Blog do Boleiro

Arquivo : setembro 2015

Presidente do Sport: calma na escolha de novo técnico com “tiro certo”
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Luciano Borges

Muita calma nesta hora. Forçado a mudar de treinador, o presidente do Sport quer escolher o substituto de Eduardo Baptista, que pediu demissão e foi dirigir o Fluminense, sem afobação. “Não é uma escolha que fizemos. Temos que ter tranquilidade, escolher o perfil do novo técnico e dar o tiro certo”, disse João Humberto Martorelli. O dirigente segue para o Rio de Janeiro nesta sexta-feira. No domingo, o time vai enfrentar o Vasco da Gama. “Nosso vice (Arnaldo Barros) está no Rio e está conversando com o time sobre esta mudança”, disse.

Martorelli ainda não arrisca avaliar o estrago que a saída de Eduardo Baptista pode causar à equipe que é a 10ª colocada do Campeonato Brasileiro com 37 pontos. “É difícil avaliar hoje de uma forma mais abrangente. É claro que atrapalha e nos obriga a elaborar outro planejamento. Vamos precisar de um tempo para a gente refazer o planejamento estratégico”, afirmou o dirigente. O nome do novo treinador deve ser anunciado até domingo. “Estamos vendo nomes. O perfil é de um profissional que tenha os valores que estão na nota oficial que emitimos ontem: valores éticos e credibilidade necessários”, disse. Além disso, o sucessor deve se encaixar no projeto de integrar a base do clube com o time principal.

No entanto, o assistente técnico Daniel Paulista tem a missão de levar a campo um time com disposição de vitória. “Podemos recuperar muitas posições ainda. Nosso elenco é muito bom”, avisou o presidente.

Na busca por um novo treinador, Martorelli sabe que trabalha com uma incógnita que, no caso do Sport, foi inesperada e imposta pela decisão de Eduardo Baptista. “Estatisticamente, quem troca de treinador melhora o desempenho do time nos início. Depois já não é a mesma coisa. Entãso não há uma fórmula”, falou Martorelli.

Leia a seguir a nota emitida pelo Sport ainda nesta quinta-feira, quando a calma do dia seguinte ainda era a irritação com a decisão de Baptista:

“A diretoria do Sport recebeu no início desta noite a comunicação, efetuada pela gerência de futebol, da decisão unilateral do técnico  Eduardo Batista, que se demitiu para assumir o comando do Fluminense em razão de proposta financeira mais vantajosa. O Sport lamenta a decisão do técnico, que interrompe intempestivamente a participação em projeto de longo prazo a que se comprometera com o clube, e que foi bancado pela diretoria em situações dificílimas nos anos de 2014 e 2015. O Sport, a despeito do ocorrido, continuará com seu projeto e já está à procura de profissional com o perfil a ele adequado, com os valores éticos e credibilidade necessários. A diretoria do Sport agradece ao técnico que sai os serviços prestados e deseja-lhe boa sorte nos novos desafios assumidos. No jogo do próximo domingo, o elenco será comandado pelo assistente técnico Daniel Paulista.

O Sport é maior do que todos nós!”


Convocado, Firmino faz campanha para ajudar refugiados na Europa
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Luciano Borges

Cartaz da campanha "Help You Can", com Firmino

Cartaz da campanha “Help You Can”, com Firmino, do Liverpool

O atacante Roberto Firmino (Liverpool), o meia Carlos Eduardo (Rubin Kazan) e o meia Otávio Monteiro (Vitória de Guimarães) estão participando de uma campanha para arrecadar fundos para ajudar os refugiados que tentam  entrar em países europeus.

Para isso, cada um vai leiloar uma camisa de jogo autografada. O leilão será feito via internet, na próxima semana. O dinheiro será depositado na conta da  Agência de Refugiados da Onu (ACNUR).

A ideia partiu da empresa que assessora os três atletas. Carlos Eduardo e Otávio se conhecem do futebol gaúcho. Os dois pretendem convencer mais atletas para participarem de mais leilões.  “A questão dos refugiados é mais do que um problema de um país ou continente. É uma questão humanitária. Todos temos que parar e tentar ajudar estas pessoas a terem uma vida digna”, disse Carlos Eduardo.

“Impossível ver essa situação dos refugiados e ficar de braços cruzados. É uma luta pela sobrevivência. Temos que ajudar da maneira que acharmos melhor”, reforçou Otávio.

Cartaz com Otávio

Cartaz com Carlos Eduardo, do Rubin Kazan

Firmino, que foi convocado pelo técnico Dunga para os jogos contra Chile e Venezuela, pelas eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo na Rússia, ficou na reserva na partida entre Bordeaux e Liverpool, que terminou empatada em um gol, na primeira rodada da Liga Europa. 

Trabalhador imigrante, o brasileiro diz que não é possível ignorar o que está acontecendo com a crise dos refugiados vindos do mundo árabe para a Europa. “As pessoas estão dispostas a perder a vida para poder chegar na Europa e ter um pouco de dignidade e paz. É hora de todos ajudarmos. Cada um da sua maneira, cada um do seu jeito. Mas temos que ajudar”, falou.

Cartaz com Otávio, do Vitória de Guimarães

Cartaz com Otávio, do Vitória de Guimarães


Izabel Alvares diz que jogou como o Flamengo para vencer o Masterchef
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Luciano Borges

foto: Blog do Boleiro

foto: Blog do Boleiro

A carioca Izabel Alvares, ganhadora do Masterchef deste ano, acha que a conquista dela na cozinha pode ser comparada com a campanha do Flamengo, time do coração, no Campeonato Brasileiro. “Eu fui meio Flamengo neste Masterchef. Estava meio ferrada, vim do nada e pá!”.

Izabel, 31, se refere ao fato de, na sexta semana do programa, ela ter sido quase eliminada depois de errar a mão numa lasanha. Ela ficou duas semanas esperando pela repescagem e voltou. Resultado: na madrugada desta quarta-feira, ela se tornou a segunda vencedora do “reality show” da TV Bandeirantes.

Ela pouco dormiu. Por volta das quatro horas da madrugada, ela leu no Twitter uma homenagem do Flamengo. E respondeu aos parabéns da diretoria rubro-negra: “Deixaram eu chegar, ferrou. Vou pra Tóquio”. Na verdade, ela vai a Paris.

A paixão da produtora de eventos pelo Flamengo começou na decisão do Campeonato Carioca de 2001. Ela foi ao Maracanã acompanhando o namorado da época, Pedro. “Eu não torcia para time nenhum. Mas quando o Petkovic bateu a falta aos 43 minutos do segundo tempo, eu entendi ali a magia do futebol”, disse ao Blog do Boleiro.

Izabel estava na arquibancada. No primeiro jogo da decisão, o Vasco tinha vencido por 2 a 1. Na partida de volta, o placar era o mesmo até que, a dois minutos do final, Petkovic cobrou uma falta certeira e marcou o gol do tricampeonato carioca.

A magia?

“Na hora da falta, todo mundo ao meu redor sabia que o Pet ia fazer o gol. Foi uma sinergia incrível. O que aconteceu depois do gol foi de uma emoção muito forte”, contou.

Mais forte do que vencer o Masterchef?

“Não. Em 2001 eu fiquei emocionada. Em 2009, também fiquei muito tocada. Mas aqui foi muito mais forte. Também tinha 150 mil reais em jogo”, falou rindo.

O dinheiro já tem destino certo. Parte dele vai pagar o que Bruno Magalhães (“meu namorado e quem sabe para sempre”) com quem Izabel mora no Rio, gastou para manter o casal enquanto ela estava na disputa do Masterchef.

“Desde abril, ele vem bancando a casa. Afinal, eu não trabalhei desde então. É justo que eu o reembolse”, argumentou. “Na verdade, eu fiz um ótimo investimento. Ao invés de aplicar na Bolsa de Valores, investi na Izabel”, afirmou Bruno.

O que sobrar será investido. “Depois devo usar uma parte para minha viagem à França”, afirmou referindo-se ao curso na escola Cordon Bleu que ganhou como parte da premiação. Além disso, ela terá uma compra de mil reais mensais, por um ano, em uma rede de supermercados.

Além de não trabalhar, Izabel ficou sem ver o Flamengo ao vivo desde o início do “reality”. Perdeu boa parte da má fase do time carioca no Brasileiro. Agora, com a equipe de Oswaldo de Oliveira vencendo e entrando no G4, ela vai voltar a acompanhar o Mengo em situação melhor. “Nesta semana mesmo vou sentar no sofá e ver o meu time jogar na televisão”, falou.

Izabel costuma ir ao estádio com Bruno Magalhães, que é sócio torcedor e também é rubro-negro. “Sou de estádio e ela também”, conta. Quando precisam, ainda podem pedir a colaboração do Pedro, hoje muito amigo do casal, que tem cadeira cativa no Maracanã.

Aliás, na família, outra integrante importante na conquista do Masterchef também é flamenguista. “Minha avó Silvia se tornou torcedora fanática. Ela tem 90 anos e não perde um jogo no pay per view. Ainda me telefona para comentar sobre os jogos”, afirmou Izabel.

Nos últimos 14 anos, a nova chefe de cozinha famosa cultuou ídolos do time do coração. “Ah, o Leonardo, o Zico, o Petkovic até pelo que fez no meu primeiro jogo. Ah, e tem o Léo Moura que foi Flamengo até o fim”, falou.

Como a tarefa do time de futebol é quase impossível (o Fla está a 13 pontos do Corinthians na classificação do Brasileiro), o Blog do Boleiro perguntou quase como hipótese: “Se o Flamengo for campeão brasileiro e a diretoria chamar você para armar um almoço de comemoração, o que você vai servir?”

A resposta veio rápida: “Uma feijoada. Tem tudo a ver. É um símbolo carioca como o Flamengo e o samba. Então eu faria uma feijoada daquelas com cerveja e samba para comemorar”.

 


Presidente do São Paulo demitiu CEO por “quebra de confiança”
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Luciano Borges

Quebra de confiança e desempenho pífio. Estes são os motivos alegados pelo presidente Carlos Miguel Aidar para ter decidido demitir Alexandre Bourgeois, ex-CEO do clube por um período de quase três meses. nesta terça-feira, o executivo disse em entrevista à jornalista Camila Mattoso, da Folha de S. Paulo, que não pode desempenhar o trabalho porque ficou isolado e sem acesso a documentos. Ele foi comunicado da demissão em uma reunião na sede do Morumbi, com participação de outras sete pessoas.

Aidar decidiu esclarecer os motivos que o levaram a desligar Bourgeois, homem indicado pelo empresário Abílio Diniz para ajeitar a administração do São Paulo. A quebra de confiança se se resume a um fato: o CEO avisou que iria participar de reunião com executivos de bancos. Na verdade, ele se encontrou com integrantes da oposição do clube. “Foi uma reunião de caráter político”, escreveu o presidente. Esta versão reforça os rumores de que Alexandre teria participado de articulações para pedir o impeachment de Aidar. Ele nega o fato.

Quanto ao desempenho pífio, Aidar se queixou do relatório “diagnóstico” feito por Bourgeois que teria apontado problemas conhecidos e nenhuma solução. Integrantes da diretoria reclamaram que ele não ouviu nem viu o trabalho que as diversas áreas do clube estavam desenvolvendo.

A nota oficial de Aidar é dura. Abaixo segue o teor dela:

Em razão das afirmações inverídicas  do senhor Alex Bourgeois a esse programa, cabe ao São Paulo Futebol Clube esclarecer que o contrato de prestação de serviços com sua empresa com o SPFC foi encerrado pelas razões que seguem:
– quebra de confiança, já que ele informava estar visitando instituições financeiras, quando na verdade estava participando de reuniões de caráter político;
– desempenho pífio nas tarefas a ele confiadas, como, por exemplo, deixar de produzir um diagnóstico com base em entrevistas e reuniões com os vice-presidentes;
– perfil profissional incompatível com o momento vivido pelo clube, que exige um profissional com mais experiência em renegociações com bancos e instituições financeiras;

– viés inadequado de empresário de futebol, talvez decorrente de sua atuação no passado;

– vazamento de informações internas do clube para alguns jornalistas por ele eleitos, em desacordo com as estratégias e políticas de comunicação do clube;

– aproveitamento do trabalho de terceiros, como se fosse por ele produzido;

– falta de iniciativa de integração com as várias áreas do clube, à exceção do CT da Barra Funda para tirar fotos;
– não apresentação de solução financeira ao Clube, embora tenha se posto como pai do FIDIC quando este projeto é de autoria de outra pessoa;
– enfim, não disse a que veio.
 
A nossa assessoria de imprensa está à disposição para qualquer outro esclarecimento.
Atenciosamente,
São Paulo Futebol Clube

Carlos Miguel Aidar

Presidente 

 


Lucas visita brasileiras do PSG ; sábado elas encaram a França em amistoso
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Luciano Borges

Lucas postou foto com Érika e Cristiane antes do jogo do PSG feminino

Lucas postou foto com Érika e Cristiane antes do jogo do PSG feminino

Cristiane, do Paris Saint Germain e da seleção brasileira, já tinha sido avisada pelas colegas de time: “Elas contaram que, na temporada passada, os brasileiros aproveitavam a folga de jogos em casa e vinham ver o time feminino”, contou a atacante de 30 anos. Neste domingo, viu que isso era verdade. Antes da partida contra o Montpellier, pelo Campeonato Francês, ela e Érika receberam a visita de Lucas, atacante. “Ele apareceu, conversou com a gente e pediu para fazer uma foto com a gente. Ainda pensei: ‘com a gente? Deveria ser o contrário. Nós é que tiramos foto com ele’. Ele depois subiu para acompanhar a partida”, disse a jogadora.

O confronto terminou empatado sem gols. Foi a segunda participação de Cristiane desde que foi contratada pelo PSG. Na estreia, ela fez um dos dois gols na vitória por 2 a 0 sobre o Soyaux. “Aqui estou jogando como meia de ligação. Não é a minha, por isso ainda vou precisar de mais entrosamento. O time trouxe reforços e precisa de tempo”, disse Cristiane.

As duas brasileiras do PSG estão começando no novo clube. Érika e Cris moram em apartamentos separados em Saint Germain, bairro da grande Paris, cerca de 30 minutos de trem da capital francesa. “Ainda nem saí daqui. É só treino”, contou a atacante que já foi eleita como a 3ª melhor do mundo.

Por isso, a visita de Lucas foi comemorada. “As meninas disseram que o Thiago Silva foi bastante nos jogos dela. Vamos ver se ele aparece”, falou a brasileira que gostaria de conhecer pessoalmente o lateral Maxwell e os zagueiros Marquinhos e  David Luiz. “É bacana. Não se vê isso no Brasil”, afirmou referindo-se aos torneios femininos.

Cristiane e Érika foram convocadas pelo técnico Vadão e vão participar do amistoso contra a França neste sábado. As brasileiras foram contratadas para ajudarem o PSG a conseguir o objetivo da temporada: o título da Liga dos Campeões da Europa e do Campeonato Francês.

Os jogadores do PSG podem ajudar as novas colegas com dicas sobre o idioma francês e questões práticas do dia a dia. Cris vai começar as aulas particulares para aprender a língua. “Embora na nossa equipe termos 15 das 19 atletas vindas de outros lugares. A gente acaba falando inglês. O francês é mais para entender melhor o treinador”, falou Zé.


Desde 2009, Dunga espera foco de Pato para convocar o atacante
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Luciano Borges


Mostrar que mudou, que é um jogador participativo, ligado e dedicado à seleção brasileira. Mais do que apresentar os gols que vem fazendo, Alexandre Pato precisa atrair o técnico Dunga com uma nova postura.

Desde o final da Copa das Confederações de 2009, disputada na África do Sul, o atual treinador do Brasil parece ter esquecido do atacante do São Paulo. Lá atrás, depois da conquista do torneio pelo Brasil, Dunga desistiu na

Algo no comportamento de Pato fez com que Dunga o deixasse de fora da lista de convocados para um amistoso contra a Estônia, no dia 12 daquele mês. Chamou Diego Tardelli, que era o artilheiro do Campeonato Brasileiro com nove gols.

Ao Blog do Boleiro, o treinador disse: “É normal ele ter estes altos e baixos. Ele vai precisar se firmar mais. Sabe o que acontece? O garoto fez dois jogos e vocês da imprensa já saíram dizendo que ele era melhor que o Pelé. Mas o Pelé jogou mil jogos, fez mais de mil gols, não dá para comparar.  É difícil para ele”.

Dunga disse mais. “O mundo caiu no colo dele em quatro meses e agora ele precisa focar no jogo”, falou.

A porta não foi totalmente fechada. O atual técnico do selecionado brasileiro lembrou, em 2009, que Alexandre Pato “ é um ótimo garoto para se trabalhar”. E completou: “Ele vai encontrar seu lugar. E tem também a situação do Milan, que não é das melhores. Isso contribui. Mas, repito, ele é um bom guri, tranquilo”.

Mesmo assim, Pato só participou da Copa do Mundo da África do Sul como modelo da Nike. Ficou fora da seleção brasileira. Viu Grafite ser convocado como homem de área.

Seis anos depois, Alexandre Pato garante que mudou.

Os números estão a favor. É o artilheiro do São Paulo na temporada. No Campeonato Brasileiro, já anotou dez gols. A vinda do técnico Juan Carlos Osorio para o Morumbi fez bem ao jogador.

“Ele me ajuda muito. Conversa bastante. Quer que eu marque mais. Me dá liberdade para jogar”, disse depois da vitória do São Paulo sobre o Grêmio por 2 a 1, em Porto Alegre.

Na mesma entrevista ao repórter Fernando Fernandes, da TV Banderiantes, Pato repetiu duas vezes: “Eu quero voltar à seleção”. Mandou o recado para Dunga: “Eu posso jogar como falso nove ou cair pela direita ou mesmo pela esquerda do ataque”.

E, como argumento, reforçou: “Não vejo ninguém melhor que eu”.

Ooops.

Esta declaração pode ser entendida por Dunga como demonstração de interesse e confiança. Mas pode remeter ao treinador o garoto que andava meio mascarado em 2009.


Artilheiro, Ricardo Oliveira planeja o futuro: “Vou dirigir uma igreja”
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Luciano Borges

Ricardo Oliveira tem um certeza nesta vida. Integrante da Assembleia de Deus, frequentador dos cultos no templo do Brás (bairro da tegão centro-leste de São Paulo) e pregador, o artilheiro do Campeonato Brasileiro possui um projeto de vida que faz jus ao apelido dado pelo jogadores do Santos: Pastor. “Eu vou dirigir uma igreja”, disse ao Blog do Boleiro.

Ainda vai levar tempo. Ricardo tem 35 anos de idade. Quer continuar jogando futebol por mais algumas temporadas. E, a julgar pelo desempenho que vem tendo em campo, ele vai continuar na profissão de atleta. “Aprendi que boa alimentação e sono, descanso apropriado, eu consigo correr com velocidade e jogar em alto nível”, afirmou.

Com os treinos e jogos do Santos, o atacante tem ido pouco aos cultos. Antes de ser contratado, no início do ano, ele vinha de um período de sete meses buscando uma equipe para jogar. Neste tempo, ele treinou sozinho, correu cerca de 40 quilômetros por semana, trabalhou em academias e ia ao Brás três vezes por semana.

Ele também ministra palestras e sermões. Agora, com menos frequência. “Faço, mas sempre agendado. As pessoas gostam bastante. Vocês estão convidados a me ver numa próxima ocasião”, disse.

O envolvimento com a igreja pentecostal vem desde o início da carreira, na Portuguesa de Desportos. De certa forma, a fé ajudou a fazer de Ricardo Oliveira um jogador focado.

Ele é quase um mentor para o grupo jovem do Santos. Sempre que pode, dá conselhos para Gabigol, Geuvânio, Lucas Lima, Zeca e outros garotos. E usa a experiência para avisar que a vida de boleeiro não é mole. “Toda vez que o jovem joga bem, é elogiado, vira centro das atenções, eu peço calma. Porque a empolgação pode fazer perder o foco. Um jogo ruim e os elogios vão virar críticas. Dois jogos ruins, as críticas vão aumentar. É preciso calma para estas horas”, contou.

É de Ricardo Oliveira o conselho: “Se hoje o momento é bom, lá na frente vai piorar. Depois melhora”.

Na roda gigante da bola, o Pastor está no alto. Já marcou 29 gols na temporada. É o principal artilheiro do Campeonato Brasileiro com 16 gols. Essa marca seria maior se não tivesse perdido três cobranças de pênalti.

No Brasileiro, ele cobrou quatro penalidades máximas. Contra o São Paulo, ele bateu, Rogério Ceni espalmou e o próprio Oliveira mandou para as redes. Contra o Vasco da Gama, Atlético Paranaense e Chapecoense, o atacante não enganou os goleiros. Nas quatro ocasiões ele chutou a bola no canto direito do arqueiro.

Preocupado?

“Eu sei levar muito bem esta situação. Sempre bati pênaltis e vou continuar batendo. Sem querer tirar o mérito dos goleiros, eu que bati mal. Mas vou continuar”, afirmou sem querer revelar se pretende mudar a forma da cobrança.

Esta segurança serve também para ouvir com paciência as perguntas sobre seleção brasileira. Afinal, depois de ter sido convocado por Carlos Alberto Parreira, Zagallo e o próprio Dunga, em 2007, a passagem de Ricardo pelo futebol árabe o deixou distante da amarelinha.

Ele quer voltar a jogar no time do Brasil? “Nunca deixei de querer. Quero sim jogar na seleção”. Não fica chateado por ter ficado de fora das últimas convocações do técnico Dunga? “De maneira alguma. A seleção não tira meu foco de fazer o meu melhor. Se vier vai ser muito bom. Mas quero estar preparado, fazendo uma excelente temporada, tentando melhorar em campo”. 

E fora dele, Ricardo vai treinando para se tornar pastor e ter sua igreja. Nos próximos três jogos de domingo, o Santos vai encarar a Ponte Preta (Campinas), Corinthians (Itaquera) e Internacional (Vila Belmiro) às 11h00. Isso vai dar a oportunidade para o centroavante visitar o tempo do Brás. “Vou aproveitar. Tem culto sempre aos domingos no finalzinho da tarde”, falou.

 

 

 


Presidente do Santos quer mando fora da Vila Belmiro: “Não pode ter paúra”
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Luciano Borges

“Vai chegar um momento em que vamos ter de mandar nossos jogos fora da Vila Belmiro. O clube não pode ter essa paúra de jogar fora”. Com esta frase, o presidente do Santos, Modesto Roma Junior, defende a ida do time de Dorival Junior para outras praças, quando tiver o mando de campo. O motivo é financeiro. Em seu estádio, o clube tem faturado pouco. Contra o São Paulo, nesta quarta-feira à noite, o borderô da partida indicou a presença de 5.552 pagantes e uma renda de R$ 342.290,00. Pouco para quem vem vencendo e subindo no Campeonato Brasileiro.

Na bola, o Santos está mandando bem. Ganhou so São Paulo por 3 a 0. O artilheiro do torneio nacional é santista: Ricardo Oliveira com 16 gols. Mesmo sem Lucas Lima em campo – ele serviu à seleção brasileira – a formação titular não perdeu.

Motivos de sobra para atrair a torcida, certo?

Modesto Roma Junior acha que não. E argumenta: “A crise econômica é nacional. O dinheiro anda curto. O torcedor tem medo de brigas em clássicos. E jogo às 22 horas é problema: o cara tem que trabalhar cedo no dia seguinte”. O desempenho do time contra o rival tricolor não tirou do presidente uma observação: “Quase que nossa torcida era minoria na Vila ontem”, afirmou.

A oferta de jogos do Santos para seu torcedor no prazo de um mês é grande. Depois de enfrentar Chapecoense (dia 03/09) e São Paulo (09/09) no estádio Urbano Caldeira, os santistas vão mandar jogos contra o Atlético Mineiro (16/09), Internacional (26/09) e ainda o Figueirense (dia 1 de outubro), em confronto válido pelas quartas de final da Copa do Brasil. Até aqui, um ingresso custa 100 reais, com desconto de 50% para sócios e estudantes. Até o final esta maratona em casa, o santista vai gastar algo em torno de R$ 500,00 se não for sócio ou estudante.

Daí a necessidade, seguindo Modesto, de levar o time para outras praças. “Quando o Santos manda o jogo fora da Vila Belmiro, a gente vende por uma cota mínima mais 60% da bilheteria que ultrapassar o valor da conta. Ontem, não deve ter dado mais que 200 mil limpos”, calcula o dirigente. 

Além disso, o dirigente defende que um rodízio de cidades pode atrair torcedores de diversos lugares. “Nas praças diferentes é onde está o dinheiro”, argumenta.

Mas o Santos tem disputado seus mandos na Vila Belmiro. Por que?

Por que a comissão técnica, entenda-se Dorival Junior, tem argumentado que este é um momento especial, de crescimento da equipe. E ela se sente bem na Vila. “A gente vive da parte técnica. Tem que jogar em casa. Na Vila, os jogadores se sentem mais confiantes. A realidade é que o time atua melhor quando está em casa”, explicou o treinador ao Blog do Boleiro.

O Santos já acumula 10 vitórias e está em sexto lugar no Brasileiro, com 37 pontos. Dorival Junior acha que este é o momento de fortalecer a equipe. E ele não quer deslizes nesta hora. “Não pode dar bobeira. Futebol cobra preço alto. É difícil manter uma sequência de resultados positivos, ainda mais quando a perspectiva do time aumenta”, explicou referindo-se à sequência de dez partidas sem derrota no Campeonato Brasileiro e três na Copa do Brasil.

Dorival Junior quer o Santos mandando em casa. Já disse isso à diretoria do Santos, em mais de uma ocasião. Por enquanto, Modesto Roma Junior tem respeitado esta vontade. Mas avisa: “A equipe vai ter que ganhar confiança para jogar fora, para ter ‘punch’ em outros lugares”, afirmou o presidente.

Dorival Junior disse que vai acatar qualquer decisão do presidente (“Respeito o que for decidido”). Mas até a ordem chegar, ele faz campanha para que o torcedor de Santos e do Santos encha a Vila Belmiro.

 

 


Dos Emirados Árabes, Abelão crava Corinthians: “Campeão em duas rodadas”
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Luciano Borges

Na casa do condomínio de luxo onde mora em Abu Dahbi, Emirados Árabes, Abel Braga acompanha os jogos do Campeonato Brasileiro pela televisão. No domingo, ele viu o empate entre Palmeiras e Corinthians (3 a 3). “Que jogaço! O Corinthians não sofre três gols assim não”, disse ao Blog do Boleiro.

Para o técnico do Al Jazera, o time corintiano é aposta certa: “Esse Campeonato Brasileiro está ficando uma barbada. Acho que, em mais duas ou três rodadas, os outros times vão brigar pelo segundo, terceiro e quarto lugares”, afirmou em entrevista ao programa Primeiro Tempo, do canal Bandsports.

O Corinthians não term como perder a vantagem que vem abrindo no Brasileiro?

“Não acredito que o Corinthians vá perder esta vantagem. Este time é o mais regular, tem o treinador há mais tempo e é uma equipe que se conhece muito”, argumentou Abelão. Ele acha que Tite soube mudar o time sem mudar a essência: “Quando houve uma mudança na zaga e nas laterais e não mudou praticamente nada. Mesmo o Ralf jogando ou não fez pouca diferença”, completou.

O treinador brasileiro assinou contrato com o Al Jazera por dois anos. Ele pretendia ter feito isso em 2016, mas a decisão do Internacional em não renovar com ele no final da temporada passada, fez com que Abel Braga aceitasse o convite do time árabe.

Agora, encarando calor de 43 graus centígrados, treinos no início da noite, conversas com amigos no Brasil durante a madrugada e dias longos, Abel Braga planeja encerrar a carreira em São Paulo. “Quando meu contrato vencer, quem sabe vou terminar num time grande de São Paulo. Já estive várias vezes perto de concretizar esta ideia”, falou.

 


Em paz com o gol, Henrique quer voltar à seleção: “Posso ser top novamente”
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Luciano Borges

O Coritiba saiu da zona de rebaixamento. Com a vitória sobre o Avaí por 2 a 0, o time paranaense finalmente deixou o Z-4. Está agora em 16º lugar, com 26 pontos e seis vitórias. Em três delas, o time contou com os gols do atacante Henrique Almeida. Aos 24 anos, ele começa a fazer as pazes com o gol. Já marcou cinco no Campeonato Brasileiro. É pouco para quem já foi eleito o melhor do Campeonato Mundial Sub-20, em 2011 na Colômbia. Mas é o suficiente para quem, como ele admite, fez más escolhas na curta carreira profissional.

Na Colômbia e agora no Coritiba, Henrique tem Ney Franco como treinador. Os dois fazem parte de um pacote para tirar o time do risco de descenso. Estão conseguindo.

Henrique quer fazer desta passagem pelo Alto da Glória o início de uma trajetória mais sólida e feliz. “Tenho plenas condições de ser top”, disse ao Blog do Boleiro o jovem atleta que já investe na carreira empresarial. Junto com um primo, ele possui uma grife de roupas esportiva e casual em Brasília, onde nasceu. “O negócio está indo bem,. É meu primo que toca. Mas está indo legal”, afirmou.

Na entrevista por telefone, Henrique admite ter feito “más escolhas” e fala de problemas no São Paulo e a sequência de clubes com altos e baixos.

Blog do Boleiro – Você voltou a fazer gols. O que estava faltando?
Henrique Almeida – Eu sempre falei: preciso de uma sequência de jogos. Não dá para jogar 15 minutos em uma partida, cinco em outra e três em outra. Eu preciso da confiança do treinador e do grupo. Desde a base eu vinha fazendo muitos gols. Agora com seis partidas como titular, já dá para mostrar alguma coisa.

Em 2011, você foi campeão mundial Sub-20, artilheiro do torneio e eleito o melhor jogador da competição. Mas não se firmou no São Paulo. Por que?
Eu me precipitei. Teve alguns problemas com a diretoria do São Paulo. Fui para o Granada e isso não ajudou em nada. Mas não me arrependo. A cobrança era muita, mais do que com outro atacante.

Como assim?
Eu joguei na base do São Paulo dos 15 aos 17 anos. Em 2008, me profissionalizei. Disputei a Copa Sul Americana como profissional e voltei para a base. Em 2009, subi de volta com o Muricy Ramalho. Quando voltei do Mundial em 2011, não tiveram paciência comigo. Quando você é novo, não vai jogar bem todos os jogos. Tirando os que são acima da média, como o Ronaldo ou o Cristiano Ronaldo, você tem altos e baixos. Eu sou um jogador mediano. Me colocavam em campo e eu tinha que resolver em campo.

Você esperava outra cobrança?
Seria melhor terem tido paciência. O ideal é o jovem atleta chegar ao profissional, ir se adaptando e esperando o momento dele. Não tiveram isso comigo. No Brasil, se acaba queimando muitos jogadores novos por causa disso. Acham que o jogador da base é a solução.

Você falou de problemas com a diretoria do São Paulo. O que aconteceu?
Em 2010, meu empresário (Giuliano Bertolucci) levou o Oscar para o Internacional. O caso foi parar na justiça. Isso me afetou lá dentro. Senti que o ambiente comigo não era a mesma coisa. Fui emprestado para o Vitória em 2010 mesmo.  Aí, no início de 2012, quase na última hora, o treinador Émerson Leão deixou claro que não iria me utilizar na época. Isso precipitou minha ida para o Granada.

E lá você jogou apenas seis partidas.
Cheguei lá no final de janeiro. Joguei três ou quatro partidas. Acabei me machucando. Quando voltei,  não fui aproveitado bastante. Nem fiquei lá direito.

No mesmo ano (2012) você foi emprestado ao Sport. Como foi lá?
Acho que fiz um bom Brasileiro. Joguei 16 partidas. Marquei quatro gols. Mas joguei bem, fiz várias assistências. O São Paulo quis me negociar e não fiquei lá. Fui para o Botafogo que me comprou em 2013. Fui campeão carioca, ficamos em quarto no Campeonato Brasileiro e chegamos à Libertadores. Não fiz muitos gols, mas o técnico Osvaldo de Oliveira me pôs para jogar.

Você passou pelo Real Madrid?
Na verdade, cheguei a treinar no Real Madrid B. Mas a situação do Botafogo, com penhora e tudo, tornou proibido qualquer venda ou empréstimo. Então voltei e disputei a Libertadores de 2014. Fui titular no Campeonato Carioca. E mesmo assim fui emprestado ao Bahia. Lá joguei o Brasileiro. Marquei quatro gols. Mas voltei no início do ano para o Botafogo. Aí o Ney Franco conversou com os caras aqui e do Coritiba e demonstrou interesse. Então vim para cá.

Você faz parte de uma geração que está chegando na seleção brasileira adulta.
Sim. No Sul-americano do Peru (2011), o time tinha o Lucas Moura, o Neymar, o Oscar, o volante Fernando, o Casemiro, os laterais Alecsandro e Danilo. No Mundial da Colômbia, o grupo contou também, com o Philippe Coutinho e William José com quem joguei no ataque. Esta geração já era para ter disputado a Olimpíada de Londres. Eu fiquei de fora por causa dessas mudanças todas de clube.

Você ainda pensa em seleção brasileira?
Isso nunca saiu da minha cabeça. Fiz más escolhas, mas sou novo. Tenho muito futebol pela frente e eu amo este esporte.

Você acha que pode voltar a ser um atleta de elite?
Tenho plenas condições de ser top. Se eu continuar assim, posso fazer coisas grandes.

O Coritiba deixou a zona de rebaixamento. O que mudou?
O time mudou totalmente a atitude que vinha tendo. Precisamos agora ganhar duas ou três partidas seguidas para não voltar a ficar perto do perigo.

Qual sua principal qualidade?
Acho que meu posicionamento, minha movimentação  e finalização. Faço muito quele facão em direção a área. E me considero um cara calmo na frente do goleiro.