Corinthians está em alta, mas tem jogadores sob pressão: André e Guilherme
Luciano Borges
O Corinthians é o time com a melhor campanha do Campeonato Paulista. Tem 29 pontos, seis a mais do que São Bento e Santos. É líder do Grupo 8 da Copa Libertadores da América. Não perdeu em casa nesta temporada. Acumula oito vitórias e 14 gols marcados. Uma equipe com desempenho tão bom permite que alguns jogadores ainda possam ser cobrados?
No Corinthians a resposta é sim. Alguns atletas são lembrados de que podem mostrar mais em campo.
O atacante André é um deles. O atacante está atrás de gols. Fez apenas dois em 10 partidas. Contra o Ituano, neste sábado à noite, teve apenas uma boa chance. No início do segundo tempo, ele cabeceou a bola que passou perto do gol adversário. Não entrou. Lamentou com gestos. O companheiro de ataque, Lucca, até comentou: “Eu falei para ele ter calma porque uma hora a bola vai entrar”.
Enquanto isso não acontece, André tem que lidar com a ansiedade e com as perguntas dos repórteres na saída do vestiário. “Pressão por não estar fazendo gol? Essa coisa é mais da imprensa. Mas sou experiente o suficiente para saber que isso acontece quando um atacante não está fazendo gols”, disse ao Blog do Boleiro.
Enquanto os gols não saem, o que fazer então?
André acha que ser titular já é um grande avanço. “Vou me entrosando. Isso vai dar frutos mais na frente, entrando em sintonia. Isso vai dar frutos”, falou o atacante de 25 anos. As vitórias corintianas ajudam. André ganhou aplausos no final da partida contra o Ituano, disputada na Arena em Itaquera.
O meia Guilherme também recebeu aplausos quando foi substituído por Alan Mineiro no segundo tempo.
Ele está pegando a manha do Corinthians. No novo clube, tem a obrigação de ajudar na marcação com a linha de quatro armadores adotada pelo técnico Tite. Já disputou nove partidas, fez dois gols também. Mas garante que está dedicado a aprender a nova missão tática: “Estou me dedicando a executar bem esta marcação na recomposição. Sou um dos três armadores com esta missão. Nos treinos, tenho me dedicado a fazer isso bem. E quero me sentir mais confortável nesta função”, afirmou Guilherme.
Isso depois de ouvir perguntas de um repórter de rádio sobre o fato dele ainda “estar devendo” uma grande atuação.
“Fiquei surpreso. Estou satisfeito com o que venho fazendo em campo. Acho que estou jogando no nível do time. Não entendi o motivo das perguntas”, comentou depois da entrevista.
Jogar no Corinthians de Tite e sua comissão técnica ajuda a quem é cobrado. Os próprios adversários admitem que hoje é mais fácil entrar numa equipe que está entrosada do que em outra. O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Junior, comentou com o Blog do Boleiro: “Veja o Lucas. Se ele fosse contratado por nós ou mesmo pelo São Paulo, não teria o tempo que teve para entrar e jogar o que está jogando”, falou.
O lateral-direito Fágner, elogiado na zona mista, deixou claro que o preço dos bons desempenhos é a eterna vigilância. “A pressão é muito forte dentro do elenco. Há uma competição interna onde os reservas estão trabalhando em alto nível e os titulares não podem descuidar”, disse.