Audax: como Sidão aprendeu a enganar atacantes e driblar na pequena área
Luciano Borges
Até três temporadas atrás, Sidão era um goleiro padrão. Alto, bom de posicionamento, ele sabia fazer umas embaixadas. E só.''Não saia jogando até o Fernando Diniz começar a treinar o Audax'', disse ao Blog do Boleiro. A chegada do novo treinador, ele passou a trabalhar passes e domínio de bola. Melhorou. Contra o São Paulo, no último domingo, ele ainda deu dribles dentro da pequena área. ''A gente treina muito isso lá no Audax'', falou.
Da maneira como o time joga, Sidão tem que se virar muitas vezes perto do gol. Num lance no primeiro tempo da goleada sobre o São Paulo (4 a 1), ele enganou Michel Bastos com um drible de chaleira. E repetiu a dose sobre Calleri, aos 39 do segundo tempo, quando a vitória já estava garantida. ''Se o placar estivesse mais apertado, talvez nem desse o drible. Não sei. Na hora foi espontâneo'', contou.
Improvisar na hora é uma das dicas de Sidão. Ele aprendeu que não pode pensar muito no que vai fazer quando o lance parece ser perigoso e muito perto da baliza: ''Falo para os outros goleiros do Audax: não pensa, faz. Porque se pensar, vai mandar sinais para o atacante''.
Mesmo o improviso é treinado.
Funciona assim. Nos treinos do Audax, os goleiros praticam passes e domínio de bola, além dos trabalhos normais de quem vive para evitar gols. Quando o grupo vai para o trabalho tático,Fernando Diniz coloca o time reserva para marcar em cima a saída de bola dos titulares. E aí Sidão é exigido nos fundamentos de quem costuma jogar na linha.
Com um segredo: o treinador insiste muito em fazer os arqueiros mudarem rápido a postura corporal. Afinal, goleiro mostra muito o que vai fazer.
''Pelo fato da gente ser alto, encorpado e não ter aquela qualidade, a gente costuma mandar sinais bem claros do que vamos fazer na jogada, se vamos mudar de lado, se vamos chutar com força ou não. O Diniz pede para a gente fazer estes movimentos de forma mais acelerada, para o adversário não ler o que vamos fazer'', afirmou o goleiro de 33 anos que garante: ''Aprimorei muito. Está claro que o goleiro vai ter que se virar nesses fundamentos no futuro'', falou.
Sidão também está acostumado a jogar como líbero sob a pressão da torcida adversária. ''O Audax não tem torcida. Pode jogar em casa que a maioria é adversária'', afirmou. Por isso, ter que usar o recurso de jogar com o pé diante do Corinthians, na Arena em Itaquera lotada, não parece assustar o arqueiro do Audax.