Gaviões da Fiel responde a Elias e Corinthians estuda como aliviar tensão
Luciano Borges
A diretoria de futebol do Corinthians calcula que o episódio envolvendo Elias e a torcida organizada Gaviões da Fiel não é um grande problema. Mesmo assim, os dirigentes conversam para encontrar uma ação de amenize a tensão provocada pelo meia.
Depois do empate em 1 a 1 com o Cruzeiro, o jogador se mostrou insatisfeito com as vaias e cobranças vindas da arquibancada. E cometeu o ''sacrilégio'': ''Foi um jogo difícil, não conseguimos a vitória nesse final. Mas, pô, nesse final, a nossa torcida parece que virou a torcida do São Paulo, reclamando, vaiando'', disse.
A Gaviões esperou um dia para responder publicamente. E mandar recado: ''Nossa diretoria rechaça toda e qualquer comparação – tenha ela o intuito que for – com qualquer torcida que seja. Comparar-nos é um desrespeito para com a única torcida publicamente reconhecida por uma fidelidade inigualável.''
Duvidar da fidelidade e criticar o comportamento dos organizados já é terreno perigoso, mas comparar com a torcida do São Paulo foi o suficiente para Elias se tornar alvo dos torcedores.
''Pelo que entendi, a torcida achou que o Elias falou o correto sobre as vaias. O que não gostaram foi por ele ter comparado com a torcida do São Paulo'', disse o diretor de futebol Eduardo Ferreira ao Blog do Boleiro. Homem ligado à uniformizada, ele garantiu que os ânimos estão calmos: ''Tudo certo já. Vamos em frente''.
Leia a nota oficial da Gaviões:
Em compensação, estamos de acordo com o restante do discurso.
Nós, dos Gaviões da Fiel, que tanto lutamos pelas festas populares e apaixonadas nos estádios, lamentamos que, ano após ano, dirigentes, emissoras e federações estejam mercantilizando nossa paixão e criando uma espécie de neo-torcida.
Nunca fomos adeptos das vaias e críticas durante o jogo, pois consideramos que o papel fundamental e indispensável da nossa torcida é apoiar e incentivar o Corinthians. Dentro da nossa fidelidade pública, sempre houve a unânime opinião de que nossa torcida era capaz de ganhar jogos com a forma que inflamamos os jogadores dentro do campo.
Em relação a isso, a ordem natural das coisas sempre foi (e deveria continuar sendo) uma só: quem está dentro de campo, se inflama por quem está fora. Jamais o contrário, como vem acontecendo nos últimos anos.
Sabemos da importância da cobrança e temos vasto histórico como órgão fiscalizador e uma força independente, seja para os assuntos futebolísticos ou administrativos. Sendo assim, respeitamos a insatisfação de todos, mas acreditamos que a postura de parte da torcida Corinthiana nos últimos jogos colocam à prova o título de Fiel que sempre tivemos como indiscutível.
Não há fidelidade parcial. Apoiamos incondicionalmente. Jamais optaremos por não apoiar.
Durante os 90 minutos de partida, os Gaviões da Fiel continuarão – como sempre – cantando, apoiando, incentivando e fazendo de tudo para que dentro de campo os jogadores ouçam nosso apelo, se motivem e joguem por nós. Com nós.
Em contrapartida, no extra campo, persistiremos na luta contra a modernização do futebol, processo este que culmina não apenas no afastamento do povo preto e pobre das arquibancadas, como em novos padrões e preceitos de jogadores, administradores e até mesmo torcedores, como os que infelizmente hoje motivam esta nota.
Como sempre, reforçamos: somos absolutamente contrários ao futebol moderno e todos seus frutos malditos.
// GAVIÕES DA FIEL TORCIDA \\