Cota maior de TV. Internacionalização. Mais torcida. A Ponte pensa grande
Luciano Borges
A Ponte Preta é o clube que recebe a menor cota de direitos de transmissão de televisão, menos de R$ 30 milhões. O clube tem 14.500 sócio-torcedores cadastrados e apenas seis mil que pagam em dia. Com esta realidade, os dirigentes estão trabalhando para conseguir manter a equipe na Série A e tentar a classificação para a próxima Copa Sul-Americana ou mesmo até para brigar por um lugar no G4.
E é preciso aumentar a entrada de receitas.
A Macaca vem insistindo junto ao presidente da CBF para que a ajude na negociação com a TV Globo. ''Temos a promessa do Marco Polo Del Nero de nos ajudar neste sentido. Nos últimos seis meses, nos encontramos umas seis vezes. Nossa cota é a menor'', disse o vice presidente ponte pretano, Giovanni Dimarzio.
Sem ainda conseguir este aumento de cota dos direitos de TV, resta à agremiação de Campinas buscar outras fontes de faturamento.
Para isso, foi criado um um novo programa para atrair torcedores fidelizados, o ''TC10 Mais'' que apresenta várias promoções para quem aderir ao projeto. Além disso, as crianças de Campinas são alvo preferencial em duas ações de marketing.
Numa delas, instituições que trabalham com menores carentes podem inscrevê-los para acompanhar os jogos da Macaca no estádio Moisés Lucarelli, além de fazer visitas monitoradas ao clube. ''Essas crianças frequentam o Majestoso e a gente proporciona brindes e lanches. A ideia é despertar o amor pela Ponte nestes torcedores do futuro'', disse o dirigente.
Outro projeto, o Macacos do Futuro, prioriza as crianças sócio-torcedoras que participam de promoções como a de almoçar com jogadores, ganhar camisas autografadas e ter privilégio na entrada em campo de mãos dadas com os atletas.
''Nós precisamos criar estes diferenciais porque não temos a mesma atenção da mídia que os clubes da capital, como Palmeiras, Corinthians, São Paulo e até o Santos. Precisamos aumentar nossa base e investimos no futuro'', afirmou Dimarzio.
Em outra ponta, a Ponte Preta dá os primeiros passos em busca da internacionalização de sua marca, tarefa destina a uma comissão do clube que já levou a Macaca para enfrentar o Orlando City, com Kaká e companhia. O time perdeu por 3 a 2, mas deixou boa impressão e o meia Renato Cajá marcou um golaço de falta, que pode lhe render um convite na próxima temporada da Major League Soccer.
Na semana passada, o clube campineiro confirmou realização de outra partida, no dia 11 de agosto, contra uma equipe dos EUA: Fort Lauderdale Strikes, franquia que tem Ronaldo Fenômeno com um dos sócios proprietários. O amistoso servirá para a comemoração dos 115 anos de fundação da Ponte e manterá o time em atividade porque depois da partida deste domingo de manhã contra o Goiás, a Ponte ficaria parada por 10 dias.
Dimarzio anunciou também uma parceira com a Juventus de Turim que vai organizar um ''acampamento de futebol'' (training camps) durante cinco dias de julho em Campinas. A Juve vai enviar treinadores que vão orientar e observar cerca de 230 meninos da seis a 16 anos. O garoto que se destacar vai treinar na ''Vecchia Signora'' por uma semana.
O jogo contra o Goiás marca o retorno da torcida da Ponte ao Moisés Lucarelli. A ponte foi suspensa pelo STJD por brigas de torcedores em Joinville, pela Série B do ano passado. O time venceu o São Paulo (1 x 0) e a Chapecoense (3 x 1) com os portões fechados.
O técnico Guto Ferreira terá o time titular à disposição.
Depois de duas semanas de assédio de clubes como Cruzeiro, Flamengo e São Paulo, a Ponte Preta segurou o meia Renato Cajá, que já tem quatro gols no Brasileiro, três deles considerados colaços. Além disso, atletas como Rodinei, Pablo, Fernando Bob e Diego Oliveira também foram sondados e ficaram na Macaca.
''É parte do nosso projeto manter o mesmo time que subir da Série B para a Série A, além de ir reforçando aos poucos o elenco'', disse Dimarzio que acertou a contratação do lateral Jeferson Recife, ex-Campinense.
O vice presidente, quando perguntado até onde a Ponte Preta quer chegar na atual temporada, respondeu assim: ''Se eu disser que a Ponte pode ser campeã brasileira, vão me chamar de lunático. Se eu disse que queremos a vaga da Sul Americana, vou ser taxado de pensar pequeno. Ficamos assim. Vamos primeiro buscar a Sul Americana, que é uma competição que o torcedor da Macaca gosta, Mas o que ciar acima disso, vamos correr para conquistar''.
A Ponte Preta é hoje a terceira colocada da Série A com 12 pontos, três a menos do que o líder Atlético Paranaense.