Time reserva do Santos afasta torcida do Acre no jogo dos sonhos do Galvez
Luciano Borges
O major da polícia militar do Acre, Edener Franco, é diretor de futebol do Galvez, adversário do Santos nesta quarta-feira em Rio Branco. Ele define este confronto como histórico: ''É o grande jogo da vida do clube. É o grande campeonato. É o primeiro em tudo'', disse.
Mesmo assim, a torcida do Galvez não vai lotar a Arena da Floresta, que tem capacidade para 20 mil pessoas. Na verdade, foram colocados apenas 10 mil entradas à venda, mas a procura é pequena. Motivo: ''Como o Santos vem com o time reserva, a turma aqui desanimou'', disse o major que é dirigente do time desde a fundação há cinco anos.
O objetivo do Galvez neste confronto é 1) provocar a partida de volta na Vila Belmiro e 2) disputar o segundo jogo para dar trabalho. ''Temos a nossa realidade. Sabemos que vai ser muito difícil. Estamos empolgados porque fizemos um bom estadual, ficamos em terceiro lugar'', contou.
O confronto entre Santos e Galvez é desigual nos números. A folha salarial do time acreano é de 45 mil reais, menor do que os vencimentos do meia Elano. Os craques Douglas (está machucado) e Careca (jovem de Rio Branco) faturam por mês entre R$ 2 e 2,5 mil mensais.
Há um motivo para a remuneração modesta. ''Como somos militares, não vamos prometer 10, 15 mil de salários se não vamos pagar'', falou o major.
O Galvez foi fundado e está sob os cuidados da polícia militar. Já teve um time em campo só de PMs. Hoje, apenas dois militares estão no elenco. ''Os PMs têm rondas noturnas, trabalham dobrado. Não conseguem se alimentar direito, malhar como é exigido nem acompanhar bem os trabalhos tático e técnico'', disse o diretor de futebol.
O treinador é o Zé Marcos, que veio para a Copa do Brasil e estadual.
Para encarar o Santos, o Galvez precisou eliminar o Rio Branco, time mais tradicional e forte do estado.
O nome é uma homenagem a Dom Luiz Galvez Rodrigues de Aria, espanhol que proclamou a República do Acre em 1899 e governou em duas ocasiões.