Caso Valdívia: Justiça notifica Palmeiras em ação movida por investidor
Luciano Borges
Desde a semana passada, o Departamento Jurídico do Palmeiras estuda o que fazer depois de receber a citação da Justiça Comum referente à ação movida pelo empresário Osório Furlan Junior. O caso corre em segredo. Furlan quer ser ressarcido pelo clube. Alega ter sido prejudicado pela atual diretoria nas últimas negociações com o meia Valdívia, antes que o atleta assinasse contrato com o Al Wahda, dos Emirados Árabes.
''O Palmeiras foi notificado na semana passada e tem até o dia 8 de março para se manifestar'', disse Furlan, que ajudou a então gestão de Luiz Gonzaga Belluzzo a contratar Valdívia. Ele adquiriu 36% dos direitos econômicos do jogador, investindo R$ 5,4 milhões. O clube pode apresentar a defesa como também existe a possibilidade da tentativa de acordo entre as duas partes.
Para acionar o Palmeiras, o empresário alega que não foi consultado para participar da negociação pela renovação do contrato de Valdívia na metade de 2015. O chileno deixou o clube dizendo que os dirigentes alviverdes mostraram pouca vontade de mantê-lo. Acontece que Osório tentou convencer o presidente Paulo Nobre a permitir que ele mantivesse o meia por mais tempo. “Eu cheguei a oferecer a pagar um complemento de salário ou mesmo comprar os 54% do Palmeiras'', contou ao Blog do Boleiro.
O Palmeiras, através da assessoria de imprensa, disse que não vai comentar o assunto enquanto o processo estiver em andamento. O clube confirma que foi notificado. Em conversas anteriores, advogados palmeirenses chegaram a dizer a Furlan que o contrato feito com ele na compra de Valdívia não prevê que o investidor teria que ser consultado ou acionado para discutir reformas de contrato.
Furlan lembra que, ao se oferecer em completar o salário de Valdívia para esperar por um bom negócio mais à frente, um diretor de futebol teria duvidado que o atleta conseguisse atrair interessados. ''Ele perguntou: quem vai comprar o Valdívia'', contou.
No final, Valdívia saiu e os envolvidos na sua aquisição não receberam um tostão. ''Ele chantageou o Palmeiras, enrolou até chegar o período de seis meses em que podia assinar pré-contrato'', reclama Furlan. ''Vê se ele se machucou até agora no Al Wahda. Ele não se machucou mais. E já estava assim na seleção chilena'', disse.
Esta foi a primeira vez que Furlan investiu na contratação de um jogador de futebol. E, garante, será a ultima. ''Não dá para confiar em ninguém neste negócio de futebol'', afirmou.