Novo diretor do São Paulo mostra a cara: “Não convivo com coisas pendentes”
Luciano Borges
O industrial Luiz Cunha está mostrando seu estilo de trabalhar. Na primeira semana de trabalho como diretor de futebol do São paulo, no lugar do ex-vice Taíde Gil Guerreiro, o ex-dirigente da base tricolor entrou em ação. Na tarde desta quinta-feira, ele demitiu Milton Cruz, integrante da comissão técnica que, por 22 anos, exerceu forte influência nas contratações de reforços além de trazer jovens de Cotia.
Depois que o atual presidente Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, assumiu o cargo, ficou claro que Milton teria o espaço diminuído. Ele foi transferido para uma área que ainda não está funcionando a todo vapor. Cunha chegou e ''liberou'' Cruz.
Nesta sexta-feira, ele foi visto em conversa cheia de gestos com o jogador Michel Bastos que, em tempos recentes, entrou em rota de colisão com a torcida e – ele desmente – com jogadores como Diego Lugano.
Michel saiu da conversa dizendo: ''Ele chegou num momento em que estamos sendo cobrados, e quando há mudança, as mudanças são feitas para que mude. Ele chegou, vem pra nos ajudar, e com certeza vai fazer. Se ele acha que tem de dar uma chacoalhada, vamos chacoalhar. Se é o que está faltando, vamos embora''.
Luiz Cunha diz que seu estilo é ''firme amistoso''. E, em conversa com o Blog do Boleiro, garante que não gosta de deixar assuntos pendentes no caminho.
Blog do Boleiro – O que o senhor conversou com o Michel Bastos?
Luiz Cunha – Foi uma conversa entre amigos. Passei o que acho que seria importante para trabalharmos juntos. E ele disse o que achava. Um dizendo ao outro o que acha melhor. Foi uma conversa firme e amistosa. Essa é a ideia: entrar no coração das pessoas.
De longe, parecia uma conversa dura.
Não foi não. Foi um papo de respeito e profícuo. E eu achei que estava longe, do outro lado do campo e ninguém estava vendo.
Nos últimos dois dias, o senhor atuou em coisas que andavam pendentes, no ar, no São Paulo. O senhor está “limpando a área”?
Não consigo conviver com coisas pendentes, com assuntos mal resolvidos. Aprendi com a experiência de outra passagem por aqui e na base, que os jogadores querem assim. Você resolve a situação e todo mundo fica mais leve e solto. É melhor.
Este foi o caso do Milton Cruz? Ele tinha sido designado para uma área de análise de desempenho que ainda está sendo montada. Era outra situação meio “no ar”?
Exato. O que o Milton queria fazer não poderia mais fazer aqui no São Paulo. Então o liberamos e ele pode fazer isso em outro lugar. Foi uma solução.
Vocês convidaram o técnico Pintado para trabalhar na comissão técnica?
Acho que estão pintando uma coisa que não existe. A não ser que o Gustavo (Vieira, executivo de futebol) tenha feito algum contato e ainda não me contou.
E a negociação com o Ganso? O empresário dele, Giuseppe Dioguardi diz que o jogador não recusou proposta do São Paulo de renovação porque vocês ainda estão conversando. É isso?
Exato. O Pepinho foi jogador aqui no São Paulo. O pai dele, Giuseppe, é meu cardiologista. Somos amigos. Temos uma boa relação institucional. Chegaremos a bom termo. Somos pessoas de boa vontade.
O que o senhor espera do time a partir do clássico contra o Santos neste domingo?
Espero duas coisas: que o time jogue bem e traga o resultado. Está nos faltando isso.