flávio de Oliveira pode ser até um ótimo juiz, mas ele vai atuar pressionado pela torcida corintiana para não errar nada contra o Corinthians. Mas tomam esta medida contra o Sport porque acha que não vamos reclamar. Estamos reclamando'', afirmou Barros. O Corinthians é hoje o 2º colocado com 34 pontos. O Sport está na quinta colocação com 30.
Sérgio Corrêa se mantém firme na decisão de mudar esta regra não escrita da arbitragem nacional. ''É uma mudança de cultura. No começo vai ter gente que não gosta e gente que gosta. Depois é ver se dá ou dá certo. Mas acredito que estamos quebrando paradigmas com árbitros de muita competência'', falou o homem forte da arbitragem brasileira.