Histórias de vexames: Marcos já torceu para o Palmeiras levar o sétimo gol
Luciano Borges
As goleadas e vexames que o Palmeiras tem dado nos últimos anos, com uma regularidade de pelo menos uma derrota por goleada a cada temporada, já criou histórias folclóricas. Uma delas aconteceu em 2006 e envolve o goleiro Marcos, o maior ídolo da posição na história do clube.
E foi o próprio Marcos quem, durante um evento empresarial com ex-goleiros palmeirenses, contou o que aconteceu depois da derrota por 6 a 1 para o Figueirense, no dia 22 de abril daquele ano no estádio Orlando Scarpelli, jogo válido pelo Campeonato Brasileiro. Foi a primeira vitória do time catarinense no torneio daquela temporada. E a derrota decretou a demissão do técnico Émerson Leão.
Sérgio foi o goleiro naquela partida. Marcos ficou em São Paulo por estar contundido. Depois do jogo, os dois arqueiros, amigos de longa data, conversaram por telefone. ''Poxa Marcão, você viu que f….'', lamentou Sérgio. E, do outro lado da linha, Marcos respondeu: ''Serjão, vou confessar uma coisa. Fiquei torcendo pra c…… para sair o sétimo gol. Assim eu não ficar sozinho com esta marca''.
Marcos estava se referindo ao trauma do 7 a 2 que faz dele o arqueiro do maior vexame do time até hoje. A derrota para o Vitória, no dia 23 de abril de 2003, aconteceu no antigo estádio Palestra Itália. A partida era pela Copa do Brasil. Naquela noite, o goleiro sofreu o gol mais bizarro da carreira. ''Eu já tinha errado em dois gols e estava muito p….. Aí veio uma bola e decidi dar um bico só de raiva. Furei e ela entrou no gol. Fui buscar a bola e, na volta, encontro o Adãozinho (volante) que olhou para mim e disse: 'Misericórdia Marcão'. Foi horrível'', contou.
Mas a saga de sofrer uma goleada por temporada pegou Marcos em outra situação. Pela Copa do Brasil de 2011, o Palmeiras enfrentou o Coritiba no estádio Couto Pereira. O goleiro vinha se recuperando de um tratamento de três meses. O técnico Luiz Felipe Scolari pediu para que ele jogasse esta partida. Marcos concordou. Levou seis gols na goleada por 6 a 0.
Depois da partida, ele desabafou: ''Todos precisam de um Cristo para crucificar. Ninguém jogou merda nenhuma, mas vão culpar o Marcão pela goleada.”
No vestiario, ele conversou com Felipão e desabafou: ''Ô véio, se eu soubesse que era para voltar assim, eu não voltava'', contou Marcos no evento ao lado dos outros goleiros do Palmeiras.