Blog do Boleiro

Lugano reencontra “hidrotrainer” e volta a reforçar preparo na piscina

Luciano Borges

Lugano e Roberta Rosas trabalham na piscina do CT

Lugano e Roberta Rosas trabalham na piscina do CT

Quase uma hora de trabalho de impulsão, deslocamentos variados, piques, movimento lateral, tempo de bola. Este é o conteúdo das sessões que Diego Lugano está fazendo no CT da Barra Funda sob a orientação da hidrotrainer Roberta Rosas que trabalha os atletas do São Paulo há 24 anos.

Foi o que o zagueiro uruguaio fez neste domingo de manhã, enquanto o time estava de folga depois do empate com o Red Bull por um a um, no sábado.

A rotina de Lugano na piscina do CT nem é nova para ele. Em 2003, quando chegou ao São Paulo pela primeira vez, o jogador que, na época, tinha apenas 23 anos, trabalhou bastante com Roberta, quase sempre sozinho. Ele ganhou força, arranque e passou a saltar mais alto.

Muita gente acreditou que esta atividade com a professora especializada em preparação física dentro de piscina, fazia parte de um esforço individual para melhorar o desempenho em campo.

Na verdade, era mesmo uma espécie de “protesto mudo”.

Explica-se: Lugano teve um início conturbado no São Paulo. Foi tratado como “jogador do presidente”, porque quem o contratou foi Marcelo Portugal Gouveia que, na época, comandava o clube.

O treinador na época era Oswaldo de Oliveira que sempre garantiu não ter nenhuma restrição com o reforço. Mas mesmo assim, não escalou Lugano como titular. Oswaldo foi demitido numa noite de sábado e se criou a versão de que Gouveia tirou o técnico porque ele não escalava Lugano.

Sem jogar, Lugano decidiu mostrar que tinha vontade dobrada e que merecia ser titular. Daí o protesto. Sem reclamar, ele mostrava à comissão técnica que estava ficando mais rápido, mais forte e com maior impulsão.

Fato é que, com o time comandado por Roberto Rojas e Milton Cruz, Diego ganhou mais oportunidades. E admitiu depois que, nos primeiros jogos pelo São Paulo, ele enfrentou problemas com as diferenças entre o futebol uruguaio e brasileiro.

Ele estava sem alcançar o “timing” dos atacantes. Fazia faltas e ficava vendido em algumas jogadas. Chegou a sequer ser relacionado para os jogos.

Depois de cerca de dois meses trabalhando extra com Roberta, Lugano foi sendo escalado, se firmou na defesa e virou titular absoluto até ser campeão mundial de clubes em 2005 e, no ano seguinte, deixar o Morumbi para jogar no futebol turco.

Agora, a situação é diferente. Diego Lugano foi contratado para comandar a defesa tricolor. Aos 35 anos, ele vem sendo preparado para jogar a partir da fase de grupos da Copa Libertadores da América. Por isso, passou as últimas semanas (20 dias) trabalhando duro para obter condição de jogo. Ele chegou mais magro, precisando de reforço muscular. Todos os dias, ele trabalha de manhã no Reffis e, depois de almoçar e descansar, retorna para a piscina às 15h.

Roberta Rosas diz o que mudou do Lugano de 23 anos para o Diego de 35 anos: “Ele é extremamente forte. Ele tem uma estrutura óssea grande, coxas largas que, na teoria, encontra mais resistência na água. Mas ele faz os exercícios com desenvoltura”.

Trabalhar com Lugano, segundo Roberta, é dar duro fora da piscina porque, dentro dela, o esforço do zagueiro é enorme. “Ele é sério pra caramba. É um leão treinando”, contata Rosas.

Nesta segunda-feira, Diego Lugano treinou pela primeira vez no campo do CT, junto com o elenco do São Paulo. Ele não vai participar da estreia do time na Copa Libertadores.

A equipe vai ao Peru encarar o Cesar Vallejo, nesta quarta-feira. Nesta segunda-feira, Lugano participou com o elenco do aquecimento e, depois, treinou com bola ao lado de Lyanco, de 18 anos, companheiro de posição.