Blog do Boleiro

Presidente da Gaviões depõe na 2ª feira; torcida acusa inimigos políticos

Luciano Borges

Rodrigo de Azevedo Fonseca (Diguinho), presidente da Gaviões da Fiel, e o primeiro secretário Cristiano de Morais Souza (Cris) foram intimados a depor na próxima segunda-feira na Delegacia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância Esportiva.

Os dois foram agredidos na tarde da última quarta-feira, no estacionamento do supermercado Wallmart, depois de uma reunião entre líderes de organizadas com o promotor Paulo Castilho do Juizado do Torcedor.

A delegada Margarete Barreto espera conseguir detalhes que possam levar aos autores da emboscada. Diguinho e Cris sofreram vários ferimentos em consequência de golpes da barras de ferro.

Depois de analisar, sem sucesso, as imagens do circuito de segurança do supermercado (elas não mostram a emboscada), o trabalho da delegada é o de tentar identificar o carro utilizado pelos agressores. Para isso, as pessoas que socorreram os corintianos serão ouvidas.

A Gaviões da Fiel enviou uma nota official onde lança a suspeita de que Diguinho e Cris foram agredidos por causa da ''Guerra ideológica com setores da sociedade que, apoiados no conservadorismo, não estão acostumados com a contestação'', escreveu a organizada que vem colocando faixas nos jogos do Corinthians contra pormotores e ex-promotores de justiça.

 

Segue abaixo a nota oficial:

Na tarde da última quarta-feira (2), o presidente e o primeiro
secretário dos Gaviões da Fiel foram atacados covardemente, logo após
uma reunião com o promotor Paulo Castilho no fórum da Barra Funda. Além
dos Gaviões, outras duas torcidas de São Paulo também estavam presentes.

O fato ocorreu no estacionamento de um supermercado, em frente ao
Complexo Judiciário Ministro Mário Guimarães. Rodrigo Fonseca quebrou o
braço, enquanto Cristiano teve o rosto levemente ralado e o dedo
indicador quebrado. Apesar disso, os dois passam bem.

E embora a imprensa e o próprio promotor Paulo Castilho estejam
sugerindo um ataque realizado por outra torcida, desconfiamos de tal
hipótese.

Os motivos para tal desconfiança não deve ser mistério para ninguém.
Assumimos uma declarada guerra ideológica com setores da sociedade que,
apoiados no conservadorismo, não estão acostumados com a contestação.

Se em 1969, quando fomos fundados travando uma luta contra Wadih Helú,
ex-presidente compromissado com a ditadura militar, fomos repreendidos
por capangas, não nos espantaria se a tentativa de repressão fosse
implementada novamente, nos tempos atuais.

A quem possa interessar, os Gaviões da Fiel Torcida reafirmam seu
compromisso com a luta em prol de um futebol verdadeiramente popular,
não aceitando, de forma alguma, qualquer tipo de intimidação moral ou
até mesmo física, caso seja esse o caso.

Às autoridades, nos colocamos (como sempre) à disposição dos devidos
esclarecimentos sobre os eventos recentes.

Aos torcedores (todos eles), deixamos claro que nossa luta continuará,
custe o que custar, pois se nossa história não foi interrompida nos
tempos obscuros de pau de arara, não será interrompida nos tempos de
mídia independente e democracia de informação.

Contra todo ditador que no futebol quiser mandar, os Gaviões continuarão
a reivindicar.

// GAVIÕES DA FIEL TORCIDA – FORÇA INDEPENDENTE \\