Blog do Boleiro

Arquivo : abril 2015

Vasco planeja cursos técnicos para evitar atletas à margem da sociedade
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Luciano Borges

Paulo Angioni, executivo de futebol do Vasco da Gama, está formatando um projeto para preparar os garotos da base do clube carioca, caso não se tornem jogadores profissionais. A ideia é montar no clube cursos profissionalizantes. São escolas técnicas que, além do currículo obrigatório do ensino fundamental e médio, vai ensinar ofícios. “O atleta que para pelo caminho fica marginal na sociedade. É preciso preparar estes jogadores da base com uma profissão que o coloque no mercado de trabalho”, disse ao Blog do Boleiro.

Em quase 40 anos de carreira no futebol, Angioni vem acompanhando o destino de centenas de jovens que passaram pelas divisões inferiores dos clubes onde trabalhou (Vasco, Flamengo, Fluminense, Corinthians, Palmeiras e Bahia). Ele acompanhou o drama de jogadores que começaram como grandes promessas e que nem chegaram a ter uma carreira profissional. Muitos foram para o mercado de trabalho sem nenhum preparo ou formação em outra atividade.

O projeto deve ser instalado ainda neste ano. Angioni quer antes formular uma proposta que possa atrair parceiros e investidores.

Hoje, além do Vasco da Gama, Paulo Angioni organiza debates e cursos de coaching para profissionais do futebol e do esporte olímpico. Ele desenvolveu o conceito de que todo treinador, preparador físico e outros profissionais precisa estar em contato com o novo. “Um novo conceito, uma nova visão de vida, um novo profissional, enfim, uma visão atualizada. O esporte não pode ser só 99% empírico”, disse.

Blog do Boleiro – Como surgiu a ideia dos cursos profissionalizantes?
Paulo Angioni – Ela vem de muitos anos na minha cabeça, em função do que a gente vê no futebol. Há um desperdício grande de pessoas no futebol. Alguns jovens da base são aproveitados nos times de cima e outros ficam pelo caminho. Estes que não vingam vão para a vida sem uma formação de trabalho, sem uma formação que garante um futuro no mercados e trabalho. É preciso que eles tenham uma cidadania. Ele não pode ficar à margem da sociedade.

O Vasco da Gama comprou a ideia?
Recebi o apoio do vice-presidente de futebol José Luis Moreira e do presidente Eurico Miranda, que entenderam a preocupação social deste plano. Vamos atrás de um projeto incentivado via Lei de Incentivo do Esporte. O Vasco pode oferecer alguns cursos profissionalizantes para jovens da base a partir dos 16 anos. A gente quer oferecer cursos profissionalizantes para que o atleta não fique à margem da sociedade.

Em que estágio está o projeto?
Estamos num primeiro momento desenvolvendo e formatando projetos incentivados. A partir da aprovação, vamos em busca de quem queira investir  o dinheiro na ideia.

Vocês pretendem fazer parcerias com colégios técnicos?
É um possibilidade. Talvez com Sesi, Senai e Senac. Mas seria melhor, através da lei de incentivo, formar núcleos dentro do clube. A entrega destes garotos nos treinamentos é muito grande. Seria melhor eles estudarem dentro do Vasco. Isso facilitaria bastante até para que a gente faça o monitoramento destes meninos. Haveria uma obrigatoriedade na base, quando estes adolescentes começam sua formação como homens. Assim, quando eles tiverem 18, 19 anos, já terão uma formação.

É uma faixa onde os atletas já estão jogando no time de cima.
Esta é a fase que chamo de transição. Ali, se perde muitos juniores. De 20 que vão direto para o profissional ficam 10. Destes 10, uns três serão realmente aproveitados e os outros sete vão ficar vagando por aí, sem saber o que fazer. A transição não é fácil. Está sendo discutido a criação de competições Sub-23 e Sub-20 para deixar estes jovens em atividade.

Começa uma falta de perspectiva.
O jogador vai perdendo o estímulo, até mesmo a disposição para continuar aprendendo. Jogador não aprende só treinando. Ele aprende jogando.

O Vasco da Gama cobra escolaridade dos garotos da base?
Sim. Existe um colégio dentro do Vasco da Gama que administra cursos regulares do ensino fundamental e médio.

Você acha que os pais vão gostar da ideia? Muitos apostam apenas na carreira de jogador e alguns param até de trabalhar na esperança de ter um Neymar em casa que vá deixar todos bem de vida.
Isso acontece mesmo. É um conflito social, um envolvimento da família do garoto muito grande. Cria-se uma expectativa enorme. Antes, era só o menino que ia treinar e tentar se manter na escola. Hoje, as famílias estão estruturadas ao redor da possibilidade futura do talento. Os pais entendem que precisam acompanhar a carreira do filho até porque o jogador que desponta com 16 anos, quando pode ter um contrato, a remuneração já é bem maior.

Tem pais que viram profissionais do filho.
Isso acontece muito com garotos com um pouquinho mais de sucesso. Os pais também deixam a própria profissão para administrar a carreira do filho. Mas futebol não é exato. Não dá para imaginar o que vai ser no futuro. Muitos meninos talentosos param no meio do caminho.

Voltando aos cursos profissionalizantes, você já tem ideia de quais poderiam ser ministrados no Vasco?
Ainda estamos elaborando a ideia. A princípio, podemos proporcionar cursos de informática, que tem bom mercado, ensinar idiomas, segurança do trabalho também e outros cursos profissionalizantes. Estamos vendo.

Essas aulas que cobrem o currículo formal e ainda ensinam profissão, ajudariam também no desempenho dos garotos em campo?
Esta pergunta foge um pouco da ideia do projeto, mas o que acontece? O futebol tem três valências importantes: técnica, saúde e inteligência. Se não tem saúde, mas tem técnica e inteligência, o garoto não vai jogar. Se não tiver inteligência, mas tiver saúde e muita técnica, dá para jogar. Sem técnica, com saúde e inteligência, fica mais difícil. Agora, inteligência vai ajudar muito na educação tática. É importante ter boa leitura do que ocorre no campo. O ideal é ter as três valências.

O técnico Osvaldo de Oliveira aponta a déficit educacional do Brasil como um fator de dificuldade para se achar atletas que captem ordens ou o jogo mais rapidamente.
A educação ajuda. Condiciona o indivíduo a raciocinar, a pensar. É um exercício para o raciocínio.

Hoje, temos jogadores que terminam o curso universitário.
Mas são poucos, até porque no profissional, com a quantidade de jogos, fica difícil. Por isso, a ideia do curso profissionalizante. Volto a dizer. O futebol produz muitos seres humanos que ficam marginais à sociedade. É difícil pensar que eles sairão do futebol sem um futuro, uma ocupação.

 

 

 


Mauro Beting fala sobre saída da Band e defende Neto e Milton Neves
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Luciano Borges

Post publicado por Mauro sobre as saídas de 2013 e 2015

Post publicado por Mauro sobre as saídas de 2013 e 2015

Em um de seus perfis nas mídias sociais, o comentarista Mauro Beting decidiu dar pela primeira vez, algumas impressões sobre sua saída da Rádio Bandeirantes. No texto com seis itens ele elogia o ex-jogador Neto, com quem garante ter “eterna gratidão”, e também Milton Neves. E deixou no ar a possibilidade de voltar a trabalhar na casa que já teve no quadro de funcionários o pai Joelmir Beting, o próprio Mauro e o jornalista Erich Beting.

O jornalista já foi procurado por outras emissoras de rádio FM e AM, duas líderes de audiência. Está conversando. E a própria Bandeirantes acena com um retorno no segundo semestre.

Mauro decidiu se manifestar pela primeira vez porque vinha ouvindo e vendo fãs comentando que a culpa da saída dele era  de Neto e Milton Neves, dois pesos pesados do Grupo Band. “Resolvi quebrar o silêncio para dizer que eles não me mandaram embora. Pelo contrário, em 2013, os dois brigaram pela minha permanência e agora tentaram de tudo outra vez. Gosto muito deles e a recíproca é verdadeira”, disse ao Blog do Boleiro.

Em 2013, a Rádio Bandeirantes já tinha demitido Mauro numa política de corte de despesas. A decisão foi rejeitada por ouvintes, por colegas de empresa e até gente da direção. Neto chegou a colocar o cargo dele à disposição em troca do retorno de Mauro Beting. Milton Neves foi quem conversou e viabilizou a volta com o comando da rádio. Os dois são profissionais muito populares e que captam patrocinadores. Isso os torna valorizados.

Cada vez mais, especialmente na mídia eletrônica, o jornalista que traz patrocinadores ou mesmo já tem este apoio, ganha força. Melhor do que se vender como jornalista é preciso vender bem para ter espaço.

No texto publicado na noite desta quinta-feira, Mauro deixa claro que as razões de agora para sua saída foram as mesmas de dois anos atrás. “É uma questão de números. Não de nomes”, escreveu.

Leia abaixo:

Sobre a minha segunda saída da Bandeirantes. Ou a primeira – que o TJD virou a mesa em 2013…

1. Milton Neves foi quem viabilizou a permanência em 2013 pedida pelos ouvintes, colegas e amigos. Não fosse a reação popular e o coração do tamanho da cabeça do Miltão, eu só teria retornado em 2014. Pelo mesmo carinho que a rádio e quem nela trabalha tem por mim. E a recíproca é real.

2. Craque Neto também foi enorme ao oferecer a própria cabeça na rádio e no programa de TV. Mais que Neto ele foi irmão. Eterna gratidão.


3. Neto sempre foi e será parceiro. Jamais pode ser cobrado por isso e aquilo. Ele ficou na rádio pela competência e carisma dele.


4. O apreço que tenho pelo grupo e pela rádio jamais terá preço. Meu e da minha família. As portas estão sempre abertas.


5. É tudo uma questão de números. Não de nomes.


6. Tudo o que sinto desde 1975 segue comigo. Já falei a respeito em 2013. Não preciso repetir em 2015″


Fabrício volta para São Paulo; primeiros técnicos estranham surto em campo
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Luciano Borges

Os técnicos Édson Só e Vagner Benazzi estão espantados com o que viram e ouviram do surto que Fabricio teve na partida entre Internacional e Ypiranga, disputada na última quarta-feira na Arena Beira Rio. “Eu ouvi o presidente do Internacional dizendo que o Fabrício era bom menino, mas que tinha a cabeça meio quente. Eu não conheço este Fabrício”, disse Só. “Ele é uma pessoa maravilhosa. Me surpreendi bastante quando vi atitude dele na televisão”, falou Benazzi.

Os dois treinadores conhecem bem o atleta que fez gestos obscenos para torcedores colorados, recebeu cartão vermelho, jogou a camisa do Internacional no gramado, saiu de peito nu, gesticulando que ia embora e ofendendo geral pouco antes de entrar no vestiário. Eles treinaram Fabrício quando ele estava no início de carreira e, de certa forma, moldaram o lateral-esquerdo que chegou a ser cotado para jogar na seleção brasileira.

Fabrício está em São Paulo desde esta quinta-feira de manhã. Ele deixou Porto Alegre e nem quis treinar separado do grupo até segunda-feira, quando o clube gaúcho vai anunciar o destino dele. O empresário Bruno Paiva deve conversar com Vitorio Píffero (presidente do Internacional) somente no inicio da semana que vem para definir o futuro do jogador.

O passado no Monte Azul, time que Edson Só dirigiu em 2009, não condena Fabrício. “Ele veio do Corinthians. Era atacante e artilheiro. Marcou 15 gols na Série A2. Fomos campeões e ele era ídolo na cidade”, contou o técnico. Ele era um jovem nervoso? “Nada, nada. Era até sossegado demais. Muito calmo. Nunca deixou de treinar numa boa. Foi bem pra caramba com a gente”, completou.

De Monte Azul, Fabrício seguiu em 2010 para a Portuguesa de Desportos. Quem o indicou foi Vagner Benazzi. “Eu já tinha visto ele jogando no Monte Azul. Um cara vigoroso e canhoto. Lá ele era atacante. Na Portuguesa, eu o coloquei de lateral-esquerdo. Ele foi tão bem que o time passou depender das avançadas dele”, lembra o atual treinador do Bragantino.

Benazzi só tem elogios ao comportamento de Fabrício na Lusa. “Ele chegava cedo para treinar, cumprimentava todos os funcionários que encontrava, era dedicado. Sempre me disse que queria ajudar a família e os irmãos”, revelou. Ele arrisca dizer que o lateral devia estar enfrentando algum problema familiar ou mesmo dentro do Internacional. “Falo de longe, mas deve ser uma coisa parecida”, falou.

Depois de Benazzi, Sérgio Guedes e Jorginho foram treinadores de Fabrício no Canindé.

O que os dois técnicos, Só e Benazzi, temem agora é que este episódio manche a carreira de Fabrício. “Futebol é fogo. Você está com tudo bem e, de repente, não tem nada. É obrigado a deixar o clube depois de quatro anos jogando bem. É chato”, disse Benazzi.

“Ele vai ficar marcado. A televisão vai repetir a cenas muitas e muitas vezes. É ruim”, completou Edson Só.

 

 


Conmebol só processa uruguaio que ofendeu Elias se o caso estiver na súmula
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Luciano Borges

O presidente do Tribunal de Disciplina da Conmebol, o brasileiro Caio César Vieira Rocha, disse nesta quinta-feira que há duas maneiras de se enquadrar e punir o zagueiro Cristian González, do Danúbio, por ter chamado Elias, do Corinthians, de “macaco”. Em conversa via celular com o Blog do Boleiro, ele explicou: “O processo disciplinar pode ser instaurado se o árbitro fizer constar na súmula ou se o atleta ou clube apresentar uma reclamação formal. A partir daí seria iniciado um procedimento e, se houver provas  de que houve ofensa racial, o atleta pode ser punido”.

O Dr. Caio confirmou que imagens da televisão poderão ser utilizadas como prova. Embora os dirigentes corintianos tenham dito que não vão denunciar González, eles ainda poderão fazer isso caso o juiz Diego Haro detalhar o caso no relatório do jogo.

A pena prevista para o caso é de, no mínimo, cinco jogos de suspensão para o atleta que cometeu a ofensa. Segundo o advogado Jean Nicolau, autor do livro “Comentários do Novo Código De Disciplina da Conmebol?” (2014), o zagueiro uruguaio de 18 anos pode ser enquadrado no artigo 12, que trata de ação discriminatória. “Ele pode até pegar mais jogos, mas a princípio, cinco partidas de suspensão deverá ser a sentença”, disse.

Já o Dr. Caio lembrou que ele deverá ficar de fora do julgamento por ser brasileiro e o caso envolver o Corinthians, clube do Brasil. O mesmo vale para o vice-presidente do TDC, o uruguaio Adrian Leiza.

Assim, o caso poderá acabar nas mãos do boliviano Alberto Lozada Añez, o mesmo que puniu o atacante Paolo Guerrero com três partidas de suspensão por ele ter acertado um tapa num jogador do Once Caldas, no primeiro confronto da pré-Libertadores. Na época, o Corinthians achou a pena muito rigorosa.

O entrevero verbal entre Gonzalez e Elias aconteceu no primeiro tempo do jogo entre as duas equipes, disputado no Itaquerão na noite da quarta-feira. Elias cobrou na hora a atitude do jovem jogador que repetiu mais de uma vez a palavra “macaco”. No final da partida, o atleta brasileiro decidiu não prestar queixa na polícia por “prática de racismo”. O Corinthians solicitou ao árbitro peruano Diego Haro que relatasse o fato e a denúncia na súmula.

Nesta quinta-feira, início do feriado de Páscoa no Paraguai, a Conmebol esteve fechada e só deve abrir na próxima segunda-feira. A partir deste dia, o caso poderá andar.


Grandes de SP e RJ mostram interesse em Crislan, artilheiro de gols bonitos
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Luciano Borges

Crislan e Dona Antonia no apartamento alugado pelo jogador em Penápolis Fonte: arquivo pessoal

Crislan e Dona Antonia no apartamento alugado pelo jogador em Penápolis Fonte: arquivo pessoal

No final do ano passado, o atacante Crislan recebeu uma proposta para jogar na Coreia do Sul. Os empresários que detêm os direitos econômicos do jogador e cuidam da carreira dele, recusaram. Preferiram manter o acordo feito com o Penapolense. Querem esperar para ver o jovem piauiense “estourar” no futebol paulista. “Está dando certo. Já fomos sondados por equipes grandes de São Paulo e Rio de Janeiro. Ele vai colher os frutos do que está jogando”, disse Ricardo Valério, da Nordeste Agenciamento Esportivo.

Crislan sabe disso. “Estou desempenhando um bom futebol, mas não vou pensar nisso agora”, disse ao Blog do Boleiro.

Aos 23 anos, ele é um dos artilheiros do Campeonato Paulista. Ao lado de Rafinha, do Audax, o atacante do Penapolense já fez oito gols. Nas três últimas partidas, ele mandou a bola para as redes em seis ocasiões. Contra o Rio Claro, levou seu time à vitória com um chute perfeito de fora da área. Na derrota por 5 a 3 diante do Corinthians, marcou duas vezes. Na primeira, driblou o marcador e encobriu o goleiro Cássio.

Na última rodada, anotou outros dois tentos e ajudou sua equipe a fazer  3 a 0 sobre o Audax. Foi neste jogo que ele fez sua melhor jogada. E ela não valeu: uma bicicleta perfeita, anulada pela bandeirinha Maiza Teles Paiva. Ela estava errada. “Depois do jogo, conversei com ela e ela até pediu desculpas”, contou Crislan. “Mas é válido. Todo mundo erra. Somos seres humanos”, completou em tom de perdão.

Se Maiza tivesse acertado, o centroavante nascido em Teresina  poderia ter feito três gols e ganhado o direito de escolher uma música no programa Fantástico. Já tinha até escolhido qual canção pediria. “É ‘Uma Nova História’, do cantor gospel Fernandinho. Essa música marca minha vida, porque a cada clube que passo, a cada nova dificuldade, Deus tem uma nova história para eu seguir”, justificou o atleta que é evangélico.

Caprichar nos gols é, segundo o próprio autor, mais comum do que se pode pensar. “No decorrer da minha carreira venho fazendo gols bonitos, de voleio, de bicicleta, de longe, por cobertura. Isto é fruto do trabalho forte que o grupo do Penapolense vem fazendo. Facilita para mim”, disse.

Mas lembra que, apesar da cotação alta do seu nome, ele tem uma missão: “Temos um objetivo dentro do campeonato. E vou trabalhar focado nisso”, garantiu.

O Penapolense quer vaga na segunda fase do Campeonato Paulista. Projeta também disputar a Série D do Campeonato Brasileiro pelo terceiro ano consecutivo. Segundo o gerente de futebol Paulinho de Carvalho, o clube vai fazer valer a prioridade de compra de 70% dos direitos econômicos de Crislan . O custo determinado pela Nordeste é inferior a R$ 500 mil. Mas o preço do atleta para sair do Penapolense  deverá subir. “Aí vamos ver o que é melhor para a carreira dele, disse Valério.

Ele acha que está taticamente melhor preparado. O técnico PC Gusmão o coloca mais centralizado no ataque. É onde Crislan gosta mais de jogar. “Também jogo pelos lados, mas é ali que me identifico”, falou o jogador que é fã de Paolo Guerrero. “Admiro o futebol dele por ser da mesma posição que a minha”, explicou.

E, pelo jeito, os dois têm estilos parecidos. “Eu sou brigador. Não desisto de nenhuma bola. Procuro sempre estar me posicionando dentro da área para ajudar o time com gols”, falou.

Crislan começou a jogar profissionalmente no River, do Piauí. Foi contratado pelo Atlético Paranaense e disputou dois estaduais pelo time B, mas não foi promovido para a equipe de cima nas edições de 2013 e 2014 do Campeonato Brasileiro. Por isso, os empresários decidiram levá-lo para o Náutico. Lá, Crislan foi titular na Série B do ano passado. Mas saiu antes do último jogo porque o time pernambucano atrasou os direitos de imagem. “O Náutico ainda tem pendência com ele”, disse Valério.

Da passagem por Pernambuco, Crislan adquiriu um hábito diferente. “Quando não estou trabalhando, sou muito caseiro. Gosto de descansar, jogar video game e tomar tereré, uma bebida que os uruguaios do Náutico tomavam”, disse referindo-se ao mate inventado pelos índios paraguaios.

O jovem atacante, evangélico, conta quase sempre com a presença da mãe, dona Antonia. Ele o acompanhou em Curitiba, quando ele jogou no Atlético-PR. Nesta temporada em Penapólis, ela está de novo ao lado do filho, que deixou o alojamento do CT e alugou um apartamento. Ela volta para Teresina no dia 9, depois da partida contra o São Bento. Nesta quarta-feira, passou na loja do Penapolense e comprou quatro camisas do time. “São para minhas sobrinhas”, explicou para a vendedora. 

“Minha mãe é minha relíquia, meu objeto de adoração. Não só ela, como toda minha família. Quando ela está comigo, minha ajuda muito”, falou Crislan.

Jogar em um clube grande é, para Ricardo Valério, apenas mais um estágio na carreira do jogador. “Ele tem perfil para jogar no futebol europeu. É alto, com 1,88 metro de altura. É veloz, canhoto, joga embaixo e no alto. E tem potencial para jogar mais do que está jogando. Por isso, é importante ele passar por estágios aqui no Brasil”, disse o empresário.


Ídolo corintiano assusta amigos e anuncia a própria “morte” no 1° de abril
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Luciano Borges

Página de Gilmar Fubá com "anúncio fúnebre" de 1° de abril

Página de Gilmar Fubá com “anúncio fúnebre” de 1° de abril

Gilmar Fubá decidiu avisar aos amigos e seguidores de sua página nas mídias sociais que tinha morrido. A nota fúnebre foi publicada com o seguinte texto: “Venho comunicar aos amigos e fãs do meu irmão, que ele faleceu nesta madrugada, na Marginal Pinheiros. Acidente de carro. O velório será no cemitério da Quarta Parada. Muito Obrigado pelo carinho de todos com ele. Gilmar Fubá, descanse em paz”.

1° de Abril.

A brincadeira do Dia da Mentira criou consternação geral. Jogadores veteranos do Corinthians passaram a ligar para o celular do Gilmar. “Não para de tocar aqui. Tinha nego querendo ir no cemitério”, disse o ex-volante campeão do mundo de clubes em 2000. 

Wagner Rivera, responsável pelo time masters que excursiona pelo Brasil jogando com os veteranos alvinegros, foi quem localizou Gilmar pelo rádio e deu a ordem: “Rapaz, tira isso de lá. Está dando confusão”. 

Minutos depois, Gilmar Fubá, 39 anos,  mudou a página e retirou a brincadeira fúnebre.

Ele está bem vivo e continua sendo um cara folclórico. O ex-volante Vampeta, um dos melhores amigos dele, não caiu na pegadinha. Consultado pelo Blog do Boleiro sobre a mensagem na internet, o “Velho” Vamp riu e emendou: “Coisa dele. É 1° de abril”.

Recentemente,durante uma transmissão da rádio Jovem Pan – onde é comentarista – Vampeta contou um dos “causos” do amigo Gilmar:

“A gente formava um trio de volantes no meio de campo do Corinthians com Fubá, eu e o Rincón. O Gilmar não tinha habilidade com a bola no pé, mas sempre queria partir com a bola dominada. Um dia, na preleção de antes de umm jogo decisivo, o técnico Vanderlei Luxemburgo disse para o Fubá. ‘Seu negócio é roubar a bola e tocar logo para o Vampeta ou para o Rincón. Não pense duas vezes, passe para alguém de meias pretas’. O jogo começou e, na primeira vez em que o Gilmar teve a posse da boleta, não teve dúvida e passou para o primeiro par de meias pretas que viu. Era o juiz”.

Depois, Gilmar Fubá disse que se arrependeu da brincadeira deste 1° de abril. “Pegou mal, né. Mas já tirei do ar”, falou.

Depois de uma hora, Gilmar modificou a página

Depois de uma hora, Gilmar modificou a página


Aulas de russo, vida regrada. Bernard decide se adaptar rápido na Ucrânia
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Luciano Borges

Bernard e Alexandre Spadotto na casa do atacante em Kiev fonte: Arquivo Pessoal

Bernard e Alexandre Spadotto na casa do atacante em Kiev fonte: Arquivo Pessoal

Aulas de inglês e russo. Uma vida quase monástica indo para os treinos e jogos e voltando para casa onde fica com os pais. Saídas noturnas estão fora de cogitação. Depois da recusa do Shakhtar Donetsk em negociar Bernard, o atleta se conformou com a ideia de não voltar para o Brasil e investe agora na adaptação mais rápida no time ucraniano.

Ele mora em uma casa espaçosa num condomínio em Kiev. Tem a companhia do pai, Délio, e da mãe Nélia, que cuidam da vida diária do filho e da alimentação dele. Comida mineira é a preferida do filho. Desde o ano passado, com o conflito entre Ucrânia e Rússia, a cidade de Donetsk se tornou o centro do movimento separatista pró-russo. Por isso, o time do Shakhtar foi transferido para a capital ucraniana.

O clima beligerante assustou os brasileiros. “O clube em si é muito bom. A estrutura em Donetsk era ótima. O que arrebentou foi a guerra e a mudança de cidade. Aquela estrutura que eles tinham, não é a mesma hoje”, disse Adriano Spadotto, empresário do atleta, ao Blog do Boleiro.

O empresário de Bernard anda feliz com a mudança de atitude do jogador. “Ele já está se saindo bem nas aulas de russo e inglês. O Bernard tem um pouco de dificuldade com a língua e com a adaptação ao clube. Mas já está superando”, garantiu.

O jogador que, como disse o técnico Luiz Felipe Scolari, “tem alegria nas pernas” está guardando energias com uma vida regrada. Fora de jogos e treinamentos, ele não convive com os jogadores da legião brasileira do Shakhtar (Ismaily, Azevedo, Fred, Marlos,  Ilsinho,  Taison, Alex Teixeira, Wellington Nem, Luis Adriano e Dentinho).

Douglas Costa e Fernando são a exceção e chegam a visitar Bernard em casa. Jantares em restaurantes também são esporádicos.

O empurrão para esta mudança de atitude veio dos amistosos contra o Ael (1 x 1) e o Aris (4 a 3), times cipriotas, nos dias 27 e 29 de março. O técnico Mircea Lucescu escalou Bernard como titular. O brasileiro retornou depois de tratar uma lesão muscular por um mês.

No primeiro jogo, ele ficou em campo até os 18 minutos do segundo tempo. Diante do Aris, o atacante mineiro ficou o tempo todo em campo. O Shakhtar venceu com três gols de Wellington Nem e um de Ilsinho. “Está tudo bem com ele agora. Já passou a crise com o treinador”,afirmou Spadotto.

Lucescu andou às turras com o brasileiro de 22 anos que custou cerca de R$ 78 milhões ao time ucraniano. Notou que a adaptação de Bernard dependia da boa vontade do jogador. Na pré temporada deste ano, em Belo Horizonte, treinador e jogador trocaram farpas. Bernard dizia que queria voltar ao Brasil. Lucescu cobrou profissionalismo.

“Ele queria voltar”, disse Spadotto, que foi incumbido de tentar convencer o Shakhtar a negociar com dois clubes interessados: Corinthians e Atlético Mineiro.

A crise chegou até à direção do Shakhtar. O presidente Rinat Akhmetov entrou no circuito. Ordenou a Lucescu que voltasse a dar chances a Bernard. E deixou claro para Spadotto que não iria emprestar Bernard para Corinthians, Atlético Mineiro ou outro clube. “Ele disse que não tinha negociação”, falou o representante do jogador.

A intervenção de Akhmetov aconteceu no dia 26 de março. O Campeonato Ucraniano está na folga da primavera. A equipe foi ao Chipre para os dois amistosos. Lucescu colocou Bernard no time titular e ele anda feliz.

“O Bernard vai ficar no Shakhtar pelo menos mais uma temporada. Ele tem mais três anos de contrato”, afirmou o empresário.