Atacante brasileiro se refugia na embaixada do Brasil para não ser preso
Luciano Borges
Neste domingo, o atacante Kleyr Vieira do Santos entrou em contato com o Blog do Boleiro para contar que está abrigado na embaixada do Brasil em Amã. O jogador teve a prisão decretada por atraso no pagamento de seis meses de aluguel. Quem deveria arcar com esta despesa é o Al-Faisaly, clube da Jordania, que deve ainda cerca de 30 mil dólares de salários ao jogador.
''Estou na casa do embaixador Francisco Luz. Ele está me protegendo da polícia que está autorizada a me prender. Graças ao embaixador, não estou preso. Estou na residência da embaixada com ele e a embaixatriz. Ele é meu único apoio que tenho aqui'', afirmou o atleta de 35 anos que nasceu no Acre e passou por mais de trinta clubes no Brasil e no exterior.
Na sexta-feira, Kleyr e um advogado conversaram com os representantes dos donos do edifício onde morou desde outubro do ano passado, quando aceitou a proposta do Al-Faisaly. Com o brasileiro em campo, a equipe terminou o campeonato jordaniano em segundo lugar. Mas desde o início do ano, o clube parou de pagar os salários e o aluguel.
''Nós pedimos para o dono do imóvel esperar até quarta-feira, quando a Federação Jordaniana disse que vai julgar meu caso. Depois do julgamento, com o clube sendo obrigado a me pagar, eu quitaria o aluguel. Mas ele não quis ajudar. Ainda disse que a polícia iria me buscar na manhã de domingo'', contou.
Kleyr procurou o embaixador Luz que o aconselhou a deixar o apartamento e ir para a embaixada. ''Ele disse que sou responsabilidade dele agora e que ninguém vai me prender'', escreveu via ''whatsapp''.
O diplomata já conversou com os dirigentes do clube e com a FJF.
A HISTÓRIA
O atacante acreano continua sem receber seis meses de salários atrasados, o passaporte retido e prestes a ser despejado. Agora, recebeu a notícia de que pode ser preso ainda nesta semana.
Kleyr foi avisado pelo dono do imóvel que acionou a polícia para fazer o despejo. “Eu posso ser preso. A polícia vai fazer busca e apreensão no apartamento”, disse ao Blog do Boleiro.
O clube que contratou o brasileiro em outubro do ano passado, Al-Faisaly, não pagou nem os seis meses de salários atrasados e continua sem acertar a conta do aluguel do apartamento onde colocou o atleta.
A ameaça tirou do sério o jogador brasileiro que jogou a temporada e ajudou a levar o time ao segundo lugar na classificação geral do Campeonato Jordaniano. “As coisas negativas estão começando a me transformar. Ainda faço uma loucura”, disse.
Um dos dirigentes do Al-Faisaly, o diretor Samer Alhourany, é o alvo da raiva do jogador acreano de 35 anos. O dirigente já mandou Kleyr procurar a Fifa para poder receber cerca de 30 mil dólares que o clube deve.
O embaixador do Brasil na Jordânia, Francisco Luz, está ajudando Kleyr no caso. O diplomata já conversou com o clube e com a Federação Jordaniana de Futebol. Na próxima quinta-feira, a FJF vai julgar a queixa de Kleyr. O problema é que a ameaça do proprietário do apartamento fala na presença da polícia na quarta-feira.
“Eu já gastei 11 mil dólares para me manter aqui. Eles não me pagam. Estou comendo uma vez só por dia, para economizar. Pedi para o dono do apartamento falar com os sócios e segurar a queixa até quinta. Assim que eu receber do Al-Faisaly, pago tudo e vou embora. Tenho mulher e filhos para cuidar”, afirmou.
Kleyr é um destes atletas brasileiros que rodam o mundo para fazer a vida. No caso de Kleyr, já são 34 equipes no currículo dentro e fora do Brasil. . No ano passado, ele atuou no Peru e no Equador. É um profissional experiente, acostumado com esta vida nômade internacional. Uma das passagens dele foi em Israel. “Acho que tem um preconceito aqui porque joguei lá”, afirmou.
Beatriz dos Santos, A esposa de Kleyr mora na China com as filhas. Lá, trabalha num projeto criado pelo volante Paulinho, ex-Corinthians. O atacante que está na Jordânia é padrinho de casamento do volante que atua no Guangzhou Evergrande.
Pelo combinado, Kleyr já estaria na China depois de jogar o Nacional pelo Al-Faisaly.