São Paulo prepara estratégia; irritação com o apito vem de outras rodadas
Luciano Borges
A insatisfação do São Paulo com o que os dirigentes chamam de ''diferença de critérios'' que, segundo eles, andam prejudicando o time no Campeonato Brasileiro não vêm desta rodada. A atitude do juiz Vinicius Furlan foi o episódio que levou os são-paulinos a decidirem por uma cobrança direta na Comissão Nacional de Arbitragem, na CBF.
Mas, duas semanas atrás, depois do empate por dois gols com o Flamengo, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva já se mostrou irritado com o árbitro Elmo Alves Resende Cunha, que expulsou o argentino Calleri com dois cartões amarelos por reclamação.
O diretor de futebol José Jacobson e o executivo Gustavo Vieira, junto a Leco, conversaram depois do jogo deste domingo contra a Ponte Preta, sobre a estratégia do que será dito e mostrado na manhã desta segunda-feira ao homem forte do apito da CBF, Sérgio Corrêa.
Reclamar formalmente de erros da arbitragem é um recurso dos clubes para 1) pressionar os juízes mostrando insatisfação e 2) mostrar aos torcedores que os dirigentes estão atento e não admitem ''roubos''.
No caso do São Paulo, a reclamação é em cima de critérios e atitudes tomadas pelos árbitros. É uma cobrança mais sutil.
Depois da partida entre Ponte Preta e São Paulo (1 a 0), Vinicius Furlan confirmou o que os dirigentes do São Paulo consideram um erro grave: ele expulsou lateral Matheus Reis depois de ser avisado que a entrada do jogador são-paulino sobre o meia Matheus Jesus, da Ponte Preta, tinha sido mais forte do que ele imaginava.
Mas o apitador negou que tenha sido alertado pelo treinador da Ponte Preta, garantindo que o aviso partiu do quarto árbitro Marcio Henrique de Gois.
O lance aconteceu logo aos oito minutos do primeiro tempo da partida disputada em Campinas. Reis fez falta em Jesus e recebeu o cartão amarelo. Em seguida, Furlan é avisado de que o pontepretano tinha sido severamente atingido.
O que os são-paulinos reclamam é que o árbitro não ouviu o companheiro de apito, mas sim foi alertado pelo técnico da Ponte, Eduardo Baptista.
Na súmula, Furlan escreveu que foi conferir a gravidade do ferimento em Matheus Jesus, ''corroborando com a opinião do quarto árbitro''. Assim, ele tenta eliminar o erro de dar ouvidos a um técnico.
''Estamos nos sentido prejudicados. É muita diferença de critérios. Teve uma cotovelada a dois metros do quarto árbitro e ele disse que não viu. No lance da expulsão, o técnico da Ponte realmente foi lá chamar atenção dele, fomos prejudicados'', afirmou José Jacobson, diretor do São Paulo.
Nesta segunda-feira, às 11h30, Jacobson e o executivo de futebol Gustavo Vieira vão à CBF no Rio de Janeiro para discutir esta e outras decisões que o clube considera injustas em partidas anteriores. ''Só queremos critérios iguais'', falou o dirigente tricolor.