Blog do Boleiro

Arquivo : julho 2016

Souza escapou de atentado na Turquia e agora evita passear em Istambul
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Luciano Borges

Souza já está fazendo a pré-temporada na Turquia Foto selfie

Souza já está fazendo a pré-temporada na Turquia Foto selfie

Na última segunda-feira, Souza desembarcou no Aeroporto Internacional Mustafa Kemal Atatürk, na parte ocidental de Istambul, na Turquia. O volante que jogou no São Paulo tinha sido obrigado pelo Fenerbahce a antecipar seu retorno em um dia. Ele esteve no Brasil para acompanhar o nascimento do filho Danilo, no sábado dia 25. “Eu pedi três dias, mas o clube só me deu dois”, disse. Há uma semana, o brasileiro não gostou muito. Hoje, ele agradece. “Foi um sinal”, disse ao Blog do Boleiro.

Se tivesse sido atendido pelo Fenerbahce, Souza desembarcaria no aeroporto na terça-feira, último dia 28, na parte da noite. Por volta das 21h55, três homens armados realizaram um ataque terrorista que terminou com 44 mortos e mais de 200 feridos. “Eu poderia ter estado lá naquela hora. Quando soube do atentado, gelei”, contou o jogador que é do Rio de Janeiro e está sozinho em Istambul.

O resultado imediato: Souza decidiu não sair de casa por um tempo, com receio de que outras ações terroristas possam acontecer. “Eu costumava ir ao shopping center com frequência, mas nesta semana nem saí de casa”, contou ao Blog do Boleiro na última sexta-feira. Sem a família, que está no Brasil e só irá se juntar a ele depois da pré-temporada, Souza conta com a ajuda de uma amiga brasileira que prepara as refeições.

Desde sábado, ele está com o time em uma cidade ao norte de Istambul, nas montanhas. “Aqui é mais tranquilo”, disse. Esta fase da pré-temporada vai durar dez dias.

Souza levou um susto, mas acha que a reação dos turcos é de certa tranquilidade. “Não sei se eles estão acostumados porque sempre tem uma coisa dessas acontecendo ou se ele reagem bem a estes atentados. Mas não falam muito apavorados”, disse o volante que decidiu tomar precauções, mas não está com tanto medo assim. “Na verdade, tenho mais medo de violência no Rio de Janeiro, onde mora minha família, do que aqui”, afirmou.

 


São Paulo prepara estratégia; irritação com o apito vem de outras rodadas
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Luciano Borges

A insatisfação do São Paulo com o que os dirigentes chamam de “diferença de critérios” que, segundo eles, andam prejudicando o time no Campeonato Brasileiro não vêm desta rodada. A atitude do juiz Vinicius Furlan foi o episódio que levou os são-paulinos a decidirem por uma cobrança direta na Comissão Nacional de Arbitragem, na CBF.

Mas, duas semanas atrás, depois do empate por dois gols com o Flamengo, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva já se mostrou irritado com o árbitro Elmo Alves Resende Cunha, que expulsou o argentino Calleri com dois cartões amarelos por reclamação.

O diretor de futebol José Jacobson e o executivo Gustavo Vieira, junto a Leco, conversaram depois do jogo deste domingo contra a Ponte Preta, sobre a estratégia do que será dito e mostrado na manhã desta segunda-feira ao homem forte do apito da CBF, Sérgio Corrêa.

Reclamar formalmente de erros da arbitragem é um recurso dos clubes para 1) pressionar os juízes mostrando insatisfação e 2) mostrar aos torcedores que os dirigentes estão atento e não admitem “roubos”.

No caso do São Paulo, a reclamação é em cima de critérios e atitudes tomadas pelos árbitros. É uma cobrança mais sutil.

Reprodução da explicação de Vinicius Furlan para o cartão vermelho de Matheus REis

Reprodução da explicação de Vinicius Furlan para o cartão vermelho de Matheus REis

Depois da partida entre Ponte Preta e São Paulo (1 a 0), Vinicius Furlan confirmou o que os dirigentes do São Paulo consideram um erro grave: ele expulsou lateral Matheus Reis depois de ser avisado que a entrada do jogador são-paulino sobre o meia Matheus Jesus, da Ponte Preta, tinha sido mais forte do que ele imaginava.

Mas o apitador negou que tenha sido alertado pelo treinador da Ponte Preta, garantindo que o aviso partiu do quarto árbitro Marcio Henrique de Gois.

O lance aconteceu logo aos oito minutos do primeiro tempo da partida disputada em Campinas. Reis fez falta em Jesus  e recebeu o cartão amarelo. Em seguida, Furlan é avisado de que o pontepretano tinha sido severamente atingido.

O que os são-paulinos reclamam é que o árbitro não ouviu o companheiro de apito, mas sim foi alertado pelo técnico da Ponte, Eduardo Baptista.

Na súmula, Furlan escreveu que foi conferir a gravidade do ferimento em Matheus Jesus, “corroborando com a opinião do quarto árbitro”. Assim, ele tenta eliminar o erro de dar ouvidos a um técnico.

“Estamos nos sentido prejudicados. É muita diferença de critérios. Teve uma cotovelada a dois metros do quarto árbitro e ele disse que não viu. No lance da expulsão, o técnico da Ponte realmente foi lá chamar atenção dele, fomos prejudicados”, afirmou José Jacobson, diretor do São Paulo.

Nesta segunda-feira, às 11h30, Jacobson e o executivo de futebol Gustavo Vieira vão à CBF no Rio de Janeiro para discutir esta e outras decisões que o clube considera injustas em partidas anteriores. “Só queremos critérios iguais”, falou o dirigente tricolor.

 


Sem passaporte e dinheiro: jogador brasileiro tem vida de preso na Jordânia
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Luciano Borges

Kleys com o compadre Paulinho, volante que está no futebol chinês foto: arquivo pessoal

Kleys com o compadre Paulinho, volante que está no futebol chinês foto: arquivo pessoal

Seis meses de salários atrasados, ameaçado de despejo, passaporte retido e sob ameaça de ser preso. Esta é a situação do centrovavante Kleyr, que jogou o primeiro semestre pelo Al-Faisaly, da Jordânia. “Estou preso na minha própria liberdade. Estou sofrendo, sendo constrangido e sofrendo ameaças, mas não vou desistir”, disse ao Blog do Boleiro o jogador nascido no Acre há 35 anos.

Ele é um destes atletas brasileiros que rodam o mundo para fazer a vida. No caso de Kleyr, já são 34 equipes no currículo dentro e fora do Brasil. O caso dele chamou a atenção da embaixada brasileira em Amã que está tentando resolver a situação do atleta que diz que não sai do país enquanto não receber.

“Eles me contrataram em setembro. Recebi nos dois primeiros meses e o time foi bem, terminando o campeonato nacional em segundo lugar. Mas não me pagaram os últimos seis salários, o que já dá algo uns 30 mil dólares. Eles devem  ainda seis meses do aluguel do apartamento que escolheram para eu morar”, contou.

Kleyr continua na capital jordaniana. Diz que não pode nem quer sair. O passaporte dele está em posse do dono do prédio de apartamentos onde o brasileiro mora desde que chegou. O Al-Faisaly não paga desde janeiro. “Já tenho uma ordem de despejo. O dono do apartamento tomou meu passaporte e me denunciou por atraso de pagamento. Acho que se tentar sair, serei preso”, afirmou.

O serviço diplomático brasileiro está estudando uma maneira de pressionar o clube a pagar o que deve ao jogador. O embaixador Francisco Luz disse a representantes da CBF que está preocupado com o caso de Kleyr e lembrou ainda que não é a primeira vez que clubes do futebol jordaniano deixam jogadores jovens do Brasil nesta situação.

Kleyr está sem a família.

Beatriz dos Santos, A esposa de Kleyr mora na China com as filhas. Lá, trabalha num projeto criado pelo volante Paulinho, ex-Corinthians. O atacante que está na Jordânia é padrinho de casamento do volante que atua no Guangzhou Evergrande.

Pelo combinado, Kleyr já estaria na China depois de jogar o Nacional pelo Al-Faisaly. No ano passado, ele atuou no Peru e no Equador. É um profissional experiente, acostumado com esta vida nômade internacional.

Mas desta vez foi pego de surpresa.  Ele queria fazer desta passagem pelo futebol jordaniano a despedida no futebol. “Sou profissional há 18 anos e já havia falado para mim mesmo que iria me retirar feliz. Ok, não fomos campeões, mas ficamos em segundo e não ganhamos por um ponto. Estou há sete meses calado, só jogando e no acerto final fizeram isso”, reclamou. 

Nesta sexta-feira, Kley esteve mais uma vez com representantes da embaixada do Brasil. “Tenho amigos que estão me ajudando. Meu nome está na Justiça e posso ser intimado a qualquer momento para justificar porque não foram pagos os aluguéis.  Estou sem documento e não posso me mexer no país pra nada”, lamentou.

Kleyr ainda está em Amã Foto: arquivo pessoal

Kleyr ainda está em Amã Foto: arquivo pessoal

Kleyr depois de uma das partidas pelo Al-Faisaly foto: site do clube

Kleyr depois de uma das partidas pelo Al-Faisaly foto: site do clube