Polícia de SP investiga ataque de palmeirenses à sede de torcida tricolor
Luciano Borges
As polícias civil e militar estão investigando, desde o início da tarde desta segunda-feira, a invasão de torcedores na sede da uniformizada são-paulina Dragões da Real, ocorrida na manhã do último sábado. Os policiais receberam a informação de que integrantes de uma organizada do Palmeiras foram responsáveis pelo ataque seguido de agressão. E que o ato foi uma vingança de uma emboscada ocorrida no dia 12 de julho em Recife.
Naquela data, torcedores do Sport Recife – de uma facção co-irmã da Dragões – cercaram e agrediram sócios da Mancha. A represália foi planejada porque os agressores de Recife estariam na sede da uniformizada tricolor.
O presidente da Dragões, André Azevedo, tentou desmentir a informação da invasão. ''Não é verdade. Tem muito boato rolando'', disse ao Blog do Boleiro. Porém, na sequência, ele completou: ''Não dá para acusar a Mancha''.
Para o promotor Paulo Castilho, do Jecrim (Juizado Especial Criminal), o dirigente da Dragões está tentando ''baixar a poeira'' do caso. ''Está confirmada a invasão'', afirmou.
A história da invasão à sede da Dragões começou a vazar nas mídias sociais, com sócios da uniformizada tricolor contando o que aconteceu e, em dois casos, dizendo terem sido agredidos com pauladas na cabeça.
André Azevedo confirmou ter ouvido estes depoimentos, mas insinuou que se trata de boatos espalhados para criar um clima de guerra. ''Eu ouvi as gravações. Até dei risada. Não teve nada disso'', repetiu.
Não é o que a Delegacia do Torcedor, da qual Paulo Castilho também faz parte, acha. ''Estou esperando pelo relatório da polícia civil e também da militar. Se houver indícios suficientes vamos pedir o afastamento da Mancha Alviverde que será proibida de frequentar os estádios como tal'', falou o promotor.
Desde que a Secretaria de Segurança Pública deu poderes e recursos para a Delegacia do Torcedor, ficou estabelecida uma política de tolerância zero com as organizadas.
Em quatro meses, 98 torcedores uniformizados já foram presos, afastados dos estádio ou processados. ''É linha dura mesmo''. disse Castilho.