Ex-Lusa, Estevam Soares vai ao mercado com a novidade: técnico patrocinado
Luciano Borges
Estevam Soares está na área. Depois de sair da Portuguesa de Desportos na semana passada, o treinador se colocou no mercado. Iniciou uma negociação com o Tupi de Juiz de Fora (MG), mas o negócio não saiu. E ele tem um argumento de mercado interessante para atrair outros clubes: é um ''técnico patrocinado''.
Desde o final do ano passado, quando renovou contrato com a Lusa para dirigir o time em 2016, Estevam e o empresário Nilton Ramos bolaram um plano para atrair parceiros que patrocinassem apenas a camisa do treinador. A temporada começou e cinco empresas toparam o negócio. AS Saúde, Sicredi, GT Foods e Perfoot estamparam suas marcas na camiseta. A Cachaça Seleta pagou pelos ombros.
Estes patrocínios foram autorizados pela diretoria da Portuguesa. Afinal, ao proporem a renovação de contrato a Estevam Soares, no final de outubro de 2015, os dirigentes disseram que não teriam como pagar o salários do técnico em novembro e dezembro. ''Foi um jeito que eu criei para continuar na Portuguesa, com um rendimento extra'', disse para o Blog do Boleiro.
Nestes dois últimos meses de 2015, Soares investiu na formação do novo elenco. ''Ajudei a buscar reforços. Usei meu telefone o que, na prática, significa dizer que paguei para trabalhar. O clube estava falido, sem dinheiro. Oitenta por cento da equipe titular da Série C do Brasileiro foi embora. 70% do elenco teve que deixar o clube. Tivemos que remontar um grupo. Estava sendo um bom trabalho. Pena que nos sacanearam'', afirmou.
Estevam Soares ainda não engoliu a demissão depois de dois jogos na segunda divisão do futebol paulista (empate com o Barretos em 1 a 1, e derrota em casa para o Juventus por 1 a 0). ''Um time novo que treinou em janeiro e fez amistosos com cinco vitórias e um empate. Estreamos com o Barretos, jogando lá, e não fomos mal. Depois, fizemos um primeiro tempo muito ruim contra o Juventus. Depois acertamos o time e dava para vencer com as oportunidades de gol que foram desperdiçadas'', lembra Soares.
Ele conta que foi para casa depois desta derrota no Canindé. Na manhã seguinte, um dirigente telefnou para comunicar a demissão. ''Só pode ser por motivos políticos. Dispensar o técnico depois de dois jogos? Ainda tínhamos 19 partidas para classificar a equipe. O centroavante Bruno Moraes, que veio emprestado dos EUA, nem tinha estreado. Estou atônito com esta decisão. Foi uma puta traição'', desabafou.
O consolo é que Estevam já recebeu sinal verde dos parceiros da camisa que querem continuar apoiando o técnico. ''Por enquanto vou vestir uma camisa e mostrar em programa de televisão. Mas vou dar um jeito de fazer acordo com o próximo clube que dirigir para que continue com esta ação de marketing que, sendo uma iniciativa minha, acho que é inédita'', falou.