Viola, 47, anuncia aposentadoria, mas com boa proposta topa até enterro
Luciano Borges
No dia 1 de janeiro de 2016, Viola completou 47 anos de idade. Ele decidiu pendurar as chuteiras. Só nos últimos onze anos, ele jogou por – em média, dois clubes em cada temporada. O atacante formado na base do Corinthians vai se aposentar. Isso se não aparecer nenhum bom negócio.
''Se aparecem com uma boa proposta até para um enterro, eu vou. Vou chorar, pular na cova, gritar 'me levem, me levem', dou show'', disse ao Blog do Boleiro dando uma sonora gargalhada.
Não é preciso tanto. No ano passado, por exemplo, foi necessária apenas uma oferta do Taboão da Serra para Viola disputar a Segunda Divisão do Campeonato Paulista. Estreou contra o Ecus e fez um dos gols da vitória por 2 a 1. No total, foram nove partidas disputadas e nove tentos marcados. ''Eu gosto assim, jogando no meio de garotos. Eu fico lá na frente e a molecada corre. Eu faço os meus gols'', afirmou.
O que pode tirar o tetracampeão mundial Viola de mais uma aposentadoria anunciada?
''Se vier uma grana boa por um pacote de dois, três meses, eu topo. Eu gosto de jogar e estou sempre bem preparado'', afirmou vendendo o peixe que ele garante não querer mais vender.
Todos os dias, o atacante treina fisicamente com um preparador pessoal. Ele se orgulha do preparo que tem. ''Meu corpo é perfeito. Não fumo, não uso drogas e não bebo. Não engordei e treino pra caramba'',falou.
Para quem associa Viola aos jogadores boêmios que, mesmo depois de aposentados, continuam com os hábitos boêmios, Viola diz que há muito tempo deixou de ir para baladas.
''Não sou de sair para caçar. Não fico rebolando a bundinha em pagode ou show sertanejo, perdendo noites e sem comer ninguém. Não sou cara que fica bebendo até duas da madrugada e depois não aguenta correr 30, 20 minutos'', contou.
Nem é homem de frequentar programas de televisão. Já recusou mais de um convite do apresentador Neto, ex-Corinthians como ele. Não gosta de dar entrevistas ao vivo. Aliás, nem gravadas.
Mais sério, Viola garante: ''Eu não jogo mais''.
Ele diz que não precisa de nada. Mora em um condomínio nos arredores de São Paulo, pilota uma motocicleta alemã de grande potência, faz trabalho físico nas manhãs, ajuda a família (''estou levando um fogão para minha filha'', contou na última sexta-feira) e garante que está levando a vida que gosta.
''Precisar do quê? Eu sou rico de saúde. Não preciso de nada, só de paz, amor, alegrias, felicidade. Nada mais. O resto a gente não fala. Quem tem, mostra. Quem não tem, corre atrás. O trabalho é o melhor caminho''.
Enfim, Viola continua disposto a viver uma vida com viagens pelo mundo. ''Gosto de viver e curtir a vida'', disse. Precisar jogar, ele não precisa.
Mas como é o Viola, é melhor não bater o martelo.
Hoje ele está aposentado.
Mas amanhã, ele pode jogar só mais um pouquinho.