Blog do Boleiro

Arquivo : julho 2015

Convertido, Jô vai aos Emirados “com a cabeça no lugar”, diz pai
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Luciano Borges

Um novo Jô, mais focado, é o jogador que o time do Al Shabab, dos Emirados Árabes contratou. Segundo o pai do  atacante formado na base do Corinthians, a religião ajudou a “colocar a cabeça no lugar”. Dario de Assis, 60, disse ao Blog do Boleiro que a ajuda de dois colegas do Atlético Mineiro mudaram a vida do filho: “O Pierre e o Leonardo Silva levaram meu filho a uma igreja em Belo Horizonte. Ele se converteu e se tornou evangélico. Até o linguajar dele mudou. Ele está mais claro com as coisas”.

Depois da Copa do Mundo do ano passado, o jogador de 28 anos enfrentou problemas de ordem pessoal. Faltou em treino do Atlético Mineiro. Chegou a ser afastado do time pelo então presidente Alexandre Kalil. Em outubro, Dario chegou a dizer que temia que a carreira do filho terminasse como a do centroavante Adriano Imperador, que colecionou problemas disciplinares. “Ele teve um probleminha na vida que já foi superado. Errar é humano e este episódio já está superado”, afirmou.

A mudança de comportamento de Jô, por causa da postura religiosa, garantiu a ele o retorno aos treinos e, aos  poucos, ao time. Jô foi autor do gol do título estadual do Galo e vinha tentando ganhar espaço entre os titulares. Depois de 127 jogos e 38 gols, o atacante reserva da seleção brasileira de 2014 foi negociado pelo clube mineiro com o Al Shabab, dos Emirados Árabes. Ele foi indicado pelo técnico Caio Junior, que comanda a equipe de Dubai.

A contratação só será oficializada depois dos exames médicos, mas o pai do jogador está otimista. “Ele está muito bem. As coisas vão se acertar de vez”, disse. Ex-taxista, Dario lembra que acompanhou e morou com o filho quando ele deixou o Corinthians com 18 anos de idade e se transferiu para o CSKA, de Moscou. “Ele foi muito bem lá”, contou 10 anos depois.

Desta vez, Jô não vai morar com os pais Dario e Tania. Casado com Cláudia, que conheceu na Rússia, ele viajará com a mulher e o filho. Deverá ter também a ajuda de um secretário particular que trabalha com ele no Brasil.

 

 

 

 

 


Chamado pela CBF, Leão elogia nome do conselho e duvida de técnicos de fora
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Luciano Borges

Conselho de Desenvolvimento Estratégico do futebol brasileiro.

O nome da reunião de treinadores organizada pela CBF para a próxima segunda-feira impressionou Emerson Leão. “É um nome bonito. O Gilmar (Rinaldi, coordenador de seleções da CBF) me ligou ontem e explicou o que ele quer discutir”, disse o treinador do selecionado do Brasil no ano de 2000.

Gilmar ficou de enviar um e-mail com o conteúdo e objetivo da reunião. De cara, Leão, 65, tende a não participar do encontro. Tem um compromisso no litoral de São Paulo na segunda-feira de manhã. Mas diz que vai ler o e-mail para ver como pode contribuir.

Só tem um senão: a disposição de Gilmar em ouvir também treinadores do fora do país.

“Eu li depois da conversa que ele quer escutar técnicos estrangeiros. Não precisa fazer alarde. O que eles vão dizer? Que não entendem nada do que acontece aqui e que o futebol brasileiro sempre foi o melhor e hoje não é mais? Isso a gente sabe”, disse o treinador que dirigiu sua última equipe em 2012 (São Caetano).

O que então Emerson Leão tem para dizer?

“É simples. Quer acabar com esta crise? Põe gente que saiba futebol, que viveu o futebol e conhece como ele funciona aqui. Estão escolhendo sabidos que não são sabidos para comandar o futebol brasileiro e os clubes. Não são sabidos que nasceram no futebol. São muito bons em computadores, tecnologia, mídias sociais. Futebol é outra coisa”, afirmou Leão que já defendeu a contratação de ex-atletas para cargos de executivos de clubes.

Se não comparecer na segunda-feira, Leão vai se colocar à disposição da CBF. “Eu conheço o Marco Polo Del Nero (presidente da Confederação). Vi ele crescer lá no palmeiras. Se quiser falar comigo pessoalmente, é só chamar. Eu falo com ele”, falou.


Advogado de Pato: “Vai haver aumento geral de ações contra clubes”
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Luciano Borges

João Chiminazzo, advogado de direito esportivo que representa Alexandre Pato Foto: Arquivo Pessoal

João Chiminazzo, advogado de direito esportivo que representa Alexandre Pato Foto: Arquivo Pessoal

Nesta terça-feira, Alexandre Pato entrou oficialmente com pedido na Justiça do Trabalho de desistência da ação que moveu contra Corinthians e São Paulo. Segundo o advogado, João Chiminazzo, o atacante conseguiu o que queria: recebeu R$ 4,3 milhões de salários atrasados. O casop deve ser arquivado na próxima semana.

“Está claro que, se não for pressionado, o clube não sai da zona de conforto dele e não paga o que deve”, disse o representante legal de Pato.

Em conversa com o Blog do Boleiro, o advogado revelou que tem sido sondado por outros atletas sobre a possibilidade de repetirem o que Pato fez. “Vai haver um aumento geral de ações contra clubes. Este caso do Pato abriu um precedente violento”, afirmou Chiminazzo que é especializado em direito esportivo do escritório Pereira Neto e Chiminazzo, de Campinas.

Blog do Boleiro – Por que vocês desistiram do pedido de rescisão do contrato? A decisão contra do primeiro juiz foi a razão?
João Chiminazzo – Porque ele conseguiu o maior objetivo que era receber dos clubes. Veja bem, muita gente disse que o Pato queria deixar o Corinthians e isso não é verdade. Quando o Pato me procurou ele disse que não aguentava mais. Ele disse: ‘Estou sem receber há 10 meses. Estou de saco cheio’. Eu examinei todo o cenário e disse que o caminho era esse: entrar na Justiça pedindo a rescisão do contrato. Tinha que pressionar o Corinthians. Se não for pressionado, o clube não sai da zona de conforto.

O dinheiro apareceu rápido.
Nós entramos com a ação no dia nove de junho. No dia 10, o Corinthians depositou os quatro milhões. No dia 12, o São Paulo pagou os 300 mil que devia. Hoje eu dou risada. O que ninguém conseguiu em 10 meses, consegui em três dias. Considero isso uma vitória e o Pato recebeu. Por isso entramos com o pedido de desistência. A intenção dele era receber.

O senhor tem sido sondado por outros atletas depois deste caso do Alexandre Pato?
Oficialmente não. Tenho recebido mensagens de jogadores do Corinthians e do São Paulo brincando com frases do tipo ‘estou vendo que para receber aqui, tenho que te contratar’. Acho que são mais sondagens. Mas hoje eu tenho mais de 300 processos contra clubes envolvendo desde roupeiros, até jogadores, treinadores. Os clubes têm esta política de prometer e não cumprir.

Você tem outras ações contra o Corinthians?
Hoje tenho uma ação do zagueiro Chicão, que trata de direito de arena e já vencemos em primeira instância. O Corinthians recorreu. O volante Jucilei pediu verbas contratuais como 13º salário, férias e outros direitos. O Corinthians alegou que não ganhou nada na transferência dele para o Anzhi e provamos que isso não era verdade. Também ganhamos em primeira instância e o Corinthians recorreu. O volante Marcelo Matos (que está saindo do Botafogo) já ganhou até a última instância uma ação que gira em torno de R$ 1,5 milhão. O goleiro Júlio César também entrou com ação por não ter recebido parte das luvas e do direito de arena. Contra o São Paulo, tenho ações dos zagueiros Xandão e Rodrigo (que está no Vasco da Gama).

É assim comum ‘levar chapéu’ dos clubes?
É. Veja o caso do Muricy Ramalho. Ele tentou receber do Santos. Conversou com os dirigentes, fez acordos e nenhum foi cumprido. Aí conseguimos bloquear o dinheiro na Federação que iria para o Santos. Eles apareceram rápido e ofereceram um acordo para pagar em dez vezes. A própria Federação Paulista começou retendo só uma parte do dinheiro num dia, e corrigindo no dia seguinte. Mas foi preciso a determinação do juiz.

O caso do Pato abriu as portas para mais ações?
Vai haver um aumento geral de ações contra clubes. O caso do Pato abriu um precedente violento. Colegas meus que trabalham em clubes dizem informalmente que ‘vocês ferrou a gente’. O temor dos clubes é que todo mundo siga a moda. Até porque ficou provado que as desculpas às vezes não são verdadeiras. O Corinthians dizia que estava quebrado, mas arrumou 4 milhões em 24 horas.

Mesmo assim, o Pato não conseguiu a rescisão do contrato.
É verdade. O juiz não deu a liberação. Mas ele está muito contente no São Paulo.

Afinal, o São Paulo sabia da intenção do Pato e, de alguma forma, apoiou a decisão de entrar com a ação?
Sei que teve gente que disse que o Pato e o São Paulo teriam feito em comum acordo porque a saída do jogador do Corinthians tornaria mais fácil para o São Paulo contratar. Posso garantir que o São Paulo só soube quando foi informado pela Justiça.

Ele não ficou sem ambiente num time em que joga e contra quem moveu uma ação?
Eu estive no CT da Barra Funda nesta terça-feira. Conversei com o Alexandre. E pude ver que o clima com ele está muito bom. Até porque ele é um cara muito bacana. Todo mundo gosta dele.

 

 


Novo reforço do Cruzeiro avisa: “Não quero ser celebridade por vídeo”
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Luciano Borges

Marinho, durante a entrevista que o deixou famoso

Marinho, durante a entrevista que o deixou famoso

Nesta sexta-feira, o meia Marinho será apresentado como o novo reforço do Cruzeiro. Ele foi transferido do Ceará, time da Série B, onde era titular. E o jogador canhoto, nascido em Penedo (AL) vai chegar e avisar: “Não quero ser celebridade por vídeo”.

Explica-se.

Há dez dias, depois do empate do Ceará com o Santa Cruz (3 a 3), Marinho deixou o gramado e foi cercado por repórteres graças ao gol salvador que evitou a derrota. Cansado, ele abriu a conversa com um palavrão (“p.q.p”) e, ao saber que tinha recebido cartão amarelo e estaria suspenso do jogo seguinte, soltou a pérola: “Que merda…”.

O vídeo caiu na rede, virou sucesso na internet. Alguns usuários criaram um samba só com a montagem das respostas dele nesta entrevista. Marinho não gostou do modo como seu nome ficou exposto. “Não gostei não. Eu estava cansado. Falei aquilo, mas não sou assim”, disse.

O ex-treinador do time de Fortaleza, Paulo Silas, disse ao Blog do Boleiro que Marinho sentiu a fama pelo jeito errado. “Ele é um cara sensacional, muito bom de trabalhar. É um jogador canhoto com muito potencial. Pelo jeito dele jogar, lembra o Robben”, disse ao Blog do Boleiro referindo-se ao holandês do Bayern de Munique.

Aos 25 anos, Mário Sérgio (nome de batismo) está na melhor fase da carreira que começou na base do Fluminense. Depois de jogar por várias equipes (Internacional, Paraná, Goiás, Ituano e Náutico), ele achou o espaço em campo no Ceará.

Nesta temporada, em menos de seis meses, ele jogou 27 partidas pelo time cearense e marcou nove gols. Nos últimos seis jogos, mandou a bola para as redes em cinco ocasiões. Com o técnico Silas, ele passou a jogar caindo pelo lado direito e puxando as jogadas para o meio em direção à área adversária.

Orientado pela assessoria de imprensa cruzeirense para não dar entrevistas até a apresentação oficial, Marinho deixou escapar a vontade de ficar conhecido em campo, jogando e fazendo gols. Frases como aquela do vídeo viral, nem pensar: “Isso vai mudar”, garantiu.