Blog do Boleiro

Arquivo : maio 2015

“Trazer técnico do exterior é transferir responsabilidade”, diz Leão
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Luciano Borges

“Eles estão transferindo a responsabilidade. Se o cara vem e deu certo, eles inovaram. Se der errado, eles tentaram”. A frase é do técnico Emerson Leão que, aos 65 anos, está no mercado da bola e nunca escondeu o desejo de assumir um cargo de executivo de futebol. Nesta quinta-feira, ele conversou com o Blog do Boleiro sobre a decisão do comando do São Paulo de substituir Muricy Ramalho por um treinador de outro país.

O presidente Carlos Miguel Aidar e o vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro estiveram na Colômbia e conversaram com Juan Carlos Osório, que comanda o time do Atlético Nacional.

Como informou o repórter do UOL, Guilherme Palenzuela, Osório aceita comandar o time brasileiro, deixando de lado a proposta que recebeu do Cruz Azul, do México. O técnico ficou de acertar a situação dele com o Nacional e ligar de volta.

Leão defende que, antes de pensar em um treinador estrangeiro, os clubes deveriam contratar  gerentes ou executivos de futebol que tenham sido jogadores. “Está na hora de aproveitarem os caras que realmente entendem de futebol. Esquece de mim, não estou falando em causa própria, mas em qualquer profissão, o cara experiente que conhece o jogo pode contribuir com muito mais qualidade”, afirmou.

Desde 2012, Leão vem cuidando exclusivamente dos negócios que mantém, como uma fazenda no centro-oeste do país. O São Paulo foi um dos últimos clubes que ele dirigiu entre 2011 e 2012. Como treinador, Leão nunca escondeu uma certa rejeição a atletas estrangeiros.


Presidente do São Paulo diz que Osório “é um nome da lista de treinadores”
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Luciano Borges

Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo não confirmou que o São Paulo tenha feito qualquer proposta para o técnico colombiano Juan Carlos Osório, que dirige atualmente o Atlético Nacional da Colômbia. O dirigente conversou com o Blog do Boleiro e admitiu que o treinador faz parte de uma lista de nomes de estrangeiros que foi elaborada assim que Muricy Ramalho deixou o time. “Ele é um treinador de ponta”, disse.

Mas deixou no ar se realmente está negociando com Osório. “Não estamos atrás de ninguém que tenha contrato com outro clube”.

Em outras ocasiões, a diretoria do São Paulo usou de contra-informação para não revelar alguma negociação em curso. O exemplo é a negociação com o argentino Alejandro Sabella, técnico que dirigiu a Argentina na última Copa do Mundo. Além dele, outros nomes foram procurados pelo São Paulo que, a princípio, negou o grato e depois confirmou. O caso do técnico Vanderlei Luxemburgo se encaixa nesta situação.

Blog do Boleiro – Como vocês chegaram ao nome de Juan Carlos Osório?
Carlos Miguel Aidar – Como assim? Como chegamos ao nome?

Quais as qualidades que ele tem e vocês se interessaram?
Veja bem. Lá atrás, quando o Muricy (Ramalho, treinador) saiu, nós elaboramos uma lista com vários nomes de treinadores estrangeiros. Ele é um destes nomes. É um treinador de ponta, como outros argentino, chilenos e até portugueses. Mas ainda não tem nada.

Nada?
Estamos avaliando nomes. E não estamos atrás de ninguém que tenha contrato vigente com um clube. Anote aí: Milton Cruz é o nome do técnico do São Paulo.

Mas o Atlético Nacional de Medelin confirmou que o Osorio foi contatado pelo São Paulo. Vocês ou alguém em nome do São Paulo fizeram este contato?
Isso eu não sei. Estou muito longe da Colômbia. É o que eu disse: estamos avaliando. Por enquanto é só especulação. A imprensa, e você também está no meio, gosta de especular. Milton Cruz é o nome do treinador São Paulo.

 


Ex-camisa 10 do Milan pede 4 milhões de euros para jogar no Flamengo
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Luciano Borges

Que tal Kevin-Prince Boateng no Flamengo?

A ideia pode ser mais viável do que parece. O meia atacante de 28 anos, de nacionalidade alemã/ganesa, já foi até consultado e fez o preço: 4 milhões de euros por um ano de contrato.

 A quantia é proibitiva. O Flamengo não quer gastar tanto. Por isso, a empresa RE Sports Marketing, de Goiânia, está atrás de uma empresa disposta a pagar parte do salário, além de tentar convencer Boateng a baixar este preço pela metade.

Kevin-Prince está sem clube, depois de ter jogado a última temporada pelo Schalke 04, vestindo a camisa nove. Ex-número dez do Milan, ele tem tido uma carreira com altos e baixos. O time alemão o dispensou depois da derrota para o Colônia por  2 a 0. Foi acusado de falta de comprometimento.

O empresário Ronaldo Goiano decidiu investir na ideia e está tentando viabilizar a vinda do jogador que passou por todas as divisões de base da seleção de Gana e esteve no Brasil para a Copa do Mundo de 2014. Ele foi desligado da delegação depois de dois jogos por ter brigado com Sulley Muntari, também afastado.

Recentemente, os jornais italianos publicaram notícias de que o New York Red Bulls (EUA) e o Galatasaray (Turquia) estavam interessados no jogador.


Artilheiro no Irã, Edinho festeja título por 20 minutos. Depois, frustração
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Luciano Borges

Edinho comemora gol e faz homenagem à esposa Flávia Foto: site oficial Tractorsazi

Edinho comemora gol e faz homenagem à esposa Flávia Foto: site oficial Tractorsazi

O atacante Éder Luciano, Edinho, foi campeão da Liga Profissional do Golfo Pérsico, por pouco mais de 20 minutos. Pelo menos era o que o brasileiro e todos jogadores, comissão técnico e torcedores do Tractorsazi pensaram, logo depois do empate em 3 a 3 contra o Naft Tehran,  diante de cerca de 100 mil fanáticos torcedores. Só que não.

Os dois times entraram na última rodada do torneio empatados com 27 pontos ganhos. O “Red Wolves”, apelido da equipe de Tabriz, tinha melhor saldo de gols.

“A gente jogou muito bem até os 25 minutos do segundo tempo. Estávamos vencendo por 3 a 1, com um gol meu e duas assistências. Aí os caras empataram. Mas mesmo assim, a vantagem nos daria o título”, disse Edinho que se viu no meio de uma multidão da fãs logo que o juiz encerrou a partida.

Foi uma loucura. Desde sua fundação, 52 anos atrás, o Tractors nunca tinha sido campeão. O técnico português Antonio Oliveira chorou ao ser carregado nos braços da multidão. “Você não tem ideia da idolatria lá. Nossas partidas tinham uma média de 60 mil espectadores por jogo”, contou o atleta nascido no Espírito Santos, que anda pelo mundo da bola desde os 16 anos de idade.

O problema é que Edinho, atletas, comissão técnica e torcedores foram enganados pelos dirigentes do Tractorsazi que, por sua vez, foram mal informados por um torcedor que estava em outra cidade, acompanhando a partida entre Sepahan e Saipa.

Ele informou que o confronto tinha terminado empatado (2 a 2). En Sazi, no vestiários, os diretores do Tractors acompanharam o jogo até os 42 minutos do segundo tempo. “Aí aconteceu uma coisa bizarra: repentinamente, a tevê, o rádio e os telefones celulares pifaram e ficamos sem comunicação. Nosso enviado disse logo depois que o jogo tinha empatado”, disse Mansour Ghanbarzadeh, executivo de futebol do Tractors.

Foi ele quem deu a boa notícia e provocou a festa toda. E foi ele quem recebeu depois de 24 minutos, a nova informação: o Sepahan venceu por 2 a 0. Como tinha 26 pontos, ele ultrapassou o Tractors e o Naft Tehran e ficou com o título.

 

Time no Irã comemora título sem ser campeão

Aí, foi preciso avisar todo mundo via sistema de som do estádios. Os jogadores fizeram cara de decepcionados, os dirigentes seguiram rápido para o vestiário, o treinador português – que comemorou o campeonato que não ganhou – entrou no túnel espumando de raiva.

O problema maior ficou mesmo para a torcida que passou a quebrar cadeiras, portas e outras instalações do estádio. Foi preciso que a polícia iraniana entrasse em ação e efetuasse cerca de 40 prisões.

“Bateu uma frustração muito grande. O vestiário parecia um velório. Poxa, faltou pouco. Mas acho que esse título não era para ser nosso. Se não, não tomaríamos os dois gols em 20 minutos”, disse Edinho, conformado.

Já em Vitória, no Espírito Santo, o artilheiro do campeonato iraniano com 20 gols, fez questão de separar o fracasso do time da boa performance que teve nesta temporada. “Acabei de ler na internet que fui escolhido o melhor jogador da temporada e faço parte da seleção da Liga”, falou ao Blog do Boleiro todo orgulhoso. 

Ele é ídolo da torcida. Nas ruas de Tabriz é reconhecido, recebe pedidos para tirar fotos. “Eles querem abraçar a gente, falam como loucos. São muito fanáticos”, contou o brasileiro que há 16 anos deixou o Brasil para jogar em Protugal (Gil Vicente), Coreia do Sul, Holanda, Itália, Bulgária, Emirados Árabes e Irã.

No país dos aiatolás, Edinho ficou cinco temporadas no Mes Kerman. O nome dele passou a ser cogitado para fazer parte da seleção iraniana. “Eu topo me naturalizar e jogar pela seleção. Lá, o povo quer que eu seja convocado. Só o técnico que não quer”, disse referindo-se ao português Carlos Queiróz.

Este ano, o brasileiro se transferiu para o Tractor, mudou de posição e fez  o nome. Ele sempre foi meia armador, dono da camisa 10. Sob o comando de Antonio Oliveira,  passou a atuar de atacante na área. “Agora que virei artilheiro não quero mais jogar em outra posição”, disse.

Aos 32 anos, Einho ainda tem lenha para queimar, mas o contrato com o Tractors acabou. “Vou passar duas semanas com minha família e depois os meus empresários vão ver para onde vou jogar”, afirmou o pai de Angel, uma garota de dois anos de idade, e de Endry, que nasceu no Brasil há dois meses. Os dois filhos e a esposa Flávia acompanham Edinho onde ele for jogar.

Se puder, ele continua no Irã. “É um país que aprendi a gostar. O povo é muito carinhoso comigo e com minha família, Lá me sinto mais seguro do que no Brasil. Aqui a coisa anda muito violenta. Lá você pode caminhar nas ruas com relógio, cordão de ouro, e ninguém mexe com você”, falou o atacante que já tem um prato favorito da culinária iraniana: o carneiro assado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Palmeiras: Alexandre Matos nega contato com Guerrero, mas tem interesse
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Luciano Borges

O executivo de futebol do Palmeiras, Alexandre Matos, negou que tenha feito contato ou esteja conversando com o atacante Paolo Guerrero ou mesmo com os empresários dele. Procurado pelo Blog do Boleiro, o dirigente retornou a ligação telefônica e foi enfático: “O Palmeiras respeita as instituições. O jogador tem contrato com o Corinthians, que já disse que está tentando renovar. O Palmeiras não entrou e nem vai entrar em contato com o Guerrero enquanto ele estiver no Corinthians”.

Matos defendeu a posição que chama de ética do Palmeiras. “Nós não vamos fazer o que não queremos que outros clubes façam com a gente”, falou.

No entanto, ele deixou uma brecha nesta posição quando a pergunta mudou. “Mas se o Guerrero não acertar com o Corinthians, vocês poderão falar com ele? Estão interessados?”, perguntou o Blog do Boleiro. A resposta: “Não vou falar sobre isso. Minha resposta é esta que já dei. Vamos esperar”, afirmou Matos.

O superintendente de futebol do Corinthians, deputado federal Andrés Sanchez, levantou o assunto durante a participação no programa “Mesa Redonda Futebol e Debate”, da TV Gazeta, no noite deste domingo. Falando sobre Guerrero, ele afirmou: “Se for com o que está pedindo, se não abaixar, a minha opinião é de que não renovem. Ele que vá para o Palmeiras, Flamengo, São Paulo, para onde quiser ir. É direito dele. Ninguém tem que ficar bravo. Se ele estivesse mal, estaria tomando pontapé. Ele está no papel dele. Não tem mercenário”.

 

 


Gil lidera acesso do Juventus sem concentração e com almoço no rodízio
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Luciano Borges

Gil posa ao lado do presidente Rodolfo Cetertick: novo contrato Fotos: Blog do Boleiro

Gil posa ao lado do presidente Rodolfo Cetertick: novo contrato
Fotos: Blog do Boleiro

O atacante Gil, 34 anos, chegou na concentração do Juventus às 7h30, no alojamento do estádio da Rua Javari, neste domingo, manhã da partida decisiva contra o Grêmio Osasco. Ele pode. É o único jogador do Moleque Travesso que não precisa concentrar. “Eu moro aqui perto”, disse o atleta mais famoso do time que voltou para a Série A2 do Campeonato Paulista.

No sábado, dispensado pela comissão técnica, Gil passou o dia com a mulher. Almoçou numa churrascaria na zona oeste de São Paulo, onde é frequentador assíduo.

No jogo contra Osasco, ele correu, driblou, deu passes que clarearam quatro ataques. Aos 10 minutos do primeiro tempo, ele acertou um chute forte no travessão. No rebote, Daniel Costa fez um a zero.

Gil ficou em campo os noventa minutos. Participou da jogada do segundo tento do Juventus, também anotado por Daniel Costa. O “hat trick” saiu aos 43 minutos, num chute forte de esquerda. “Foi o gol mais bonito. Os outros dois foram rebote. Mostrei oportunismo”, afirmou Daniel, 25 anos, que já tinha feito três gols na partida contra o Flamengo de Guarulhos e foi o artilheiro do time com 11 tentos..

Como Gil, o artilheiro do dia tem contrato até junho. Os dois querem ficar para a disputa da Copa Paulista de Futebol deste ano, que dá vaga ao campeão na próxima Copa do Brasil. Daniel Costa sabe que Gil é o único atleta do elenco que não concentra. “Ah, ele mora perto. Aqui não tem vaidade. Está tudo certo”, afirmou.

Daniel Costa comemora o terceiro gol dele no jogo

Daniel Costa comemora o terceiro gol dele no jogo

Para Gil, não precisar passar a noite com o resto do time nem é o principal motivo para ele querer continuar na Rua Javari. “Nem mesmo o salário é assim importante. O que eu gosto é o ambiente daqui. Tudo é diferente, mais caloroso”, disse.

Como canta a Ju Jovem, torcida uniformizada, “quem tem arena não vai poder reclamar, já se vendeu”. Jogo na Javari é como uma volta no tempo. Os lugares não são marcados, os banheiros ficam em lugares impossíveis, os vestiários são acanhados, é possível ouvir as preleções dos treinadores antes e no intervalo do jogo.

"Seo" Antonio vendeu 780 canolis

“Seo” Antonio vendeu 780 canolis

A principal atração deste domingo foram os canolis (doce italiano recheado com creme de baunilha ou de chocolate) que o “seo” Antonio vende há três décadas. Com os quatro mil ingressos vendidos, ele preparou uma leva de 780 unidades e vendeu cada uma a três reais.

A fila começava na porta do vestiário do visitante, dava a volta no pátio interno. As enfermeiras Cecíli, Tânia e Maria do Carmo perderam o primeiro tempo na fila. E ainda fizeram uma “foto selfie” quando conseguiram comprar dois doces para cada uma. “É para a posteridade”, disse.

Faltando 15 minutos para o final do jogo, os canolis desapareceram. “Vendi tudo”, comemorou “seo” Antonio.

Gil disse que já experimentou esta iguaria italiana que só é vendida na Javari. “É gostoso, mas não sou muito de doce”, falou. Enquanto a turma esperava em fila para comprar um dos quitutes do Antonio, o atacante formado no Corinthians continuou jogando na frente, caindo pelo lado esquerdo.

O jogo terminou com vitória do Juventus por 4 a 1. Os jogadores do time grená subiram o alambrado para comemorar com a torcida. “Aqui tem isso e muito mais. É tudo diferente. Subir na grade é tradição. A torcida foi a primeira a xingar o goleiro adversário quando ele bate o tiro de meta. Você acaba conhecendo torcedor pelo nome. As regras que têm aqui não são as mesmas dos outros lugares”, disse Gil.

Não são mesmo.

Lateral William, do Osasco, levou um peteleco de um torcedor juventino

Lateral William, do Osasco, levou um peteleco de um torcedor juventino

O lateral-esquerdo William, do Osasco, que o diga. Ainda na primeira etapa, ele correu na lateral e a bola saiu. Ele correu para bater o lateral e buscou a bola no chão, no espeço de um metro entre a linha e o alambrado. Quando se levantou, levou um “peteleco” ou um “pedala Robinho” na orelha esquerda, desferido por um senhor de cabelo branco, camisa branca do Juventus.

William bateu boca com o agressor. Vários torcedores correram para o canto e passaram a ofender e ameaçar o atleta de 25 anos. “É o que dá campo muito próximo da arquibancada. Fui agredido e nada acontece”, disse depois do jogo. Três soldados da Polícia Militar foram chamado e tentaram localizar o juventino que, depois do bate-boca, foi arrastado para trás, ganhou um par de óculos escuros e um boné para não ser reconhecido.

Resultado: William caiu de produção. “Atrapalha um pouco, não é legal”, reclamou.

Com a vitória e a vaga na Série A2 garantida, a torcida do Juventus deixou o estádio Conde Rodolfo Crespi, foi para os bares da Rua Javari, atrás de esfihas, pedaços de pizza e cerveja.

O presidente Rodolfo Cetertick deu a ordem para que a sede social abrisse os portões para a comemoração. “Nós compramos mil litros de chopp para comemorar”, disse o dirigente.

Foi um dia de faturamento. Cetertick viu de perto a lojinha oficial ficar lotada e vender camisas, bonés, cachecóis e outros objetos como há muito tempo não fazia. O estádio lotou. Os canolis foram todos vendidos.

“O Juventus é um clube sem rejeição, com muitos admiradores. Vamos ver se podemos semear neste campo fértil”, disse referindo-se à busca por parceiros e patrocinadores para tentar manter o elenco atual até o final da temporada. “Estou meio bíblico não? E nem sou assim religioso”, completou.

Gil é um dos jogadores que Rodolfo quer manter. “Ele foi essencial”, disse o dirigente. “Nossa vontade é disputar a Copa Paulista com este grupo, dar mais entrosamento e, quem sabe, voltar à Série A2 com chance de subir mais uma divisão”, falou.

Gil quer ficar. Acha inclusive que o técnico Rodrigo Moraes Santana poderia estender ao grupo esta política de não concentração. “Seria legal se todo mundo pudesse ficar em casa”, afirmou.

Afinal, o grande ídolo da volta à segunda divisão do futebol paulista ganhou até uma musiquinha só para ele. “A, é, i, ó, u…Na Javari vale tudo, só não vale dar o ..”, cantam os jovens juventinos. “Eu falei isso aquela vez no Cruzeiro e agora não estou mais sozinho. Estou falando que aqui não é igual a nenhum outro lugar”, disse rindo.

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Mordida de cachorro. Herói dos Andes. Livro conta histórias da Libertadores
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Luciano Borges

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Em 55 anos de existência, a Copa Libertadores da América acumula histórias e episódios anedóticos que mostram como o torneio espelha a cultura da América do Sul e a desorganização da Conmebol. O episódio recente do gás de pimenta atirado nos jogadores do River Plate, no intervalo do jogo contra o Boca Junior, no estádio La Bombonera (Bueno Aires) é mais um “causo” a ser contado na trajetória de um torneio idealizado pelo brasileiro José Ramos de Freitas, ainda em 1958, quando era presidente da Conmebol.

A Confederação Sul-Americana de Futebol demorou para definir a punição ou não ao Boca?

Nada diferente do que aconteceu em 1961, quando os dirigentes do Jorge Wilstermann (Bolívia) e Independiente Santa Fe (Colombia) tiveram que decidir como fazer uma terceira partida, depois de uma vitória para cada um nas quartas de final. As equipes estavam empatadas em pontos e gols. Tudo sem participação da Conmebol.

O terceiro confronto foi marcado para Bogotá e até o nome do árbitro, o argentino Luis Ventré, foi escolhido de comum acordo. Mas na hora de falar dos custos financeiros deste terceiro jogo, o acerto azedou. O Jorge Wilsterman pediu 10 mil dólares para cobrir a estadia em Bogotá. O Santa Fe ofereceu 8 mil. As duas partes se mantiveram irredutíveis.

Assim, o Santa Fé passou para a semifinal no sorteio. Dois pedaços de papel, cada um com o nome de um dos adversários, foram colocados dentro de um chapéu e Eduardo de Castro, único representante da Conmebol na conversa tirou o nome do classificado. O Santa Fé disputou a semifinal e foi eliminado pelo Palmeiras que, por sua vez, perdeu o título para o Peñarol.

O Blog do Boleiro leu este e outros 49 episódios contados no livro “50 Grandes Historias da la Copa Libertadores” (, escrito pelo jornalista colombiano Alberto Pérez López, em 2009. Entre grandes personagens, torcedores fanáticos, narradores da rádio que entraram para a história do futebol continental, López relata fatos que mostram como a Libertadores da América não conseguiu escapar do folclore nos seus mais de 50 anos de vida.

O Blog do Boleiro separou três delas para contar. Leia.

A MORDIDA NO GOLEIRO DO BOCA

Em 22 de maio de 1991, no estádio Nacional do Chile, Jogavam Colo Colo e Boca Juniors pela partida de volta das semifinais da Libertadores. O árbitro foi o brasileiro Renato Marsiglia. Na ida, o time argentino tinha vencido por 1 a 0. O Colo Colo precisava fazer uma diferença de dois tentos para ir à final. E sofreu. Só aos 20 minutos do segundo tempo, Rubèn Martinez fez 1 a 0 e, aos 22, Barticciotto ampliou. LaTorre diminuiu para o Boca e ainda comemorou na cara do goleiro Daniel Morón, que engoliu a provocação.

No placar agregado, a parada estava empatada em 2 a 2 e a decisão iria para as penalidades máximas. Mas aos 37 minutos, Patrício “Pato
” Yañez apareceu na frente no arqueiro Navarro Montoya e, com um toque de esquerda, marcou o terceiro do Colo Colo. Foi aí que começou a confusão.

Os argentinos do Boca reclamaram impedimento. Os jogadores entraram na roda. Houve empurrões e pontapés. Até os repórteres de campo foram envolvidos na briga. Os soldados do Corpo de Carabineros entraram no gramado para colocar ordem na bagunça. O cabo Veloso soltou o comando da correia que segurava o pastor alemão Ron. E o cão fez o que foi treinado para fazer: mordeu a nádega esquerda de Montoya com vontade. A confusão parou. E a torcida do Colo Colo aplaudiu a ação do cachorro.

O comandante da Escola de Adestramento Canino de Santiago, Guillermo Benitez deu entrevistas dizendo que Ron era um animal amistoso e brincalhão e que não havia motivo de orgulho na mordida no goleiro do Boca. O jogo acabou 3 a 1. O Colo Colo se classificou. E, na decisão contra o Olímpia, do Paraguai, levou o título de campeão.

Ron ganhou tratamento de herói nos jornais do dia seguinte e mesmo nas edições noturnas. Ele morreu seis anos depois e está enterrado ao pé do monte San Cristóbal, com direito a lápide e tudo mais.

O HERÓI QUE GANHOU A TORCIDA, MAS NÃO O JOGO

Montevidéu, Uruguai. 6 de junho de 1973. Final da Copa Libertadores entre Independiente da Argentina e Colo Colo, do Chile.  No primeiro confronto, em Avellaneda, houve empate (1 a 1). Em Santiago, outro placar igual (0 a 0). A terceira e decisiva partida foi para a capital uruguaia.

Os dirigentes da equipe chilena tiveram a ideia: levar o pastor de ovelhas Sérgio Catalán Martinez para o estádio Centenario. Afinal, Sérgio era um herói para os uruguaios.

O chileno do povoado de Los Maitenes, um povoado no lado do Chile da cordilheira dos Andes, foi quem encontrou três jogadores da equipe de rugby Old Christians, sobreviventes do acidente com o avião Fairchild F-227, da Força Aérea Uruguaia, que caiu a mais de quatro mil metros de altura na neve da cadeia de montanhas mais famosa da América do Sul.

O fato ocorreu em 13 de outubro de 1972. A equipe uruguaia de rugby viajava para enfrentar os Old Boys, de Santiago (Chile). Das 45 pessoas que estavam a bordo, 17 sobreviverem a mais de dois meses (72 dias) da fome, frio e do desespero. Três atletas decidiram, em dezembro, deixar o que restou do avião e procurar ajuda. Quem os encontrou foi o pastor de ovelhas. O resto é história contada em livros e três filmes.

O Colo Colo convidou e Sérgio aceitou. Ele viajou com a delegação do time até o Uruguai. Antes da partida, entrou em campo e foi homenageado por cerca de 50 mil espectadores, muitos em lágrimas. O estratagema para atrair o apoio dos torcedores locais deu certo. O time do Colo Colo, que tinha Carlos Caszely no ataque (artilheiro do torneio com 9 gols), jogou como dono da casa.

Mas perdeu. Na prorrogação, o Independiente fez 2 a 1 e saiu campeão do Centenario. Sérgio Catalán Martinez ainda voltou ao Uruguai em outras ocasiões, convidado pelo sobreviventes da tragédia dos Andes.

GALINHAS EM CAMPO, RIVER CAMPEÃO

O time do River Plate ganhou o apelido de “Galinha”, dado pelo adversários do Boca Juniors. A provocação é óbvia: a equipe conhecida por ser da elite portenha treme em decisões. Não há nada que deixe o torcedor mais irritado do que ser chamado de “Galina”. Nem mesmo spray de gás de pimenta nos olhos dos jogadores. Ou um drone levando o fantasma da Série B até o setor “riverista” de La Bombonera.

A fama do apelido ultrapassa fronteiras. E nas guerras da Libertadores, os torcedores do América de Cali, Colombia, capricharam. Na edição de 1986, no jogo de ida da final, os colombianos colocaram cerca de 20 galinhas no gramado bem na hora em que o River Plate entrou em campo. 

Só que a provocação deu mais ânimo ao time argentino, que saiu de Cali com uma vitória por 2 a 1. No jogo de volta, no Monumental de Nuñes, o River repetiu a dose, bateu o America por um a zero, e se sagrou campeão.

 

 

 


Sheik espera por contato do Corinthians. E pode aceitar redução de salário
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Luciano Borges

Há cerca de dois meses, o empresário Reinaldo Pitta conversou com um dirigente do Corinthians que propôs a renovação de contrato de Emerson por mais duas temporadas. Esta foi a última vez que o empresário do atacante recebeu alguma notícia do clube sobre este assunto. “É o que sei. O clube queria renovar. Falei com representante da diretoria que sei que tem importância lá”, disse sem querer revelar quem é este dirigente.

Pitta está acompanhando as notícias dos dois últimos dias e leu que Emerson pode não ter o contrato renovado por medida de economia. Não gostou muito. “Comigo, ninguém falou nada. Nem com o Emerson. O contrato dele vai até 31 de julho. Não estamos com pressa. Não há angústia”, disse ao Blog do Boleiro.

No entanto, o representante de Sheik abre uma possibilidade: aceitar uma redução salarial mediante alguma compensação. “A gente aceita reduzir? Agora é difícil dizer porque o Corinthians não ofereceu nada. Vão pedir para diminuir salário? É preciso ver qual valor, que termos são estes”, afirmou.

A disposição de Emerson Sheik é a de jogar mais um ano e meio pelo Corinthians e parar. Ele vai permanecer em silêncio até que os dirigentes se manifestem.

Pitta lembra que o atleta de 36 anos, se é um dos mais caros do elenco corintiano, é também quem deu retorno. “Ele foi campeão Brasileiro, da Libertadores da América, da Recopa e do Mundo, além de campeão paulista. O retorno dele é inegável. É comparável ao Rogério Ceni, do São Paulo. O que ele ganha, dá retorno em conquistas, imagem e dedicação”, falou.


Presidente admite ambiente “meio tumultuado” e diz: nada muda no São Paulo
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Luciano Borges

Entre um café expresso e um copo com água mineral, sem gás, o presidente do São Paulo admitiu que a eliminação da Copa Libertadores da América fez estragos. “Estou sobrevivendo”, disse o dirigente ao conversar com o Blog do Boleiro, por telefone, depois de desembarcar na capital paulista.

Aidar garantiu, no entanto, que não pretende fazer mudanças. Nem no elenco nem na comissão técnica. Admite que o “ambiente está meio tumultuado” depois da derrota para o Cruzeiro. E não vê grandes problemas orçamentários com a saída do torneio sul-americano.

Blog do Boleiro – Presidente, como o senhor está?
Carlos Miguel Aidar –
Estou sobrevivendo. Jogamos mal, jogamos muito mal. Não sei explicar como este time faz duas partidas maravilhosas, contra o Corinthians e o próprio Cruzeiro e depois joga deste jeito contra o Cruzeiro.

O senhor saberia dizer o motivo desta variação?
Não tem explicação. Não sei como explicar.

O que se pode projetar a partir de agora?
Nada de novidades. Vamos continuar o trabalho. Não vai haver nenhuma alteração. Não é hora de caça às bruxas. O time vai continuar o mesmo, o treinador também.

E esta fricção entre Luis Fabiano e Alexandre Pato?
Isso é uma coisa que vai se ajustar. O ambiente está meio tumultuado agora e vai se ajustar aos poucos. Não é nada excepcional.

A saída da Copa Libertadores da América provoca algum problema nas finanças do clube? Porque, afinal, o São Paulo terá menos bilheteria e premiação.
A Libertadores não está na programação de nosso orçamento. Veja, o que estava previsto era até esta fase de oitavas de final, com estes dois jogos contra o Cruzeiro. Nosso orçamento, aprovado pelo Conselho Deliberativo, está sendo seguido rigorosamente.


“Senhor Libertadores”, ex-lateral diz que São Paulo vai eliminar o Cruzeiro
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Luciano Borges

Foto: Blog do Boleiro

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O São Paulo fica com a vaga nas quartas de final da Copa Libertadores da América. Esta é a aposta de Claudemir Vitor Marques, o Vítor, lateral direito formado na base tricolor no início dos anos 90. Hoje, aos 43 anos de idade, ele mantém um projeto de formação de atletas na cidade de Mogi Guaçu (SP) e acompanha a disputa entre Cruzeiro e São Paulo na condição de quem já jogou pelos dois times. “Hoje, o São Paulo está melhor pelo que apresentou no jogo de ida: um sistema defensivo sólido. Isto faz a diferença na Libertadores”, disse.

Vítor sabe o que fala. É o “Senhor Libertadores”. Quando jogava, ganhou três edições do torneio sul-americano, atuando por São Paulo (1993), Cruzeiro (1997) e Vasco da Gama (1998). “Eu não fui inscrito, mas fiz parte do grupo do São Paulo que ganhou a Libertadores de 1992”, adiciona.

O ex-atleta acha também que a equipe do técnico Milton Cruz apresentou evolução no jogo pelas laterais do campo. “Está muito mais fortalecido, com o Bruno e o Reinaldo pelos lados, sempre fazendo triângulos com os meias e volantes”, explicou.

Vítor repete as lições que aprendeu com o técnico Telê Santana, em 1992 e 1993. “Ele nos mostrou que um time sólido e campeão começa marcando muito e jogando pelos lados do campo. Se a parte defensiva for bem, ela passa confiança para quem está na frente arriscar e ousar mais. No meu tempo, a gente fazia isso. Eu tinha o jogo sempre com Cafu, Muller, Toninho Cerezo. Do lado de lá, o André Luis tinha o Raí e o Válber. O São Paulo era um time organizado assim e marcava com dois volantes”, disse.

Embora tenha disputado uma Libertadores e um Mundial de Clubes pelo Cruzeiro, Vítor não esconde que gosta do São Paulo (“Foi quem me revelou para o futebol”). Ele também conhece o comportamento da torcida do time mineiro e vê um ponto fraco a ser explorado pelos tricolores. “A torcida do Cruzeiro é impaciente. O São Paulo precisa não sofrer gols nos primeiros 15 minutos. Aí a pressão será toda em cima do Cruzeiro”, falou.