São Paulo: ex-diretor vê pouca dedicação “full time” de dirigentes no CT
Luciano Borges
O empresário Luiz Cunha tem acompanhado de longe o mau momento do time. Desde que deixou o cargo de diretor de futebol em junho, ele tem preferido não opinar sobre o que vem acontecendo com a equipe que foi eliminada na semifinal da Copa Libertadores da América e não está bem no Campeonato Brasileiro. É a 11ª colocada com 27 pontos, quatro a mais do que o Vitória, primeiro time da zona de rebaixamento.
Mas depois da derrota para o Juventude por 2 a 1, pela Copa do Brasil, o ex-dirigente desconfia que falta uma atuação mais profunda dos homens que comandam o futebol tricolor.
Perguntado pelo Blog do Boleiro sobre os motivos da má fase, Cunha lembrou como trabalhou por três meses no CT da Barra Funda: ''Eu ia de manhã e ficava até de noite. Algumas pequenas coisas que acontecem podem atrapalhar o desempenho do time. E é só estando lá 'full time', olhando o que se passa, atuando pontualmente e ouvindo as pessoas é possível arrumar a casa'', disse.
Quando foi chamado pelo presidente Carlos Augusto de Barros e Silva para assumir a direção do futebol em março deste ano, Luiz foi trabalhando os pontos que andavam criando fricções, como o ala Michel Bastos. Ele andava às turras com a torcida e não vinha jogando. Depois de uma conversa no CT, vista de longe pelos setoristas dos clubes, o jogador melhorou seu desempenho.
''Arrumei a casa. Existem micro problemas que afetam o desempenho do time. Mas para detectar e atacar esses problemas é preciso estar lá o tempo todo'', afirmou Cunha que já estava comprando um apartamento a cerca de 200 metros do centro de treinamento do São Paulo. Saiu antes, quando percebeu que não conseguiria tocar os projetos que estava desenhando. Além disso, ele percebeu que o executivo de futebol, Gustavo Oliveira, nem sempre o consultava sobre negociações.
Hoje, o vice presidente de futebol é o médico José Alexandre Medicis de Oliveira e o diretor de futebol é o executivo da área de segurança José Jacobson Neto. ''Posso estar errado, mas eles são profissionais que não podem dedicar tempo integral ao São Paulo. E lá é preciso esta atuação'', disse Cunha, que deixou a indústria dele nas mãos do filho durante os três meses em que atuou no CT.